Skeletons In The Closet escrita por OmegaKim


Capítulo 6
SEIS: Amizade


Notas iniciais do capítulo

Oi, galera! Como ta vcs? Rs. Bom, passando rapidinho pra postar o cap e espero q curtam... eu acho q esse cap naw ficou tao legal, entao manerem nas criticas.
Pov alternado entre Katniss e Peeta.
Boa leitura!



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Capítulo SEIS: Amizade.

Katniss

Portia joga a revista na mesa, esta desiza até entrar no meu campo de visão. Eu leio a manchete de capa: "Noivo é dispensado e casamento vira balada" . Dou um sorriso de satisfação.

– Somos um sucesso! - Portia praticamente grita, seu sorriso é tão grande que parece uma careta. - Samantha fala muito bem da nossa empresa.

– Mesmo?

Dessa parte eu não sabia. Começo a folhear a revista atrás da entrevista de Samantha. Logo acho e leio em voz alta.

– "Devo a Eventos K&P todo o crédito da decoração e organização da festa, desde a trilha musical ao bufê, que por sinal está divino..."

Ela fala outras coisas mais sobre como ela teve essa ideia, aonde ela arranjou o vestido e cita o nome do restaurante do Peeta.

Eu saio de trás da mesa da qual me sento e vou até Portia. Nos abraçamos e damos pequenos pulinhos de felicidade, uma agarrada na outra.

– Opa! - Cinna exclama ao nos ver abraçadas no escritório. - Qual o motivo de tanta felicidade?

– Isso. - pego a revista e entrego a ele. Ele ler a página marcada e logo nos três estamos dando um abraço em grupo.

– Mas isso é ótimo pra nossa imagem! - Cinna diz.

– Que tal comemorarmos no Mellark's?

A ideia é boa e faz sentido, pois foi Peeta quem nos ajudou nessa festa, nada mais justo do que comemorar lá. No entanto, eu hesito. Depois de ontem, ando hesitando em bastantes coisas que tem a ver com ele. Fico nesse impasse de aparecer ou não por lá, mas e então dizer o que? Não vou conseguir olhar pra ele e fingir que nada aconteceu.

– Acho melhor não. - acabo dizendo e Portia me lança um olhar desconfiado assim como Cinna.

Dias atrás eu teria aceitado de bom grado, mas aquela era outra Katniss. Aquela Katniss não tinha ultrapassado a linha imaginária da amizade e beijado o melhor amigo. E essa Katniss de agora fez alguma coisa quebrar na relação deles, aonde ficou difícil manter um diálogo onde nenhum dos dois quer tocar no assunto Beijo.

– Quer dizer... não posso. - tento concertar e desvio de seus olhares. - Tenho que ler umas papeladas ainda e tenho que dá uma consultoria num evento pra uma amiga. - essa última parte não sendo verdade.

– Ah, então podemos deixar pro fim de semana. - Portia diz ainda desconfiada.

– Pode ser. - concordo, quem sabe até lá já não voltamos a ser o que eramos.

O problema é que nunca tive muita certeza do que éramos, pra Peeta com certeza sempre fomo amigos. Mas pra mim: nunca deixamos de ser uma possibilidade. Algo que pudesse acontecer outra vez.

– Se você diz. - Cinna concorda. - Olha, isso chegou pra você.

Então é que me dou conta de uma caixinha na sua mão. Cinna deve ter entrado com esta e na hora de comemorar acabou deixando ela na assento da cadeira na frente da minha mesa e agora a pegou.

Ele me oferece a caixa, a pego. Abro e encontro bombons muito bem alinhados em três filas de três, estão todos perfeitamente embrulhados num plástico dourado.

– Veio com um cartão. - o moreno me estende um envelope pequeno de cor bege.

Portia me toma a pequena caixa das mãos e aproveito pra pegar o envelope.

"Me encontre domingo, no Green-Wood.

Gale. "

– Hum... são deliciosos. - diz Portia ao comer um dos bombons.

– Deixe-me provar. - e pego um bombom.

Hummm... chocolate com recheio de avelã e castanha. São os meus prediletos. Ele lembrou, e não posso evitar um sorriso surgir em meu rosto por causa disso. Gale lembrou.

– Posso ler? - Cinna pergunta com seus olhos castanhos tão grandes e pidões.

Lhe estendo o cartão. Ele ler e logo parece confuso.

– Um cemitério?

– Gale tem hábitos estranhos. - falo e pego o cartão outra vez. - E não me olhe assim. A culpa desse encontro acontecer é sua.

A culpa é de Cinna que eu tenha que me encontrar com Gale no cemitério, afinal foi ele quem deu meu número de celular pra Gale e disse onde eu estava trabalhando naquele dia. No entanto, entendi o porquê de Gale querer me encontrar justo nesse cemitério, foi onde Darius foi sepultado. Nada mais justo do que começar onde tudo parou, no nó onde nossa relação foi destruída... E é assim que eu sei que isso não é um encontro e sim, um acerto de contas.

Está na hora de pôr as cartas na mesa.

– Você não me parece triste por isso. - Cinna fala.

Lanço-lhe meu olhar mortal. O moreno levanta as mãos em forma de redenção.

– Tudo bem. Tudo bem. - ele se afasta, mas não antes de pegar um bombom da caixinha. O come enquanto se afasta. - Vou trabalhar, afinal alguém tem fazer isso aqui. Não?

– Ei. Eu trabalho bastante. Ok! - Portia se defende.

Mas Cinna já foi.

– Você vai comer tudo. - reclamo ao ver Porty comer mais um chocolate. Tomo a caixinha dela e coloco mais um chocolate na boca.

Adocem minha vida, peço.

~~

Peeta

A cozinha estava agitada. Eu deveria está no escritório lendo algumas papeladas ou arrumando a lista de compras diárias. Mas não, resolvi deixar isso pra outra hora. Por agora, quero apenas me distrair. Eu preciso me distrair. Por isso estou na cozinha participando diretamente do preparo das comidas.

– Prato da mesa 12! - falo ao terminar de arrumar o prato.

O garçom pega e coloca o mesmo entre outros numa bandeja e logo sai da cozinha.

– Deixa que eu corto. - e afasto Cato, meu ajudante. - Vá olhar os molhos.

Ele vai meio ressentido por eu ter assumido o corte dos legumes. Não que seja um trabalho difícil, na verdade é um trabalho rápido e ágil - e sei que ele como o mais novo funcionário está tentando melhorar nisso. Mas ele terá tempo suficiente pra melhorar seu desempenho nos outros dias.

Continuo de onde Cato parou.

– Então, o que você tem? - a pergunta é solta sem mais nem menos. Eu nem ao menos sei de onde veio ou de quem veio. Mas assim que olho para os lados assombrado com a ideia de ter enlouquecido de vez, encontro Lily me encarando com seus olhos escuros intensos.

Ela trabalha comigo a mais tempo do que lembro. A morena acabou de colocar algumas panelas sujas na pia ao meu lado.

– Nada. - respondo de imediato.

Lily começa a lavar as panelas, depois de arregaçar as mangas até a altura dos cotovelos. Olha pra mim de soslaio desconfiada da minha resposta.

– Sério, não é nada. - confirmei.

Mas eu sabia que era alguma coisa. Ontem a noite avancei o sinal vermelho, aquele que diz até onde vai a amizade, e beijei Katniss. E teria sido ótimo se isso não tivesse me afetado, porque já beijei tantas garotas ao longo dos anos depois do ensino médio e nenhuma delas tinha me feito ficar confuso ou com essa coisa no peito. Mas afetou, porque eu gostei. Gostei mais do que deveria. E agora não consigo olhar na cara dela sem pensar nisso ou querer isso. Afinal, se eu parar pra pensar agora tenho certeza que estancarei outra vez nesse assunto e ficarei louco de vez, porque essa dor de cabeça piorou drasticamente de ontem pra hoje.

– Tudo bem? - Lily pergunta tocando meu ombro e só então percebo que parei de cortar os legumes e estou de olhos fechados respirando devagar, minha cabeça latejando.

Abro meus olhos e encaro ela.

– Sim.

Seus olhos descem até minhas mãos espalmadas na bancada.

– Está sangrando. - constata.

Entretanto não sinto nada.

– O que? - sigo seu olhar e avisto meu dedo indicador da mão esquerda, sangrando. No entanto, não lembro quando fiz isso.

Lavo o corte na pia. Não foi tão fundo, então não há muito sangue.

– Devia tirar a parte da manhã de folga. - seu tom preocupado. - Está nervoso e distraído...

Saio da pia e vou enfeitar um suflê de morango.

– Não estou nervoso nem distraído.

– Acabou de colocar cenoura no suflê. - ela cruza os braços ao meu lado.

– Droga! - reclamo baixo e tiro as cenouras do suflê.

Solto o ar cansado. Talvez ela esteja certa e eu precise de um tempo de inatividade mental pra organizar meus pensamentos e falar com a Katniss, esclarecer tudo e tirar esse peso da minha consciência.

– Tudo bem. - acabo concordando. - Você toma conta de tudo, volto depois do almoço.

Vejo ela assentir e então eu tiro o avental e saio da cozinha. Passo no escritório pra pegar as chaves do carro e antes ainda tomo um remédio qualquer pra dor de cabeça, então vou pra casa.

~~

Katniss

– Quando você ligou dizendo que queria me ajudar, eu quase não acreditei. - Annie disse naquela típica alegria dela.

Seu braço estava enlaçado no meu e andávamos pelas lojas de Nova York atrás do vestido de noiva dela. Muito empolgante. Eu não tive muita escolha - de qualquer forma - tive que transformar minha mentira em verdade ao me oferecer pra ajudar a ruiva a escolher o vestido - que soube através de Madge sobre isso, que ela provavelmente gostaria de companhia. Então aqui estou eu.

Tudo pra não encontrar Peeta, ainda.

– Eu tive um tempo livre na agenda. - falei distraida.

A ruiva continuo com aquele sorriso no rosto, acho que no fim, ela estava realmente feliz por eu está ali. Acho que esse foi um grande passo pra minha aceitação total de seu casamento, mas não foi. Ainda tenho um pé atrás com ele, principalmente com o noivo. Entretanto, apesar desse passeio ser mais como uma fuga pra mim, estou feliz em estar aqui. Com Annie.

– Vamos naquela! - ela aponta pra uma loja no lado esquerdo da rua e logo me puxa pra lá, sem dá tempo algum pra que eu leia o nome da mesma.

Assim que entramos, um sininho na porta nos anuncia. Logo somos atendidas por uma mulher alta de longos cabelos castanhos e olhos da mesma cor.

– Queríamos ver os vestidos. - Annie fala.

– Por aqui. - seguimos a moça até uma parte da loja cheio de vestidos numa arara. - Temos esses. - aponta e depois olha pra Annie e parece notar sua barriga. - Acho que teremos que ver vestidos um pouco largos no quadril, não?

– Ah, sim. Eu gostaria de disfarçar um pouco a barriga.

Então é assim que passo os próximos minutos jogada num pufe que tinha lá, vendo Annie experimentar vestidos. Alguns ficaram bons outros extremamente ruins. Em algum momento meu telefone toca.

– Como está indo por aí?

– Um saco. - sussurro pra Madge e escuto sua risada do outro lado.

– Onde vocês estão?

Me levanto e pergunto o nome da loja pra moça. E depois digo a Madge.

Estou indo.

E de fato ela vem, a loira parece um tempo depois e logo começa a opinar nos vestidos que a ruiva veste.

– Esse não valoriza seus seios.

– Hum, você acha? - Annie está em frente a um espelho de corpo inteiro.

Realmente não valoriza, eles parecem achatados e sem forma.

– Parece que você não tem peitos. - digo segurando o riso, Madge olha pra mim também segurando o riso, porque eu disse o que ela está pensando.

Então olhamos juntas pra Annie que nos encara de braços cruzados e caimos na risada.

– Suas palhaças.

– Tenta esse. - me levanto ainda meio sorrindo e pego um vestido qualquer e dou a ela que vai até o provador vesti-lo.

Vou até onde Madge está. Me sento no pufe ao seu lado.

– Ela está muito feliz, não é? - ela comenta. - Nunca pensamos que a primeira a casar ia ser Annie. Todos nós votavamos em você e...

– Eu sei, Mad. - a corto.

– Não sabia que esse assunto te machucava ainda. - ela diz com falso receio.

Não que eu e Madge não fossemos amigas. Nós éramos. Crescemos juntas, ela que era minha vizinha - junto com Annie. Mas não sei dizer quando as coisas mudaram entre nós, mas sei que foi na época do ensino médio. E aprendi de um jeito ruim a identificar suas nuances de humor para comigo. Sorrisos falsos, algumas tiradas maldosas... Mas também aprendi a esperar, porque nunca importou quantas conversas eu tivesse com ela sobre isso, percebi que isso nela não mudava. Então me limito a ignorar e esperar que minha verdadeira amiga Madge volte algum dia.

– Não machuca. - digo olhando pros vestidos empilhados que a ruiva já usou. - Gale era um idiota.

E eu teria me casado com ele se não fosse um certo loiro de olhos azuis. Que idiota eu era, achando que o que eu sentia por Gale era forte e duraria pra sempre. Achava que aquele jeito possessivo dele era normal, o amor em forma de ciúme. Eu era tão boba e Gale meu primeiro amor, que não me dei conta do quando aquilo não era mais tão normal.

– Um idiota gato, convenhamos. - seus olhos adquiriram um brilho diferente.

A alguma coisa destravou no meu cérebro. Abri a boca pra perguntar algo que me ocorreu agora, mas Annie saiu do provador e perdi o momento.

– Então?

– Perfeito. - eu e Mad dissemos juntas.

O caimento do vestido foi perfeito. Não era tão marcado na cintura e disfarçava a barriga, o decote valorizava os seios e os detalhes em renda davam aquele ar romântico e delicado - tudo que ela é.

Annie levou o vestido. E logo fomos atrás de um lugar pra comer algo, porque na minha pressa em sumir das vistas de Portia e Cinna nem ao menos almocei e Annie tinha que comer, ela está grávida.

– Tem um restaurante muito bom aqui perto. - Madge comentou.

– Hum, então vamos lá. - a ruiva concordou de imediato.

Annie estava sem o seu carro hoje. Finnick não a deixava dirigir por causa do seu estado atual, ele insistia em leva-la aos lugares como belo noivo atencioso que eu sei que ele nunca foi.

Então acabamos indo no carro de Madge, porque eu também não tenho um carro mais porque não consigo dirigir um do que por vontade mesmo.

– Nossa já é tarde. - digo ao olhar o relógio do meu celular, e é era bem tarde mesmo, já passava das duas.

Quanto tempo passamos naquela loja?

– Nem me fale, eu achei...

– Chegamos. - Madge anuncia interrompendo Annie.

A primeira coisa que reconheço é o nome, escrito num amarelo espelhado. Mellark's.

O carro dele está devidamente estacionado ali perto, percebo. Ele está aqui.

Mellark's? - solto meio assustada. Estou fugindo desse lugar a horas, por isso me ofereci pra ajudar Annie.

– Tudo bem, Kat? Parece que viu um fantasma. - Annie diz assim que saimos do carro.

Trato de tirar essa expressão do meu rosto assim que observo a expressão de Madge. Ela está triunfante, uma satisfação toma conta de seu semblante.

– Estou bem. Estou apenas com fome. - minto, porque minha fome acabou de dá no pé.

– Vem, vamos entrar. Estou louca pra provar a comida de Peeta. - comenta a ruiva. - Madge fez muito bem em nós trazer aqui, não é Kat?

– Claro. Fez um favor e tanto. - sorrio falsamente.

~~

Peeta

– Entregue essa lista pra Leonard. - falei pra Annete, a recepcionista.

– Sim, senhor.

Entro outra vez no escritório e vou atrás da minha dólmã, eu tenho duas. Uma que fica aqui no escritório e outra que tenho em casa. Acabo por acha-la dobrada na gaveta da mesa. Visto-a e vou pra cozinha. O movimento não está muito grande nesse horário, porque grande maioria já almoçou e tudo mais. Então a cozinha não está uma loucura. Alguns funcionários fizeram pausa pro almoço e apenas alguns poucos continuam por lá.

– Está com uma cara melhor. - Lily diz assim que me aproximo dela.

– Eu dei um cochilo. - digo. Foi o que eu realmente fiz, dormir sempre acalma minha dor de cabeça e relaxa meu corpo. - O que temos aqui?

Me inclino sobre seu ombro pra observar o que ela mexe na panela.

– Carneiro. - ela responde.

– Carneiro?

Esse é um prato geralmente pedido a noite.

– Grávidas. - ela diz prevemente ao ver minha confusão.

Então vou até a porta e observo pela janela redonda que tem nela, quem é o cliente que fez esse pedido.

Existe três figuras sentadas numa mesa perto da porta de entrada. Annie é a primeira que reconheço por causa do cabelo ruivo e porque ela está sentada de frente pra cozinha de modo que posso vê-la. Ao seu lado direito tem Madge com o cabelo loiro brilhante e de costas pra cozinha tem uma morena, mas mesmo que ela virasse o rosto eu já sei quem é. Seu jeito de sentar é tão familiar que não tem como me confundir.

– Katniss.

– Quem? - A voz de Lily outra vez.

– É a Katniss. - digo mais alto.

– Ah, sim. Sua amiga.

Ao escutar o "amiga" engulo em seco. Mas resolvo ser profissional. Ajudo Lily a preparar o pedido delas e quando os outros funcionários chegam da sua pausa a cozinha fica outra vez agitada.

Me encarrego de fazer as sobremesas delas junto a Cato. Que recebe minhas críticas com entusiasmo. Annie pediu um mousse de morango, Madge ficou com a torta tricolore de frutas vermelhas e Katniss que sempre pedia torta de limão com chocolate, me surpreendeu ao pedir banana flambada.

Apenas essa mudança no cardápio dela ne alertou pra alguma coisa.

Ao fim da refeição das garotas, recebi um chamado delas. Respirei fundo antes de sair da cozinha e de canto de olho vi Lily balançar a cabeça.

– Que foi? - perguntei e arregassei a manga do dólmã até os cotovelos.

– Você. - ela disse simplesmente.

– Como?

– Vai logo falar com ela, - disse. - quer dizer elas.

Deixei esse comentário passar e fui.

– Ah, Peeta a comida estava deliciosa. - Annie foi a primeira a falar.

Katniss nem ao menos olhou pra mim e isso me causou um desapontamento, Madge sorriu pra mim e concordou com Annie.

– Que bom que gostou, participei diretamente no preparo.

– Quer dizer que cozinhou você mesmo nossos pedidos? - Madge perguntou parecendo lisonjeada com esse fato.

– Sim e não. - falei. - Eu preparei a sobremesa apenas, foi Lily quem fez o restante.

– Ah, Peeta. - Annie disse parecendo se lembrar de algo só agora. - Queria que fosse a fazer o bolo do meu casamento.

– Ia ser um prazer, Annie. - sorri, precisava me distrair. - Me liga pra marcamos um encontro, então você pode me dizer as suas preferências com sabores.

– Sim, sim. Claro. - seus olhos brilharam. Ela afastou a cadeira, Madge fez o mesmo junto com Katniss. - Bom, precisamos ir.

– Voltem sempre.

– Pode deixar. - Madge falou e me olhou com tanta intensidade que teria ficado envergonhado se não estivesse querendo ao menos um olhar de Katniss.

Deixei que elas saíssem. Deixei Katniss ir embora. Acho que precisamos de um tempo. Ela nem ao menos conseguiu olhar pra mim, acho que isso é um sinal e tanto, dizendo que ainda não era o momento pra ter essa conversa. Talvez eu devesse deixar esse episódio esfriar na memória, esquecer a nostalgia que senti ao provar o gosto de seus lábios como se eu tivesse feito isso a vida inteira e tivesse sentido falta. Mas eu sei que isso foi meu cérebro me pregando peças, porque nunca a beijei. Sempre fomos amigos e eu nunca pensei em Kat desse jeito. Aquilo foi só um equívoco, feito no calor do momento. Ela estava tão perto naquela hora, seus olhos estavam nos meus e o jeito que ela olhou pra mim como se estivesse implorando silenciosamente por uma ação da minha parte, foi impossível resistir. A chuva que batia nas minhas costas e o beco escuro foram testemunhas do meu impasse, do breve momento de hesitação que tive.

Mas seus olhos estavam tão cinzentos...

Tocar minha boca na dela foi como ser anestesiado, a dor de cabeça indo embora e a sensação de leveza foi o que me alertaram pra o que eu estava fazendo. Mas não consegui me impedir, eu estava fazendo e não queria parar.

No entanto, eu preciso deixar isso de lado, não posso me prender apenas nas sensações que ela me causa. Tenho que pensar em nossa amizade. Por que é isso que somos: amigos.

Eu sei qual a cor predileta dela, sei que no nono ano ela brigou com uma garota qualquer na parte de trás da escola só pra defender Annie, sei que aos 16 ela bebeu mais do que devia na festa de aniversário de Johanna e pulou na piscina apenas de roupas íntimas, sei que odeia segundas-feiras e que a noite quando ela se sente sozinha gosta de ligar pra mim pra saber que pelo menos alguém nesse mundo entende suas manias. Eu não posso jogar isso fora, esses anos de convivência juntos compartilhando segredos e vivendo aventuras. Não posso confudir as coisas a essa altura da vida.

Observo através do vidro das paredes espelhadas da entrada, a morena entrar no carro de Madge. Katniss olha brevemente pra mim e nesses instantes nossos olhares se encontram e pedem a mesma coisa que os meus.

Desculpa.


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Notas finais do capítulo

Bom, gente eh isso: esse capitulo fecha os pov's de Peeta e Katniss por enquanto. No proximo capitulo vou começar a me focar em outros personagens, se preparem que quem chega pra abalar eh Finnick e Johanna.
Bjs e comentem!



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