Os alunos encararam, em choque, os dois adolescentes da Sonserina.

Riddle encarou a varinha da garota no chão e em seguida a sua própria, não sabia como se sentir. Em parte estava impressionado, jamais encontrara alguém capaz de desarma-lo (mesmo que a Gaunt não tenha realmente o derrotado), mas por outro lado nunca se sentira tão furioso. Fora humilhado em um duelo. Por uma simples mulher. Suas orbes furiosas se fixaram na Gaunt de joelhos em sua frente, ela também parecia em choque, como se não acreditasse no que tinha acontecido.

– Vocês dois! - O professor McFusty apareceu em meio ao grupo de alunos, seu rosto estava em um tom rosa de raiva – Esses feitiços são proibidos! Quebraram umas trinta regras só por usa-los!

Os dois amigos grifinórios de Sabrina a ajudaram a se levantar e devolveram-na sua varinha, os olhos atentos dela não deixaram o sonserino em momento nenhum, como se esperasse um ataque. Riddle apenas pegou sua varinha do chão e se virou para o professor com uma mascara de apreensão no rosto.

– Peço desculpas, professor – Deixou a atuação mais convincente ao olhar para a garota de forma preocupada – Eu li sobre esse feitiço em algum lugar, mas ele não descrevia efeitos tão perigosos...

McFusty pareceu cair nas mentiras de Riddle e Sabrina teve que conter um rosnado.

– De qualquer maneira eu não posso lhe deixar impune pelo que fez com a pobre srta. Gaunt – McFusty olhou para ele severamente – Cumprirá detenção comigo esta noite – Os outros alunos ofegaram – E peça desculpas para a pobre garota.

Os olhos de Tom se tingiram de vermelho ao pousarem na pequena figura que era Sabrina Gaunt, mas ele rapidamente pegou a mão dela e levou aos lábios.

– Me perdoe, srta. Gaunt – Beijou a mão dela – Espero que eu possa me desculpar melhor mais tarde.

Sabrina se arrepiou com a ameaça implícita. Riddle soltou a mão dela e se afastou, deixando-a em meio a dois grifinórios curiosos.

– Estão dispensados – O professor acenou com a mão, exasperado – Venha para a minha sala hoje a noite, senhor Riddle.

Naquele momento tudo que Riddle queria fazer era colocar as mãos ao redor do lindo pescoço da Gaunt e estrangula-la.

{---}{---}

– Você está bem, Sabrina? – Chen interceptou-a na hora do almoço junto com Billy – Ele foi atrás de você?

– Estou bem – Garantiu com um sorrisinho – Ele me evitou, na verdade.

Os dois grifinórios estavam preocupados com a possibilidade de Riddle ir atrás dela para se vingar por causa da detenção, mas ele nem ao menos olhara para ela. Lara, Lyssa e Mikaela estavam com a estranha ideia de que ela estava planejando chama-la para a viagem para Hogsmead como pedido de desculpas, mas Sabrina duvidava de tal ilusão.

– Acho que você almoçar conosco – Bilius sugeriu – Pra evita-lo por mais tempo.

– Otima ideia – Chen pareceu mais animado do que deveria – Não vamos arriscar.

A Gaunt realmente considerou a oferta, mas os anos 40 pareciam mais fechados em relação as casas, então sentar na mesa da Grifinória a colocaria na lista negra do resto da Sonserina e isso a magoaria um pouco, era uma Sonserina... Sua casa era sua família.

– Agradeço a preocupação – Suspira –, mas eu prefiro sentar na mesa da minha casa e acho que seus amigos não querem uma herdeira de Slytherin almoçando com eles.

Os dois tentaram insistir, mas Sabrina conseguiu convence-los a irem para sua própria mesa. Encarou Riddle sentado entre seus seguidores e suspirou, não estava pronta para encara-lo ainda; foi até a mesa e notou, surpresa, que todas as garotas se sentaram de um jeito que não teria muito espaço disponível para ela se sentar.

O único lugar disponível era entre Avery e Malfoy.

Tomou coragem e se moveu até o lugar, se sentando. As garotas ficaram surpresas, como se sentar-se entre dois homens fosse indecente e, honestamente, Sabrina não se surpreenderia se fosse. Malfoy sorriu educadamente para ela antes de voltar-se para falar com Riddle, Sabrina apenas ignorou e começou a comer. Tentou ignorar o sorriso sujo no rosto de Avery, fazendo questão de fingir que nenhum deles estava perto dela; funcionou muito bem até sentir uma mão em sua perna, movendo-se em direção ao interior da coxa. Agarrou a mão com força, fincando as unhas na pele de Avery ao ponto de sair sangue. O garoto soltou um grito e pulou para fora do banco, segurando a mão ensanguentada e atraindo o olhar dos outros alunos; Sabrina levantou a mão com as unhas pontas dos dedos repletas de sangue do sonserino, exibindo-as com um sorriso maldoso.

– Nunca mais toque em mim – Disse alto o bastante para os professores ouvirem – Da próxima vez eu arranco suas bolas.

Todo o Grande Salão pareceu engasgar com a própria saliva.

Sabrina apenas terminou de comer e se retirou, sem notar os olhos divertidos de Riddle em suas costas. Andou o mais rápido possível, pensando apenas em fugir do Lord das trevas se ele estivesse tentando segui-la, mas quem a parou foi outra pessoa.

– Srta. Gaunt! – Everheart falou mais alto, mas sem gritar – Não pense que eu vou deixar seu comportamento hediondo impune!

A morena levantou a sobrancelha, não sem importaria em cumprir uma detenção por ter estraçalhado o braço de Avery, mas duvidava que a revolta da professora fosse só por isso.

– Qual é o problema, professora? – Disse com uma educação exagerada, beirando o cinismo – Eu fiz algo errado? – Abriu um sorriso inocente.

– Homens não gostam de mulheres de linguajar vulgar como o que você demonstrou no Grande Salão ainda à pouco – Os olhos verdes de Everheart brilhavam em desgosto – Meu trabalho é me assegurar que você consiga se casar e ter um futuro.

Não pode evitar o som indignado que saiu de seus lábios.

– Eu não faço a mínima ideia do que tem de errado com você, srta. Gaunt – Everheart irritou-se ainda mais – O que vai fazer se não arranjar um marido?

– Trabalhar? – Sabrina respondeu como se fosse obvio.

Foi a vez de Everheart de se indignar.

– Trabalhar?– Ela cuspiu a palavra – Uma mulher deve se casar, cuidar da casa e, se o marido concordar, conceber filhos!

– Acredito que esse não seja o motivo de ter me parado – Interrompeu-a antes que ela conseguisse irrita-la mais – Eu tenho que ir para a aula de Poções.

– Claro – Ela se recompôs – Vim aqui lhe dar uma detenção pelo seu comportamento inadequado na aula do professor McFusty hoje mais cedo.

– O que? – Levantou a voz – Você vai me dar uma detenção por isso?

Pode notar o ar de triunfo ao redor da professora, como se estivesse mais que satisfeita em puni-la por algo tão banal.

– Você envergonhou o pobre senhor ou o pobre senhor Riddle com seu comportamento agressivo e inapropriado – Everheart balançou a cabeça em total negação – E pensar que ele pareceu interessado na senhorita, mas acho que você anulou todas as chances que tinha com ele.

– Não estou interessada no idiota do Tom Riddle! – Quase rosnou.

– Não esta? – Uma voz masculina, aparentemente decepcionada, soou atrás dela.

Era Riddle.

– Bom... – Ele colocou uma mascara de tristeza – Eu estava pensando em lhe chamar para Hogsmead nesse final de semana, mas se não está interessada...

– Ela está sim, senhor Riddle – Everheart o interrompeu – Ela só estava me contando como fugiu de suas muitas fãs – a professora encarou Sabrina como se a mandasse não perder a oportunidade.

Riddle sorriu maldosamente para ela quando Everheart não estava olhando.