"I...I want to die

I need to

But I can't...

She's getting stronger

More than me

What I should do?

What I have to do?

I just...

I just want to be happy...

No one cares until you're dead

She's said to me

Everytime I think about that

I realize that everybody around me

Want to see me dead

No one cares

No one cares if I'm dead or not

No one cares about me

I don't exist

Can you hear me?

I'm still here...

I'm waiting for my salvation"

—Sabe o que aconteceu, sua idiota? Estamos perdidos! Por sua culpa estamos perdidos no meio dessa floresta! — Gritou o líder do bando, erguendo o punho. Outro soco. Esse já era o quinto em mais ou menos meia hora. Eu ainda não conseguia entender o que estava acontecendo e nenhum dos homens me haviam explicado nada. Tá, fui presa por exploração ilegal em um local proibido, mas como cheguei aqui?

Mais um soco. Por que ele está me batendo tanto? Eu sou alguma ameaça por acaso?

Mas essa é a minha vida, não é? Sofrer até não aguentar mais? Será que eu devo morrer aqui e agora com todos esses socos em meu rosto? Não, não pense nisso, Claire. Você não vai morrer...

Não me lembro de ter ficado tão confiante assim.

Estava tão absorta em meus pensamentos que nem percebi que eu estava deitada no chão, com o homem do FBI me chutando. Meu abdômen doía por causa daquilo e eu não conseguia nem me erguer para tentar derrotar o cara. Como sou fraca...

De repente, ouvi um trovão que me fez levar um susto. Os chutes pararam e todos os homens do FBI olharam para um lugar ali perto. Como sou curiosa, decidi olhar também.

Um nevoeiro escuro, como se fosse fumaça, começou a se aproximar. Quanto mais perto ele chegava, mais alto os trovões pareciam ficar. Os homens posicionaram as suas armas mas acho que aquilo foi um ato muito idiota. Além do mais, quem iria atirar em um monte de fumaça?

Ouvi alguém se engasgar atrás de mim. Acho que fui a única porque os outros ainda olhavam para a névoa, esperando algum comportamento anormal ou coisa parecida. Me virei e vi uma garota de olhos completamente negros, com a pele muito mais pálida que o normal e a roupa cheia de sangue. Ela segurava uma faca ensanguentada e exibia um sorriso sádico. Eu não havia percebido antes, mas metade dos homens do FBI estavam mortos. Mas como?

—Quem é você? — Perguntei a garota.

—Depois discutimos essa parte. — Aquela voz... Eu a reconhecia de algum lugar, mas não conseguia me lembrar de onde. Ela também não me era muito estranha, não... Será que eu devo confiar nela? Bom, no momento era a minha melhor opção.

Assenti com a cabeça e me virei para olhar novamente a névoa. O homem que havia me torturado com socos e chutes ainda estava ali, olhando fixamente para a névoa e com sua arma posicionada. Idiota.

—Chefe, olha! — Gritou um dos homens. Pensei que ele estaria indicando a garota do sorriso sádico, mas me enganei. O homem que havia gritado indicou uma figura humana, flutuando, envolta pela névoa escura. Só de olhar senti um certo ódio dentro de mim, uma forte vontade de matar e uma estranha sede de sangue. Tentei afastar esses pensamentos e vontades de mim para fazer um esforço para levantar e fugir. Nem tive tempo pois logo fui atraída por uma explosão à minha frente. Dois homens haviam explodido. O sangue dos dois agora banhavam a grama da floresta.

Como isso pôde acontecer assim, do nada?

Agora só restavam três homens, incluindo o que eu mais odiava de todos. E, só entre nós, eu quero saber como ele vai morrer. Só de imaginar alguma força sobrenatural fazendo o sangue dele espirrar pelo chão já fico feliz.

Desta vez foi a garota sádica que atacou. Em um movimento rápido, ela cortou o pescoço de um dos homens e deu um chute na cara de outro. Esse último tentou atirar nela, mas ela fora mais rápida e acabara com a sua vida no piscar de olhos. Ótimo, agora só falta um homem.

A estranha figura humana que estava envolta pela névoa se revelou ser uma garota igual a outra, mas com olhos totalmente azuis e uma estranha e poderosa aura. Só de olhar para ela pude sentir seu ódio. Eu a reconhecia de algum lugar...

Assim que seus pés tocaram o chão, o loiro começou a atirar. Mas, por incrível que pareça, as balas não faziam efeito quando a acertavam, como se ela fosse imortal. Um sorriso apareceu em seus lábios, um sorriso alegre como o de uma criança quando ganha um brinquedo novo. Aquilo me deu um violento arrepio.

—Pare agora mesmo, seu monstro! — Gritou o homem, ainda apontando a arma para a garota. Ela apenas deu um longo suspiro.

—Pensei que humanos fossem mais legais. — Disse ela, colocando a mão na cintura. — Bom, acho que não tenho outra opção a não ser matá-lo de forma lenta e dolorosa.

De repente, um raio azul acertou o homem, jogando-o fortemente contra uma árvore. Ele ainda estava vivo, mas suas roupas estavam chamuscadas e destruídas.

—Sádica, acho que você seria melhor para esse trabalho. — Disse, sorrindo.

—Obrigada, irmãzinha. — Agradeceu a menina dos olhos negros, pegando a faca ensanguentada. Ela correu até o homem e se ajoelhou na frente dele. — Quais são as suas últimas palavras, capitão?

Ele hesitou por um momento antes de falar com a voz rouca:

—Vá para o Inferno...

—Hum...acho que não, senhor. Papai não irá me aceitar de volta tão cedo. — E em um movimento rápido, ela cortou a mão do homem, fazendo espirrar sangue em todo o seu rosto. Dei um sorriso com o ato da garota.

Em seguida, ela pegou um enorme pedaço de madeira que estava ali perto e começou a bater na cabeça de sua vítima. Aquilo me fez ter uma sensação de déjà vu, como se eu já tivesse visto isso em algum lugar. O rosto do homem ficou todo deformado e cheio de sangue. Por fim, ela pegou a faca e começou a enfiá-la por todo o corpo do homem. Quando ela finalmente chegou ao rosto dele, senti como se estivesse nas nuvens. Ver aquilo me deixava mais feliz de algum modo.

—Me sinto muito melhor agora. — Disse a menina, guardando a faca e se virando para a irmã.

—Sádica, acho que não precisarei mais da sua ajuda, por enquanto. — Falou a irmã de Sádica, se virando para mim. — Preciso resolver algumas coisas.

Sádica assobiou e disse, por fim:

—Tenha cuidado. — E então, ela desapareceu em uma névoa escura.

A menina dos olhos azuis suspirou e veio até mim.

—Desculpe-me por isso... Você não está com medo, está? — Perguntou ela, me oferecendo a mão. A segurei e me levantei, tentando ignorar a dor em meu abdômen.

—Não, eu achei meio...divertido. — Respondi. Eu a conhecia, mas de onde? — Quem é você?

—Meu nome é Kayla. — Ela suspirou. — Claire, eu não sei como dizer isso mas...

—Espera, como você sabe o meu nome? — Perguntei, segurando o ar por um momento. Ela me conhecia, tenho certeza disso.

—Eu vou tentar trazer as suas lembranças de volta. Fica calma e não diga nada. — Ela fechou os olhos por um momento e ergueu a mão, passando-a pela minha frente como se estivesse lançando algum feitiço em mim. E estava.

Pude ver tudo o que havia acontecido desde que decidi fugir para a floresta. A caverna, meu encontro com Jeff, a primeira vez que enfrentei Sádica e venci...Tudo. Era como se a minha vida estivesse passando em frente aos meus olhos.

Senti algo ultrapassando a minha barriga, como uma faca. Senti o gosto de sangue e a fraqueza em minhas pernas, fazendo-me cair. Algo havia acertado Kayla, mas não consegui ver o quê. Minha visão estava turva e eu sabia o que iria acontecer logo em seguida.

Jeff se ajoelhou ao meu lado, com um enorme sorriso sádico. Seus cortes estavam mais esticados. Não, não...

—Oh, Preciosa. Você fica ainda mais bonita quando está perto da morte. — Ele só podia estar brincando comigo. Aquilo tinha que ser um pesadelo...

—Jeff...

—Shiiiiiu. — Ele colocou o indicador em meus lábios e se inclinou, se aproximando do meu ouvido. Sua faca foi diretamente para o meu pescoço. — Vá dormir.