Skeletons In The Closet escrita por OmegaKim


Capítulo 1
UM: O baile de reencontro.


Notas iniciais do capítulo

Não é minha primeira fic, mas é a primeira como tag dos jogos vorazes.Tive essa ideia ocasionalmente... e resolvi vim aqui dividir com vocês.



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Capítulo Um: O baile de reencontro.

Katniss

Estou atrasada.

Olho-me no espelho uma última vez para conferir o batom. Aliso o vestido azul que comprei especialmente para esse baile. Verifico meu penteado - um coque com alguns fios soltos. Pareço elegante e bem sucedida. Está perfeito.

Ouço o buzinar do carro de Peeta. Olho o relógio na parede, um pouco acima do espelho. Bufo. Atrasada.

Vou até a janela do meu apartamento. Abro-a e grito:

– Já estou descendo!

Vejo a cabeça loira de Peeta sair pela janela do carro. Ele fala alguma coisa que eu não ouço. Entro, fecho a janela. Corro até a cozinha e bebo um copo de água, porque estou nervosa com esse baile.

Volto pra sala pego minha bolsinha de mão, abro-a e confiro o convite: Baile de reencontro da turma de formandos de 2005. Leio no convite que recebi no começo da semana. Suspiro, guardo o mesmo na minha bolsinha e saio do meu apartamento.

Quando Peeta me ver saindo do prédio começa a apitar, como um maluco. Eu faço sinais para ele parar antes que os meus vizinhos comecem a reclamar. Mas ele não para até que eu entre no carro e me sente ao seu lado.

– Idiota. - xingo, mas estou rindo então ele não leva a sério.

Ele sorrir, liga o carro e dá a partida.

Não falamos nada durante o caminho. Mas Peeta me lança olhares desconfiados. Ele deve saber pela maneira que estou emburrada que demorei de propósito, pois não quero ir nesse baile e encontrar todas aquelas pessoas que tornaram o meu último ano escolar um inferno, e principalmente, não quero encontrar aquele que fez... Não consigo nem pensar nisso.

Peeta segura minha mão esquerda, aperta meus dedos carinhosamente. Eu olho-o e lhe lanço um sorrisinho de lado. Ele sabe, penso. Ele entende. E é por isso que ele é meu melhor amigo.

– Vai dar certo. - o loiro começa a dizer. - Aposto que aquelas garotas do ensino médio viraram umas barangas...

Suspiro.

– Vamos voltar. - falo, interompendo qualquer que seja o discurso que ele iria começar.

– Katniss...

– Vamos voltar, Peeta. - peço. - Não quero ver aquelas pessoas. Não quero reencontrar ninguém.

– Eu também não quero. - Peeta desabafa. - Eles foram horríveis conosco, mas eu não posso me esconder.

Eu posso.

Posso me esconder pra sempre. Eu já estava escondida, mas esse maldito passado me achou. E agora...

– Estou com medo. - declaro baixinho como um segredo.

– Eu sei. - fala cansado. - É por isso que você tem que ir lá. Tem que mostrar pra eles que você superou, que eles não podem te atingir mais. - Então ele me olha, os olhos azuis brilhantes. - Você não quer encontrar a Madge e a Annie?

É aí que ele me quebra.

Já faz tanto tempo que não vejo ou falo com as garotas. Madge foi para a Europa cursa uma faculdade de Design um ano após terminar o ensino médio. E Annie, minha doce Annie. Ela foi para a Amazônia por em prática seu projeto social que auxilia crianças carentes.

Suspiro, porque nada vai me impedir de reencontrar minhas amigas.

– Tudo bem.

Peeta sempre tão bom com palavras, sempre conseguindo convencer as pessoas de uma coisa ou outra. Afinal, ele sempre tem razão, não é? Não é atoa que ele foi o orador da nossa turma naquele ano. O loiro está com um sorriso grande demais pro meu gosto, por isso dou-lhe um tapa de leve no ombro. Mas estou rindo também, então tudo bem.

Eu me mexo no banco do carona. Estico minha mão até o rádio do carro, ligo. Sintonizo numa rádio qualquer. Uma música começa a tocar.

Não percebo que conheço a música até perceber que estou cantando. Arriscando notas desafinadas. Peeta está rindo, mas também começa cantar. Estamos berrando a letra da mesma como se não houvesse amanhã e como se não existisse nada além de nós. O desconforto que esse baile me causa sendo levado pela melodia.

"Where you think you' re going, baby?

Hey,

I just met you,

And this is crazy,

But here's my number,

So call me, maybe?

It's hard to look right,

At you baaaabeh,

But here's my number,

So call me, maybe?"

Quando paramos no sinal uma moça que parou o carro do nosso lado, ela pede para pararmos enquanto faz uma expressão de desagrado. Nos limitamos a rir e aumentar o som.

"Before you came into my life

I missed you so bad

I missed you so bad

I missed you so, so bad

Before you came into my life

I missed you so bad

And you should know that

I missed you so, so bad

It's hard to look right,

At you baaaabeh,

But here's my number,

So call me, maybe?"

~~

A quadra da escola está toda iluminada e consigo escutar música que vem de lá. Agitada, uma batida eletrônica.

Peeta sai do carro, eu respiro fundo e quando coloco minha mão na porta para abri-la, Peeta abre-a pra mim.

Sempre tão cavalheiro.

Ele me ajuda a sair e antes que possamos seguir para dentro da quadra, o loiro me para.

– Comprei isso...- ele tira um pequeno quadrado do bolso do seu palitó e me entrega. Ah, Peeta. - Sei que você não queria, mas é um baile.

E sorri, os dentes perfeitamente alinhados por causa dos anos de aparelho.

Observo a pequena flor alinhada na caixinha transparente. Um lírio. Mas então eu me lembro.

– É a mesma que eu...

– Sim, sim. Foi difícil pra caramba achar... - e antes que ele comece outra vez um discurso, abraço-o.

Ele lembrou. É o mesmo corsage que usei no primeiro baile - aonde como nesse - eu vim com ele. Peeta coloca o corsage no meu pulso e então entramos.

Fizeram uma decoração legal. Me sinto outra vez na formatura do ensino médio, se não fosse pelas pessoas à minha volta serem um pouco mais velhas eu diria que viajei no tempo.

Peeta acha uma mesa para sentarmos enquanto não vemos ninguém conhecido, mas antes que possamos chegar lá escuto meu nome sendo gritado por sobre a música eletrônica alta. E antes que eu possa identificar quem é o dono da voz, sou atacada em um abraço apertado.

– Meu Deus! Olha pra você! - sou segurada pelos ombros enquanto a pessoa me avalia. - Quando ficou tão bonita? Onde está seu aparelho e aquele vestido horrível?

Foco meu olhar na pessoa. Ela é ruiva, baixinha e está com um sorriso tão grande que desconfio se suas bochechas não estão doendo.

– Annie! - e puxo-a para uma abraço. Sua risada soa alta no pé do meu ouvido. - Meu Deus!

Agora sou eu quem está avaliando ela, segurando seus ombros.

– O que aconteceu com sua espinhas e aquele óculos horrível? - digo no mesmo tom e eu não duvido que estou com o mesmo sorriso de orelha a orelha.

– Ahh! - ouço um grito.

Eu e Annie nos viramos e vemos Madge correndo até nos.

– Ahh! - gritamos juntas.

E nos minutos que se seguem é uma confusão de braços e abraços e gritos, e risadas.

– Ai meu Deus! - Madge diz. - Você ta grávida!

É então que eu reparo. Annie está grávida. Uma barriga de uns cinco meses, acho, desponta sob o seu vestido rosa leve.

– Eu tinha esquecido o quanto vocês gritavam. - Peeta se faz presente.

Tinha até esquecido dele.

– Ahh! - as duas gritam. - Peeta!

E vão abraça-lo e beijar sua bochecha, deixando marcas de batom no mesmo.

– Quando você ficou tão gato? - solta Annie.

Vejo Peeta ficar constrangido ao mesmo tempo que admiro o fato de Annie continuar a mesma: alegre, ruiva e extrovertida.

O loiro não gosta que falem da sua aparência, pois ele passou tanto tempo sendo o garoto nerd que agora com a sua beleza adquirida, ele ainda se sente desconfortável em ser apontado como bonito ou quando alguma garota dá em cima dele.

– Oi amor. - um homem enlaça a cintura de Annie tirando Peeta do seu constrangimento.

Olho pra Madge pra saber se ela está vendo o mesmo que eu. Olho pra Peeta mas sua expressão parece neutra, nenhum pigo de surpresa estampado ali. Annie vira de frente para o homem e beija seus lábios bem de leve. Fala sério.

– Finnick? - solto sem querer acreditar.

– Ah. Oi Katniss. - ele me comprimenta com educação balançando a cabeça em saudação.

Fecho minha mão em punho e desvio meu olhar pra Annie perguntando silenciosamente: Você e ele? Ela me olha como que se desculpando.

– Oi Finnick. - Madge comprimenta sorrindo, estendendo a mão que ele logo aperta. - Não sabia que você e a Annie estavam juntos.

– Ah já tem um tempo isso. - Finnick responde.

– E estamos noivos! - declara feliz a ruiva mostrando o anel de noivado pra nós três.

Isso só faz a raiva ficar mais evidente.

– Vou pegar uma bebida. - digo dura e me afasto.

A mesa de ponche fica do outro lado da quadra percebo. Que bom! Quanto mais longe dessa traição, melhor.

Já estou pondo o líquido no copo quando Peeta aparece ao meu lado.

– Ela ficou chateada.

– Você sabia. - constato pois ele não parece nenhum pouco supreso em ver Annie e Finnick juntos.

– Katniss...

– Não, Peeta! - me viro de frente pra ele, deposito o copo de na mesa. - Você sabia e não me contou.

O loiro suspira.

– Eu sabia sim. - confessa. - E não te contei porque você mesma disse que não queria saber de nada relacionado a eles.

– Desde de quando? - me viro outra vez para a tigela de ponche.

– Ano passado. Ela ligou. Queria falar com você, mas você não estava em casa. - ele passa os dedos por entre os fios loiros, desarrumando-os. - Bom, ela acabou falando pra mim.

Encaro o líquido escarlate. Deve ser sabor morango, penso.

– Kat, já faz tanto tempo... - Peeta diz depois que eu fico tempo demais calada.

– E pelo visto você esqueceu o que ele fez, não é? - estou com raiva.

– Não foi só o Finnick, Kat.

– Não. Claro que não. Mas ele estava lá e ajudou. E agora a Annie vai lá e fica noiva dele?! Ela sabe o que ele fez. - a raiva começa a se acumular em forma de lágrimas nos cantos dos meus olhos. Pisco furiosamente.

Minha tendência de chorar quando estou com raiva se sobressaindo ao meu autocontrole. Me afasto dele.

– Katniss! - ele chama.

Mas já estou longe demais pra voltar.


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Notas finais do capítulo

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