I'll Stay For You escrita por Baunilha0106


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Ei! Estou de volta com mais um capítulo! Aproveitem!
P.s: Vocês verão coisas estranhas nesse capítulo, só avisando.



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"All madness,

comes with a price" — Crazy, S.D.B.

Enquanto Jeff e eu andávamos pela floresta, discutíamos sobre as nossas habilidades em matar. Bem, eu ainda não havia contado a ele que eu não tinha matado alguém e que tudo o que eu sabia sobre o assunto era porque eu jogava muito vídeo-game e via muitos filmes que envolviam luta, assassinato e, é claro, morte.

—Então, já que você sabe atacar, tente fazer comigo. —Pediu ele, parando e me entregando a sua faca.

Entrei em pânico por dentro. Eu não queria ferir alguém, ainda mais Jeff, já que ele era o único, além de Slender, que eu podia chamar de amigo sem mesmo conhecer direito. Mas ele sabia se curar, não é? Então não tinha problema algum em feri-lo, agora eu tinha que saber como eu vou fazer um corte nele.

—Jeff, eu não sei se eu deveria...

—Ah, qual é, Preciosa! Vamos, me machuque.

Fiquei parada olhando para a faca que Jeff queria que eu pegasse. Eu não tinha coragem de tocá-la. Pode parecer estranho, mas cada vez que eu a olhava, pensava que eu ia virar a Sra. The Killer. Isso me dava arrepios.

—Não acredito...

—O quê? —Perguntei, olhando para o chão.

—Você está com medo de me ferir. —Respondeu ele, se aproximando. —Agora eu pergunto; por quê?

Mordi o lábio, contendo um sorrisinho.

—Eu...eu não estou com medo de te ferir. —Falei, olhando para ele. —Na verdade, eu não sei lutar. Nunca matei ou feri ninguém. —Suspirei e me apoiei em Jeff. Parecia que eu ia desmaiar. —Não sou como você, Jeff. Infelizmente não sou. Se eu fosse, acho que teríamos nos encontrado há anos.

—Então, eu vou te ensinar algumas coisas. Você precisa aprender a se defender. —Ele me fez olhar bem para o seu rosto. Eu havia entrelaçado as minhas mãos atrás do pescoço de Jeff para não cair. E para o momento ser mais constrangedor ainda, ele segurava a minha cintura, o que também me ajudava a não cair. Resumindo, eu estava realmente precisando de Jeff para não desabar. —Fugindo um pouco do assunto, você é tão pequena.

—Foi um elogio? —Perguntei. A minha voz estava fraca, assim como a minha respiração.

—Acho que sim. —Respondeu ele. —Por que você está tão pálida, Preciosa? —Jeff acariciou o meu rosto. O seu toque me deu arrepios.

—Talvez seja só cansaço... —Falei, tentando me soltar de Jeff mas ele não estava facilitando a história. —Me solta, Jeff. —Ele não disse nada, apenas suspirou, guardou a faca, me pegou e começou a me carregar em seus braços. —Eu gosto de andar.

—Você mal consegue falar. —Disse ele, segurando o riso.

—Não ria de mim, não sou tão forte assim!

—Não, Preciosa. Você não é forte, mas é corajosa. Eu gosto disso.

—Se você continuar prestando atenção em minhas qualidades, vai acabar se apaixonando. —Jeff riu e me encostou em uma árvore. Ele parou na minha frente e tocou o meu ombro.

—Preciosa, me apaixonar por você está no final da lista das coisas que eu menos quero no momento. —Aquilo me fez dar um sorrisinho. Eu me sentia bem perto de Jeff, mesmo quase morrendo por causa da minha falta de ar. —Agora, fique aqui. Vou buscar alguma coisa para você comer. Essa sua palidez está te deixando bonita mas ao mesmo tempo estranha.

Dei um sorrisinho para ele. Jeff se levantou e saiu do meu campo de visão.

Encostei a minha cabeça no tronco da árvore e fechei os olhos. Alguns segundos depois, pude ouvir passos chegando perto de mim. Não me preocupei, já que se fosse alguma criatura, eu poderia fazer amizade. Acho que é um dom anormal... Depois de se tornar quase a melhor amiga do Jeff The Killer e abraçar o Slender, é difícil não pensar assim.

Abri o olhos para ver quem era. Me surpreendi quando vi uma garota me observando. Ela tinha cabelos escuros e a pele era branca, como se ela tivesse passado pó de arroz demais no corpo inteiro. Em seu rosto havia uma expressão de tristeza e curiosidade. Talvez ela tenha depressão como eu... Ela não tinha olhos, e se tinha, eram completamente pretos. Seu vestido branco estava manchado de sangue e rasgado e era como se o seu pescoço tivesse sido cortado, mas eu não conseguia ver se estava mesmo porque tinha um tipo de fita grossa preta ao redor.

Eu não sabia quem era ela e se sabia, não estava reconhecendo. Só sei que ela não era uma garota comum.

—O que você está fazendo aqui? —Perguntou ela. Sua voz era doce mas ao mesmo tempo assustadora. Não como a voz de crianças fantasmas, um pouco mais normal que isso.

—E-eu... —Comecei mas ela levantou a mão, me interrompendo.

—Não, não era essa a pergunta que eu devia fazer. —Disse ela de repente, em tom de dúvida. —Que lhe trouxe aqui? Espera...quem é você?

—Meu nome é Claire. Jeff The Killer me deixou aqui. —Respondi. Tenho um leve pressentimento de que essa garota vai me matar. E o pior é que eu não me lembro quem ela é...

—Aquele idiota! Ele sabe que essa parte da floresta é minha! —Gritou ela para o céu. Ela olhou para mim e deu um sorrisinho. —Você não é um monstro, então por que está andando com um?

Aquela pergunta fez o meu coração acelerar. Não sei se era de adrenalina ou nervoso por causa do sorriso da garota.

—Porque eu descobri que os monstros não são tão diferentes dos humanos. Quer dizer, eu ao menos não sou tão diferente deles. —Falei. Antes que ela pudesse dizer algo, resolvi perguntar: —Quem é você?

O sorriso no rosto da menina se esticou mais ainda.

—Prazer, Sádica.

É claro! Agora eu me lembrei quem ela era. Sádica era, possivelmente, o monstro mais sádico de todos. Pelo que eu me lembre da história dela, ela pirou depois da morte de sua irmã mais nova, Amanda, e matou a família toda. Sua mãe era sádica e isso passou para a filha. Que eu me lembre, acho que Sádica tinha sido estuprada depois de matar a família. Aí ela voltou para se vingar dos estupradores de maneira sádica e surreal —não me pergunte como, não tenho uma ótima memória. Também lembro-me de que ela encontrou o Eyeless Jack mas isso já é outra coisa da qual não quero pensar.

—Você e Jeff estão juntos? —Perguntou ela, o sorriso desaparecendo.

—N-não, somos somente colegas de...combate. —Respondi. Me xinguei mentalmente pela última parte.

—Bem, talvez eu poupe a vida de Jeff mais uma vez, mas eu acho que tirar a vida da "colega" dele vai ser divertido. —Sádica sorriu e pegou uma faca escondida no tronco de uma árvore. — Acho que ele não vai se importar se eu brincar um pouquinho.

Sádica me puxou pelo braço e começou a me levar para a direção de onde vim. Tentei me soltar mas sua mão apertava o meu pulso com tanta força que estava saindo sangue dos cortes que eu pensava estarem cicatrizados.

Sem nenhuma outra opção, comecei a gritar:

—JEFF! JEFF!

Sádica deu um tapa em meu rosto. Pude sentir o gosto de sangue.

—Ele não vai te ouvir. —Ela parou por um momento. —Acho que terei que começar a nossa diversão mais cedo.

Sádica pegou a faca e fez um corte no meu braço. Não senti a dor, já que estava acostumada com cortes no meu braço. Mas ela não ia me deixar escapar tão fácil. Suas unhas encontraram o meu rosto e em pouco tempo, o sangue começou a escorrer à medida que suas unhas o arranhavam. Eu não gritei, mesmo com toda a dor, eu me segurei. Eu tinha que fazer algo. Não podia deixar Sádica me derrotar assim. Eu tinha que me defender.

Dei uma de atriz e desabei no chão. Eu tinha um plano perfeito, eu acho...

—Você é tão fraca! Como o Jeff pôde querer andar com você? —Perguntou Sádica.

Dou uma rasteira nela e, por sorte, ela cai e bate com a cabeça em um tronco de árvore caído. Me levanto rapidamente, pegando a sua faca ao meu lado. Sádica dá um chute em meu tornozelo mas não ligo para a dor. Tento golpeá-la com a faca mas ela rola para outro lado, se levantando.

Recuo e ela tenta acertar um soco em mim, desvio e faço um corte na lateral de sua barriga. Ela puxa o meu cabelo e dá uma joelhada nas minhas costas. Tento acertar com a faca em seu rosto e faço mais um corte. Sádica retribui pegando um galho com uma ponta afiada e fazendo um corte profundo em meu braço. Seguro o grito e apenas gemo de dor. Eu não havia percebido mas Sádica estava rindo.

Dei um chute em sua barriga e ela bateu contra uma árvore. Peguei um pedaço grosso de madeira e bati três vezes na cabeça dela. Por fim, ergui a faca para golpeá-la no coração e acabar com isso, mas eu não o fiz.

Eu processei bem a situação. Eu tinha finalmente recobrado consciência do que eu tinha feito. Eu não tinha coragem para matar alguém, mas pensando bem, ela tentou me matar. Se eu poupar a vida dela, irei sofrer para sempre. Tenho certeza que ela irá se vingar de mim. Eu não tinha escolha.

Enfio a faca em seu peito, onde deveria estar o seu coração. Sádica gritou, mas não foi um grito de dor. Era como se ela tivesse gostado de levar uma facada. De repente, ela parou de se mexer e em pouco tempo, de respirar.

Estava morta.

Puxei a faca do seu corpo morto. Minha vontade era de golpear o seu corpo todo com a faca. Eu ainda não estava satisfeita. Meu coração pulsava mais forte que o normal, uma vontade enorme de matar e uma sede esquisita de sangue me dominavam. Será que era essa a sensação que todos sentiam depois de matar? Querer matar mais e mais?

Não aguentei e comecei a esfaquear o corpo morto. Eu estava com raiva, mas também estava triste comigo mesma por ter feito aquilo. Lágrimas caiam pelo meu rosto e o sangue de Sádica estava espirrando em mim. Eram tantos sentimentos misturados dentro de mim que eu nem sabia mais se estava totalmente inteira.

Quando o rosto de Sádica estava totalmente deformado, parei de atacar o que restou dela e dei um sorriso. Segundo os meus cálculos, eu estava feliz, triste, zangada, enjoada e, principalmente, transbordando de felicidade. Eu queria gritar, tanto de felicidade quanto de raiva, mas o grito estava preso na garganta. Eu estava tão...aliviada.

—Ótimo show, Preciosa. —Pude ouvir a voz de Jeff atrás de mim. Me virei para olhá-lo. Ele parecia estar orgulhoso e ao mesmo tempo espantado. —Pensei que você não sabia fazer isso tudo.

—Na verdade, nem sei como consegui dar o primeiro golpe...espera, você viu tudo desde o começo e nem veio me ajudar!?

—Pode-se dizer que sim. —Jeff sorriu mais ainda.

—Seu... —Andei até ele e tentei golpeá-lo mas ele desviou. Jeff riu e tirou a faca da minha mão.

—Acho que devemos manter você longe de facas por um tempo. —Disse ele, limpando a faca e a guardando em minha mochila. —Agora, vamos. Eu achei uma coisa.

Ele pegou a minha mão e eu me acalmei um pouco. Poderia não parecer, mas eu estava confusa. Não me lembro de o dia ter amanhecido e nem de toda a neblina. Acho que eu estava ficando mais louca ainda. Incrível...era como se eu tivesse sido consumida pela loucura quando ataquei Sádica. Como se eu tivesse nascido para fazer isso. Acho que coisas macabras, doidas, psicopatas e sanguinárias me deixavam confortável. E a sensação de matar era tão boa... Eu quero mais. Muito mais...

—O que foi, Preciosa? —Perguntou Jeff, tirando-me do meu transe.

—Nada. —Respondi, suspirando.

Jeff examinou o meu rosto por alguns segundos.

—Vou fingir que acredito. —Disse ele. —Vamos.

Jeff me levou até uma pequena casinha de tijolos. Ela era minúscula, mas era o suficiente para duas pessoas se acomodarem dentro dela.

Havia sangue na parede rosada do único cômodo. Acredito que Jeff ou alguém tenha matado quem vivia ali. Tinha um tapete verde e o chão era de madeira. Não havia janelas, então teríamos que usar a lanterna à noite.

—Eu trouxe algumas coisas para você. —Disse Jeff, tirando da mochila um saco plástico com algumas amoras e uma maçã.

—Essas frutas não estão envenenadas não, né? —Perguntei, observando bem as frutas.

—Não confia em mim?

—Confio mas tenho sempre que desconfiar das coisas.

Jeff riu mas parou logo assim que ele viu a minha cara séria.

—Você é muito engraçada, Preciosa. —Ele me entregou o saco com as frutas. Comi algumas antes de começar a conversar novamente com ele. Eu havia me esquecido do quanto eu estava com fome, mas eu não queria comer. Loucura...

—Jeff, você sabia que eu ia conseguir derrotar Sádica? —Perguntei, deixando as frutas de lado e limpando o meu rosto com um pano branco para tirar o sangue.

—Não. —Respondeu ele.

—Eu podia ter morrido...

—Esquece isso, Claire.

Parei de respirar por um momento.

—Claire? —Jeff nunca me chamava de Claire...

—A sua reação é a melhor. —Disse ele, rindo.

Bufei e me encostei em seu ombro. De repente, Jeff deu um beijo em minha testa. Aquilo me deixou arrepiada e muito constrangida. Acho que eu devo ter corado um pouco porque Jeff riu.

—Eu te daria um soco mas não quero estragar o seu rosto perfeito. —Falei com um sorrisinho. Depois disso, pude sentir a mão de Jeff em minha cintura. Estranho...


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Notas finais do capítulo

Sobre a Sádica, ela é uma personagem originalmente minha. Um monstro criado da minha mente ~eu não sou boa para criar monstros, sério~. Mas e ai? Gostaram do capítulo?
Mais uma coisa, eu estou shippando a Claire com o Jeff, mas eu quero saber se devo ou não oficializar Claireff ou sei lá como deve se chamar. Precioff? Jeffaire? Jeffaire é legal...eu acho. Mas esqueçam sobre o nome do shipp. Só respondam as perguntas!



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