Skeletons In The Closet escrita por OmegaKim


Capítulo 19
DEZENOVE: A fase quatro.


Notas iniciais do capítulo

Esse foi um capitulo divertido de escrever...
Quero agradecer os comentários do cap passado, e dizer que eu esperava mais do que os que recebi. Mas obrigada mesmo assim.
Bom, boa leitura! Pov´s alternados entre Annie e Katniss.



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Capítulo DEZENOVE: A fase quatro.

Katniss

– Humm... – resmungo. – Não acha que está muito imoral?

Olho pra Annie através do espelho, ainda que eu esteja observando meu reflexo no mesmo. O vestido é elegante de um tom de laranja bem clarinho cheio de pedrinhas colocadas ao longo dele o que dá a impressão de que estou em volta de luz laranja do pôr do sol, ele desce reto até a altura dos meus tornozelos e tem um decote em V não muito cavado, mas mesmo assim me sinto um pouco desconfortável não faz muito meu estilo usar vestidos de alcinha com decote.

– Que nada! – Annie se levanta da beira da cama com uma certa dificuldade, por causa da sua barriga. – Você está linda. – ela diz ao meu lado, me viro pra ela. Annie segura meu cabelo que ainda está solto displicentemente sobre meus ombros. – Hum... Acho que um coque ia cair bem, que tal?

Dou de ombros. A ruiva começa a fazer o meu penteado, enquanto ela escova meu cabelo eu penso em como não quero ir na Premiação. Portia já está indo, uma de nós já vai estar lá pra representar a empresa, eu realmente não preciso ir. Mas esse argumento não tem vez com Annie. A ruiva tem sido implacável com isso, eu vou e pronto. E também Annie me olhou com aquela carinha de carente, os olhos verdes grandes e brilhantes... Não pude resistir, ainda mais depois que ela me confessou que precisava se distrair antes que ela caísse em depressão outra vez por causa de Finnick e como isso não ia fazer bem pro pequeno James, é isso aí. É um menino o bebê que Annie está esperando. Meu afilhado, James.

– Você está perfeita, Katniss. – ela diz me tirando dos meus devaneios.

Olho meu reflexo no espelho e a mulher refletida lá não parece nenhum pouco comigo ao mesmo tempo que sou eu, se é que isso faz algum sentido. Annie trançou meu cabelo e prendeu em um coque, existem alguns fios soltos que emolduram meu rosto e enfeitando o penteado há pequenas coisinhas brilhantes, pedrinhas brilhantes, enfiadas entre os fios do meu cabelo escuro. O brinco simples em minhas orelhas, a pouca maquiagem no meu rosto me deixa natural e o batom vermelho em meus lábios destaca meu rosto. Eu estou linda, como uma princesa dos filmes antigos que eu gosto tanto. No entanto, o que estraga esse visual todo são meus olhos, sem brilho algum sem nenhuma centelha de felicidade, sem nada. Apenas um tom de cinza.

– Ah, falta apenas uma coisa. – Annie sai do meu lado e vai até minha penteadeira, mexe na minha caixinha de joias por um tempo até que acha um colar. – O toque final. – ela passa a corrente fina em volta do meu pescoço, eu seguro entre os dedos o pingente que é uma meia lua de prata.

– Estou perfeita. – falo num sussurro alto o suficiente pra que Annie escute e me responda com um sorriso.

– Isso mesmo. Agora saia daí, é minha vez de usar o espelho. – ela me empurra delicadamente pra longe do espelho, eu rio e me sento na beira da cama depois de pegar meus saltos, calço-os sentada na beira da cama enquanto vejo pelo canto de olho Annie se maquiar com maestria.

A ruiva sempre foi mais vaidosa que eu, sempre soube o que usar, qual maquiagem combina com qual roupa, sapato certo e essas coisas chatas que sempre me dão dor de cabeça. Enfim, ela termina de se arrumar, coisa que nem demora muito pois o que faltava pra Annie era só a maquiagem. Seu vestido azul-escuro combina com seus olhos, o cabelo solto e com as pontas onduladas lhe dá um ar angelical.

– Vamos. – ela diz e pega sua bolsinha de mão. Eu pego a minha e juntas saímos do meu apartamento.

Eu ligo pra Johanna e em menos de vinte minutos ela está parada na frente do meu prédio. Entramos no carro dela, e nós três vamos rumo ao Plaza Hotel onde vai acontecer a premiação. Assim que paramos lá, um manobrista com uniforme vermelho pega a chave de Joh e leva o carro pro estacionamento. A entrada do hotel está cheia de jornalistas, a fachada toda iluminada pro evento. Quando estamos passando pela entrada várias fotos são tiradas, por um momento os flashes das câmeras me cegam. Assim que estamos dentro me ocorre perguntar por Finnick, já que ela não estava conosco no carro.

– Finnick não vem? – eu pergunto a Johanna.

– Ah, ele vem sim. Daqui a pouco ele aparece por aqui. – a morena responde.

Continuamos andando em direção ao saguão, onde é a festa. E quando chegamos lá meus olhos são subitamente cheios com uma beleza extraordinária. O saguão inteiro é decorado no estilo francês renascentista e isso só me faz crer que estou no meio dos meus filmes antigos prediletos.

– Não vai babar, Kat. – Annie comenta divertida com minha expressão.

Eu fecho a boca meio envergonhada com minha reação.

– Melhor nos sentarmos. – Johanna diz e acena pra Cinna e Portia numa das mesas, nos dirigimos pra lá.

O saguão foi todo decorado ao estilo renascentista, colunas adornam as extremidades do cômodo e existe mesas distribuídas por todo o saguão, cada uma reservada pra empresa indicada. Existe um palco com um microfone num tripé no centro do palco, mas o mesmo está vazio. Ando até a mesa onde Cinna e Portia estão com Annie e Joh, no meu encalço. Mas assim que puxo uma cadeira pra que eu possa me sentar, um homem se aproxima de mim. Ele tem o cabelo cor de areia, olhos castanhos e usa um terno elegante, e por algum motivo me parece vagamente familiar, apesar de eu ter certeza que nunca o vi mais gordo.

– Olá, senhorita Everdeen.

– Olá... – digo buscando na minha memória alguma coisa relacionada com esse cara. – Desculpa, nos conhecemos?

– Ah, que cabeça minha nem me apresentei. – ele diz com um sorriso e não posso evitar pensar que ele tem um sorriso lindo. – Samuel Snow, ao seu dispor.

– Snow? – pergunto, será que ele é O Samuel Snow? – Neto de Coriolanus Snow?

– Sim, sim. – ele diz ainda com um sorriso no rosto.

Isso explica por que o achei familiar, ele tem o mesmo sorriso gelado que seu avô.

– Sua empresa foi indicada também?

– Foi, acredita? – Samuel diz, sua voz cheia de incredulidade. – Estou concorrendo na categoria empresário do ano.

– Ah, eu estou na de empreendimento do ano.

– Mesmo? – ele arquea uma sobrancelha. – Juro que vi seu nome na mesma categoria que a minha.

– Certamente, não Sr. Snow. – falo.

– Pode ser que eu tenha me enganado, mas de qualquer forma quero lhe desejar boa sorte. – eu sorrio em resposta, então ele pega minha mão e como despedida, beija a costa da minha mão. Seus lábios estão gelados quando tocam minha pele, enviando um arrepio pela minha espinha.

– Obrigada. – falo surpresa por seu gesto, os homens não fazem mais isso hoje em dia. – Boa sorte pro Senhor também.

– Não, não. Me chame de você.

– Boa sorte pra você – digo.

– Assim é melhor. Bom, preciso ir agora. Nos vemos por aí?

Eu assinto meio entorpecida. Samuel sorri de lado e se vai, seu corpo se afasta de mim. Me apresso em sentar na cadeira que puxei antes que meus joelhos sedam e me façam cair.

– Aê, Kat. Arrasando corações. – Cinna comenta com um sorriso. – Não sabia que conhecia Samuel Snow.

– Eu não conheço. – falo.

– Mas ele certamente te conhece. – Portia diz com um sorriso malicioso no rosto e os olhos escuros brilhando de satisfação.

Movo minha cabeça e olho em direção a Samuel Snow, que está sentado há três mesas de nós. Ele como que sentindo meu olhar, vira seu rosto na minha direção e me oferece um sorriso. Sorrio de volta meio sem graça.

– KatCat! - alguém diz, tiro meus olhos de Samuel pra encontrar Finnick sorrindo. Ele puxa uma cadeira e senta ao lado de Johanna, não sem antes de dá-lhe um beijo na bochecha. – Você está uma gatona nesse vestido.

– Obrigada, eu acho. – murmuro.

Finnick beija Johanna brevemente na boca, eu desvio o olhar assim como Annie. Mas então é quando uma movimentação no lado esquerdo me chama a atenção. Observo embasbacada a cadeira ao lado de Annie ser puxada e Peeta se sentar. Mas o que o que ele está fazendo aqui?

~~

Annie

Uma música começa a tocar. Levanto meu olhar da mesa pra apreciar os músicos tocarem seus instrumentos. Eu simplesmente gosto muito de música clássica, principalmente as tocadas em violinos e pianos apesar de eu não ter nenhuma aptidão pra isso.

– Gosta de música clássica também, senhorita Cresta? – pergunta uma voz, mas pelo tom empregado eu não preciso em olhar pra saber de quem se trata.

– Isso te surpreende? – solto ainda sem me virar pra encontrar seus olhos.

– Muito. Devo dizer, que a senhorita é uma caixinha de surpresas. – fala e senta no lugar vazio ao meu lado, onde Peeta estava há alguns minutos.

Finnick levou o loiro pra uma voltinha antes que ele secasse diante do olhar de Katniss.

– Olá, Sêneca. – Cinna cumprimenta-o. Sêneca apenas balança a cabeça em saudação pra ele e depois volta sua atenção pra mim.

– Oi, Sêneca. – Johanna se faz notar.

O moreno se vira com uma expressão de espanto no rosto. E encontra Johanna sentada na cadeira do seu lado direito.

– Johanna Mason?! – ele solta com a voz entre o espanto e a alegria ao passo que eu resmungo:

– Não diga que você dormiu com ela também.

– Disse alguma coisa? – Sêneca pergunta se virando pra mim.

Eu balanço a cabeça em negação, então ele volta sua atenção pra Johanna ao passo que vejo Cinna sorrir divertido.

– O que você faz aqui? – o moreno pergunta.

– Eu estou acompanhando uma amiga. – ela responde, enquanto eu enterro meu rosto entre minhas mãos.

Eu mereço.

– Mamãe perguntou de você.

– Ah, claro que ela perguntou. Titia me ama! – ela ri.

– Tia? – pergunto me intrometendo na conversa. – Vocês são parentes?

Sêneca vira pra mim sorrindo.

– Somos primos. – eles dizem juntos e começam a rir por causa disso.

Solto o ar que nem sabia que estava segurando.

Então vocês não dormiram juntos. – falo aliviada.

– Eca! Não! – eles se olham e voltam a rir.

– Johanna é minha prima por parte da mãe dela.

– Somos primos de segundo grau. – ela diz.

Peraí! Isso quer dizer que tô afim do primo da Johanna? Esse mundo é muito louco mesmo.

~~

Katniss

– Nervosa?

Tiro meu olhar do palco pra encontrar Samuel Snow.

– Um pouco. – admito. Ele puxa uma cadeira e se senta ao meu lado.

A mesa está parcialmente vazia. Cinna foi cumprimentar alguns amigos na mesa ao lado enquanto Johanna e Finnick foram pra algum lugar e Annie foi passear de braços dados com Sêneca Crane, o primo de Johanna – como vim saber há alguns minutos. Apenas Peeta e Portia se encontram na mesa. E como é de se esperar eu tenho ignorado com todas as minhas forças a existência do loiro e dado algum papo pra Portia.

– Não fique. – o homem diz. – Você é uma profissional maravilhosa, vai dá tudo certo.

Vejo pelo canto de olho Peeta lançar a ele um olhar raivoso e tomar o champanhe da sua taça com certa brutalidade. Mas resolvo não me perguntar o que há de errado com ele.

– Se você diz. – falo apenas sem querer dá muito assunto pra ele, pois o olhar que ele me dá já está me deixando envergonhada.

Samuel Snow está me despindo com seus olhos cor de âmbar.

Pego minha taça de champanhe e dou um gole, sinto o liquido descer gelado por minha garganta.

– Se você me permite dizer, Katniss. Posso te chamar assim, não? – ele sorri e eu assinto. – Você está linda nesse vestido.

– Ah, obrigada. – sinto as maçãs do meu rosto esquentarem, pois ele diz isso tocando minha mão sobre a mesa e olhando bem nos meus olhos.

Sou salva de continuar esse papo quando Johanna chega ao meu lado, ofegante ela diz:

– Katniss, rápido! Annie está passando mal.

– Ai, meu Deus! – eu me exaspero e me levanto num rompante.

– Onde ela está? – esse é Peeta visivelmente alarmado.

– Eu à levei lá pra cima. Venham comigo. – Johanna pega na minha mão e me puxa.

A morena meio corre meio anda apressada, me puxando pelo pulso até o local onde Annie está e eu só consigo pensar se o bebê está bem.

– Você já chamou uma ambulância? – Peeta indaga o que eu tinha me preparado pra perguntar.

– Claro. – Johanna diz, mas não olha pra nós em nenhum momento.

Subimos a escada do Plaza Hotel e deixamos Johanna nos levar pra onde quer que esteja Annie. Depois de um tempo no elevador e depois correndo apressados por um corredor cheios de quarto, Johanna para na frente de um quarto, ela abre a porta e sem esperar que ela diga qualquer coisa, eu entro com Peeta no meu encalço. Mas tem alguma coisa errada, estou me preparando pra perguntar a ela se entramos no quarto errado quando tenho um último vislumbre da morena sorrindo maliciosa antes que ela feche a porta e passe a chave na fechadura.

– EU VOLTO DEPOIS DE UMA HORA! – ela ainda grita, mas eu estou perplexa demais pra dizer qualquer coisa.

Ainda corro pra porta e bato freneticamente, chamando seu nome. E em algum momento escuto a voz de Johanna, abafada, dizendo pra alguém:

Fase quatro completa.


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Notas finais do capítulo

Taí, o plano maluco de Johanna era trancar os dois em um quarto por uma hora, SOZINHOS! rsrsrs...
O q será q vai acontecer lá dentro? Deem seus palpites e nos vemos no próximo cap.
bjs e comentem!!!



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