Perseguida Pelo Inferno escrita por Fada Dos Tomates


Capítulo 6
A Princesa Patética


Notas iniciais do capítulo

Hoje vai ter ação, mas não sou muito boa nisso então não me culpem.



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–Nã... – Jun não tem tempo de terminar a frase, pois é derrubado e arrastado por correntes que o prendem na parede – Nee-chan! Nee-chan!

–Yomi! – rosna Washi – Sua...

–Não se preocupe, o deixarei ocupado – Yomi assobia.

Fukosei que eu esperava não ver nunca mais desce as escadas com uma espada na mão e ele não está nada feliz, talvez por ter perdido de mim antes.

–Seu... – ele dirige um palavrão à Washi.

–Isso que é língua de demônio – insulta Washi se pondo em posição de defesa.

Fukosei parte para o ataque e os dois começam a lutar.

Uma espada aparece em minha mão e Yomi se posiciona pra correr, consigo bloquear seu ataque repentino por pouco, a ponta de sua foice fica a milímetros do meu rosto. Ela vai pra trás e ataca de novo, nem sei como consigo bloquear, apesar de que estou toda desajeitada e com medo. Talvez eu tenha conseguido defender porque já fiz kendo, mas sou muito ruim. Yomi sorri loucamente enquanto se move rapidamente. Ela quase acerta meu pescoço e acaba cortando uma mecha do meu cabelo.

–Olha, a princesa está de penteado novo! – brinca ela.

Yomi nem me dá tempo pra pensar e continua os ataques, tento me afastar e desviar dos golpes rápidos que ela tenta, mas acabo me desequilibrando e ela corta um pouco minha bochecha, logo abaixo do meu olho.

–Onee-chan! – grita Jun.

Yomi aproveita que estou atordoada e finca a ponta da foice em meu ombro, solto um grito e por impulso acerto sua cintura pelo lado. Ela tira a foice do meu ombro e cambaleia pra trás, já eu, me ajoelho no chão com a mão no ombro sangrando.

–Parece que a princesinha quer a mamãezinha – debocha Yomi – É só “un petit chien”!

Sinto raiva disso. Não gosto de ser chamada de cãozinho chorão, eu não sou fraca, só estou com medo. Afinal, ela é a deusa da morte e quer me matar, nunca lidei com algo assim antes.

Jun continua a gritar se debatendo na parede.

Washi diz:

–Lute Akari! Você consegue!

Não tenho tanta certeza.

Yomi chuta minha cabeça me tirando de meus pensamentos e eu caio de lado no chão.

–Estou pegando leve com você e nem assim me vence. É tão patética que chega a ser divertido brincar com você!

Ela ergue a foice acima da cabeça e está prestes a me apunhalar, Jun grita desesperado:

–Nee-chan!!! Nee-chan!!!

Eu só consigo pensar uma coisa: Eu não quero morrer!

Quando ela desce a foice, seguro a lâmina, minhas mãos sangram e ardem sendo cortadas e meu ombro dói por fazer tanta força. Mas não quero morrer ainda, não quero morrer por causa dela.

–Eu não acredito que você está fazendo isso! – fala Yomi fazendo força pra me perfurar com a foice – Que patético!

–Eu... – minha mão escapa da lâmina a cortando mais ainda e cerro os dentes pra não gritar de dor -... Não... sou...patética!

–É sim querida! – discorda ela empurrando a foice com mais força – É muito!

–Não...

Ela dá risadas, o que me deixa louca de raiva.

–Tenho... uma pergunta – digo - ...por que... já... não me matou... Ah...Ai...Se é...Ah...uma deusa?

–Então já descobriu que estou sem os meus poderes de deusa? – questiona ela – Pois é sua mãe os tirou antes de eu trancá-la. Aquela idiota! E preciso matar você para recuperá-los, se deu mal só por causa de sua mãe. Princesa da terra dos patéticos.

–Cale... a...boca... – o sangue escorre pelos meus braços e claro, dói. Como quando minhas mãos queimavam no fogo, mas é um pouco diferente, a lâmina machuca muito.

–Entregue-se a morte! – ordena Yomi com cara de louca, psicopata – Assim como aqueles pais adotivos que você tinha! Morreram lenta e dolorosamente...

–Meu pai também?! – não creio que ela o matou também – Não... não... Eu vou... derrotá-la.

–Patético! – provoca ela – Você é a princesa patética!

Odeio ser chamada de patética e me vem um ódio intenso nesse momento. Por que todos me chamam de patética? Como ela pôde matar meu amigo, minha mãe e meu pai se eles na tem nada a ver com isso? É tanto ódio que me sinto capas de derreter aquela foice maldita.

Antes de qualquer coisa sinto um líquido grudento e quente em minhas mãos, não é o sangue, é a foice de Yomi que está derretendo.

–O que? – Yomi arregala os olhos chocada.

–Isso Akari! – ouço Washi dizer – Use seus poderes! Tenha força de vontade e conseguirá!

–Não pode ser que tenha conseguido fazer isso! – Yomi larga a foice em cima de mim e a lâmina derretida se espalha pelo chão – Você era pra ser uma simples humana!

Fico aliviada por ter parado de segurar aquela lâmina cortante em minhas mãos que tremem sem parar sangrando e queimando, ardendo de dor. Yomi está inconformada com o que aconteceu. Parece que não era pra eu ter poderes por ser uma humana.

–Como? Como? – se pergunta sem parar – Você...

–Eu... Não...Sou...Patética! – digo fraca e em pé.

Sinto um cansaço terrível e tudo gira em volta de mim, não consigo mais ouvir os gritos de Jun ou as perguntas de Yomi, meus olhos não querem ficar abertos, cambaleio pra trás e caio no chão novamente. Eu durmo e sonho com uma coisa estranha:

“-Eu sei que é impossível, mas não posso negar isso – diz Washi chorando.

Nós estamos num lugar que parece até uma pintura, há um céu azul lindo demais pra ser da Terra (ou do Japão, pois lá o céu costuma ser cinzento). E estamos num jardim com infinitas rosas brancas lindas

–Eu... – começo a falar -... também penso assim. E talvez... Se minha mãe não permitir, eu lutarei contra ela, lutarei por você.

–Akari... – Washi fica chocado.

Me aproximo bastante dele e coloco a alma de minha mão em sua bochecha, ele envolve minha cintura com seus braços e nos beijamos pra minha surpresa.

–Isso é perfeito! – alguém exclama, sua voz é bem familiar, é Yomi – Achei exatamente o que eu queria! Você vai se dar muito mal querida...

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Depois me encontro me afogando num tipo de aquário gigante, estou presa por vários fios ligados a meu corpo nu e sinto que minha cabeça vai explodir. E meus pulmões ardem mais do que no sonho com o fim do mundo, parece até que estou me afogando em veneno. Grito debaixo d’água, mas ninguém ouvirá. Percebo que há algo ocorrendo do outro lado do aquário, Washi está todo ensangüentado no chão levando chicotadas de uma mulher com um kimono. Ela é poderosa, mas está batendo em Washi o que me deixou apavorada, com raiva e desesperada.

–Pare mãe! – grito na água, mas isso não faz o menor sentido.”

Aquela mulher nem sequer parece minha mãe. Quem é ela? E por que estava chicoteando Washi? Além disso, por que eu estava naquele aquário com aqueles fios no corpo?


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Notas finais do capítulo

O que será que esse sonho significa?