Just a Dream escrita por ColorwoodGirl, WaalPomps


Capítulo 4
Capítulo 3




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/616465/chapter/4

Não havia muitas pessoas de quem se despedir em Little Whinging, mas com certeza o Sr. Olivaras era uma delas. A caminho do hotel onde os homens estavam, Harry pediu para pararem na loja, na qual havia um puxadinho em que Olivaras vivia.

O velho senhor ficou muito feliz por Harry, especialmente depois de ter visto e ouvido algumas das barbáries as quais o rapaz fora submetido ao longo dos anos. Ele só se entristeceu por ter que se despedir do rapaz, que havia se tornado sua única companhia constante e fiel ajudante, não apenas na loja, mas também em alguns aspectos da vida pessoal.

“Acho que isso é o sinal que preciso para fechar a loja, ou vendê-la.” Admitiu o homem com um sorriso triste, e isso apertou o coração de Harry.

“Por favor, Olivaras, nos permita ajudá-lo. Podemos ver o quão bom com Harry você foi, e se alguém merece algo pelo que fez por esse garoto esses anos todos, é você.” Pediu Sirius com um sorriso caloroso.

“Não foi nada demais. Harry me fez tão bem quanto eu fiz a ele.”

“Você tem algumas economias, certo? Que podem te prover uma vida confortável? Então venda a loja para o Burkes, ele está atrás dela há anos e pagará um preço alto. E então, vá para a Florida como sempre quis. Terá uma casa lhe esperando lá. Sirius e Remo providenciarão isso, não?” Sugeriu o rapaz, ansioso.

“Claro, Harry, assim que chegarmos ao hotel.” Concordou Remo. “Da maneira e tamanho que o Sr. Olivaras quiser.”

“Não posso aceitar rapaz.” Protestou um emocionado Olivaras e Harry sorriu.

“Não só pode, como deve. Se não ficarei ofendido.”

“Nesse caso, não tenho mais o que dizer. Sou-lhe muito grato, Harry.”

“E eu a você, Sr. Olivaras.” Concluiu Harry. “Espero que me escreva.”

Se despediram emocionadamente e Remo prometeu que um dos advogados da empresa ligaria pela manhã para finalizar os acertos, especialmente em relação a uma venda segura da loja. Já no hotel, Harry foi levado a um quarto só dele, talvez o maior que ele já vira na vida. O banheiro era também enorme e o melhor: era tudo só para ele.

“Gostou dos seus aposentos?” Sirius perguntou enquanto os três jantavam no restaurante do hotel. Harry apenas assentiu, mais distraído em deliciar aquele banquete, o maior de sua vida.

“E pelo visto, da comida também.” Remo riu e Sirius o acompanhou, enquanto viam Harry comer. “Acho que esse silêncio quer dizer que você não tem perguntas?”

“Na verdade, tenho várias. Mas para começar, enquanto eu ainda estou comendo... Que tal me falarem mais sobre vocês?”

“Não há muito o que dizer... Eu me casei, pouco antes de seus pais morrerem. Na verdade, quando aconteceu, eu estava no Caribe, em lua de mel. Já lhe falei dela, Lene. Marlene na verdade. Marlene McKinnon Black. Nós temos três filhos: Dimitri, Alexa e Edward.”

“Eu sou casado com Ninfadora, prima de Sirius. Porém, ela é bem mais nova que eu. Temos um casal, Samantha e Roger, e ela está grávida novamente.”

“Ninfadora é um nome estranho.” Harry se sentiu culpado pelo comentário espontâneo.

“Oh, é mesmo. Portanto, sempre a chame de Tonks, que é o sobrenome de solteira. Ninfadora são só para nossas brigas.” O olhar de Lupin indicava que havia algo mais, que Harry não iria querer saber.

“E como vocês conheceram meu pai?” Perguntou Harry e os dois amigos se entreolharam com sorrisos tristes.

“É uma longa e bela história Harry, porém nenhum de nós ainda se sente pronto para falar sobre seus pais.” Disse Sirius, mexendo a comida no prato. “Quando eles morreram, Tom, um tio-avô de seu pai, não permitiu um enterro, ou ainda que víssemos seus corpos. Ele mandou cremar os dois e não nos deu a chance de nos despedirmos. E os últimos anos... Bom, basta dizer que a morte dele foi uma benção. Apesar do filho ser um mala, nos livrou de muita dor de cabeça, porque o homem jurava de pé junto que nós dois, assim como Peter, tínhamos ligação com o que acontecera.”

“Eu tenho outros parentes?”

“Mais ou menos. É uma longa história, se você quiser ouvir.”

O rapaz assentiu e Sirius deu um gole em sua taça de vinho, antes de pigarrear e começar.

“Tudo começa com os irmãos Peverell: Antioch, Cadmus e Ignotus. Eles viviam aqui, nos Estados Unidos, quando perderam o pai, um rico comerciante. Para Antioch, deixou uma empresa de madeira, porém ele perdeu todo o dinheiro nos jogos e faliu a empresa, sendo assassinado logo após em um bar. Cadmus herdou a companhia de mineração. Porém, se envolveu com uma prostituta e com ela, gastou até seu último centavo, tentando mantê-la junto dele para sempre. Pouco depois, ela deu à luz um filho e foi-se no mundo, deixando Cadmus falido. E tinha Ignotus, ainda um rapaz jovem, que herdou a empresa de tecelagem e, com uma cabeça surpreendentemente madura, fê-la manter-se e prosperar, além de ter comprada a dos irmãos e as reerguido. Quando a mulher deixou Cadmus e ele se viu falido, matou-se, deixando o filho aos cuidados do irmão.”

“E esse é seu tatara-tataravô Harry, Ignotus Peverell.” Prosseguiu Lupin. “Quando o filho de Cadmus já era jovem, Ignotus afinal se casou, tendo seu próprio filho e herdeiro, Anton. Quando Ignotus se foi, quem assumiu as empresas foi Anton, apesar de sempre ter tratado bem e dado cargos importante a Louis, o filho de Cadmus. Assim como Ignotus, Anton era um visionário e assim também era Michael, seu bisavô. Ele foi para a Inglaterra bem jovem e lá, com muito suor, fez o nome dos Peverell crescer, comprando e reerguendo diversas empresas, indústrias e companhias falidas.”

“Quando Anton morreu, Michael estava casado e com um filho a caminho, não havia como voltar. Então Marvolo, filho de Louis, assumiu o comando por aqui. Mas assim como o avô, não tinha muito pulso para os negócios e mal senso para o amor. Quando faliu as empresas daqui, foi levado por Michael para a Inglaterra, com os dois filhos. A filha, Merope, foi a responsável por termos convivido com o maldito do Tom. Eles tiveram um filho, Tom Marvolo Riddle, tão chato quanto o pai, mas pelo menos sabe seu lugar. O pai era um grandíssimo arrogante, um viciado em status, preso ao fato de, gerações atrás, sua família ter sido da nobreza inglesa.” Conforme ia narrando, Sirius ficava mais irritado.

“A filha de Michael foi a responsável pela entrada dos Potter nessa história, tendo sido seu avô o primeiro Potter a comandar a empresa, já que seu bisavô não demonstrou interesse. Porém, ele o fez por pouco tempo, já que faleceu muito cedo. Foi nessa época que seu bisavô e Dumbledore se aproximaram, para juntos protegerem seu pai.” Completou Remo.

“E a família de minha mãe?”

“Eram americanos. O pai foi contratado quando Lily tinha seis anos e toda a família se mudou para lá. Seus avós eram ótimas pessoas e sua mãe, logo de cara, virou a queridinha de sua avó Potter, apesar de não se dar com James. Petúnia, pelo contrário, sempre se manteve distante.”

“Então, quando chegou à idade de mandar James para um bom colégio, os Potter mandaram Lily também, mesmo os Evans dizendo que não podiam aceitar isso. Tenho pra mim que sua avó queria aproximar os dois.” Confessou Remo aos risos.

“O Sr. Evans morreu de câncer quando Lily tinha 16, e a sra. Evans de ataque cardíaco dois anos depois. Um ano mais tarde, os Potter faleceram, mas desde a morte do seu avô, Lily e James haviam deixado as diferenças de lado e namoravam. Petúnia voltou para os Estados Unidos assim que completou 18 anos, para morar com uma tia. Conheceu Valter logo depois e se casou em segredo, porque como você percebeu, seu tio é um babaca.” Sirius finalizou com desdém, e Harry gostava cada vez mais do jeito do padrinho.

“Eu ainda tenho muitas perguntas, mas também tenho muito que pensar.”

“E tem que descansar. A viagem é longa.” Concordou Sirius, enquanto todos se levantavam.

“Claro. Er... Boa noite, Sirius. Remo.”

“Boa noite, Harry.” O padrinho o abraçou apertado, talvez o primeiro abraço que Harry se lembrava de receber. “Oh, e amanhã é seu aniversário, certo? Se tudo der certo, chegamos a Londres em tempo de comemorarmos.”

“Eu adoraria.” Concordou o rapaz com um sorriso. O homem voltou a se sentar com o amigo e ele caminhou para seu quarto, deitando-se na cama. Olhou para o criado mudo e viu o envelope que Sirius estivera segurando mais cedo, ao falar com ele na casa dos Dursley. Abriu e sentiu os olhos cheios de lágrimas.

Ali, cuidadosamente colocadas, haviam várias fotografias de Lilian e James Potter, ou pelo menos, era o que dizia o verso. Viu que, assim como Remo dissera, era extremamente parecido com James, mas algo se diferenciava: seus olhos eram de um verde tão vibrante quanto o de Lilian. Novamente, essa informação lhe era familiar de seu sonho e decidiu que não se espantaria mais cada vez que algo se assemelhasse ao sonho. Mas se tinha algo que queria, era encontrar aquela ruiva. Riu ao ver que isso era estranho, levando em conta que a mãe era ruiva.

Acomodou a foto encostada no abajur e, pela primeira vez em anos, dormiu velado pelos pais.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Desculpem a demora. Monografia acabou, finalmente voltarei a ter tempo.
Estão gostando?
Muito obrigada à Pudim de Menta pela linda recomendação *.*
See you ;*
www.facebook.com/fanficswaalpomps