Prisoner escrita por bitterends


Capítulo 14
Por Mim


Notas iniciais do capítulo

Desta vez abusei da demora, me desculpe!
Agora que estou de férias da faculdade tentarei ser mais rápida com os capítulos!
Continue acompanhando!
Boa leitura.



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Lorenzo, ao retornar para casa, deparou-se com uma furiosa Millene e com uma tranquila Lolita.

— Lollo, eu não sou sua mãe. Você é adulto e sabe o que faz de sua vida, mas acha mesmo justo me deixar assim tão nervosa e preocupada? - Esbravejava sua prima.

Mi dispiace, sinto muito! Não queria te aborrecer, irmãzinha. Eu bebi tanto, mas estive aqui na propriedade o tempo inteiro. Estava na adega principal…

— Podia ser il quinto di inferno! - Ainda vociferava a jovem, quando sua esposa decidiu interferir.

— Já chega, Millene, acho que Lorenzo entendeu. Agora deixe-o. Amanhã teremos um longo dia de trabalho, nós três devemos descansar. Se estiver com fome, Lollo, trouxemos um pouco de comida para você.

O rapaz não sabia bem como reagir, desde que se recordava, a prima não suportava Alice. A noite ainda se aproximava e o sono não chegava perto de dominá-lo. Ele pensava no porquê de Millene brigar tanto com ele em poucos dias o que ambos nunca haviam brigado antes na vida. A moça, apesar de sensível, não era leviana e dificilmente estaria sentindo apenas ciúme.

Ele queria arrumar uma maneira de mudar o pensamento de sua prima, já que tanto a amava e era a única família que lhe restou. Sua esperança era que Alice se descobrisse amando-o – ou que nunca o esqueceu, se divorciasse do bonitão egípcio, e por fim se casassem, como deveria ter sido antes.

***

Mi amore, você está indo longe demais. Não é necessário brigar com Lorenzo só porque a amiga dele te desagrada. - Lola massageava as costas de sua amada.

— Não é só por isso, meu amor! Eu não sinto coisas boas nela, disse um montão de vezes já. Estou dizendo, essa história não vai acabar bem. Você vai ver, logo ele trará essa mulher para dentro de casa. Olhe para meu primo e para o marido dela… Ela só vai usar Lorenzo, para manter o ego inflado, se sentir valorizada e uma mulher capaz de ter tudo o que quiser!

— Lá vem você dizendo que sente isso ou aquilo. Você não é vidente, meu amor. E se essa mulher realmente amar seu primo e decidir viver com ele?

— Espero que não, porque de qualquer forma, estou pronta para apostar que o marido dela nunca vai deixá-la ser feliz com outra pessoa.

— Você está sendo muito pessimista e estou te desconhecendo… - Lolita já ficava impaciente.

— Não é pessimismo, é realismo.

— Sou da turma dos que preferem pagar pra ver. - Respondeu a jovem, rispidamente.

—E pagaremos um preço altíssimo… - Finalizou Millene, fitando o nada enquanto seus sentimentos preenchiam o vazio espaço em que seus olhos estavam fixados.

***

Deitado na cama, olhando para o teto, Lorenzo tentava digerir todos os recentes acontecimentos, sentia-se como um adolescente perdido em utopias. Já havia passado do estado de euforia no qual estava horas atrás e pensou, racionalmente, que o certo a fazer seria seguir sua própria vida e parar de se iludir com seus sentimentos por Alice. Ela nunca deixaria seu marido lindo e bilionário por um cara que vivia perto do mar, com condição financeira estável e sem muitos luxos que Lollo era.

Quando a ponta da realidade entrou em sua mente, seu celular começou a tocar e ele até seu último fio de cabelo se arrepiou ao ver quem ligava tão tarde e seu coração acelerou.

— Querida, por que está me ligando tão tarde? E como conseguiu meu número, afinal?

— Meus pais mantém a agenda telefônica ao lado do telefone, não foi difícil conseguir seu contato. - Sorriu sem muito ânimo a causadora da insônia do rapaz. - Estou ligando para me desculpar por minha atitude… Podemos, por acaso, fingir que nada aconteceu e manter nossa amizade?

— Fingir que nada aconteceu… Claro, posso fingir. Manter nossa amizade é que acho que não vai rolar. - Suspirou. - Eu nunca fui somente seu amigo, portanto acredito que não saberei fazê-lo depois de velho. Fique tranquila, ninguém vai saber do nosso segredinho. Boa noite.

Irritado com o pedido da moça, Lorenzo respondeu-a e desligou a chamada.

Do outro lado da linha, não imaginava a fúria em que sua interlocutora se encontrava ao perceber que ele havia desligado o telefone.

Com muito custo, o rapaz adormeceu pouco depois das 4:00h da manhã, já Alice manteve-se acordada planejando em como reconquistaria Lorenzo e o manteria motivado a ficar com ela enquanto continuasse casada com Khalil para arruinar sua vida e assim, com sua vingança concluída, conseguiria separar-se mais fácil e finalmente viver a vida com liberdade e seu primeiro amor.

 

A raiva, principalmente nos últimos meses, era capaz de mudar a personalidade da moça. Sofreu com a crueldade gratuita de seu marido amando-o e sendo o melhor que poderia ser para ele, recebendo em troca a dor física e emocional.

Ela tanto foi machucada que aprendeu como machucar e prometeu a si mesma que ninguém mais a faria sofrer, ninguém mais rejeitaria seu amor, ninguém mais saberia o que era felicidade se ela não fosse feliz. Ninguém a salvou, logo ela não salvaria alguém.

Alice teria tudo o que quisesse, por privações ela não passaria mais.

Se Lorenzo ela queria, iria tê-lo a qualquer preço.

“Ninguém mais vai me bater, ninguém mais vai me rejeitar. Eu te quero e o terei, Lorenzo.”

 

Alice acordou quase ao meio-dia, dormiu apenas por quatro horas. Retirou do guarda-roupas um vestido branco muito parecido com o de seu aniversário de dezoito anos, os cabelos curtos mostravam que aquilo era o presente agora.

Arrumou-se, passou um suave perfume com cheiro de flores, fez uma leve maquiagem e saiu do quarto. Avisou aos pais que sairia e almoçaria em algum restaurante, afirmando que precisava comprar sua passagem de volta para casa, quando foi questionada pelo pai:

— Por que não compra pela internet, filha?

— É que eu quero passear um pouco, papai. Sentir o cheiro das cidades. Vou demorar, me dar um dia comigo mesma.

— E já quer ir embora tão cedo…

— Papai. - Sorriu. - Eu voltarei com mais frequência para visitá-los, Khalil disse que se empenhará ainda mais no trabalho e ficarei muito sozinha, não estou acostumada. Portanto estarei aqui mais vezes, a cada viagem que ele fizer.

O pai a abraçou, mas algo o fazia desconfiar de que não seria somente por Anitta e ele que Alice estaria na cidade frequentemente.

A moça chamou um táxi e nele entrou, partindo para o restaurante de Lorenzo.

Chegou ao local, sentou, fez o pedido de uma refeição, almoçou e pacientemente esperou até ser a última cliente lá dentro.

Lollo estava na cozinha e não havia saído de lá desde a hora que chegou, logo, não fazia ideia de quem o aguardava.

— Senhora, iremos fechar o restaurante. Posso lhe trazer a conta?- Disse impaciente, mas educadamente a garçonete.

— Na verdade, pode trazer a conta, mas eu esperarei por Lorenzo aqui dentro.

— É que o cheff está na cozinha preparando novas massas e provavelmente sairá depois de todos os funcionários…

— Não se importe, sou amiga pessoal dele. Sou filha dos Canelluti. Vou esperá-lo, nós combinamos.

— Oh! Me desculpe, eu não me recordava da senhora. Fique a vontade.

Dizer que era da família Canelluti era um passe-livre no Vino & Cucina Bertoncello.

Quando todos se retiraram do restaurante, exceto Lorenzo, era a hora da surpresa. Ela foi até a cozinha e não tinha noção de que era tão grande. Lorenzo fabricava as próprias massas de macarrão e uma parte da cozinha era dedicada somente às massas e era isolada por um vidro fumê, como um anexo sem porta.

O rapaz não usava a dolma de cozinheiro, apenas um avental por cima de uma camisa de botões jeans e calça preta, cabelos presos em um coque com touca de cozinha por cima, concentrado enquanto sovava a massa.

Alice se aproximou.

— Quanta concentração… Você pode dedicar esta mesma atenção à mim?

 


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