I'll Stay For You escrita por Baunilha0106


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Ei! Estou de volta com mais um capítulo. Antes de tudo, quero agradecer as pessoas que estão acompanhando e gostando da história. Obrigada. Nem conheço vocês mas eu os amo.
Agora aproveitem o capítulo.



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"I wake up, in another world

Without my soul" — Hell, S.D.B.

Acordei com o barulho de uma faca sendo afiada na parede de pedra da caverna. Me levantei rapidamente e olhei ao redor. De primeira não vi ninguém, mas depois eu o vi. Eu nunca esperei encontrá-lo um dia. Ele não era como eu imaginava antigamente. Sua pele era branca como papel, ao redor dos olhos era escuro, pelo resultado de quando queimou as suas pálpebras e ele não tinha sobrancelhas. Os cabelos negros e repicados combinavam bem com ele. O sorriso esculpido em seu rosto era macabro. O rosto dele era macabro. Ele era macabro.

Eu não sabia o que dizer ou se devia falar algo ou me mexer. Seus olhos estavam focados em mim e só de olhar para a faca que ele segurava me dava arrepios. Ele não me dava medo, nada me dava medo. Mas ele...ele me deixava meio assustada, por assim dizer. Um Serial Killer de verdade na minha frente. Isso sim era estranho.

—Você não sabe falar não, garota? —Perguntou ele, parecendo impaciente. Sua voz era aterrorizante. Olhei para a faca na esperança de ele soltá-la mas não aconteceu.

—E-eu... —A minha voz não conseguia sair. Era como se ele tivesse roubado as minhas palavras antes mesmo de eu as falar.

Jeff deu um sorriso, sendo que ele sempre está sorrindo. Então, não sei se ele sorriu mais ou fez uma careta com a boca.

—Se essa for a sua voz verdadeira, eu já gostei dela. —Disse ele se aproximando, ainda com a faca na mão. Ele me examinou um pouco mais. —Acredito que você está com medo da faca, não é?

Concordei com a cabeça. Jeff bufou e largou a faca ao seu lado. Ele dobrou e abraçou os joelhos, observando a parede da caverna na sua frente. Foi quando eu percebi que o seu casaco estava molhado, como a calça jeans e seus tênis All Star estavam sujos de lama.

Respirei fundo antes de tentar dizer algo.

—Você não está com frio? Quer dizer, suas roupas estão molhadas, e está frio aqui dentro...

—Eu não me importo se está frio ou se as minhas roupas estão molhadas. Pelo menos estou longe daquela maldita chuva e do que vocês chamam de civilização. —Disse ele, em tom ignorante.

—Mas você não tem que matar pessoas para poder matar a sua vontade?

—Tenho, mas isso é outra história. —Ele se aproximou mais de mim, mantendo a faca por perto. Ele ia me matar com certeza. Ele era um Serial Killer. Um dos maiores e melhores. Matava qualquer um em seu caminho.

O seu casaco já tocava em meu braço esquerdo. Pude sentir a minha pele se arrepiando ao sentir o casaco molhado em mim.

—O que você está fazendo aqui? —Perguntei, tentando disfarçar o medo em minha voz. Eu estava tentando evitar olhar para ele novamente, mas era quase impossível. Eu queria vê-lo mais uma vez. Não que ele fosse bonito, mas era como o seu rosto macabro me deixasse confortável. Era como se aquele rosto fizesse eu me sentir em casa. Era estranho...

—Slender mandou eu cuidar de você. —Respondeu ele. Criei uma pequena esperança dentro de mim. Então, se Slender mandou um Serial Killer cuidar de mim, significa que ele quer me proteger. Jeff estava olhando para mim e eu não queria retribuir o olhar. —Por que você está evitando olhar para mim? Eu sou tão feio assim?

Reprimi os lábios, com medo do que poderia acontecer se eu não o olhasse.

—Eu não disse que você era feio...

—Mas deve ter pensado.

—Você não é tão feio assim.

—Então olhe para mim.

Respirei fundo e o olhei. O seu rosto macabro me deixou bastante confortável. Ele iria me matar. Ele com certeza iria me matar.

—Feliz, agora? —Perguntei, olhando em seus olhos.

—Eu só fico feliz quando mato alguém, preciosa.

—Eu não sou precio...

—Shiu! Cale a boca antes que eu mude de ideia sobre a sua voz.

Olhei para a cara dele com uma cara de quem acabou de chupar um limão.

—Gostou mesmo da minha voz? —Ninguém nunca havia gostado da minha voz. Ao ouvir a minha voz, a minha vontade era de me matar por causa dela. Eu a odiava, mas por um lado ela me salvara.

—Claro, madame. Eu a achei meio atraente. —Ele passou o seu braço por trás de mim, me incentivando a encostar a minha cabeça em seu ombro.

—Jeff, o que você...

—Eu não te dei permissão para me chamar de Jeff. —Disse ele, parecendo irritado.

—Desculpa, Sr. The Killer. —Falei, esperando que aquele fosse um bom motivo para ele me matar.

—Acho que prefiro a sua voz me chamando de Jeff mesmo. —Disse ele, em um tom sarcástico. Esse cara só pode estar brincando comigo... —Por que você não encosta a sua cabeça no meu ombro e dorme mais um pouco?

—Geralmente é isso que você fala antes de matar alguém. —Falei. Por que Slender enviaria logo Jeff para cuidar de mim? Por que ele não veio pessoalmente? Será que ele tem medo de mim ou apenas quer distância porque eu o abracei? São tantas perguntas sem respostas que eu chego a enlouquecer só de pensar nelas.

—Verdade... —Ele olhou em meus olhos. —Acha que eu vou te matar?

—Bem, sim, já que é isso que você faz... Mas tudo bem. Eu não tenho medo de morrer. Eu já estou morta mesmo por causa da depressão em que me afundo cada vez mais... —Olho para o chão da caverna. Por que eu disse aquilo? Eu não costumava a falar coisas tão profundas assim na frente dos outros, então por que agora? Por que estou falando essas coisas na frente de um assassino? Acho que estou ficando louca mesmo...

—Você é muito dramática. E não, fique tranquila porque não vou te matar. —Disse ele. —Agora vá dormir.

—Isso não é muito bom vindo de você...

Jeff deu uma risadinha sem graça.

—Só vá dormir. Quando você acordar ainda estará viva e eu estarei aqui, ok?

Assenti e encostei a minha cabeça em seu ombro. Eu ainda estava com bastante sono porque dormi logo assim que fechei os olhos.

Acordei no ombro de Jeff. Devo ter dormido bastante porque já estava escuro. Meu pescoço doía por causa da má posição em que eu estava. O ombro de Jeff não era tão confortável assim...

—Ainda está viva. Viu? —Disse Jeff, enquanto eu me levantava.

—Percebi. Olha Jeff, não posso ficar parada aqui nessa caverna. —Falei. —Você vai comigo ou prefere ficar aqui?

Jeff se levantou. Ok, ele não era da altura do Slender mas ainda era maior que eu. Todos eram maior que eu.

—Eu vou com você. Eu não quero, mas se eu não cuidar de você, Slender me mata. —Respondeu ele, pegando as minhas coisas no chão e entregando a minha mochila. —Pelo menos a chuva parou. —Olhei nos olhos de Jeff. Ou pelo menos tentei. Agora eu estava examinando o seu rosto branco e sua boca cortada. Acho que fiquei uns trinta segundos olhando para o rosto dele antes de ele quebrar o silêncio. —O que foi, garota? Você tem algum problema com o meu rosto, por acaso?

—Não...

—Então pare de olhar para ele!

—Não consigo!

Jeff bufou e saiu da caverna. Eu o segui, apressada.

A floresta estava escura e enevoada, então peguei a minha lanterna e a liguei. O chão estava molhado e algumas gotas da chuva passada caiam das folhas das enormes árvores. Quando olhei para Jeff, vi que ele não estava com um bom humor sendo que, com aquele sorriso esculpido, ele sempre parecia estar.

—Para onde vamos? —Perguntou ele, quando o ultrapassei.

—Bom, o único jeito é seguir em frente. —Respondi, contornando um tronco de árvore úmido.

—E qual o nosso destino?

—Basicamente nenhum... —Foi ai que uma luz acendeu em minha cabeça. É claro! Como eu não pensei nisso antes? Céus... —Jeff, você conversou com o Slender?

—Sim, por quê? —Parei de andar. Acho que Jeff nem estava prestando atenção em que eu havia parado porque ele esbarrou em mim. Se ele não tivesse me segurado, eu teria caído de cara na lama. Eu estava cara a cara com Jeff. Aquilo deixava o rosto dele muito aterrorizante, ainda mais por causa da neblina e da luz da minha lanterna. —Viu? Estou cuidando de você!

—Cara, você é aterrorizante. —Foi a única coisa que consegui dizer.

—Ahn...obrigado pelo elogio, eu acho...

Me afastei de Jeff antes de tentar dizer algo.

—Você sabe onde o Slender está?

—Na verdade, não. Mas se eu soubesse, não te contaria.

—Por que não?

—Preciosa, eu posso estar cuidando de você, mas ainda sou mau. Eu só diria se fizéssemos um acordo bem pesado.

—Não me chame de preciosa. —Falei, lançando um olhar de ódio para ele. —Me chame de Claire! Meu nome é Claire!

—Preciosa... —Eu o encarei. —Claire. Eu irei continuar de chamando de Preciosa porque eu posso e quero. Então fiquei quietinha aí fazendo os seus planos porque não vou mudar a maneira que te chamo.

Acho que eu estava vermelha que nem um pimentão, porque Jeff começou a rir.

—Cosplay do Coringa. —Falei baixinho. Jeff parou de rir e pegou a sua faca. Me encostei em uma árvore enquanto ele fazia sua faca ficar a um centímetro do meu pescoço.

—Se você me chamar assim novamente, corto o seu pescoço. Entendeu? —Perguntou ele, olhando em meu olhos. Sua voz estava mais rude do que o normal.

—Eu não tenho medo de você. —Falei. Jeff guardou a faca e começou a andar para longe de mim. —Ei, espera! —Corri atrás dele enquanto ele se afastava cada vez mais.

—Se você ficar parada, vai me perder de vista. —Disse ele, em tom sarcástico.

—Muito engraçado, Cara da Faca. —Falei, dando um empurrãozinho de leve nele.

—Hum, gostei. Mas prefiro Jeff.

—Cale a boca, Cara da Faca.

—Moça, pare.

—Não, moço. Não irei parar.

Jeff soltou uma gargalhada e, pela primeira vez em dois anos, eu estava rindo de verdade. E eu estava rindo com um Serial Killer.


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Notas finais do capítulo

Então...sobre o Jeff, eu necessitava colocá-lo. Vocês não sabem o amor que eu tenho por ele, sério. É maior que o mundo.
E ai? Gostaram?