Prisoner escrita por bitterends


Capítulo 13
Brincando de Santa


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, espero que compense!
Buona lettura!



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— Eu quero ir pra casa, agora mesmo. - Alice dizia, enquanto recolocava com dificuldade a calça. Lorenzo nada entendeu. A maluca se entregou a ele por duas horas dentro daquele carro, para depois de derreter-se e ter mais de um orgasmo em cima dele, começar a colocar as roupas apressada e resmungar. Ele teve uma descontrolada crise de risos, o que enfureceu ainda mais a mulher. - O que é engraçado? Não acredito que fiz isso…

— Eu não posso evitar… não consigo me controlar… eu… eu… eu não consigo parar de rir! - Tomou um pouco mais de fôlego, riu, arfou, limpou lágrimas que escorreram. - Ufa! Enfim, parei. Olha só, ragazza. Em primeiro, devo dizer que você aprendeu coisas novas durante os oito anos que nos separamos. Em segundo, ainda te amo e pelo que acabou de acontecer, eu mexo com você.-Lorenzo sorriu de lado.

— Claro, nós nunca terminamos nossa história de uma vez… Porém, Lorenzo, agora sou casada e você tem sua prima que desde criança não gostava de mim. Família vem primeiro lugar.

— Engraçado, por que não pensamos em algo ou alguém desde o momento em que saímos daquele almoço?

— Lollo, eu estou absurdamente confusa. Estou invadida de lembranças que estavam guardadas e esquecidas. Desde que me casei, não vinha até aqui, sequer vi meus pais durante estes quase três anos de casamento… São muitas coisas. Tenho vivido em um mundo fechado, com meu marido sempre ocupado e empregados que não conversam. Não se irrite, mas acredito que minha solidão me levou a fazer o que fiz. Não se iluda comigo, nós não poderemos ficar juntos.

— Alice, você não é feliz, eu vejo pelo seu olhar…

— Você está me infernizando com essa insistência em dizer que não sou feliz. O conceito de felicidade é relativo. Agora já chega, vamos sair daqui.

A jovem estava em um profundo conflito interno. Um era marcado pela intensidade e veneno fatal de um escorpião, outro era a calmaria e o suave embalo que ela sempre se sentiu segura. Um ela temia, ao outro, erguia-se.

Já tinha dúvidas se realmente queria se vingar de Khalil, mas não queria deixar Lorenzo à deriva para que se apaixonasse novamente. Se pudesse, teria aos dois.

Parecia uma eternidade, mas finalmente o rapaz estacionou em frente a casa dos pais da moça, que por sua vez não queria sair dali.

— Nos veremos novamente, antes de você partir? - Perguntou Lollo, com leve sorriso nos lábios.
— Não sei. - Respondeu ela, friamente. - Se cuida. - Saiu, fechando a porta do carro atrás de si. Entrou na casa sem olhar para trás.

Lorenzo observou, tendo certeza de que enquanto vivesse, enquanto amasse tanto a amiga e namorada de infância, seria torturado e mutilado pouco a pouco por todos aqueles sentimentos.

 

***

Anitta interveio com sermão assim que a filha atravessou a porta de entrada para a sala.

— Você faz ideia de quanto nos preocupou? Além de tudo, passar a noite fora com outro homem sendo casada? Alice, figlia, esperamos um telefonema e que você voltasse, que cumprisse seu papel! Não foi certo o que fez.

— Escuta aqui, mãe. - Irritou-se Alice e prontamente retrucou. - Sou adulta, sei o que faço. Sei o que é certo ou errado. Saiba que se eu quiser fazer qualquer coisa, eu farei sem me importar com o que a senhora ou qualquer outra pessoa pensar. Se eu quiser ter relacionamento extraconjugal, eu terei. Fim de papo. - Ia se encaminhando para o quarto em que se hospedava. - Ah. Não que seja obrigação minha lhe dar satisfações, mas não voltei porque eu estava absurdamente bêbada, não conseguia me segurar em pé e Lorenzo estava tão ruim quanto eu. Bebemos até cair e somente isso aconteceu, acordamos há pouco e ele me trouxe de imediato.

Ela omitiu parte do acontecido, guiou-se para o quarto e bateu a porta atrás de si.

Sua mãe ficou ali parada, estarrecida com a audácia e o comportamento rebelde que não via desde a adolescência de sua filha, balançado a cabeça para os lados e pensando “Ela nunca vai mudar.”

Mais tarde, depois de Anitta contar o ocorrido a Matheo, ele foi até o quarto da moça e deu leves batidas na porta, pedindo permissão para entrar e esta lhe foi concedida.

Miele, está tudo bem? Sua mãe me contou que vocês tiveram um pequeno desentendimento… - O homem deu um leve e compreensivo sorriso e ouviu um longo suspiro da filha.

— É… Fui muito grossa, eu estava irritada por conta da ressaca, bebemos tudo o que podíamos e não podíamos ontem.

— Não leve sua mãe a mal, você sabe que somos velhos e tradicionais e que, por mais que nem você nem Lollo tenham assumido para mim, sei que vocês tiveram algo muito forte durante a adolescência até ele ir pra faculdade… Não pega bem que passem a noite juntos. E seu marido é um homem bom, me recordo de tudo o que fez por ele, você se apaixonou desde o minuto que o viu. Ele te idolatra. Nunca se esqueça, mi amore, tudo o que fazemos hoje trará consequências amanhã.

— Papai, eu não pretendo perder a amizade de Lorenzo, ficamos muitos anos sem nos falar. Também não pretendo desrespeitar o meu marido, sou consciente de meus atos. Eu nunca vou me separar do meu homem, mas eu também não deixarei de ver e sair com meu melhor amigo… Papai, a única pessoa que sempre gostou de mim foi Lollo, se tive dois amigos em toda a minha vida fora ele, estou sendo otimista.

— Você nunca foi muito fácil, mesmo. - Ambos riram do comentário. - Você já é adulta, sabe o que faz. Tenha cuidado com o que escolhe, não estrague sua vida e nem a de outra pessoa por impulso.

“Se for possível estragar ainda mais a minha vida, papai”, pensou Alice.

Logo em seguida, a mãe da moça servia o jantar. Baixou o olhar quando a jovem apareceu. Alice a abraçou e pediu desculpas pelo comportamento, explicando que a dor de cabeça estava insuportável e isso tinha alterado seu humor, além de ter se irritado com tantas perguntas já feitas na casa de Lorenzo (embora a moça não tenha lidado com essa última situação, mas como a senhora não estava lá, não iria duvidar.).

Os três conversaram ao redor da mesa, sobre assuntos aleatórios e triviais, a jovem já estava pensando em seu retorno para casa, a graça de permanecer em Amalfi já estava terminada…

Ou apenas havia começado?


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