Perseguida Pelo Inferno escrita por Fada Dos Tomates


Capítulo 7
Surpresas do Passado e do Presente


Notas iniciais do capítulo

Mais ação porque amo luta. Que graça tem uma história parada? Mas hoje também tem um pouco do ciúmes de Jun...kkkk



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/617358/chapter/7

Acordo no quarto de Washi estou deitada em sua cama. Jun e Washi estão discutindo. Mas esses dois não param nem quando estou mal?

– Não vou deixar que mais uma coisa assim aconteça! – diz Jun – Vou fugir com Higure e nunca mais...

– Não há como fugir de Yomi, ela é uma deusa – lembra Washi – Akari precisa vencê-la.

– Eu já disse que o nome dela é Higure! E ela não vai arriscar a vida mais uma vez! – discorda Jun.

– Mas eu quero fazer alguma coisa – me intrometo – Não posso ficar aqui parada enquanto Yomi mata todos que amo.

– Akari você acordou – fala Washi.

– Hi-gu-re! – corrige Jun – E o que está dizendo: Não pode lutar de novo, você já está fraca e ferida.

– Mas eu quero! E vou, pois de um jeito ou de outro ela vai nos atacar até conseguir nos matar. – digo pensando em como queria fugir também, mas de qualquer forma ela vai nos encontrar e devo admitir: eu amei lutar.

– Akari está certa, vocês não podem fugir. E tem o poder de derrotar Yomi, eu irei ajudá-los. – Washi se oferece – Não deixarei que tudo aconteça como da última vez.

– Que última vez? – eu e Jun perguntamos desconfiados.

– Nada. – Washi tenta mudar de assunto – Agora que Yomi está sem seus poderes será mais fácil...

– Não tente esconder nada da gente – falo – Você não nos contou como deixou de ser anjo. E eu tive um sonho estranho em que estava me afogando num aquário com um monte de fios...

– Você está se lembrando? – Washi se surpreende – Suas memórias...

Eu não devia ter contado isso.

– Memórias? Foram memórias? Quer dizer que o que sonhei aconteceu? – penso sobre ter beijado ele no sonho e mordo o lábio.

– Do que estão falando? Que memórias? – pergunta Jun confuso.

– O que mais você sonhou Akari? Conte-me – pede Washi.

Conto só a parte em que eu estava submersa no aquário e Washi levava chicotadas, não falo sobre tê-lo beijado, pois temo a opinião de Jun. Quando acabo de falar Washi fica com uma expressão de pesar, e diz:

– É você lembrou de algumas coisas que ocorreram ates de vir pra cá. Foi isso mesmo que aconteceu. Só que sua mãe não sabia que você estava no aquário.

– Mas por que Higure-chan estava naquele aquário e você estava sendo chicoteado? - indaga Jun.

– Eh... Bem... – Washi parece triste, ele não quer contar o porquê.

– Por favor Washi, eu preciso saber o que realmente aconteceu pra entender – digo – Não vamos culpá-lo de nada.

– Está bem – ele concorda – Eu estava sendo punido por... ter me apaixonado por você.

Agora as coisas fazem mais sentido. Quando ele me viu pela primeira vez em com o Fukosei e me abraçou daquele jeito... então era isso. É por isso que ele sempre escuta o que eu digo, por isso que Jun odeia ele, por isso que tenho medo dele... medo de seu amor por mim.

– Você o quê?! – Jun se altera – Que descaramento! Você se atreveu a tocar em Higure?!

– Mas ela também estava apaixonada por mim – Washi se defende – Não podíamos evitar.

Do que eles estão falando?!

– Não acredito! Você está mentindo! Higure nunca... – Jun faz escândalo.

– Tá Jun, vamos ouvir o resto da história e falar disso depois – peço apreensiva com meus pensamentos incontroláveis – Pode nos contar por que eu estava no aquário?

– Yomi colocou você lá, Amaterasu não sabia disso, estava muito ocupada me castigando – conta Washi – Nem eu sabia disso até que o vidro explodiu e você caiu no chão inconsciente. Então começou a desaparecer em meus braços...

– Sem falar que ela estava nua! Como é que pode?! Você...a viu...e tocou... – Jun está incrédulo.

– Vamos esquecer essa parte – fico envergonhada quanto a isso. Por que Jun tem que falar tudo o que dá na telha? Será que ele pensa que isso é um filme?! – Eu estava inconsciente e Washi não é um pervertido.

– Como você pode saber? Ele é um garoto como outro qualquer! – diz Jun.

– Então isso quer dizer que você também é – me irrito – Cale a boca e ouça! Precisamos saber de tudo!

Jun senta e tenta se acalmar. Peço a Washi para que continue.

– Bem, parece que aqueles fios estavam tirando suas memórias e talvez até sua vida. Mas Amaterasu lutou contra Yomi e a impediu de matá-la, só que você veio à Terra e reiniciou. – conta Washi – Eu não pude fazer nada...

– Você não teve culpa – tento acalmá-lo – Estava machucado ainda por cima. Como minha “mãe” pode ser tão cruel?

Sinto muita pena. Isso não é justo, apenas por uma pessoa se apaixonar, seja um anjo ou um demônio, ela não deve ser punida por amar.

– É que sou...era um anjo e temos de ser “puros”, mesmo apaixonados não devemos ter contato nenhum com amor. Até mesmo beijar é proibido. – explica ele.

– E que tipo de “contato” proibido você teve com Higure-chan? – Jun está falando o que quer outra vez.

Washi fica nervoso e provavelmente pressionado, também fico nervosa ao pensar no que pode ter acontecido entre nós. Mas foi no passado, não é? Então não aconteceu nada comigo literalmente.

– Jun não seja...ciumento – acabo falando envergonhada.

– Ciumento? Eu não... bem... ele... – Jun fica vermelho e resolve se calar.

– Washi – começo a falar – Por que sua punição teve de ser tão horrível? Todos os anjos que pecam são castigados dessa forma?

– Não – nega Washi – Os anjos simplesmente são expulsos do céu e tem de viver como humanos, só que Amaterasu ficou tão furiosa por eu ter me apaixonado por sua filha, que isso aconteceu. Depois eu fugi.

– Ficou com medo? – zomba Jun – Espera, acabei de lembrar de uma coisa ainda não esclarecida: o que eu estou fazendo no meio disso?

– Yomi quer que você seja dela, não foi o que ela disse? Ela quer cruzar as linhas com você...

Perco o fôlego. Esses dois estão numa linha de fogo cruzado não é?

– Pode não falar disso? – peço ofegante, só de imaginar Yomi e Jun juntos me dá náuseas.

– É, melhor calar a boca – concorda Jun cruzando os braços – O que vamos fazer agora? Tentar derrotar Yomi de novo?

– Vamos falar com Amaterasu, quer dizer, vocês vão – fala Washi – Posso levá-los mas depois é por conta de vocês.

Acho melhor não pedir que ele vá, entendo que minha mãe o odeie por minha causa e Washi provavelmente tenha medo dela. Depois do que aconteceu...

Aceitamos. Washi abre um portal e entramos nele, num só instante nos encontramos num grande castelo cheio de detalhes nos vidros, imagens majestosas que provavelmente são deuses etc. Subimos umas escadas para procurá-la e percebo uma coisa: há vidros quebrados, coisas atiradas no chão, furos no teto e nas paredes, tudo meio destruído. Acho isso suspeito. Se Amaterasu é uma deusa ela já teria consertado isso, certo? Então vejo que há uma mulher sentada num trono virado de costas.

– Amaterasu? – chamo – É você?

A mulher se levanta do trono e não é aquela do meu sonho, tem longos cabelos negros e sedosos, usa um kimono também, mas não é minha mãe. Sua face é cadavérica e tem olhos amarelos como os de uma serpente, Amaterasu pelo que vi no sonho tinha olhos vermelhos.

– Amaterasu é um pouco assustadora – comenta Jun como uma criança idiota.

– Não é ela – nego – Quem é você?

– Minha filha, não me reconhece mais? – sua voz é rouca e oca, parece sem vida – Sou Izanami.

– Izanami? Mais uma deusa? – Jun fica confuso – A mãe de Higure não era Amaterasu?

Estou paralisada e boquiaberta, nada faz sentido. São deuses demais nesta história. E Izanami não tem nada a ver com Amaterasu. Por que essa mulher diz que é minha mãe?

– Ah, como eu queria vê-la! – exclama ela vindo até mim – Como está linda!

– Você não é minha mãe – me afasto dela, com receio – O que faz aqui? Onde está Amaterasu?

– Isso é lastimável! – lamenta triste – Aquele anjo miserável fez você acreditar que é filha de Amaru.

– Amaru é outra deusa? – pergunta Jun – Estou boiando...

Tenho vontade de bater nele. Como pode estar tão calmo na presença de uma mulher assustadoramente horrenda que diz ser nossa mãe?!

– E você meu filho? É bonito e forte – ela vai até Jun – Deve fazer um sucesso com as garotas!

– E como...Espera aí! Você me chamou de filho?!

– Claro - afirma ela – Não lembra de sua mãe?

– Ela está mentindo – falo – O que fez com Amaterasu?

– Está bem longe daqui, pelo menos sua mente, não conseguirão acordá-la.

Cerro os dentes. O que será que ela fez com minha mãe?! Quem é ela?!

– Ah, é outra deusa do mal, certo? – assimila Jun – Faz parceria com Yomi?

– Idiota! – insulto – Tá pensando que é brincadeira?

– Que foi que eu fiz? Só perguntei...

Izanami aproveita que estou distraída e me paralisa repentinamente, não posso me mover. Droga!

– Higure? Que fez com ela? – Jun fica com raiva.

Pelo menos assim ele fica sério.

– Preciso de você pra recuperar meus poderes!

Antes que possamos assimilar alguma coisa ela dá uma investida em Jun e os dois ficam na parede do outro lado do salão, Izanami é muito forte.

– Vou te matar – ameaça ela – Vou cortar-lhe em pedacinhos e comer um por um.

– Vai ter uma indigestão terrível – debocha Jun tentando fugir.

Izanami lhe dá um soco tão forte que ele cai cambaleando no chão, seu nariz sangra. A deusa chuta seu rosto e Jun solta um grito abafado. Ela pega algo do chão, um chicote. Será que é o mesmo com que Washi apanhou?

– Vou fazer você morrer de forma bem dolorosa! – fala Izanami.

Ela dá a primeira chicotada, arregalo os olhos, não posso ver isso. Ele é importante demais pra mim.

Continua a chicoteá-lo, rapidamente e fortemente, Jun se contorce de dor. Mas tenta levantar-se.

– Você é um idiota! – Izanami ri como Yomi – Sabe que morrerá!

– Não... – nega Jun fraco, ele se levanta desnorteado.

Vai Jun, vai Jun. Sei que você é forte, você consegue. É só o que posso fazer, pensar que ele conseguirá.

Ela bate nele mais uma vez e Jun quase cai, então algo estranho ocorre:

– Eu... não morrerei – Jun começa a brilhar.

Vai Jun.

– Seu idiota! Que pensa que está fazendo? – pergunta Izanami zombando.

– Vou derrotar você – nesse momento os olhos dele pegam fogo – E vou salvar minha mãe!

O que está acontecendo?

Jun ataca Izanami com uma espada samurai que arde em chamas, ela se defende com um campo de proteção escuro e duas lâminas grossas aparecem em suas mãos. Jun investe com a espada, ele luta rapidamente, nem parece ele. Izanami se defende, mas depois tenta atacar. Quase acerta o rosto de Jun que desvia por pouco. Jun não é o mesmo certamente, ele atira Izanami na parede tão forte que ela quase quebra. E os dois começam a voar.

Como não posso me mexer, não consigo vê-los muito bem, mas Jun deixa Izanami desorientada quando acerta seu rosto com suas próprias lâminas. Ele a atira no chão com um estrondo e consigo me mover.

Ao invés de ficar lá assistindo ao espetáculo, quero procurar minha mãe. Seja lá o que quer que tenha acontecido com Jun, agora ele é capaz de derrotar a deusa. Corro tentando não chamar atenção, mas ouço Izanami gritar:

– Vou matar você garota! Não me vencerão tão facilmente!

Passo por uma porta e sigo pelo corredor, procurar minha mãe. Na primeira está tudo destruído e não há nada; na segunda, bem, não é uma sala mais só tem uma porta; na terceira parece um quarto de garota, há coisas cor de rosa e lilás por todo o lugar, mas Amaterasu não está lá... Numa das salas só tem um grande baú no fundo da sala, vou até lá pra ver se ela não está dentro dele. Ao abri-lo fico com receio, porém o abro. De dentro dele sai um leão negro e quase saio correndo em choque. O bicho me olha de forma sutil e não me ataca, fico pasmada e não saio do lugar.

– Você é filha de Amaterasu, certo? – pergunta a criatura.

Engulo em seco.

– S-sim – respondo baixinho ainda chocada.

Então o animal se transforma em um homem que parece um samurai, ele diz:

– Prazer em conhecê-la, sou Izanagi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Izanagi apareceu. Será que ele é do bem ou do mal? Só restam mais três capítulos.