Prisoner escrita por bitterends


Capítulo 12
Não Está Acabado.


Notas iniciais do capítulo

Espero que o capítulo compense a demora e que gostem, queria poder prometer não demorar muito para o próximo rs é que a continuação só vem com boa vontade da inspiração rss.
Boa leitura!



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Tão bêbada que suas pernas não aguentavam o próprio peso, esse era o estado de Alice.

Lorenzo não estava tão diferente dela. Nenhum dos dois se deram conta de que a moça deveria ter voltado para casa antes de ficarem tão alterados.

Vários flashes se passavam na mente da mulher, ela não bebia daquela forma haviam anos e a sensação que estava experimentando era de confusão, tontura e muita nostalgia. Para Alice, estava difícil discernir os momentos dos quais estava se lembrando.

“Perfume caro… Bulgari Black… Lorenzo não usa perfume, é alérgico.”

“ Fez amor comigo ontem, e eu gostei… Khalil dormiu comigo.”

— Lorenzo, acho que estou louca.

— Não está, não. Está bêbada. E muito bêbada.

 

Gargalharam alto o tempo inteiro e por qualquer coisa até os sentidos finalmente se perderem e eles adormecerem. Dormiram ali mesmo, sentados no chão.

 

Por outro lado, ambos preocuparam suas famílias por não aparecerem nem retornarem às ligações. Sequer fizeram ideia de procurarem os dois no galpão de vinhos. Apenas sabiam que estavam juntos.

 

— Sabe, Mi… Eles são adultos e sabem o que fazem. Os pais de Alice já ligaram, foram até o restaurante e não há sinais dos dois. De repente foram pra algum lugar conversar, estão há anos sem se ver… Amanhã vão aparecer com a maior cara lavada desse mundo.

— Lola, isso não está certo! Ela é casada! Ela abandonou Lorenzo quando ele mais precisava dela, não falo somente como mulher, mas como amiga! Eu não quero essa mulher perto do meu primo! - Gritava a jovem.

— Meu amor, essa é uma decisão que não é sua. É só dele. Nós não podemos interferir na vida dele, podemos apenas alertá-lo. - Disse Lolita, juntando a mulher a si em um abraço.

 

 

Anitta também estava demasiadamente preocupada com a filha, com medo de que fizesse algo de errado.

Não havia muito o que fazer, apenas esperar. Em meio as incertezas, todos adormeceram.

 

***

Com a cabeça latejando, Lorenzo despertou próximo ao horário do almoço.

Catzo”, resmungou para si ao olhar para o celular, ver as horas e a quantidade de chamadas perdidas. Tirou os cabelos do rosto de Alice e gentilmente a acordou.

 

— Alice, miele. Acorde!

— Ahn… que dor de cabeça… - Resmungou ela.

— Fica tranquila, vai piorar quando você chegar na casa de seus pais.

— Dormimos muito?

— Acho que sim, já são quase meio-dia. - Respondeu o rapaz.

— Caramba, estou fedendo a bebida, como posso aparecer em casa assim?

— Venha, posso resolver essa parte do problema.

 

Estendeu a mão para a moça, para que ela se apoiasse e levantasse. Seguiram para a casa ao fundo da propriedade e ela não pôde deixar de reparar que esta havia sido reformada.

Por dentro, estava totalmente diferente do que ela se recordava, com cores mais alegres, móveis claros e modernos, porém continuava com a mesma energia boa e acolhedora.

 

— É realmente impressionante o bom gosto que você adquiriu... pena que seu guarda-roupas não acompanhou sua evolução. - Divertiu-se ela.

— Engraçadinha. Meu guarda-roupas nunca sai de moda. Moro com duas mulheres, digamos que minha vida ficou mais colorida.

— Mille era tão criança a última vez que a vi, mal posso acreditar que está casada com... - A moça fez uma pausa, como se estivesse para falar algum absurdo.

— Com uma mulher incrível. Uma linda mulher. - Completou Lorenzo, franzindo o cenho e com expressão séria.

O mundo mudou, mas para Alice ainda era incomum, estranho e ela não gostava. Muitas coisas se passavam em sua mente, sobre como era possível que um homem morasse numa casa com duas mulheres, no meio de toda a intimidade das meninas. Duvidava que era impossível que Lorenzo não tocasse nelas. Seus pensamentos se materializaram em um vômito de nojo.

Tomou banho naquele banheiro e sua ânsia aumentava, quase recusou a camiseta de Lolita que Lorenzo a ofereceu. “Peguei uma blusa da Lola, ela tem mais ou menos seu corpo”, disse ele. “Cretino! Conhece o corpo dela!”, pensou ela.

Alice não conseguia evitar de imaginar que se houvesse se casado com Lollo, ou teria de suportar aquela situação, pois sabia da forte ligação entre os primos, ou sequer ele estaria morando com aquelas duas, uma vez que teriam sua própria família.

 

Leves batidas na porta dispersaram aqueles pensamentos absurdos, logo a doce voz daquele velho amigo atravessava o ambiente. “Está na hora, miele. Precisamos ir.” , a jovem sentiu alivio, precisava ficar sozinha mesmo.

 

Depois de alguns minutos calada no carro, Alice reconsiderou a ideia de ficar em silêncio – e de estar com raiva de Lorenzo também.

 

— Acho que Amalfi tem o poder de me lembrar coisas que eu lutei para esquecer… - Disse Alice para Lollo, no carro, a caminho da casa de seus pais.

 

— É engraçado… Mesmo que eu tenha fugido por um bom tempo, eu realmente, sequer temporariamente, consegui esquecer tudo o que houve nesta comuna, em especial nesta divisa. - Respondeu o rapaz.

 

— As nossas vidas teriam sido diferentes se não tivéssemos tentado fugir.

 

— A vida foi justa conosco… Olhe só para você, tem um marido muito bonito, podre de rico, que te idolatra… Está ainda mais bonita do que foi. Eu tenho o que eu sempre quis: uma vida tranquila, um negócio rentável… - Retrucou Lorenzo.

 

— Mas não tem uma família …

 

— Não é minha prioridade, Alice. Tenho duas mulheres em casa, elas suprem minhas necessidades.

 

Ele se divertiu ao dizer isso, dando um sorriso de lado, debochado. Viu a expressão da moça mudar e constatou o ciúme nela – tão latente como anos atrás.

Por outro lado, ele preferia que ela desse asas à imaginação e pensasse o que quisesse com sua frase, pois sabia que ela não voltaria a ser sua novamente. Lorenzo sabia que ela não largaria de um homem tão distinto, de tantas viagens, de tanto luxo, para viver uma vida tranquila ao seu lado.

O que o intrigava era que a moça não demonstrava o mínimo de importância e paixão pelo homem que estava casada, não falava sobre ele e nem que estava sentindo saudades. Nem ligava, nem enviava mensagens.

 

— Aliás, miele, você tem uma família. Faltam as crianças agora! Você sempre quis ser mãe… - O rapaz quebrou o silêncio e estava muito curioso em saber sobre a vida de Alice.

 

— As pessoas mudam... Eu não tenho vontade de ter filhos com meu marido. - Disse sob o olhar de espanto e curiosidade de Lorenzo. - Ele viaja muito, não seria presente na vida de uma criança. A companhia dele me basta, sozinho já me dá um trabalhão! - Sorriu ao completar.

 

— E você o ama?

 

— Por que você quer saber dessas coisas? - Alice perguntou séria.

 

— É que… vê-la me traz tantas lembranças… Eu não consegui amar outra pessoa.

 

Alice não teve reação ao ouvir, explicitamente, que Lorenzo não amou outra pessoa e seu coração acelerou com a possibilidade dele ainda amá-la. Mesmo zangada, adoraria ficar com ele novamente, mas sabia que nunca conseguiria se separar de Khalil. O marido jamais daria o divórcio.

 

— Lorenzo, você foi meu amor desde a infância, mas tenho Khalil agora… Nós nunca nos separaremos.

 

— Por que, Alice? Eu te conheço, eu sei como você é quando está apaixonada, quando ama de verdade e tenho te observado estes poucos dias! Você está confusa! Você não é apaixonada por seu marido. Pra que viver assim?

 

— Eu não tenho escolha. - Respondeu a jovem, tentando segurar o nó na garganta e um longo desabafo.

 

— Todos temos, Alice.

 

—Você não entende, Lorenzo… Eu escolho sobreviver. Você não sabe um terço do que passo e eu já não sou a mesma pessoa.

 

Por impulso, Lorenzo desviou da vazia estrada e embicou o carro entre algumas árvores, sob o olhar curioso e espantado de Alice.

 

— Só há um jeito de eu ter certeza de que você não é a mesma.

 

E a beijou.

Sem relutância por parte dela.

E a amou, quando a mesma puxou e abriu todos os botões de sua camisa.

 

O homem constatou que Alice não era mais a mesma.

Estava ainda melhor.


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