–Lilás ou rosa?-Alice perguntava para Lanna enquanto eu checava os monitores conectados a ela.

Desde que soubemos que ela estava gravida há monitorávamos 24 horas por dia, pois poderia ter qualquer complicação a qualquer hora ou minuto do dia e isso me apavorava pensar que poderia perdê-la. Não só ela mais ao meu filho também.

Amava os dois infinitamente, apesar de tudo que ele faria Lanna passar, mas não poderia odiá-lo por que ele era um pedaço meu e dela.

Fruto de um amor tão puro e sincero.

Além de ser algo que sempre sonhei em ter, sempre desejei um filho para vê-lo crescer, andar, brincar e a falar, mas sabia que a mulher que havia escolhido para ser minha não podia ter filhos então coloquei esse sonho de lado, e agora ele estava aqui tão perto e alcançável.

–O que você acha Lukas?-Alice me pergunta tirando-me dos meus pensamentos.

–Deixa ele Alice, ele vivia dizendo que eu havia me casado com um pote de doce de leite. Agora ele se casou com os monitores. -Lanna sussurrou fracamente e Alice riu.

–Eu concordo. -ela disse.

–Não é nada disso. Eu só preciso ver como estão os seus batimentos cardíacos isso é vital sabia?!-disse e elas rolaram os olhos.

–Você está agindo como medico sabia? –Lanna sussurrou.

–Mas eu sou um. -disse terminando de anotar tudo e colocando o relatório em cima da mesa.

–Eu sei, mas sinto falta do meu marido. E quero-o de volta. -ela disse chorando.

Aquilo partiu meu coração, se o meu batesse ele partiria, me ajoelhei ao seu lado e segurei a sua mão e depois a beijei.

–Prometo que só vou ser um médico quando você estiver dormindo.

–Promete?

–Prometo agora não se preocupe e descanse. -disse enxugando suas lagrimas e ela sorriu.

Era a melhor coisa do mundo vê-la sorrindo, seu sorriso me fazia ganhar a eternidade.

–Bom volto mais tarde, está rolando “uma D.R.” aqui e não quero atrapalhar.

–Tau Alice. -Lanna sussurrou sorrindo e minha tia saiu.

– “Uma D.R.”?- perguntei confuso e Lanna sorriu.

–Significa “Discutindo a relação”, seu bobo. - ela sussurrou rindo.

–Ah. -disse compreendendo.

–Posso lhe pedir uma coisa?-ela sussurrou levemente corada.

–Tudo o que você quiser amor. -sussurrei acariciando seu rosto que assumia um rubor intenso.

–Você pode me dar um beijo, sinto falta disso também, sabia?!-ela sussurrou me olhando.

Agora estava me sentindo terrivelmente culpado.

Preocupava-me tanto com ela que acabei esquecendo de demostrar que a amava , e talvez ela estivesse pensando que não a amasse da mesma forma . Mas eu a amava muito mais até do que antes.

Tomei seu rosto delicadamente em minhas mãos e a beijei com cuidado, pois ela estava mais frágil e delicada do que antes.

–Me desculpe, estou sendo um péssimo marido. -sussurrei com minha testa encostada na sua.

–Não, você só estava preocupado demais conosco só iss...-ela sussurrou, mas logo se afastou de mim e se inclinou levemente começando a arfar a procura de ar.

–Tudo bem amor?- questionei apavorado e tocando seu rosto que estava frio.

–Tudo, ele só está se mexendo só isso. –ela sussurrou com um pouco de dor na voz.

–Ele está mais forte do que você. -disse angustiado.

–Ele está tão forte quanto pai dele. - ela disse e acariciou meu rosto de leve. -Ele vai precisar ser forte como você.

–Precisar por quê?!-perguntei colocando minha mão em cima de sua barriga para fazer um carinho.

–Vi o que irá acontecer Lukas. -ela sussurrou me olhando dentro dos meus olhos.

–O que irá acontecer?-perguntei e ela deixou sua mente livre do escudo que a protegia.

Podia me ver ao seu lado segurando sua mão enquanto nosso filho estava nascendo, mas ai veio à surpresa.

Não era um só como pensávamos.

Eram dois.

Um casal.

Nós dois estávamos felizes, mas ai a cena mudou.

Lanna fechou os olhos e suas mãos escorregaram da minha, sua pele assumiu uma cor pálida e fria.

E a visão acabou.

–Não vou deixar você morrer. -sussurrei chorando.

–Tudo bem Anthony, eu sei. -ela disse me abraçando.

–Não posso ficar sem você, eu te amo. -sussurrei no seu ouvido.

–Eu sei amor, mas me prometa que se isso acontecer, você vai cuidar bem deles, por mim, por favor. -ela sussurrou ainda me abraçando.

–Prometo. -sussurrei olhando em seus olhos enquanto ela acariciava meu rosto.

–Você vai se sair bem sem mim, eu sei disso. -ela sussurrou e me beijou.

–Você promete que vai tentar não nos deixar?-perguntei temeroso.

– Não se preocupe vou lutar até o fim. -ela disse sorrindo. - Por que além do mais, não vou deixar você mimar os dois como faz com o meu primo e com a Alessya.

–Há me desculpe mais eles mesmos é que serão mimados por mim. São meus tesouros. -disse e abaixei a minha cabeça para beijar sua barriga. - Assim como a mãe deles.

–Ah!-minhas tias entraram gritando no nosso quarto.

–Dá para vocês pararem de gritar? Vão assustar meus filhos. -disse e elas gritaram mais.

–Não acredito. Você está gravida de gêmeos?!-tia Rosalie gritou enlouquecida.

–Sim. -Lanna respondeu e todos gritaram.

Toda a minha família estava no nosso quarto gritando e pulando.

–Vou ganhar dois primos de uma só vez. Legal. -Alessya gritou e correu na direção de Lanna, mas a peguei antes que ela acabasse machucando Lanna sem querer.

–Sim, Alessya e o que pedi a você?-perguntei com ela no meu colo.

–Que não corresse e nem me jogasse em cima da Lanna, por que está muito frágil. -Alessya disse de uma só vez. -Mas eu queria dar um beijo neles e nela.

–Tudo bem, mas nada de correr. -disse e a coloquei no chão.

–E vocês não demorem muito para nascer, quero vê-los e brincar com vocês. -Alessya disse sussurrando para a barriga de Lanna. –Te amo Lanna.

–Também te amo anjinho. -Lanna disse acariciando o cabelo dela e lhe deu um beijo.

–Cara, tenho uma admiração profunda por você. -tio Emmett falou só para mim, já que ele estava atrás de mim.

–Do que você está falando e pensando?- perguntei para ele já que seus pensamentos estavam realmente bagunçados.

–Você foi capaz de engravidar a sua esposa que era infértil e ainda de gêmeos. Eu sou seu fã Anthony. -meu tio disse e rolei os olhos.

Só podia ser coisa do meu tio mesmo.

–Vocês já escolheram os nomes?-minha mãe perguntou amável.

–Já. -Lanna disse animada.

–Já?!-perguntei confuso.

–Acho que esqueci de dizer a você. -ela sussurrou envergonhada.

–Claro, ele passava dia e noite com aqueles monitores. -meu pai disse e todos riram.

–Até você pai. -sussurrei me fazendo de vitima.

–Não tente se fazer de vitima Lukas Anthony, nem tente. -ele me repreendeu e rolei os olhos e me ajoelhei ao lado de Lanna segurando sua mão.

–Bom fiquei pensando, e acho que eles devem ter um nome de nacionalidade dupla. -Lanna começou a dizer.

–Entendo. -minha mãe sussurrou.

–Não entendi. -sussurrei e todos reviraram os olhos inclusive Alessya.

–Tudo bem, eu explico. -Lanna disse suave e se virou para mim. -Sou metade francesa e você é italiano certo?

–Certo. -sussurrei.

Mas não me considerava um Artiolli, é claro que me lembrava vagamente de meus pais, da minha irmã e até de Isabelle, mas me considerava um Cullen e assim seria por toda a eternidade.

–Então, pensei em nomes que fossem da mesma nacionalidade que a nossa. - ela disse segurando a minha mão.

–Entendo, e quais são?-perguntei curioso.

–Nicolas e Nicole. -ela disse meio insegura e me olhando nos olhos.

–Nicolas, era o nome do meu avô. -sussurrei me lembrando dele.

–E Nicole era o nome da minha bisavó. -Lanna sussurrou perdida em pensamentos.

–São nomes lindos amor, mas eles são de origem italiana. -disse beijando a sua mão.

–Sim, mas eles vão ter um segundo nome. -ela disse sorrindo.

–Quais são?-perguntei realmente curioso.

–Nicolas Audric e Nicole Angélique. -ela disse esperando a minha aprovação.

Me inclinei e beijei a sua testa, a ponta do seu nariz e ambas as suas bochechas o que deixou Lanna corada.

–Adorei os nomes meu amor. -disse na sua pele e ela sorriu levemente antes de me abraçar.

–Que bom que você gostou. -ela sussurrou amorosa.

–Odeio acabar com o clima, mas está na hora de você se alimentar Lanna. -meu avô disse.

–Claro Carlisle, estava mesmo com sede. -ela disse e meu avô saiu do quarto.

–Vem mãe, temos muito que arrumar. -tia Alice disse puxando minha avó para fora do quarto e sendo seguida pelos outros.

Me levantei do chão e me deitei ao de Lanna enquanto ela encostava sua cabeça em meu braço e a envolvi em um abraço enquanto brincava com a sua aliança de noivado.

–Você está tão serio. -ela disse beijando minha bochecha.

–Só estava pensando.

–Em que?

–Tentando imaginar como a Nicole e o Nicolas serão. -sussurrei perdido em pensamentos. – Se eles serão parecidos com você ou comigo.

–Tomara que seja com você, por que você é muito mais lindo do que eu. -ela disse rindo e a olhei serio.

–Você é linda. Linda não, magnifica, maravilhosa, deslumbrante. -disse e a enchi de beijos.

–Tudo bem, eu acredito. Agora para, não estou conseguindo respirar. -ela sussurrou sem folego.

–Desculpe linda. -disse e beijei sua testa.

–Hora do coquetel. -tia Rose disse passando pela porta com um copo branco com canudo, que continha sangue.

–Que tipo tem hoje Rose?-Lanna perguntou brincalhona.

–O de sempre, A positivo. -tia Rose disse lhe dando o copo.

–Obrigada. -Lanna sussurrou e começou a tomar.

–Não sei como vocês acham graça nisso.

Para mim era difícil de ver, era como se estiver obrigado à mulher que amo a ser um monstro como eu.

–Não está não. -Lanna disse me olhando seria.

–Você leu a minha mente?-questionei confuso.

–Sim, não aguento mais ver você ou ouvir você se sentindo culpado, isso me deixa péssima sabia?!-ela disse brava. - E você sabe que não posso me estressar, então pare com isso.

–Hi, estou saindo. -tia Rosalie disse saindo do quarto.

–Mas eu... -disse e ela interrompeu minha defesa.

–Não tem nada demais, pare de se culpar, por acaso estou culpando você?

–Não, mas... -disse e ela me interrompeu novamente.

–Já sou uma mulher adulta sabia? Sei muito bem o que é certo ou errado, então pare de andar por ai como se fosse um réu indo para a forca por que você não é. Você se arrepender de ter me engravidado?! É isso?!-Lanna soluçou nervosa e tremula.

–Você sabe que não é isso. Eu te amo e amo nossos filhos, mas temos que levar em conta que eles estão machucando você.

–Isso é por que não sou tão forte, e além do mais eles são apenas bebezinhos não sabem o que fazem. –ela sussurrou enxugando suas lagrimas. -Não estou forçando você a ficar, nunca fiz isso.

–Não vou deixar você sozinha, prometi cuidar de você pra eternidade inteira e vou amor. -sussurrei e ela me abraçou forte.

–Me desculpe, os hormônios da gravidez estão acabando comigo. -ela sussurrou sem graça enquanto se separava de mim.

–Tudo bem, eu te amo. -sussurrei e lhe dei um beijo.

–Também te amo. -ela sussurrou e me abraçou.

Assim que Lanna terminou de topar seu sangue me pediu outro, então desci as escadas e dou de cara com Alessya e tio Emmett fantasiados de Joan Jett e Cherry , “cantando Cherry bomm” e tia Rosalie filmando , e não pode deixar de rir.

Passei sem atrapalhar a performance deles e fui para a cozinha onde meus pais estavam “cozinhando”.

–Hmm.-pigarreei e eles pararam de se beijar e meu pai abraçou a minha mãe pela cintura.

–Nem diga nada. -ele disse e lhe dei o copo vazio, logo ele se soltou da minha mãe e foi colocar o sangue para Lanna.

–Ah mãe, Lanna pediu Lasanha para o jantar. -disse tamborilando os dedos na bancada.

–Nervoso?-ela questionou suave enquanto arrumava a bandeja com o desejo da minha esposa.

–Não. -disse indiferente.

–Lukas. -ela sussurrou suave e suspirei.

–Por que você me conhece tão bem?! Nem consigo mentir. -sussurrei e ela riu.

–Acham que eu e a Lanna deveríamos ter... -sussurrei e eles se entreolharam antes de rir.

–É um pouquinho tarde para pensar em não ter tirado a virgindade de sua ex-namorada. -papai disse rindo.

–Só que me deixa maluco pensar que ela está mau por minha causa.

–Você por acaso a obrigou abrir as pernas?-tia Rose questionou entrando na cozinha e pegando um refri para Alessya.

–Claro que não tia. -sussurrei sem graça e eles riram.

–Então não se culpe. Aconteceu e ponto, por acaso você não quer seus filhos?!-minha mãe questionou cruzando os braços.

–Claro que quero mãe. -gritei e eles riram.

–Então relaxa, foi bom perder a virgindade não foi?- papai questionou e fiquei sem graça.

–Pai. -sussurrei sem jeito enquanto pegava a bandeja e saia correndo da cozinha ao som da risada de todos.

–Aqui está amor. -disse assim que entrei no quarto.

–Obrigada.- ela disse com os olhos brilhando e pegando seu copo tomando-o rapidamente e depois comendo toda a lasanha.

–Você deve estar cansada. -sussurrei enquanto ela esfregava os olhos.

–Não estou não. -ela disse sonolenta e me deitei ao seu lado puxando-a para o meu peito onde ela dormiu rapidamente.

Assim que ela dormiu meu avô entrou e colocou um aparelho respiratório nela, pois os seus pulmões estavam sobrecarregados assim como seu coração e poderiam falhar a qualquer momento.

–Mais um dia se passou minha guerreira. -sussurrei enquanto ela dormia pesadamente e beijei a sua testa.

–Vamos conseguir, e nós 4 vamos ficar juntos por toda a eternidade. -sussurrei e comecei a cantarolar a nossa musica enquanto velava seu sono.

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–E ai ele voou para cima de mim desse jeito. -ouvi a voz do meu tio Emmett vindo do meu quarto.

–E depois o peguei assim. -ele disse e ri.

–Tio, pare de contar mentiras para minha esposa. -disse enquanto Lanna ria.

–Não é mentira, quase matei você e seu pai também. -ele disse e vi meu pai se deslocando e correndo puxando meu tio para fora do quarto, nesse momento voei para frente de minha esposa.

–Lukas. -ela sussurrou atrás de mim enquanto segurava minha camisa com força.

–Fique calma amor, seu coração está acelerado. -disse olhando os dois vampiros lutando perto da escada e depois rolarem escada abaixo.

–Edward. - ouvi minha mãe gritar.

–Emmett. -Rosalie gritou.

–Meninos. -minha avó gritou furiosa.

–Ferrou. -os dois disseram e fui fechar a porta do quarto e distrair Lanna para que ela se acalmasse.

–O que quer fazer?-questionei me sentando ao seu lado e ela me olhou assustada.

–Está tudo bem? Bem mesmo?

–Está, relaxa. -disse e lhe dei um beijo.

–Já sei o que podemos fazer. -ela disse sorrindo sapeca.

–O que amor?

–Podíamos... Namorar um pouco seria bom. -ela sugeriu sem graça e sorri.

–Humm.-sussurrei e comecei a beija-la mas logo suas mãos mau comportadas começaram a desabotoar a minha camisa e as segurei.

–Nada disso, você está gravida lembra?!-sussurrei no seu ouvido.

–Você é uma tentação. -ela gemeu insatisfeita e me afastei dela.

–Se quiser posso te deixar sozinha. -sugeri e ela segurou a minha mão.

–Não, me contento com beijos por hora. - ela sussurrou e sorrimos antes de nos beijar novamente.

– Lembra quando tive que ir para o aeroporto para todo mundo pensar que viajei?-questionei depois que me separei de Lanna.

–Lembro. -ela sussurrou acariciando minha nunca.

–Vi algo e achei encantador. -disse e peguei a caixa azul que estava embaixo da cama e dei para Lanna.

Ela abriu sorridente e sorri também.

Dentro da caixa havia dois pares de sapatinho de bebê, um azul e outro rosa.

–São lindos amor. -ela disse sorrindo. –São os primeiros sapatinhos dos nossos filhos.

–Que bom que você gostou. -disse e ela sorriu enxugando as lágrimas.

–Alice, Bella e Rosalie vão comprar o enxoval em Seattle, mas vou poder olhar pela internet escolher e elas irão trazer. Você não quer me ajudar?-Lanna sugeriu e sorri.

–Claro que quero. -disse e fui pegar meu netbook.

Ficamos a tarde toda assim.

Juntos escolhendo o enxoval dos nossos bebês e estava feliz e emocionado por que através destes pequenos detalhes podia demonstrar que os amava plenamente.