Lendas de um passado escrita por Andreza Martins Petamin


Capítulo 1
A floresta Bruxa


Notas iniciais do capítulo

Fanfic elaborada para o desafio da semana musical.Ela é baseada na música Cartouche de Blackmore ´s Night.
Essa foi a do abono, na qual pude substituir alguma.

Podem conhecê-la através do link:
https://www.youtube.com/watch?v=pjzkf_UqVz8



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Era um dia “normal” no colégio Ichiban, que possuía arquitetuta normal dos colégios japoneses, todos estavam animados por ser noite de lua cheia e quando isso acontecia, os alunos podiam presenciar todo e qualquer fenômeno fora do comum, ainda mais que atrás do colégio ficava a floresta Bruxa, onde diziam que tinham de tudo: desde bruxas e suas risadas estridentes à unicórnios, dragões, duendes, seres alados, enfim, uma infinidade de seres mágicos, sem contar que poderiam ver até mesmo o lendário bruxo de olhos vermelhos que andava com correntes na escuridão.

Por isso a floresta era conhecida como floresta Bruxa, devido à todas essas histórias e outras lendas como a do povo Celta, que pareciam ter migrado para lá, embora ninguém nunca teve certeza de nada.

Botan, uma das alunas, amava esse tipo de história, volta e meia ela lia coisas desse tipo, sem contar que há alguns dias atrás, ela passou a ter sonhos estranhos, se via transportada para uma floresta mágica, ela estava com os cabelos soltos e com um arco de flores n cabeça, usava um longo vestido rosa claro que parecia seda que esvoaçava com o vento e estava descalço. No sonho, ela parecia fazer um ritual dançante, já que não reconhecia os movimentos, ela dançava justamente nessa floresta.

Esses sonhos permeavam a cabeça da menina, então ela achou que a solução dos seus mistérios estava na floresta Bruxa, daí seu desejo de adentrar a floresta aumentava gradativamente, porém seu namorado Shuichi Minamino sempre desviava do assunto.

–Puxa, Shuichi, quando poderemos visitar a floresta Bruxa?- insistiu a menina de cabelos azuis-

–Nunca. Lá é muito perigoso, com certeza não é tudo o que dizem- retrucou o jovem de cabelos vermelhos-

–Não sei não, você deve estar assustado- alfinetou Botan com um sorriso sapeca-

–Não estou e não quero que você vá à lugar sozinha, entendeu? Eu me preocupo com você- falou Shuichi bem sério porém com um tom de voz bem calmo olhando nos olhos da menina-

–Mas eu preciso descobrir o que significa meu sonho, eu já te disse, com certeza está tudo relacionado com a floresta Bruxa- argumentou Botan eufórica-

–Não mexa nesse assunto, por favor- pediu Shuichi sério a olhando nos olhos-

–Por quê? Do que você tem medo, Shuichi?- perguntou Botan curiosa-

–De você descobrir algo que afete nossas vidas e que nos separe- respondeu Shuichi sério-

–Nada e nem ninguém vai nos separar, eu te garanto- declarou Botan o olhando fixamente nos olhos-

–Então me prometa mais um vez que você nunca irá àquela floresta- pediu Shuichi de frente para ela, ele colocou as mãos gentilmente nos ombros dela e a olhou bem nos olhos-

–Está bem, meu raposinho, eu não irei, prometo- garantiu Botan com um sorriso, porém ela cruzou os dedos nas costas-

–Confiarei em você- falou Shuichi mais aliviado, em seguida ele deu um beijo apaixonado na menina e saiu-

As dúvidas que Botan tinha só aumentaram. Todo o tom daquela conversa, as promessas, o que Shuichi escondia? Isso era o que ela pensava.

As aulas prosseguiram normalmente, até que finalmente era chegada a noite, a hora em que tudo acontecia na floresta, Botan resolveu ficar até mais tarde na escola. Shuichi ia saindo quando resolveu ir ao encontro dela.

–Está indo para casa?- perguntou ele gentil-

–Ainda não, Shuichi, tenho algumas tarefas extras, parece que o grupo de teatro está precisando de ajuda e eu me prontifiquei para ajudá-los- mentiu Botan com um sorriso discreto-

–Hum, sei- duvidou Shuichi, afinal ele bem conhecia a namorada que tinha, sabia que quando a menina colocava alguma coisa na cabeça, não desistia fácil-

–Está duvidando de mim, raposinho? Nem dei motivos pra isso- argumentou Botan com um tom de voz manhoso-

–Está bem, não vou dizer mais nada, boa sorte na sua tarefa então- falou Shuichi de modo amável-

Botan deu um sorriso alegre, pulou no pescoço do namorado, o abraçou e deu um selinho nele.

–Você é o melhor namorado do mundo, por isso que te amo tanto- declarou a menina sorridente-

Shuichi nada disse.

–Oh céus, agora preciso ir mesmo, senão eles vão me colocar pra limpar os cenários e eu não quero isso- falou Botan espantadas, ela se soltou do abraço-

Shuichi deu um riso discreto.

–Vou indo, amorzinho- falou Botan, que novamente deu um selinho nele e saiu-

“Ela não me engana, está escondendo alguma coisa e eu vou descobrir o que é, mas não agora, estou atrasado.”- pensou Shuichi com ar de detetive, ele ficou olhando a namorada se afastar-

Shuichi realmente estava apreensivo, por isso saiu rapidamente do colégio para não se atrasar mais ainda para o seu compromisso misterioso.

Passadas algumas horas, Botan ia saindo da escola, verificou se Shuichi não voltou para lhe esperar, porém ao não vê-lo, deu um sorriso sapeca e rumou para a floresta.

“É hoje que eu descubro o que tem nessa floresta, aposto que não tem nada demais, o Shuichi ficou preocupado à toa.”- pensou ela consigo mesma-

Então ela adentrou a floresta levando um lanterna. A floresta era um tanto escura, mas estava sendo iluminada pela lua cheia, revelando assim toda a sua grandiosidade. Diante de Botan foi revelada uma trilha feita com pedras que mais parecia fachos de luz, contudo quando ela pisava, as luzes piscavam, a menina achou tudo isso um tanto curioso, deu um sorriso e seguiu em frente, rumo ao coração da floresta, onde toda a magia acontecia, o curioso era que ela andava como se estivesse sendo atraída para o coração da floresta.

Botan foi caminhando e observando toda a vegetação exótica da floresta, as flores pareciam vivas não só pela textura como pelas cores, as árvores orvalhadas que pareciam brilhar devido ao reflexo da luz da lua dando um efeito vitrificado nas folhas das árvores, Botan até riu de si mesma pela curiosidade e por dar ouvidos à tantas lendas. Porém ela começou a ouvir música, a melodia era cantada por homens e o curioso era que a vibração daquele som foi a levando cada vez mais para dentro da floresta, ainda mais que ela parecia ter reconhecido uma das vozes. Ela foi passando pelos carvalhos, as bromélias, as orquídeas, as damas da noite, as cerejeiras, as murtas, as chuvas de prata, os antúrios, até que ao chegar às árvores com samambaias de folhas caídas, ela sentiu um calor bem forte no peito, desfolhou as samambaias e pôde contemplar um grandioso espetáculo.

Gêmeos, Capricórnio, erguendo-se a leste
Dançando pela floresta bruxa nós começamos a cantar...

Entre a escuridão e a luz no subterrâneo
Preso em seus dedos como um fio de pérolas
Rosto sorridente, mão vazia, 7 anéis de ouro
Dançando pela luz das estrelas nós começamos a cantar...”

(cantavam os três buxos em volta da fogueira)

Os três bruxos não só cantavam como dançavam e as chamas da fogueira pareciam estar na mesma sincronia dos três, que trajavam roupas pretas bem largas que esvoaçavam com o movimento que eles faziam, porém eles estavam descalços, pois aquilo fazia parte daquele movimento, diziam que era um meio de buscar as vibrações da terra, no meio da dança, eles ainda giravam e faziam movimentos de reverência à lua e à natureza, além de continuarem rodeando a fogueira, os três faziam movimentos tão perfeitos e sincronizados que pareciam voar, na verdade era mais do que uma dança, era um ritual, já que continuavam cantarolando também.

Botan ficou os olhando por um tempo, a dança dos três a havia deixado maravilhada, ela ficou reparando cada movimento deles, até que notou um deles e ao repará-lo melhor, não hesitou em chamá-lo.

–Shuichi!

Os três bruxos pararam a dança e olharam a recém chegada.

–Kurama, quem é ela?- perguntou Kurapika, que era o bruxo loiro das correntes-

–É minha namorada- respondeu Shuichi com as bochechas coradas-

–Por que.. você nunca me contou nada?- balbuciou Botan em estado de choque se aproximando dele-

–Desculpe, esse era meu maior segredo- justificou-se Shuichi sério-

–Devia ter confiado em mim, eu adoraria saber que você é um dançarino da floresta Bruxa- falou Botan com um sorriso contido, ela colocou a mão no rosto dele-

–Típico de você heim, Kurama, bom nos rituais, mas péssimo para contar segredos- intrometeu-se Shun, o bruxo de cabelos esverdeados de expressão doce-

–Principalmente para quem diz amar- alfinetou Kurapika com um tom de voz brincalhão-

–Devia convidá-la para o nosso Sabath- sugeriu Shun de modo amistoso-

–Será?- perguntou Shuichi meio sem jeito-

–Espera. Seu nome é Shuichi ou Kurama heim? Será que isso você pode me contar?- perguntou Botan bem séria olhando bem nos olhos verdes do namorado-

–Shuichi Minamino no mundo dos humanos e Kurama no mundo dos bruxos e seres mágicos- contou o jovem ruivo olhando ternamente para a namorada-

Botan ficou o olhando séria por alguns segundos.

–Vai me odiar por isso?- perguntou Shuichi temeroso-

–Não é isso, é que está tudo confuso. Não é fácil descobrir que meu namorado é um dançarino e cantor da floresta Bruxa- respondeu Botan séria porém com um tom de voz calmo-

–Eu sou bruxo, Shun e Kurapika também são, nossos rituais aqui são secretos, quer dizer, eram- contou Shuichi no mesmo tom que ela-

–Espera. Então você é o bruxo raposa- reparou Botan olhou bem para o namorado- Ele é o bruxo dos cabelos verdes como as folhas (ela apontou para o Shun) e ele é o loiro de olhos vermelhos das correntes (ela apontou para Kurapika) e vocês formam o trio bruxo conhecido como Cartouche.

–Exatamente- confirmou Shuichi, que abaixou a cabeça-

–Kurama, você contou isso tudo pra ela?- perguntou Kurapika olhando para o ruivo-

–Ele não me contou nada, eu é que andei lendo sobre esse assunto- intrometeu-se Botan séria- Mas falando em contar, o que você ainda não me contou, Shuichi?

Shuichi respirou fundo e não sabia o que responder.

–Estou esperando- insistiu Botan o encarando-

–Somos descendentes dos Celtas, depois da tomada de Celta em 1415, alguns de ancestrais migraram para outros países como Bretanha e País de Gales. Nós descendemos desse povo e por isso, mantemos suas tradições vivas, essa é a nossa missão secreta- contou Shuichi calmamente-

–Podia ter me contado, eu teria achado tudo isso lindo- falou Botan com cara de choro-

–Não fique assim, eu tive medo de te contar, não sabia como você reagiria, você sabe como a maioria das pessoas tratam nós bruxos, como se fôssemos insetos repugnantes que deveriam ser exterminados da terra- justificou-se Shuichi olhando bem nos olhos dela-

Botan ficou pensativa. Kurapika ia intervir, mas Shun colocou a mão no ombro dele e negou com a cabeça, então o loiro respirou fundo e se manteve quieto em seu lugar.

–Entendo você, deve estar se sentindo traída, achando que não confio em você, mas não é nada disso, não te contei por amor, você poderia ter passado por coisas que nem imagina- argumentou Shuichi ainda a olhando nos olhos-

–Não tenho medo, enfrentaria tudo por você- declarou Botan séria olhando nos olhos dele também-

–Então você vai me perdoar?- perguntou Shuichi temeroso-

–Huuum, você merece?- perguntou Botan, que colocou a mão no queixo e ficou pensativa olhando tudo ao redor-

–Deveria me dar uma segunda chance- respondeu Shuichi de modo gentil-

Botan deu um ar de riso. Shuichi sorriu por dentro, pois sabia que quando a namorada dava esse ar na face, era sinal que tudo ficaria bem. A menina não demorou para se aproximar do jovem de cabelos vermelhos, ela parou e séria apontou o dedo para ele.

–Nunca mais esconda nada de mim!- respondeu Botan com o dedo em riste-

–Nossa, ela é brava!- exclamou Kurapika com ar de riso-

–Fica na sua, ô loiro de olhos vermelhos das correntes- retrucou Botan com cara de atrevida-

–Certo, o Kurama entendeu a lição. Agora junte-se a nós na festa- falou Shun com um sorriso doce se aproximando do casal-

–Posso mesmo?- perguntou Botan alegre e com os olhos brilhando-

–Se o Shun disse que pode, eu confirmo e você vai dançar comigo- respondeu Shuichi estendendo a mão para ela de modo cavalheiro-

–Está bem então, Kurama- consentiu Botan sorridente dando a mão para ele-

Shuichi deu um sorriso, afinal sentiu um alívio enorme pela namorada agora saber de tudo e que tudo ficou esclarecido entre eles, ele rapidamente a levou para próximo da fogueira e segurou as mãos dela, ambos ficaram posicionados até a música começar.

Shun fez com que um gramofone aparecesse e tocasse a música, Kurapika usou suas correntes para fazer algumas estrelas aparecerem para compor o belo cenário para a dança, o trio de bruxos continuou a dançar e a cantarolar em volta da fogueira cumprindo assim seus rituais e ao mesmo tempo se divertindo, assim, finalmente Botan solucionou todos os seus mistérios e ao mesmo tempo ficou radiante, pois ao mesmo tempo que dançava com o namorado, teve a oportunidade de presenciar esse momento tão único em sua vida, um momento que ela nunca iria esquecer, principalmente os últimos versos daquela música.

Mémorias, preto e branco, escondidas atrás do vidro
Nos espelhos e na fumaça, tudo está se dissipando rápido
Palavra escrita, transforme inverno em primavera...
Dançando pela floresta bruxa nós começamos a cantar.

Ah, eu ainda escuto o sussuro... "Cartouche"...

Porém, ela mal poderia imaginar que tudo era apenas o começo de mais um mistério que estava por vir, diante deles apareceu um enorme portal dourado com letras no idioma élfico gravada. Eles pararam a dança e ficaram olhando para o portal.


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Notas finais do capítulo

Ai o que acharam?O próximo capítulo virá loguinho, amanhã mesmo.E assim saberemos como tudo isso irá continuar.