Depois da minha crise de bebedeira me mantive bem longe de whisky, agora Lisandra vivia a base dele. Ela não queria admitir, mas ela estava sofrendo por causa de Rafael e eu tinha pena dela.

A noite estava realmente linda, a lua estava cheia e parecia que ocupava todo o céu.

Seria uma noite perfeita se meu amor não estivesse tão doente.

—Ai. - ouvi Lanna gemer de dor e sai da frente da janela voando para o seu lado.

—O que houve?- questionei preocupado.

—Eles estão apenas se mexendo, tem espaço suficiente para eles. – Lanna explicou sem ar.

—Tudo bem respire fundo. -disse acariciando seu cabelo.

—Estava sonhando com nossos filhos. -ela sussurrou cansada.

—E o que você sonhou?

—Que eles estavam aprendendo a andar de bicicleta e estava dando um escândalo por isso. -ela disse e rimos.

—É bom saber que você estava no sonho e que também vou dar um escândalo assim que eles começarem a se “aventurar” por ai. -disse e rimos.

—Sinto falta da minha casa. -ela sussurrou e olhei para ela confuso. - Sinto falta da minha casa no Maranhão.

—Eu sei, também sinto. - disse e fazendo carinho em seu cabelo.

—Poderia pegar meu drink. -ela pediu de repente e sorri.

—Claro que sim, se comporte. - disse lhe dando um beijo na testa antes de sair do quarto.

Quando estava no final das escadas pode ouvir meus pais conversando na sala.

—Será que ela vai conseguir? - ouvi a minha mãe questionar.

—Vai, Lanna é forte e corajosa como você. - meu pai disse.

—Eu sei, mas se ela não resistir, não quero nem pensar em como Lukas vai reagir.

—Eu sei amor, mas se isso acontecer ele vai ter que superar pelo bem dos filhos dele. - ele disse e olhou para mim. - Mas sei que nada vai acontecer, tudo vai se sair bem.

—Anthony. -minha mãe sussurrou.

—Sim.- sussurrei triste.

—É o seu pai. -ela sussurrou e olhou para ele.

—Não fiz nada. - meu pai disse se defendendo.

Suspirei e fui até a cozinha, quando voltei meus pais não estavam mais conversando e sim se agarrando no sofá, apenas revirei os olhos e subi as escadas, quando cheguei ao quarto Lanna estava ao celular.

—Claro, depois de amanhã. Certo.

—Lanna Marie Santclair Scofield Cullen. Sim, a Rosalie Lillian Hale. Obrigada. -ela disse e desligou.

—Aqui está. - disse lhe passando seu copo.

—Obrigada.

—De nada.

Estava louco para saber para quem ela estava ligando tão tarde da noite.

E por que ela estava dizendo seu nome completo?

E o da minha tia?

Perguntas e mais perguntas, mas não iria invadir a sua privacidade.

—Tudo bem? Você está estranho. - Lanna questionou preocupada.

—É impressão sua.

—Posso lhe pedir algo?- ela questionou colocando seu copo em cima da mesa.

—Tudo que você quiser amor.

—Poderia me levar até a janela. Pelo que me parece a noite esta linda, e estou com calor.

—Claro. - disse a pegando no colo e levando-a para frente da janela.

—Nossa está uma noite linda. - Lanna sussurrou colocando a mão no vidro como se pudesse acariciar a noite. -Foi numa noite assim que nos casamos.

—Foi sim.

— Será que vou conseguir ver outra escuridão tão linda quanto está?- ela se perguntou e sorriu antes de responder. - Sim. Vou sim.

—Você vai meu amor. – assegurei antes dela arfar levemente de dor e segurar sua barriga.

—O que foi?- questionei preocupado.

— Foi só outra contração falsa. –Lanna disse enquanto respirava com dificuldade.

—Respire bem fundo amor. -disse colocando-a na cama para poder examiná-la..

—Isso não é nada bom. - disse terminando de examina-la.

—O que houve? –ela perguntou nervosa.

—Você está com 2 cm de dilatação.

—E?- ela questionou confusa.

—E que seu corpo está se preparando para dar a luz. - disse calmamente e Lanna arregalou os olhos.

—Eles vão nascer hoje?! –ela questionou nervosa.

— Não sei, se a dilatação do útero aumentar talvez sim.

—Ainda bem, estava pensando que ficaria grávida até os 9 meses. -ela sussurrou acariciando a barriga.

—O certo seria esse Marie.

—Eu sei, mas gosto de esta gravida de um vampiro. Apesar de todas as dificuldades e perigos. Jamais voltaria atrás, além do mais é melhor passar 1 mês grávida do que 9 meses, é mais pratico.

—Ás vezes não te entendo. Juro que não te entendo, agora sei que você não tem amor a vida.

—Eu tenho, mas gosto do perigo, pelo menos o que vem da sua parte. É excitante. -ela disse animada e rimos.

Logo seu celular tocou e ela atendeu rapidamente.

—Sim é ela. Claro, Rosalie vai está ai às nove e meia. Certo obrigada. - Lanna disse e desligou.

—Alguém está cheia de mistério. - cantarolei para ela que revirou os olhos.

—Só posso dizer que é uma surpresa. -ela disse deitado na cama.

—Tudo bem. –disse envolvendo-a em um abraço enquanto ela aspirava o meu perfume.

—Adoro seu cheiro, mesmo que às vezes ele me faça enjoar de vez enquanto. -ela confessou adormecida.

—Mesmo? Não sabia disso, me desculpe. - sussurrei sem graça enquanto ela tentava manter os olhos abertos.

—Tudo bem, já passou.

— Também adoro seu cheiro. -sussurrei aspirando o perfume que vinha dos cabelos de Lanna.

—Levarei tudo que te assusta Lanna, não vou deixar o medo atormentar você nunca mais. - sussurrei no seu ouvido enquanto ela adormecia.

Lanna estava ficando mais fraca do que antes mesmo se alimentando exclusivamente de sangue agora, pois ela não conseguia mais colocar nada no estomago. Sempre me preocupava com isso, odiava vê-la sofrer desse jeito, mas sabia que ela suportaria.

Lanna se sacrificaria por nossos filhos sem ao menos pensar, por que ela havia se tornando uma mãe.

Uma mãe forte e guerreira capaz de tudo pelos filhos.

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—4 cm de dilatação. - sussurrei para o meu avô depois que terminei de examinar Lanna.

—Interessante. Você já vai fazer 1 mês de gravida e parece que será um parto normal.- meu avô disse pensativo.

—Tá doido Carlisle. -gritei furioso.

—Não é claro que não. É uma hipótese.

—Que está fora de cogitação. Não vou colocar a minha mulher para ter um parto normal, isso a mataria. Vamos seguir o plano. Uma cesariana.

—Lukas querido, calma. - Lanna sussurrou segurando minha mão.

—Eu estou calmo querida. - disse e ela suspirou.

—Tudo bem. -ela disse soltando minha mão. - Será que alguém poderia me trazer um doce de leite?!

—Obrigada Emmett. - Lanna disse pegando o doce de suas mãos.

—Você devia parar de comer isso e tentar comer alguma comida saudável. - a repreendi serio.

—A culpa não é minha se seus filhos gostam de doce de leite. - ela disse revirando os olhos antes de colocar um colher generosa do doce na boca.

— Rosalie já voltou?- ela questionou comendo distraidamente o seu doce.

—Ainda não, ela disse que está na Tiffany. - Emmett disse.

— Tiffany?! A joalheira Tiffany?! – perguntei confuso.

—E tem outra Tiffany?! –Tio Emmett perguntou e todos riram.

—Não é claro que não.

—Ela não morre tão cedo. - Tio Jasper disse assim que Tia Rose entrou no quarto

—Depois conversamos seu emo. -ela disse olhando serio para ele que apenas riu.

—Aqui querida. - minha tia disse tirando da sacola uma caixa vermelha bem grande.

—Obrigada Rosalie. - Lanna disse pegando a caixa.

—Lukas quero que você dê isso aos nossos filhos quando eu morrer. - Lanna me pediu entregando-me a caixa vermelha.

—É claro que darei a eles, mas você não vai morrer. - disse enxugando suas lágrimas e lhe dando um beijo.

—Abra. - ela disse e abri.

Aninhado em uma almofada de veludo preto havia dois medalhões lindos e delicados.

Um era de ouro amarelo e havia o brasão da minha família no meio e o outro era de ouro branco com o brasão da minha família no meio.

Eles eram impecavelmente lindos e bem desenhados.

—São lindos querida. -disse segurando sua mão.

— Você acha mesmo?- Lanna perguntou insegura.

—Sim, são magníficos.

—Carlisle disse que eu deveria colocar o brasão da família, já que eles são Cullen de nascença.

—Você também é uma Cullen. –disse olhando para ela que tocou de leve o medalhão que havia ganhado dos meus avôs.

—Eu sei. –ela suspirou. – Você não vai abri-los?

—Claro. - disse e os abri, neles havia uma foto de nós dois.

—Me lembro desse dia. Tia Rosalie arrastou todo mundo para as compras e você se oferece para ir comigo. - sussurrei lembrando perfeitamente o dia.

— E nós dois fugimos para o estúdio fotográfico.

— E fizemos um lindo book. - disse e rimos.

—O que tem escrito ai?- tia Alice questionou.

— “Meu coração está onde fui capaz de me doar. Meu amor está em você minha filha.” – lê em voz alta a escrita em italiano e depois em francês.

—Esse medalhão é o da Nicole. - Lanna disse virando as costas dele e nele havia gravado o nome da nossa filha em letras elegantes.

—Nicole Angélique Cullen. - disse orgulhoso e sorri.

— E esse é o do Nicolas. - ela disse me passando o medalhão.

—“Nunca se esqueça de que vou estar ao seu lado. Nunca se esqueça de que eu o amei e sempre vou ama-lo meu filho.” – finalizei lendo o nome do meu filho. - Nicolas Audric Scofield Cullen.

—Eles são lindos, sei que eles vão adorar.

— Que bom que você gostou, fiquei receosa de que não gostasse. - ela disse torcendo de leve a ponta do cabelo com os dedos como ela sempre fazia quando estava nervosa.

—Não precisava ficar receosa, nem esconder isso de mim. - sussurrei tirando sua mão dos seus cabelos que estavam em um rabo de cavalo meio de lado e ela sorriu para mim.

—Eu sei, mas queria fazer surpresa. - Lanna disse enquanto os medalhões passavam de mão em mão. – E foi Rosalie quem desenhou.

—Por isso que ela vivia trancada aqui dentro. - disse e todos riram.

—Claro ela disse que precisava “sentir a peça”. –Lanna disse e revirei os olhos.

—Claro, as joias falam. - Rosalie disse seria.

— Bom vamos deixa-los a sós e juízo Anthony. Juízo. - meu pai disse serio antes de sair pela porta.

—Até que fim alguém me achou ajuizada. - Lanna disse levantando as mãos para o alto.

— Não é nada disso Lanna. É que faz semanas que o Lukas está na pedra e do jeito que vai, não duvido nada que ele não agarre a sua frágil e gravida esposa a qualquer momento. - Emmett disse e atirei um vaso na cabeça dele que acertou em cheio.

Já estava cansado das brincadeiras e insinuações do tio Emmett, e hoje havia chegado ao meu limite.

— Seu moleque. - Emmett disse pulando em cima de mim.

—Quem é moleque aqui?!- gritei furioso e o empurrei para longe de mim antes de ficar em pé.

— Agora você me paga. – rugi antes de pular em cima do meu tio e minha mãe ficou na frente de Lanna.

—Lukas pare com isso, por favor. - Lanna pedia nervosa assustada.. - Emmett, não o machuque.

—Acalme-se querida, isso não lhe faz bem. - minha mãe disse para ela. - Edward separe-os agora.

— Solte-o agora Anthony. - meu pai disse me puxando enquanto eu estrangulava meu tio.

—Não vou soltar. - rugi furioso e meu tio me derrubou no chão segurando meu pescoço em seguida.

—Agora você vai aprender a respeitar os mais velhos. - Emmett disse furioso enquanto se preparava para arrancar minha cabeça.

— Não. - Lanna gritou desesperada por me ver em perigo e tentou se levantar em vão, mas foi impedida por algo que a fez gritar e em seguida desmaiar.

—Lanna querida. - ouvi minha mãe dizer enquanto tio Jasper tirava Emmett de cima de mim.

Naquela hora pode sentir o cheiro do sangue de Lanna no ar e vê-la desmaiada nos braços de minha mãe, enquanto uma mancha vermelha sujava a colcha branca da cama

— Leve-a para a sala agora. - meu avô gritou enquanto paralisei vendo minha mãe correr com Lanna no colo.

Já havia chegado a hora.

A hora de decidir a quem eu deveria salvar.

E a minha decisão definitiva seria salvar os três.

Custasse o que custar.