Skeletons In The Closet escrita por OmegaKim


Capítulo 9
NOVE: Desse jeito


Notas iniciais do capítulo

Eu sei galera. Não respondi os comentários como falei que faria no sábado, mas foi que não deu mesmo mais por causa desse capitulo... Foi duro escrever esse cap pq eu tava sem inspiração alguma e tinha acontecido uma coisa muito chata comigo no sentido amoroso então foi horrível escrever os pov's da Annie.
Me perdoem por isso.
Até nome pro cap não ficou legal...#desanimada.
Mas mesmo assim quero agradecer as pessoas que favoritaram a fic. MUITO OBRIGADA!!!! e também quero dizer que pra quem comentou sua opinião sobre o casal Jinnick: Eu adorei saber o que vcs pensam pq agora eu posso escrever algo legal pra vcs e pra mim também.
Boa leitura.



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Capítulo NOVE: Desse jeito.

Madge

O elevador não estava lotado, fato que achei de total ajuda porque eu não estava nos meus melhores dias e enfrentar um elevador cheio ia ser um saco de tão chato, e faria meu autocontrole ir por água abaixo. É apenas que preciso ficar sozinha por alguns minutos, respirar e por os pensamentos em ordem.

Eu até estava usando tênis e jeans, o que já era um grande sinal de que tinha algo de errado comigo ou talvez eu só estivesse andando demais com Katniss. Sorrir ao pensar no dia que passamos juntas. Realmente, foi divertido como na época que éramos adolescentes irracionais loucas por garotos (risos). Balancei a cabeça com esse pensamento e as portas do elevador se abriram com um clic. Saio do elevador e sigo pelo corredor atrás do meu quarto.

Estou hospedada em um hotel no centro da cidade, não é um hotel cinco estrelas como o que Johanna está mas serve pra mim. Apesar de minha mãe sempre insistir que eu tenho que ser cercada de conforto e riqueza, estou bem assim. As vezes é realmente reconfortante não ser o tempo todo elegante e cheia de educação. Esse papel de viúva de ouro é desgastante em dias como hoje.

Sou viúva de um designer famoso, nos conhecemos na faculdade. Nos apaixonamos e casamos, mas então ele morreu num acidente de avião. A empresa que construímos juntos ficou toda nas minhas costas além de todo o dinheiro que ele tinha. Eu tento não pensar muito nele mais porque me deixa triste do que porque ainda acho estranho ele não estar mais aqui, apesar de isso ter acontecido há cinco anos. Mas acho que nem se tivesse passado cem anos essa saudade me deixaria.

Entro em meu quarto com um suspiro, jogo minha bolsa no sofá e vou direto pro banheiro tomar um banho bem demorado pra relaxar.

São apenas alguns dias, penso, eles precisam aguentar alguns dias.

A água do chuveiro cai direto na minha nuca depois que abaixei minha cabeça. A situação na empresa não está das melhores, aqueles canalhas dos acionistas - que não receberam bem o fato de eu ter assumido a parte do meu marido - estão tentando me derrubar agora que não estou lá pra opinar nas decisões. Será que eles não percebem que nessa implicância comigo estão levando a empresa pro buraco?

– Idiotas. - bufo e levanto meu rosto pra receber a água direto nele.

Ao sair do banho trato de ligar pra Peeta. Combinei com ele ontem a tarde de sairmos pra pegar um cinema. Seria bom por o papo em dia e me distrair mais um pouco.

– Ligando pra confirmar nosso cinema. - digo assim que ele atende.

Bom... Madge é que... - Peeta hesita.

– Não diga que vai furar comigo. - falo e tento deixar a irritação longe da minha voz.

Hum. Magde não vou poder ir, sério. Aconteceu um problema de última hora no restaurante, estou preso aqui.

Eu respiro fundo. Fecho os olhos. E fico em silêncio.

Me desculpe, Mad.

Tudo bem. - falo e desligo.

Ótimo, levei um fora do Peeta. O sempre tão protetor e atencioso Peeta. Realmente esse dia não está sendo nenhum pouco legal. Primeiro a intimação - porque aquilo não foi um recado - pra que eu volte pra Europa imediatamente, segundo: o dia cheio ao lado de Katniss atrás daquelas malditas flores pro casamento de Annie e terceiro, agora, um lindo fora do cozinheiro.

Eu mereço.

Trato de me vestir. Talvez depois eu possa ligar pra Johanna e jantar com ela, me distrair, relaxar escutando suas aventuras pelo mundo. Esse é o poder de Johanna: ela é capaz de deixar você totalmente à vontade na sua presença, acho que isso é uma das coisas nela que faz Finnick nunca ficar muito tempo longe de seus braços.

Esses dois.

Balanço a cabeça ao pensar neles. Deviam resolver logo isso antes que Annie descubra, porque uma hora ela vai descobrir. Disso tenho certeza. E também a ruiva nunca foi boba.

Depois que escolho uma roupa e me visto, vou trás do meu telefone mas antes que eu possa discar o número de Johanna escuto batidas na porta. Ao abri-lá, imaginem minha surpresa quando encontro Gale parado ali, sorridente e com uma caixa de pizza na mão.

– Entrega especial.

~~

Annie

– É melhor que você tenha uma explicação muito boa. - tratei de dizer assim que ele entrou em nosso apartamento, cruzei meus braços.

Finnick me olhou, ali, parada na sala. Provavelmente viu minha cara de irritação. Observei seu rosto, ele parecia culpado e pronto pra se ajoelhar no chão e pedir perdão. No entanto, ele não fez isso. Ficou me olhando durante um tempo, sem saber o que fazer.

– Annie, eu tentei...

Ergui minha mão.

– Não me venha com desculpas esfarrapadas! Eu fiquei lá te esperando com cara de idiota. Sabe quantas vezes liguei pra você?! Bem umas cem vezes e o que você fez? Não atendeu nenhuma delas!

– Meu amor... - ele tentou se aproximar de mim, mas eu virei de costas pra ele e me afastei. - Meu celular descarregou e o trânsito estava péssimo...

– Ah, claro. E aposto que você está preso no trânsito desde as 14hs! Pelo amor de Deus, Finnick! Você acha que eu nasci ontem?

– Annie...

Virei de frente pra ele. Finnick parecia ao ponto de gritar qualquer coisa, mas estava se contendo.

– Quer saber, eu não quero saber! - me retirei da sala. - Você dorme no sofá hoje. - gritei do corredor antes de entrar no nosso quarto e trancar a porta, e foi só então que me permitir jogar na cama e chorar abraçada num travesseiro.

Como ele pôde?

Tínhamos uma reunião com o padre hoje à respeito da cerimônia de casamento. Eu não queria casar na igreja, preferiria uma cerimônia ao ar livre. Finnick deveria ter ido comigo como meu futuro marido e como tinha prometido que ia, mas ele apenas me deixou plantada lá enquanto fazia sabe se lá o que por aí. É claro que ele anda distraído do jeito que Finnick nunca esteve antes de virmos pra Nova York. E também notei a hesitação que agora ele tem toda vez que vai me tocar ou me beijar, como se ele estivesse fazendo algo errado.

Finnick está apenas nervoso com essa repentina mudança em sua vida. Ser pai e o casamento...

Limpo as lágrimas dos meus olhos. Não vou chorar. Sou Annie Cresta e os Cresta não choram, eles agem!

É apenas uma fase. E Finnick sempre foi um namorado muito bom, sempre me amando. Eu sei que o bebê foi um acidente e que ele ficou realmente em choque quando soube, talvez isso tudo esteja acontecendo rápido demais pra ele. Finnick tem um certo pé atrás com mudanças. Também existe esses nossos colegas de escola voltando e trazendo coisas que ele quer esquecer. Tenho que ajuda-lo, oferecer suporte e não gritar com ele por não ter ido comigo numa reunião com o Padre. Se quero que esse casamento dê certo, preciso começar a agir como uma esposa que oferece suporte e conforto, não que grita e o condena ao sofá no primeiro deslize.

Levanto da cama e vou até a porta, destranco-a e sigo até a sala. Encontro Finnick ainda lá. Sentado no sofá, o moreno tem o rosto entre as mãos. Vou até ele, sento ao seu lado. Ele ergue o rosto pra me ver.

Finnick tem os olhos vermelhos, talvez tenha chorado ou algo do tipo. Ele está verdadeiramente arrependido. Consigo ver isso estampado em cada pedaço do seu ser. Eu não digo nada, apenas passo meu braço em volta de seus ombros e o trago pra perto de mim. Logo estamos nos abraçando.

– Me perdoa, Annie. - sua voz sai baixinha no pé do meu ouvido, seu hálito batendo na minha nuca. Enviando ondas de calor pelo meu corpo.

– Está tudo bem, meu amor. - digo.

~~

Magde

– Você deveria ter avisado que vinha. - falei depois que deixei Gale entrar.

O mesmo deixou a caixa de pizza em cima da mesinha de centro na minúscula sala do quarto, que era uma suítesimples.

– Bom, eu posso ir embora já que você parece tão feliz com minha presença. - cruzou os braços e assim ele parecia tão maior que eu e incrivelmente o garoto da época de escola, cheio de marra.

– Você já está aqui, não é? - dei-lhe as costas, fui até o frigobar no canto esquerdo da minha cama e apanhei duas latas de coca. - Fique.

Lhe entreguei uma latinha.

– Nossa, que animação Mad. O que aconteceu? Parece que levou um fora de alguém.

Ignorei o que ele disse. O moreno pegou a caixa de pizza com a mão livre e deixou-a na minha cama, depois se sentou na mesma. Fiz o mesmo.

A caixa no meio da cama e cada um sentado no lado da caixa, de frente pro outro. Eu deitei, peguei o controle remoto que guardo embaixo do travesseiro e liguei a Tv. Zapeei por entre os canais até colocar num filme de terror que eu gostava bastante: A Casa dos Mortos. Gale fez cara feia quando viu que filme era.

– Coloque em algo interessante. - falou abrindo sua coca e tomando um gole.

Isso é interessante. - disse depois que fiz o mesmo com minha latinha.

– Hum. Você ta irritada hoje. - notou.

– Sério? Eu não tinha percebido. - rebati e foquei minha atenção no filme ao passo que Gale me encara de soslaio desconfiado.

– Não vai comer? - perguntou depois de um tempo. - O gosto não fica bom depois que esfria.

– Não gosto de queijo.

Acho que eu estava sendo bem chata, mas era Gale e com ele eu sentia que podia ser qualquer coisa que o moreno não se afastaria, tínhamos construído uma amizade estranha depois que meu marido, Robert, havia morrido. Gale me consolara e ficará do meu lado quando eu quis assumir a empresa.

– Foi por isso que pedi metade calabresa pra você e metade queijo pra mim.

Não pude evitar sorrir com isso. O moreno até já sabia meus gostos, cuidava de mim inconscientemente.

Levo minha mão até a caixa e pego uma fatia de pizza calabresa. Como tomando com coca e isso me faz lembrar a última vez que fiz isso, foi a um zilhão de anos atrás. Eu devia ainda está na faculdade, acho. Esse pensamento me fez sorrir minimamente.

– O que foi?

Encarei-o.

– Nada. - disse balançando a cabeça pra afastar as memórias. - Vai, fala logo.

Gale riu, travesso. Peguei você. Eu sabia que tinha alguma coisa. Ele não iria aparecer aqui do nada, não depois das coisas que conversamos da última vez. Sabe, acabamos dizendo coisas ruins um pro outro. Coisas que só quem conheçe demais é capaz de dizer - usar pra ferir. Mas então, ele apareceu do nada aqui.

– O que você aprontou? - soltei depois de tomar o último gole de minha coca e deixa-la na caixa que já estava vazia.

– Por que você acha que aprontei algo? - desviou o olhar pra tv.

– Tá com cara de quem aprontou.

– Não fiz nada. - continuei olhando-o. - Sério!

Gale terminou sua coca e deixou na caixa também. Apenas esperei que ele falasse logo.

– É sobre a Katniss.

– Claro que é. - soltei mau-humorada.

Peguei a caixa com as latinhas e me levantei da cama com o pretexto de joga isso no lixo. Mas a verdade é que queria ficar longe da expressão sonhadora que Gale assumia toda vez que falava da Incrível Katniss. Aff.

– Ei, Mad. - me chamou.

Gale sabe. Sim, ele sabe tudo que eu sinto. O quanto eu gosto dele, o quanto essa droga de amor que ele sente pela Kat me machuca, porque eu sei que o moreno nunca irá olhar pra mim ou irá sentir uma fração do que sente por ela. Mas tudo bem, eu não me importo... Respiro fundo, jogo tudo que estou segurando no lixo e volto pro seu lado na cama. Gale me lança um olhar cauteloso. Mas eu só espero, do jeito que tenho feito há bastante tempo.

– Você estava dizendo... - falo depois que esse silêncio fica realmente chato.

– Meu encontro com a Catnip foi um máximo. - seus olhos brilham ao dizer o nome dela.

Eu não me importo.

Gale continua a narrar seu encontro. As coisas que ela disse que o agradaram tanto e finalmente, ele chega no momento que o deixou de bom humor a semana toda, quiça o ano inteiro: Katniss ira com ele no jantar de Annie. O que me surpreende é o fato dela ir, hoje quando falamos sobre isso Katniss parecia tão insegura com isso. Ela nem ao menos me disse que já tinha combinado de ir com Gale. Enquanto eu, boba, lhe disse que esperava que Gale quisesse ir comigo. Idiota. Pelo menos isso explica aquele olhar super culpado que a morena me lançará sem perceber, talvez tenha tido medo de me magoar com isso. Katniss sempre tão cuidadosa com todos, sempre com medo de decepcionar todos a sua volta.

– Legal. - digo sem ânimo algum.

– Mad, você ficou triste. - não foi uma pergunta apesar de eu ter levado como uma.

– Estou bem.

Gale estende sua mão pra tenta tocar meu rosto, mas eu me afasto. Pego o controle e trato de mudar de canal fingindo que nada disso ia acontecer. Gale abaixa a mão, fica quieto do meu lado. Me ver mudar de canal freneticamente, minha mente está em outro lugar e acho que ele percebe que tem algo de errado nesse meu gesto, pois interrompe minha ação. Pega o controle da minha mão e põe fora do meu alcance.

– O que aconteceu?

Tudo aconteceu, quero gritar. O casamento, você incapaz de sentir algo além de amizade por mim, Katniss que quer tanto não me magoar que me machuca por esconder coisas de mim, a empresa indo pro buraco e eu presa aqui vendo de longe o império do meu marido ir por água abaixo. No entanto, não digo nada. Não grito nenhuma dessas coisas pra ele. Esses são meus conflitos, é a minha guerra. Preciso lutar isso sozinha.

Apenas o abraço. Enlaço meus braços em volta dele e fecho os olhos. Não existe lugar melhor pra se estar do que nos braços de alguém que você ama.

~~

Annie

Depois que ele dormiu, eu não consegui fazer o mesmo.

Sinto essa coisa em mim. Esse zumbido no meu ouvido me alertando pra algo errado que vai ou que já aconteceu ou, na pior das hipóteses, está acontecendo. Entretanto, não sei o que é. Mas tira meu sono de qualquer jeito.

No fim de semana será meu jantar de noivado e então daqui um mês, o meu casamento com Finnick. Mal posso acreditar que está tão perto...

Suspiro. Me levanto e vou andar pela casa do jeito que faço quando estou com insônia. Paro na cozinha, preparo um leite. Isso sempre me faz recuperar o sono.

É quando estou sentada numa das cadeiras de nossa mesa, segurando uma xícara com leite morno que sinto um tremelique no ventre. O bebê mexendo. Sorrio e acaricio minha barriga.

– Está sem sono também? - pergunto baixinho, deslizando minha mão pela minha barriga. O bebê responde chutando.

Em geral ele é bem quietinho, mas em momentos como agora em que estou perturbada com algo, o bebê mexe como que dizendo "estou aqui, mamãe". E não me sentir completamente sozinha, quando Finn está estranho comigo, é simplesmente um alívio.

Dou mais um gole no leite. Vai ser uma noite longa. Em geral não tenho insônia por causa da gravidez acabo dormindo mais do que deveria, mas mesmo antes da mesma eu já dormia bastante. Sempre tive um fraco por uma cama confortável e quentinha. Minha mãe às vezes dizia que eu devia ser parente de um urso, porque eu dormia tanto quanto um em hibernação. Mas é claro que com o passar dos anos isso foi meio que diminuindo, pois comecei a priorizar outras coisas. No entanto, aqui estou eu agora tendo insônia, incomodada com alguma coisa que ainda não sei.


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Notas finais do capítulo

Bom, galera... o próximo cap é todo do Finnick. Vamos dá uma olhada no que se passa na cabeça de cara? rsrs.
Não esqueçam de comentar!! Eu adoro entrar na minha conta e ver seus reviews aki, me anima a escrever mais rápido e postar mais rápido.
bjs e até o prox...



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