Parecia um sonho, mas depois de vários meses dedicados apenas ao estudo finalmente estava de férias.

—Amo a faculdade, mas estava contando os dias para entrar de férias.- disse feliz assim que encontrei Lukas encostado em seu carro à minha espera no estacionamento da faculdade.

—Também estava contando os dias para podermos ficar a sós.- ele comentou enquanto me puxava para mais perto.- Sem livros, trabalhos ou provas para nos atrapalhar.

—O que você tem em mente? - questionei entrelaçando meus braços ao redor do seu pescoço.

—Podíamos passar alguns dias em nossa casa em Forks, que tal? - ele sugeriu e sorri antes de lhe dá um beijo.

—O que você quer ganhar de presente de aniversário? - Lukas questionou após nos separarmos e entrarmos no carro para buscarmos as crianças.

—Nada amor, já tenho tudo que sempre quis.- disse e ele me olhou confuso enquanto ligava o carro.

—Lanna, é o nosso primeiro aniversário de casamento lembra?

—Lembro, e já tenho tudo que sempre desejei.

—Que seria? - ele questionou curioso e sorri.

—Me casei com meu namorado que tanto amava. Tive dois filhos maravilhosos com ele. Me tornei imortal e ainda entrei para a faculdade de medicina. Não há nada mais que eu deseje, afinal já realizei tudo.- disse dando de ombros antes dele ligar o carro e começar a dirigir. – E você, amor o que quer ganhar?

—Nada. Já tenho tudo que sempre quis.- ele disse sorrindo antes de manobrar para sair do estacionamento.

Fomos para Forks na tarde daquele mesmo dia, as crianças adoraram saber que passaríamos um tempo em nossa primeira casa e no dia seguinte iriamos visitar Louise.

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—Lanna. - Louise gritou feliz assim que atendeu a porta e me viu.

—Mãe. – disse sorrindo e ela me puxou para um abraço forte.

—Senti tanto a sua falta querida. -ela sussurrou em meu cabelo e sorri.

—E da gente vó? Não sentiu não? - Nicolas questionou atrás de mim e sorrimos antes de nos separarmos.

—Claro que senti, afinal quem são os netos mais lindos do mundo? - Louise questionou antes de abraçar e beijar meus filhos.

Assim que terminamos de matar as saudades começamos a colocar a conversa em dia enquanto Lukas ajudava as crianças a arrumavam suas coisas no quarto.

—Estava estranhando vocês não terem passado pela terrível crise do primeiro ano.- Louise comentou assim que contei a ela sobre minha briga com Lukas.

—Estou tentando domar meu ciúme mais é difícil mãe. Meu lado irracional sempre fala mais alto.

—Isso é normal filha, dizem que o ciúme é um bom termômetro de sentimos, indicando o quanto somos importantes para alguém.- ela cometeu antes de tomar seu suco enquanto estávamos sentadas na cozinha.

—Então, devo supor que sou louca pelo Lukas e ele não senti nada por mim? Afinal, nunca vi ele dando uma crise de ciúmes por mim.- disse paranoica e ela sorriu.

—Claro que não querida. Todo mundo pode ver o quanto seu marido te ama, só que ele é mais seguro do que você em relação a sentimentos.

—Às vezes queria ver como seria Lukas com ciúme de mim. Acho que me sentiria menos louca se isso acontecesse.- disse e ela sorriu.

—Talvez um dia isso aconteça.- ela comentou dando de ombros antes de voltar a tomar seu suco.

—Quem sabe.

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Após o almoço decidimos levar as crianças para o parque e como meus pais estariam trabalhamos sugerimos que levaríamos Michael também, que faria um ano daqui há alguns dias.

—Por que temos que levar a coisinha?- Nicole questionou ciumenta enquanto eu colocava Michael em sua cadeirinha no carro.

—Por que ele é nosso afilhado e o amamos muito. E o nome dele é Michael, e não coisinha, Nicole.- Lukas a repreendeu enquanto colocava a bolsa de Michael e das crianças no carro.

—Olha mãe ele gosta de salgadinho.- Nicolas disse sorrindo assim que viu Michael colocando suas pequenas mãozinhas dentro do saco de salgadinho dele.

—Nicolas, ele não pode comer isso.- disse tirando o saco das mãos do meu filho antes de limpar Michael que estava todo sujo.- Na realidade nem você devia está comendo isso.

—Mas mãe, é gostoso.

— Isso não é gostoso, é um veneno para crianças.- disse seria e ele me olhou triste.

—Nem adianta me olhar desse jeito, não vou dá isso para você.- disse seria antes de jogar o saco na lixeira da rua.

Logo pode ouvir Nicolas e Michael chorando.

—Lanna, não se tira salgadinho da boca de duas crianças.- Lukas disse e revirei os olhos antes de entrar no caro.

—Meus amores, me escutem.- Lukas pediu enquanto enxugava as lagrimas de Nicolas e de Michael.- Assim que chegarmos ao parque prometo que vou comprar o maior pacote de salgadinhos do mundo para vocês dois.

—Promete pai? - Nicolas questionou com a voz chorosa.

—Prometo filho.- ele jurou e vi os meninos sorrindo.

—Traidor.- sussurrei assim que Lukas se sentou no banco do motorista.

Apesar de meus protestos Lukas comprou um grande pacote de salgadinhos para os meninos assim que colocamos os pés no parque, já Nicole fez questão de comer uma maça do amor antes de andar na roda gigante com o pai enquanto eu ficava com Michael que ainda era muito pequeno para aquele brinquedo.

— E então, se divertiram? - questionei assim que eles se aproximaram de mim enquanto dava a mamadeira com agua para Michael.

—Foi demais.- as crianças disseram e sorrimos da animação delas.

—Posso levar o Michael no carrossel enquanto você leva as crianças no trem fantasma.- Lukas sugeriu e sorri antes de entregar meu primo a ele.

—É mãe, queremos levar a senhora lá, o papai disse que a senhora tem medo.- Nicole disse sorrindo e olhei para Lukas que sorriu suave.

—Isso é mentira, só gritei por que fui pega de surpresa.- desconversei e Lukas sorriu.

—É feio mentir para nossas crianças Lanna.- Lukas me advertiu brincando e olhei feio para ele.

—Por que não vamos em outro brinquedo meninos.- sugeri e eles negaram com a cabeça.

—Não se preocupa mãe, eu te protejo.- Nicolas garantiu sério e sorri antes de lhe dá um beijo.

—Vamos lá mãe.- Nicole pediu segurando minha mãe antes de me arrastar para a fila.

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—Não acredito que você gritou Lanna.- Lukas disse sorrindo enquanto dirigia de volta para a casa da minha mãe.

—Eu não gritei.- desconversei enquanto olhava para trás do carro vendo as três crianças dormindo.

Os três haviam se divertido muito e finalmente meus filhos pararam de implicar com meu primo.

—Gritou sim amor, todo mundo ouviu seus gritos do lado de fora.- ele comentou fazendo uma curva.

—Não tenho culpa se tenho medo de escuro, e aquelas coisas que surgem de repente são de assustar Lukas.- comentei apavorada e ele sorriu.

—Nem parece que você é uma vampira.- Lukas comentou sorrindo e pisquei confusa.

—Por que?

—Por que você não devia se preocupar com “aquelas coisas que surgem de repente” no trem fantasma, afinal você poderia destruir todas elas.

—Decepcionei você por não ser uma vampira corajosa? - questionei preocupada e ele virou para me ver assim que parou em um sinal.

—Claro que não, você só me encanta a cada dia. Por que apesar de ser capaz de destruir aquele parque inteiro, você ainda mantem a sua essência.

—Que seria?

—Você ainda tem medo de trem fantasma e de tempestades.- ele enumerou sorrindo.

—Não tenho culpa se os dois ainda me assustam mesmo eu sendo uma vampira. Mas vou tentar ser mais corajosa da próxima vez.- disse zangada e ele revirou os olhos.

—Não quero você mais corajosa, estou dizendo que gosto de você do jeitinho que é.- ele disse amável e sorri antes do sinal abrir.

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O dia amanheceu ensolarado para celebrar o aniversário de um ano do meu primo, como já sabia de antemão por meio de Alice que o dia seria banhado por raios de sol, fiz a minha mãe realizar a festa em uma casa de eventos, pois assim poderíamos participar desse dia.

Michael estava eufórico, ninguém conseguia controlá-lo quieto, até meus filhos tentaram distrai-lo, mas não conseguiram. O único que conseguiu faze-lo dormir depois de tanta travessura foi Lukas, que definitivamente tinha o dom com as crianças.

A festa começou por volta das cinco e logo toda a casa de eventos estava cheia de crianças que corriam de um lado para o outro.

—Deus, não sei se vou aguentar até o fim.- minha tia reclamou assim que se sentou em nossa mesa e sorri.

—Isso faz parte dos sacrifícios de ser mãe Louise.- Lukas disse sorrindo mas parou de sorrir para correr atrás de Nicolas que ameaçava subir em uma parede de escalada de brinquedo.

—Nicolas vai acabar deixando o pai de cabelos brancos.- Louise comentou e sorri.

—Quem sabe mãe.- disse sorrindo por ver meu marido tentando sem êxito tirar nosso filho do brinquedo.

O aniversário de Michael foi maravilhoso, pode reencontrar muitos dos meus vizinhos e conhecidos para confraternizarmos.

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—Podemos ficar com ele, mãe?!- Nicole pediu com os olhinhos suplicantes enquanto acariciava a cabeça de Luk que estava adorando toda atenção que recebia dos meus filhos.

—Não, ele é da sua avó. - Lukas disse sério e nossos filhos o ignoraram.

—Na verdade, esse louco é da mãe de vocês e não meu. - Louise explicou e olhei feio para ela.

—Mãe não fale assim dele.

—Por favor, papai e mamãe podemos ficar com ele? - as crianças imploraram e olhei para Lukas que me pedia com o olhar para dizer não.

Com tantas mudanças em minha vida em tão pouco tempo, não havia pensando em Luk e isso me deixou triste, afinal apesar de louco eu amava aquele cachorro.

— Seria bom amor, eles aprenderiam a ter responsabilidades. - disse e Lukas me olhou temeroso.

—Luk é um descontrolado pode acabar machucando nossos filhos.

—Que não são de porcelana Lukas.- disse olhando para ele que suspirou.

—Ok. Vocês venceram, podem ficar com o temperamental. E você Luk, se machucar meus bebês eu te mato cachorro. -Lukas ameaçou e Luk olhou para ele confuso.

—Menos querido, menos.- disse e logo a companhia tocou.

—Finalmente eles chegaram.- Daniel disse antes de abrir a porta da frente.

—Estamos esperando alguém mãe? - questionei confusa, afinal ela não havia me dito nada.

—Contei ao Cauã que você estaria nos visitando por alguns dias, e ele veio te ver.- ela disse animada e sorri.

—Serio? Mas pensei que ele morasse com os pais em Port Angeles.- disse confusa e minha tia riu.

—Não querida, os pais do Cauã compraram a casa da frente agora eles são nossos vizinhos.- minha tia explicou e sorri feliz, afinal sentia saudade do meu amigo.

Cauã havia sido muito importante para mim, se não fosse por ele jamais teria me recuperado da dor de ter sido deixada pelo homem que eu amava. Uma dor que compartilhávamos, já que sua namorada havia lhe deixado também.

—Lanna.- Cauã disse assim que me viu e correu para me abraçar.- Como você está diferente garota. Está uma gata.

—Obrigada.- disse sem jeito e ele sorriu.

—Pelo menos você parou de corar quando te elogio.- ele disse colocando uma mecha de cabelo meu para trás da minha orelha e pode ouvir um rugir baixo demais para ouvidos humanos.

Confusa olhei para Lukas que não estava nada feliz em ver outro homem me tocando.

—Quem é esse cara? - Nicolas questionou de braços cruzados e com uma cara nada gentil.

—Ele é um grande amigo meu filho.- disse sorrindo antes de olhar para Cauã.

—Filho? Você teve um filho com quem? - ele questionou confuso.

—Comigo. O marido dela.- Lukas disse com raiva enquanto olhava Cauã de cima a baixo de uma forma ameaçadora.

—Acho melhor irmos jantar, afinal nossos convidados já chegaram.- Louise disse olhando os pais de Daniel que haviam acabado de entrar.

Durante o jantar expliquei a Cauã e a seus pais sobre meu casamento e a história da suposta adoção que havíamos contado a todos.

—Aposto que Lanna deve ser uma boa mãe. Vocês dois tem sorte em tê-la como tal.- Cauã disse e sorriu carinhoso para mim.

—É, a minha mulher é uma excelente mãe.- Lukas disse olhando sério para Cauã.

—Quem diria que você iria se casar com o namorado que te abandonou.- ele comentou de brincadeira e Lukas olhou para ele furioso.

Isso não era bom sinal.

—Por que? Por acaso você queria se casar com ela? Por acaso queria está no meu lugar? Por que é isso o que vejo.- Lukas disse com raiva e todos olharam para ele confusos, afinal não era normal vê-lo sendo mal-educado com alguém.

—Se me dão licença prefiro me retirar por que esse jantar se tornou intragável.- Lukas disse rude antes de sair da mesa me deixando envergonhada por seu comportamento.

—Me desculpem.- pedi a todos antes de ir atrás do meu marido.

—O que deu em você? - questionei furiosa assim que abri a porta do quarto e o vi andando de um lado para o outro furioso.

—O que deu em mim? - Lukas questionou furioso antes de me ver.- Como você quer que eu reaja quando a vejo toda derretida por aquele cara?

—Pelo amor de Deus Lukas, ele só estava sendo gentil ao contrário de você.

—Ele não estava sendo gentil Lanna, vi a mente dele. E você não sabe o que se passava lá dentro.- ele disse com ódio e sorri.- Por que você está rindo? Não falei nada engraçado.

—Você está com ciúmes de mim Lukas?! Nunca pensei que algum dia você fosse sentir algo assim.- disse admirada e ele me olhou confuso.

—Claro que estou, aquele cara quase tirou você de mim. Se eu tivesse demorado mais tempo em Firenze, não estaríamos casados agora. E por que não sentiria ciúmes de você? Eu a amo.

—Sei que você me ama, e ninguém jamais irá me tirar de você. Só que me sinto uma controladora por sempre está tendo crises de ciúme. Sou sempre eu que sinto e você parece que nunca senti nenhum ciúme de mim. É como se você não se importasse comigo Lukas.- disse triste e ele em olhou atordoado.- Mamãe disse hoje à tarde, que o ciúme serve para indicar o quanto uma pessoa é importante para nós. E segundo essa teoria, eu me importo muito mais com você do que você comigo.

—De onde você tirou essa ideia louca? - ele questionou chocado enquanto se aproximava de mim e segurava meu rosto em suas mãos.

—Sinto ciúmes de você todo o tempo Lanna, mas não quero que pense que desejo ser seu dono ou te sufocar por que sinto ciúmes.- ele disse olhando nos meus olhos de uma forma apaixonada

—É tão bom saber que você senti o mesmo que eu. Me faz sentir que não sou uma louca ciumenta.- disse suave e Lukas sorriu com amor.

—Eu te amo e jamais vou deixar de amar.

—Eu sei disso amor.- sussurrei antes de beijá-lo.

Naquele momento percebi que o ciúme podia sim ser um termômetro para um relacionamento, por que ele poderia revelar ações inesperadas de quem amávamos.