Meio Dia escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 10
Separação




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Já havia se passado uma semana desde que Lanna quase tinha perdido nossos filhos, a vigilância sobre ela estava redobrada como nunca, fazendo-a se sentir o holofote de todas as atenções e Lanna odiava isso.

—Como ela está?-meu pai perguntou por volta do alvorecer.

—Nada bem. -sussurrei preocupado enquanto olhava para minha esposa.

Lanna estava com sintomas de um leve resfriado o que não era nada bom para a sua já delicada saúde.

—Ela ainda está com febre não é?

—Sim pai e estou preocupado.

—Não se preocupe isso aconteceu com a sua mãe também, vamos dizer que é uma forma do corpo dela reagir à bagunça hormonal que seus filhos estão causando nela. – meu pai diagnosticou e suspirei.

—Tomara que sim. -sussurrei afastando uma mecha do seu cabelo do rosto.

Ela se remexeu um pouco antes de virar para mim e me encarar com um par de olhos verdes quase sem brilho.

—Lukas. -ela sussurrou adormecida.

—Sim amor. -sussurrei me ajoelhando ao seu lado e acariciando seu cabelo de leve.

—Você pode me dar um copo de água, estou com sede.

—Claro. -disse e meu pai me deu o copo em minhas mãos.

—Obrigada. -ela disse e a ajudei a levantar a cabeça enquanto ela tomava sua água.

Depois que Lanna terminou de tomar água devolvi o copo para meu pai e me deitei ao lado dela que colocou sua cabeça em meu peito enquanto acariciava seu cabelo.

—Você está triste. -Lanna disse e fechei os olhos antes dá um beijo em seus cabelos.

—Não estou não amor. -sussurrei com a voz rouca e triste.

—Lukas, eu conheço você, sinto você bem aqui. -ela disse pegando minha mão e colocando-a onde seu coração batia sobrecarregado e acelerado, por causa da gravidez e do meu toque.

—Se é porque você acha que vou desistir de lutar pela minha vida, fique despreocupado, vou continuar respirando até colocar essas coisinhas fofas no mundo.

—Você promete?

—Palavra de Lanna Cullen. -ela disse levantando sua mão esquerda e pode ver sua aliança e seu anel de noivado e logo um filme passou pela minha cabeça.

—O que quer para o café filha?-ouvi meu pai questionar ao longe e me concentrei na conversa.

—Não quero comer nada Edward, obrigada. -ela gemeu exausta e enjoada.

—Você precisa comer algo filha. -ele disse preocupado enquanto olhava para ela. -Lanna, você está muito debilitada muito mais que Bella esteve, já que você está gravida de gêmeos.

—Eu não consigo, só de pensar em comer fico enjoada.

—Tudo bem, se mudar de ideia me diga. -ele disse e saiu do quarto enquanto Lanna se aconchegava mais a mim.

—Você precisa comer minha princesa. -implorei angustiado.

Me sentia incapaz vendo minha mulher definhar aos poucos. Me sentia um inútil por que estava vendo a mulher que mais amei definhando aos poucos.

Meu avô não entendia por que mesmo com a dieta baseada em sangue Lanna adoecia e melhorava, melhorava e adoecia. Nosso dia a dia era movido por esse ciclo interminável que me matava lentamente assim como a gravidez fazia a ela.

Mas por outro lado, meus filhos estavam ficando cada dia mais fortes muito do que a mãe.

Sabia que ela não aguentaria por muito tempo, sentia que ela me deixaria e isso eu jamais suportaria.

Rezava para que o parto acontecesse logo, e que eu tivesse a chance de salva-la.

Era só o que queria.

Salvar a mulher que salvou a minha vida para que ela pudesse ver nossos filhos crescerem.

—Nossa gatinho, você está calado demais, nem aprece meu marido. -Lanna sussurrou no meu peito e ri sem humor.

—Você precisa dormir um pouco, relaxar. - ela disse se sentando na cama com cuidado e a olhei confuso.

—Não posso dormir, lembra? Sou um vampiro. -disse e ela sorriu.

—Feche os olhos querido. -ela sussurrou docemente e acariciou meu cabelo. -Não pense em nada, só escute a minha voz, esqueça tudo. Todos os problemas, perturbações e angustias. Não há nada disso. Só o som da minha voz.

—Isso não vai dar certo. -disse sonolento enquanto fechava os olhos e apagava.

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Me sentia dolorido e confuso.

Rolei para o lado e Lanna não estava lá.

—Lanna?-gritei desesperado.

—Para de escândalo, ela só foi ao banheiro. -tia Rose disse e respirei aliviado.

—Ela me fez dormir?!-sussurrei confuso.

—Fez, e como você dormiu. -Rose disse e riu.

—Você ficou tão linda com esse vestido lilás. -Alice disse com Lanna no colo.

—Você sempre diz isso. -ela disse e desviei o olhar para a tulipa vermelha perto do meu travesseiro.

—Amor eterno. -sussurrei olhando para flor e depois para Lanna que piscou para mim.

—Como você... -disse com a tulipa nas mãos.

—Que ela significa amor eterno?! Fiquei curiosa com a historia da Rose e pesquisei o significado das flores e essa tem tudo haver com nós quatro. -ela disse acariciando de leve sua barriga e a abracei delicadamente.

—Você também é o meu amor eterno. -sussurrei no seu cabelo.

—É açúcar demais. -Rose gemeu e todos riram.

—Como você conseguiu me fazer dormir?!

—Sinceramente não sei, Só queria que você relaxasse e você dormiu.

—E como adormeci.

—Você está relaxado?!- Lanna questionou e sorri amplamente.

—Muito, obrigada. -disse e lhe dei um beijo.

—Disponha. -Lanna disse corando.

—Bom, eu e Alice vamos fazer seu jantar. -Rose disse ajudando Lanna a se deitar na cama.

—Onde está Esme?-ela questionou confusa.

—Foi fazer compras bem longe de Forks e Carlisle foi pegar mais sangue com Edward e Bella. – tia Alice informou.

—Tudo bem.-ela disse e as duas saíram.

—Você pode ficar quietinha por 5 minutos. -pedi e ela assentiu sorrindo suave.

Fui para o banheiro tomar um banho e pensar um pouco.

Era nessas horas que eu chorava como criança.

Reservava a hora do banho para afogar as magoas, preocupações e dores que tinha em relação a mim. Não deixava de pensar que tudo pelo que Lanna passava era por minha inteira culpa.

—Eu devia ter evitado. -choraminguei em baixo do chuveiro batendo com a minha cabeça na parede do banheiro.

Depois do desespero eu sempre me acalmava e saia do chuveiro.

—O pai de vocês se sente tão.... Culpado. – ouvi Lanna sussurrar enquanto acariciava seu ventre.

—Juro para você que não me arrependo de nada que fiz, por que faria tudo de novo só para ter vocês. -ela disse chorando.

—Lanna?-chamei e ela me olhou com lagrimas nos olhos.

—Ah não vi a você. -ela disse sem graça e enxugando as lagrimas.

—Você acha que me arrependo? -perguntei me sentando na cama e ela fez que sim com a cabeça.

—Em parte sim. Jamais quis ver você passando por tudo que está passando, mas eu nunca tiraria ou obrigaria você a abortar, isso não. -disse olhando para as minhas mãos.

—Então, você não os quer?! Você quer que eu tire meus filhos?!-Lanna sussurrou confusa enquanto protegia sua barriga.

—Eu os amo de todo o meu coração querida, e não posso fazer nada contra eles.

—Me desculpe, é só meu instinto de protegê-los. - ela admitiu sem graça e sorri.

—Seu “instinto de mãe” seria capaz de brigar com o pai dos seus filhos?!-questionei brincando e ela me olhou feio antes de me abraçar.

—Eu jamais machucaria você meu Tony. -ela sussurrou em francês e sorri.

—Eu sei.- sussurrei em francês.

—Agora você poderia colocar uma roupa. -ela pediu e bateu de leve no meu ombro.

—Como se você já não tivesse me visto sem roupa. -disse e ela riu.

—Muitas vezes, mas eu podia fazer algo e agora... -ela disse e gemeu me olhando enquanto eu ria.

Fui para o closet e vesti uma calça jeans e uma camisa polo rapidamente.

—Agora coma tudo. -Rose disse e Lanna fez cara feia.

—Nada disso. Você vai comer. -disse serio e ela me olhou feio.

—Você já está bancando meu pai?!- Lanna questionou incrédula.

—Estou e coma.

—Não sou a Nicole. - Lanna disse furiosa.

—Então se comporte como a mãe dela.

—Tá, eu como. -Lanna disse derrotada e começou a comer.

—Boa menina. -disse e dei um beijo em sua testa.

—Você precisa dormir. -Alice disse olhando para Lanna.

—Eu sei. -Lanna disse se deitando e fechando os olhos e logo comecei a ouvir sua respiração pesada e inquieta.

—Ela adormeceu rápido. -disse e elas sorriram quando comecei a fazer carinho em seu cabelo.

—Enquanto você “dormia” ela fazia carinho no seu cabelo. - Rose disse e Alice sorriu.

—O amor é lindo. -Alice disse e ri.

—Eu sei. -disse e Lanna se virou para me abraçar levemente.

—Tau.-minhas tias cantarolaram desligando a luz e saindo do quarto.

Fiquei sentido seu cheiro, sua respiração e seu calor que eu tanto amava.

“Isso está um tedio.” - ouvi um pensamento desconhecido invadir minha mente.

“Está mesmo. Ninguém fala nada.” - outro pensamento diferente.

—Não acredito. -sussurrei em choque.

“Conheço essa voz.”

“Ai, você me chutou.”

“Não chutei não.”

“Agora eu vou chutar.”

Me soltei levemente de Lanna e me ajoelhei perto da sua barriga enorme.

—Posso ouvir vocês. -sussurrei emocionado.

“Adoro a sua voz, é tão bonita quanto à dela.”

—Você deve estar se referindo a sua mãe.

“Sim, ela sempre conversa com a gente.”

“É eu também gosto dela, mas quem é você?”

—Sou o pai de vocês. -disse sorrindo orgulhoso.

“Oi papai.”-os dois pensaram e sorri feito um bobo.

Se pudesse chorar estaria chorando agora.

—Oi meus amores. Coisas fofas do papai. -sussurrei e beijei a barriga de Lanna.

—Lukas. -Lanna sussurrou ligando o abajur ao lado da cama.

—Sim.

“Nossa o nome dele é lindo.” - alguém pensou.

—O seu também, mas preciso saber quem e quem.

“Agente não sabe.”

—Com quem você está falando carinho?-Lanna perguntou confusa.

—Com o Nicolas e a Nicole. -sussurrei e ela me olhou pasma.

“Quem são?!”- eles gritaram em pensamento.

—Lukas. -Lanna me chamou pedindo atenção de braços cruzados.

—Vocês, por favor, parem de gritar. -os repreendi com doçura.

“Desculpe papai.”-eles pensaram juntos e arrependidos.

—Tudo bem, o papai não ficou bravo com vocês. –sussurrei acariciando e beijando a barriga de Lanna.

—Lukas Anthony Swan Cullen, me explique o que está acontecendo. -Lanna pediu nervosa.

“Papai está em apuros.” - eles cantarolaram varias vezes.

—Nisso vocês puxaram a sua mãe. -disse e eles riram.

—Explique-se. -ela pediu seria.

—Tudo bem, posso ouvir os pensamentos deles e cá entre nós eles são muito insolentes.

“Não somos não.” - eles gritaram de novo.

—Não fale assim deles, eles não sabem o que fazem. -Lanna disse docemente.

“Nossa a mãe tem a voz linda.” - eles sussurraram juntos e admirados.

—Eu também acho. -sussurrei segurando a mão dela.

—Do que vocês três estão falando?

—Eles disseram que você tem uma voz linda. -disse e ela sorriu.

“Pai.” - um pensamento me chamou e sorri.

Era tão estranho e ao mesmo tempo prazeroso ouvir eles me chamando em pensamento de pai, me deixava bobo e sorridente.

—Sim meu amor. -respondi colocando meu ouvido em cima da sua barriga de Lanna.

“O senhor pode dizer à mamãe que eu a amo.”- um pensamento me implorou.

“Eu também a amo muitão.” - outro pensamento cantarolou.

—Claro que sim.

—O que houve?-ela perguntou ansiosa.

—Eles pediram que eu dissesse a você que eles te amam muito. Na verdade eles têm certa adoração por você.

—Eu também amo vocês. -Lanna disse chorando e fazendo carinho na sua barriga.

“Pai, estou com fome.” - alguém pensou chorando.

“Eu também estou pai.”

—Tudo bem, não chorem. -disse nervoso.

Não suportava ver ninguém chorando, principalmente Lanna e agora meus filhos.

Não demorou muito até que meu pai entrasse no quarto com um copo na mão.

—Eu ia mesmo lhe pedir, estava faminta. -Lanna disse pegando o copo das mãos de meu pai.

— Trouxe outro copo para você, ao que parece meus netos são bem famintos. -meu pai disse antes de sair e sorrimos.

—Eles começaram a chorar e isso me deixou extremamente nervoso.

—Disse que você seria um bom pai.- ela disse antes de tomar seu sangue.

“Ele é.” - eles pensaram felizes.

“Nós também te amamos papai.”-eles gritaram.

—Eu também amo vocês.

—Você pode ouvi-los. -Tia Alice invadiu meu quarto gritando, fazendo Lanna se assustar e os bebês se mexeram dentro dela causando-lhe dor.

—Tudo bem amor?- questionei preocupado assim que ela arfou sem ar.

—Esse foi um chute bem forte. -ele arfou e lágrimas rolaram pelo seu rosto.

—Quantas vezes disse para a senhora não entrar feito uma louca no nosso quarto tia?-questionei furioso enquanto acalentava Lanna.

—Me desculpe foi sem querer. -tia Alice sussurrou abaixando a cabeça e chorando.

Odiava ver uma mulher chorando, principalmente minha tia.

—Tudo bem tia, tudo bem. -disse e ela pulou contente antes de se sentar na cama.

—Temos uma surpresa para vocês Marie e Anthony. -tia Rosalie entrou cantarolando no quarto junto com a minha mãe e avó.

“Marie? Pai quem é?”-um pensamento invadiu a minha mente.

—É o nome da sua mãe. -sussurrei e todos me olharam.

—Um dos dois perguntou ao Lukas quem se chamava Marie. -meu pai explicou.

“Eu gostei desse nome.”

—Eu também gosto amor.

—Vamos parar com essa babação toda. Lukas pegue a sua esposa no colo e vamos. -Tia Rosalie disse impaciente.

—Surpresa, surpresa. -Tia Alice cantarolou contente enquanto batia palminhas.

“Pai, quem são essas loucas?”-alguém pensou.

—Acredite meu neto, me pergunto isso todos os dias. -meu pai sussurrou enquanto eu pegava Lanna no colo e tia Alice quicava em nossa frente para mostrar o caminho.

—É aqui, espero que gostem. -minha tia sussurrou abrindo a porta.

—É lindo. -Lanna sussurrou emocionada ao ver o quarto da nossa filha.

Ele era um quarto digno para minha princesinha.

—É lindo tia obrigado. -sussurrei entrando no quarto com Lanna no colo e colocando-a em uma poltrona que havia ali.

—Sei que ela vai adorar. -Lanna disse olhando para o quarto enquanto pegando um urso de pelúcia e segurava-o em seu colo.

Me ajoelhei ao seu lado e enxuguei suas lagrimas enquanto ela me olhava ternamente.

—Como eles vão crescer rapidamente, vamos ter varias reformas por aqui. -minha avó disse e minha tia Alice gritou fazendo todos rolaram os olhos.

—Ainda temos mais um quarto. -cantarolou tia Alice.

—Vamos logo Anthony , pegue-a no colo ou você quer que eu a pegue?!- Tia Rosalie questionou e a ignorei.

—Você quer ficar mais? -questionei ainda enxugando as lagrimas que caiam dos olhos de meu doce anjo.

—Não, vamos ver o quarto do Nicolas, quero descansar. -ela pediu sonolenta e concordei pegando-a no colo enquanto íamos para o quarto de Nicolas.

—Pronta? -tia Alice questionou.

—Sim Lice. -Lanna sussurrou e minha tia abriu a porta.

—É tão lindo. -Lanna sussurrou exausta e deitou sua cabeça em meu peito e logo começou a respirar com dificuldade.

—Você está sentindo algo meu anjo?

—Estou tão cansada. -Lanna sussurrou sonolenta e fechou os olhos respirando fracamente.

—Lanna acorde. -implorei desesperado e me sentei com ela no colo em uma poltrona que havia ali.

—Se acalme meu filho. -meu avô disse tocando meu ombro. -Leve-a para o quarto para que eu a examine.

Não disse nada, apenas a peguei no colo e a levei para o nosso quarto, ela ainda dormia como se fosse “a bela adormecida”.

Não conseguia deixar de olhar o seu rosto de anjo a dormir tranquilamente.

—O que houve vovô? -questionei sem tirar os olhos do rosto da minha doce esposa.

—A nossa Marie entrou em um leve coma, então só podemos esperar para que ela acorde.-meu avô disse segurando o pulso de Lanna e me olhando com pena.

—Não. -sussurrei com raiva.

—Meu filho se acalme, por favor. -minha mãe disse me abraçando.

—Como posso ficar calmo?! Me diga. -gritei descontrolado.- Se a mulher que amo está em coma por minha culpa.

—Não é sua culpa amor. -minha mãe disse tentando me acalmar.

—É sim mãe, eu a engravidei. Por minha culpa Lanna está assim, devia ter evitado. E por minha culpa ela vai morrer. –gritei transtornado.

—Não fale assim filho, ela ama você e vocês não sabiam que ela podia engravidar. - meu pai disse tentando me abraçar.

—Não pai, você não sabe como me sinto. -sussurrei furioso e sai do quarto descendo as escadas sem olhar para trás.

—Lukas, o que houve?-Lisandra perguntou segurando meu braço.

—Me deixe em paz. -disse rude e sai da sala.

Corri floresta adentro sem ao menos olhar para trás até que parei e me joguei no chão, de joelhos.

—Será que não posso ser feliz meu Deus?! -gritei para o céu.

—Já perdi meus pais, e as minha irmã. E agora a mulher que amo. Estou destinado à desgraça só pode ser isso. -sussurrei me deitando no chão e me encolhendo enquanto começava a chover forte.- O que foi que fiz para merecer tanto sofrimento?!

—Lukas? -Lisandra chamou se ajoelhando ao meu lado.

—Me deixe em paz. -sussurrei sem em mexer.

—O que você pensa que está fazendo? –Lisandra questionou me levantando bruscamente e me sacudindo.

—Me deixe em paz, será que você não entende. -disse me soltando de Lisandra.

—Não, eu não entendo. -ela disse me olhando enquanto me sentava no chão.

—Enquanto você fica aqui se lamentando, a sua mulher está lá em cima lutando pela vida dela e pela vida dos seus filhos. Enquanto você lamenta e chora feito criança, Lanna está sendo uma verdadeira guerreira. Você tem que reagir Anthony, ela precisa de você ao lado dela, e não que fique se lamentando por ela ter engravidado. -Lisandra disse se ajoelhando na minha frente e segurando meu rosto em suas mãos para que eu a olhasse nos olhos.

— Nunca vi você assim. Tão desesperado... tão sem rumo. Lukas, eu me preocupo com você. Você é o meu primo querido e odeio vê-lo sofrer. Isso me parte o coração. -ela disse me abraçando forte.

—Você precisa reagir, por ela, pelos seus filhos e por nós que somos a sua família. -Lisandra disse e me deu um beijo minha testa.

—Obrigado por tudo. -disse e dei um beijo em sua testa.

Foi a primeira vez que Lisandra me abraçou e me olhou sem malicia nos olhos ou insinuando algo, ela estava verdadeiramente sendo minha prima, como ela sempre deveria ser desde o começo.

Ficamos abraçados por talvez horas, enquanto ela sussurrava um “vai ficar tudo bem” e me acalmava com palavras otimistas.

—Lukas, Lisandra?!- Rafael gritou furioso e nos separamos confusos.

Seus pensamentos não eram nada agradáveis ao nosso respeito.

—Como você tem coragem de trair a sua mulher quando ela está morrendo para colocar seus filhos no mundo?!-Rafael gritou me acusando.

—Não é nada disso Rafael. -Lisandra disse tentando faze-lo mudar de ideia.

—Cala essa boca. Você é uma qualquer, todos diziam isso e eu não ouvi. Como sou burro.

—Não fale assim dela. -disse friamente.

Não deixaria ele falar assim dela.

Lisandra podia até sair com qualquer homem, mas ainda assim ela era a minha prima e não deixaria ninguém mal dela.

—Agora você está defendendo a sua amante?! Era assim que você dizia que amava a Lanna? Era muito melhor se ela tivesse se casado comigo, só assim ela não estaria morrendo por carregar aquelas aberrações. -Rafael disse com ódio.

—Retire o que você disse sobre os meus filhos. Agora. - sibilei furioso.

Podia suportar tudo, menos alguém ofendendo os meus filhos.

—Nunca, eles são monstros como o pai. -Rafael disse e lhe dei um soco fazendo-o cair no chão.

—Lukas, você ficou doido?! -Lisandra questionou tentando ajudar Rafael a levantar e ele se soltou dela.

—Você nunca superou por ela ter ficado comigo apesar de eu ser um vampiro não foi?!-questionei furioso.

—Você quer mesmo saber?! Sim, eu ainda a amo muito. E só abri mão dela por que pensei que você fosse fazê-la feliz, e pelo que vejo estava engando. Você sempre a magoou e sempre vai magoa-la. Eu tenho repulsa de ser seu sobrinho. -Rafael disse me olhando com nojo e antes de sair.

—Não tanto quanto eu.

—Você não deveria ter dito aquilo Lukas, ele é a sua única família. -Lisandra sussurrou tocando de leve meu braço.

—A minha única família é a Lanna, os meus filhos e os Cullen. Esses sim são a minha família. -disse e respirei fundo.

—Eu acho melhor voltarmos, quem sabe a Lanna já acordou. -Lisandra disse esperançosa.

—Tomara Liz, tomara. –sussurrei e começamos a correr, assim que chegamos ao gramado de casa paramos de correr e fomos andando, foi ai que percebi um cheiro familiar.

Era o cheiro da minha Lanna.

—Lanna. -sussurrei e entrei correndo.

Ela estava sentada no sofá ao lado da minha mãe.

Fiquei tão feliz por vê-la acordada, queria abraça-la e dizer que senti sua falta, mas quando dei um passo em frente ela levantou levemente a mão indicando que parasse e parei confuso.

—Por que você fez isso?!-Lanna sussurrou sem forças me olhando com os olhos marejados.

—Isso o que amor? -perguntei confuso.

—Por favor, não me chama assim. -ela pediu enxugando as lágrimas que começavam a rolar pelo seu rosto.

—Contei a ela o que você fez Lukas, ou melhor, ela viu na minha mente o que você estava fazendo com essa ai. -Rafael disse aparecendo na sala e se referindo a Lisandra que estava ao meu lado.

—Não acredito que você mentiu para ela, você sabe que ela não pode se estressar ou se emocionar demais. -disse furioso.

—Só queria mostrar a ela o canalia que você é. -ele disse e avancei para cima dele e meu pai me segurou.

—Anthony, não faço isso ele é seu sobrinho. -meu pai disse me segurando.

—Não tenho sobrinho pai. -disse me soltando do meu pai e olhando para Lanna.

Podia ver nos seus olhos que ela não confiava em mim.

—Me escute, por favor, ele não sabe o que viu. -sussurrei me ajoelhando na sua frente e pegando sua mão, mas ela soltou minha mão bruscamente.

—Não quero ouvir, você não tem obrigação nenhuma de me explicar nada. -Lanna sussurrou me olhando seria, mas as lagrimas não deixavam de cair, por extinto levantei minha mão para enxuga-las, mas ela virou o rosto.

—Por favor, não toque em mim nunca mais. -Lanna disse entre lagrimas sem me olhar no rosto.

—Lanna. -sussurrei com dor e pedido para que ela acreditasse em mim.

—Nosso casamento acabou Lukas. Não quero ver você nunca mais. Se você quiser pode ver o Nicolas e a Nicole, não vai impedi-lo de vê-los, pois você é o pai deles. Mas meu marido ou qualquer outra coisa minha você não é mais. -ela sussurrou me olhando seria enquanto retirava sua aliança de casamento e seu anel de noivado de sua mão e os colocava em cima da mesa de centro.

—Não faz isso Lanna. Vamos conversar, por favor. - pedi chorando e desesperado.

—Bella, você pode me levar para cima, por favor. -Lanna pediu quase chorando e minha mãe a pegou no colo e a levou para cima.

Pode ouvir seu choro abafado pelo braço da minha mãe me fazendo soluçar também.

Me joguei no chão chorando compulsivamente.

Havia perdido o amor da minha existência e por culpa de um terrível engano.

—Filho, calma. -meu pai disse me abraçando.

—Eu não a trai pai, jamais faria isso. Eu juro.

—Eu sei filho, acredito em você.

—Mas não devia, eu vi os dois se beijando. –Rafael disse furioso.

—Vou matar você, por fazê-la sofrer por uma mentira. -gritei me soltando do meu pai, mas tio Emmett me segurou.

—Só disse a verdade a ela. -ele gritou se defendendo.

—Saia da minha casa agora, nunca mais quero ver você aqui. -rosnei furioso.

—Nem eu quero ver você. -Rafael disse saindo da sala e desabei no chão chorando.

—Vai ficar tudo bem filho. -meu pai prometeu enquanto me abraçava e eu pegava as alianças de Lanna que estavam em cima da mesa.

—Não pai não está nada bem. -sussurrei com dor.

—Carlisle, precisamos de você lá em cima. -minha mãe disse aparecendo na escada.

—Como ela está? -questionei me levantando fracamente do chão e indo em direção a minha mãe.

—Ah meu bem, ela está péssima. Lanna não para de chorar e isso está debilitando-a mais ainda, precisamos seda-la antes que ela piore. –minha mãe sussurrou e me segurei na escada para não cair em prantos.

—Não fique assim meu menino, não é culpa sua. Sei que você não a traiu você a ama demais para fazer isso. -minha mãe disse me abraçando e beijando a minha testa.

—Seu pai vai cuidar de você não se preocupe.

—Cuide dela por mim mamãe. -pedi com dor.

—Vou cuidar. -ela disse me soltando e subindo atrás do meu avô.

Me sentei na escada encostei minha cabeça no corrimão e fechei os olhos rezando para que tudo não passasse de um terrível engano, e eu pudesse segurar a mão de Lanna novamente e dizer que a amava.


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Notas finais do capítulo

Imagens do capitulo:
Quarto de Nicole:
http://2.bp.blogspot.com/_aix9k2-hHok/TPPB1_YpUwI/AAAAAAAAFbY/0XV4ZA_WGn0/s400/qb+6.bmp

Quarto de Nicolas:
http://1.bp.blogspot.com/-Bku5lOOFSAw/UIKY-NvXg0I/AAAAAAAAJts/7sHDvZ81lxk/s1600/cortina-para-quarto-de-bebe-masculino-10.jpg



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