Venena anguis escrita por Miss Zahra


Capítulo 4
As we are


Notas iniciais do capítulo

CAPITULO GRANDE PARA COMPENSAR A PROVAVEL DEMORA PARA O PROXIMO!
Enfim, eu estava pensando em fazer um Tumblr para a fanfic, pq eu sei mexer no Tumblr melhor do que no facebook, o que acham?

ATUALIZAÇÃO: Fiz o Tumblr!

https://www.tumblr.com/blog/nyahzeetao-hime

Agradecimentos para:
JiYoonSapatão
Hinamori Amu
—C-Kira_
e Skm

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615567/chapter/4

"We don’t see things as they are, we see them as we are” – Anais Nin

LEIAM AS NOTAS INICIAIS

Duas semanas se passaram rapidamente, a magia negra que Riddle liberou na loja de roupas retardou a cura do corte, atrasando a liberação de Sabrina em exatas duas semanas. Nesse meio tempo a Gaunt já recebeu seus uniformes e escolheu o modelo e a cor dos vestidos para os bailes (Sentiu-se extremamente satisfeita por essas tradições ridículas não existirem mais nos anos 90); Riddle voltou para visita-la durante a primeira semana, sempre sorrindo para Madame Hopkins que deixava-o entrar todas as vezes, o sonserino não tentou nada, mas fazia questão de sempre trazer flores com significas suspeitos.

Na segunda, trouxe Dedaleiras, que significam falsidade.

Na terça, trouxe Narcisos, que significam egoísmo e mentira.

Na quarta, trouxe Alfazemas, que significam desconfiança.

Na quinta, trouxe Amarilis, que significam orgulho.

E na sexta, Sempre-vivas, que significam declaração de guerra.

Riddle e Gaunt estavam em guerra declarada.

Ele não a visitou no Sábado e nos dias que o seguiram e, por um tempo, Sabrina teve paz.

Dumbledore foi ve-la no Domingo, sua longa barba branca não existia ainda, ao invés dela havia uma barba curta e ruiva acompanhando os cabelos ainda mais ruivos; podia ver alguns fios brancos e várias rugas de expressão no rosto do professor, mas tinha a impressão de que ele estava mais disposto do que nunca. Professor Dumbledore foi vê-la para fazer seu próprio interrogatório, com perguntas que realmente tocavam em pontos importantes e demandavam resposta diretas e sinceras, Sabrina se viu incapaz de mentir para seu professor e decidiu contar tudo.

Gostaria de dizer que o professor de transfiguração ficara surpreso, mas ele pareceu compreender toda a situação e acreditar nela; Dumbledore não pediu nenhum detalhe do futuro, apenas disse que ela deveria achar um jeito de voltar mais rápido possível e que ele a ajudaria o máximo que conseguisse devido a situação atual com Grindelwald.

Na terceira semana de Setembro ela estava pronta para ser liberada da enfermaria, o ferimento já podia ser considerado um cicatriz, mas Madame Hopkins e Papoula disseram que poderia voltar a abrir em situações de estresse durante os próximos meses, teria que se manter calma. Vestiu o uniforme da Sonserina e se sentiu estranha: O uniforme era composto por roupas típicas para as mulheres dos anos 40, uma saia um pouco acima dos joelhos, uma blusa branca e de mangas longas com o brasão de Hogwarts no peito, um par delicado de sapatilhas e, ao invés da típica gravata, um lacinho verde e discreto; o uniforme vinha acompanhado com uma fita para colocar no cabelo e a garota não teve escolha além de usa-la (Ela se perguntou porque fazia parte das regras as garotas usarem o cabelo preso), simplesmente fez uma trança e amarrou a fita verde na ponta para segura-la; sentiu-se muito infantil.

Dippet dissera que um dos monitores iria busca-la para escolta-la pela escola, torcia para que não fosse Riddle, mas não se considerava uma pessoa muito sortuda.

– Boa noite, senhorita – Riddle pegou a mão dela e depositou um leve beijo, fazendo Madame Hopkins e Papoula sorrirem como idiotas – Está adorável, fico feliz em ver que está se sentindo melhor – Entrelaçou o braço no dela, como se fossem um casal – Peço perdão por não ter lhe visitado semana passada, minhas reponsabilidades como monitor não permitiram tempo livre.

– Não me importo – Disse secamente, ouvindo as duas enfermeiras engasgarem, obviamente em choque pelo comportamento agressivo – Nem precisava ter mandado aquelas flores idiotas.

Mesmo não olhando para elas, Sabrina pode sentir os olhares de reprovação das duas mulheres atrás dela, mas Riddle apenas sorriu, mesmo que o brilho assassino em seus olhos entregasse sua raiva.

– Creio que nenhuma delas era sua favorita então – O sonserino puxou-a para fora da enfermaria – Terei que descobrir.

Madame Hopkins e Papoula a encararam como se dissessem para ela se comportar e tentar fisga-lo.

Como se a Gaunt quisesse algo com alguém que a enojava tanto.

Ao virarem o corredor e saírem da linha de visão das duas mulheres, Riddle empurrou-a contra a parede de pedra e pegou a varinha, pressionando-a contra as costelas dela dolorosamente; soltou um gemido de dor, a ponta da varinha parecia queimar em sua pele.

– Você não aprendeu nada nessas duas semanas? – Voldemort falou de forma extremamente calma – Pensei que puni-la não seria necessário, mas vejo que me enganei.

O tom calmo da voz dele a intimidava mais que a varinha pressionada em suas costelas, os olhos dele brilhavam em vermelho vivo, fixados nela como se pudesse enxergar sua alma, mas não só enxergar... Sabrina quase podia sentir sua alma se encolhendo dentro dela, se encolhendo perante algo assustador, se submetendo.

Aquilo a irritou. Submissa? Sabrina Zahra não seria submissa de ninguém. Muito menos de Voldemort. Se recompôs e encarou Voldemort de volta, tentando colocar o máximo de coragem e repulsa que ela podia em um só olhar. Encararam-se por longos minutos, o Lord das trevas se afastou dela, guardando a varinha; seus olhos voltaram ao normal e ele recompôs sua fachada gentil.

– Estamos atrasados – Riddle recomeçou a andar – Vamos chamar bastante atenção ao entrar.

Sabrina gemeu de frustração; não queria ser associada com ele de qualquer maneira.

/---/---/

Nunca se sentira tão deslocada e ao mesmo tempo tão atualizada do que em sua primeira interação com os sonserinos dos anos 40; seu status de Gaunt lhe garantiu um pouco de respeito, mas a óbvia falta de dinheiro a deixou alguns níveis abaixo na estranha hierarquia da Sonserina, Sabrina foi colocada no “meio” da hierarquia somente por seu sangue Slytherin e nada mais. No topo estava Riddle (obviamente) e logo abaixo vinha Abraxas Malfoy acompanhado de Black e Lestrange; Nott, Avery e os Greengrass logo atrás.

As garotas eram outra história: Elas se dividiam pela riqueza, beleza e pela classificação dos namorados. Sosie Broullette era considerada a abelha rainha da Sonserina, havia “namorado” (vulgo dado para) Riddle e agora estava com Malfoy; as amigas de Sosie, Susan Yaxley e Druella Rosier vinham logo atrás. Na hierarquia feminina, Sabrina se encontrava em quase último. A estranha afinidade que os mais influentes alunos (no masculino, porque as garotas pareciam não gostar muito dela) pareciam demonstrar para com ela lhe garantia estar fora da última colocação.

– Abraxas me comprou esse colar de presente – Sosie se gabava para suas amigas, exibindo um belo colar de pérolas – Ele me disse que o pai dele as comprou de um famoso mercador egípcio em uma de suas viagens – Sosie virou-se para Sabrina com os olhos brilhando de arrogância – Já viu algo mais bonito que isso?

Sabrina já vira joias mais bonitas, seus avós trouxas ficaram bilionários no ramo de joias.

– De fato, já – Respondeu secamente – Se ele realmente gostasse tanto de você, teria lhe comprado um colar de Turmalinas Paraíba e não simples perolas – Voltou a comer, ignorando totalmente o choque e a indignação das três garotas.

Várias pessoas riram audivelmente, atraindo a atenção das outras mesas; o rosto de Sosie estava vermelho e, pelo olhar que ela lhe lançou, Sabrina sentiu que a garota faria sua vida um inferno.

Ou pelo menos tentaria, Sabrina não se deixava levar por provocações de garotas infantis.

/---/---/

Jogou-se na espaçosa cama, já vestindo as antiquadas roupas de dormir da época e tentou ignorar os sussurros das outras garotas que apontavam para ela de forma indiscreta, as duas não pareciam ser tão nojentas quanto Yaxley, Rosier ou Broullette.

Arriscaria uma conversa amigável com elas.

– Sou Sabrina Gaunt – Disse erguendo-se para se sentar – Posso saber seus nomes?

– Sou Mikaela Toil – A garota muito ruiva encarou Sabrina nervosamente com seus olhos claros – E essa é Lyssa Newsone.

Lyssa parecia ser menos corajosa que a amiga, evitando contato visual e mexendo nervosamente em seus cabelos loiros. Sabrina se perguntou se era assim tão intimidante, mas não as culpava.

– Vocês estudam aqui desde sempre? – Tentou puxar assunto.

– Sim... – Lyssa conseguiu reunir coragem o suficiente – Você é a primeira refugiada desde que a guerra começou sabe?

– É mesmo? – Disse um pouco desinteressada – E essa tal de Sosie? Ela é tão ridícula quanto foi hoje?

As duas garotas olharam em volta nervosamente, como se a garota fosse surgir a qualquer momento e, depois de checarem tudo, começaram a rir.

– Nunca a vimos tão envergonhada! – Mikaela bateu palmas – Você fez em um dia o que muitas de nós tentamos fazer faz anos!

– E o que seria? – Sabrina levantou uma sobrancelha, confusa.

– Abalar a posição de rainha dela – Lyssa disse antes de olhar para Mikaela com um sorrisinho – E não foi só isso...

As duas deram risadinhas ao encararem a garota outra vez.

– Você a deixou com ciúmes – Mikaela soltou outra risadinha antes de continuar – Tom Riddle não tirou os olhos de você o jantar inteiro.

Bufou de raiva, mas o som foi abafado por mais risadinhas.

– Não quero ser a abelha rainha – Disse em um grunhido – Nem quero ter um relacionamento com Riddle.

As duas ofegaram em total choque, como se a garota em sua frente fosse totalmente louca por não estar interessada no perfeito monitor da Sonserina; o choque no rosto delas foi subitamente substituído por descrença e elas a encararam como se fosse uma mentirosa.

– Estou falando sério! – Sabrina rapidamente identificou os pensamentos delas – Eu não estou nem um pouco interessada em qualquer relacionamento no momento.

As duas a encaram com mais desconfiança ainda, mas murmuraram que estava tudo bem e não tocaram mais no assunto, deixando a Gaunt sozinha em seus pensamentos.

Ao notar que as outras garotas estavam dormindo, levantou-se silenciosamente. Colocou os sapatos e saiu do quarto, prestando atenção se ainda restava alguém acordado no salão comunal, conseguiu sair de lá sem empecilhos. Ao chegar no corredor colocou um feitiço desilusório em si mesma antes de se aventurar pelos corredores, indo em direção ao sétimo andar, tinha que descobrir mais sobre o armário que ela entrou, o armário que decidira fuder com a vida dela e leva-la para o passado.

Franziu o cenho enquanto andava, nunca ouvira falar de um armário capaz de fazerem as pessoas voltarem 50 anos no tempo, sabia que um Vira-Tempo podia fazer uma pessoa voltar no máximo uma semana, mas mais que isso não era apenas impossível, mas também muito perigoso; não se deve brincar com o tempo. A garota chegou no corredor do sétimo andar, encarando a parede onde as portas da Sala Precisa se revelaram para ela milhares de vezes; passou na frente dela três vezes, pedindo pelo armário, mas nenhuma porta apareceu. Tentou outra vez e a mesma coisa. Franziu o cenho, será que a sala mudou de lugar em 50 anos?

Com um suspiro resignado, deu a volta para voltar ao seu confortável quarto quando ouviu o barulho característico da porta da Sala precisa se abrindo, sentiu seu corpo congelar, agradecendo por não ter tirado o feitiço de desilusão; ouviu a risada irritante de Avery e sentiu seu coração falhar uma batida.

Riddle.

Saiu do caminho que eles tomariam da forma mais discreta que conseguiu, encostando-se na parede de pedra; viu eles se aproximarem de onde ela estava e prendeu a respiração quando eles pararam bem em frente a ela para esperar Riddle que vinha mais atrás e a pobre garota teve que escutar o assunto nojento que estava sendo discutido entre Lestrange e Avery.

– Mas você tem que admitir que ela tem um corpo maravilhoso – Avery deu um sorriso macabro – imagino como deve ser conseguir entrar por debaixo daquela saia dela...

– Calado – Chiou Lestrange – Se milorde escuta você falando essas coisas sobre a prima dele ele vai...

– Ele vai ter que vender os “direitos” dela para alguém, sabe? – Avery respondeu – Uma mulher só serve para se casar – O sonserino falou um pouco mais baixo – E eu adoraria rasgar o vestido de noiva eu mesmo.

Sabrina teve que colocar a mão sobre a boca para tentar abafar o som de nojo que saiu de seus lábios, a simples ideia de se casar com Avery lhe causava tanto nojo que quase vomitou ali mesmo. Torceu para ninguém ter ouvido o grunhido de nojo que ela soltou e, pelo que parecia, ninguém notou.

{---}{---}

Riddle saiu da Sala Precisa lado-a-lado com Malfoy sem dizer uma única palavra, estava com os olhos fixo em Avery e Lestrange que pareciam ter uma conversa bastante agradável; Tom sabia que as conversas deles eram geralmente sobre colocar as mãos e algo mais debaixo das saias das garotas de Hogwarts, então não prestava muita atenção nelas.

Foi aí que ele ouviu aquilo.

Um som estranho, como se alguém tivesse engasgado em alguma coisa extremamente nojenta, vindo do final do corredor; os dois garotos conversando perto da sua origem não pareceram notar, mas Tom se sentiu intrigado e se apressou para chegar mais perto.

Tinham sido seguidos.

Avery e Lestrange se calaram automaticamente quando ele se aproximou, mas não prestou atenção nisso, notou apenas o estranho aroma no ar.

Crisântemos

Sabrina.

{---}{---}

– Sabrina! – Lyssa chacoalhou-a – Precisa acordar! Vamos ter aula da professora Everheart!

– Quem? – Desistiu de fingir dormir e se levantou.

– A professora de Feitiços e Tarefas da Bruxa Doméstica – Respondeu Mikaela depois de domar seu cabelo muito cacheado com um feitiço – Por isso fique o mais apresentável possível, ela não perdoa erros.

Feitiços e Tarefas da Bruxa Doméstica? Essa merda existe mesmo? Sabrina fez careta só com a ideia de uma aula tão machista existir, mas então lembrou que estava nos anos 40 e que ser mulher era o mesmo que nada nessa época. Levantou-se com muita má vontade e foi logo para o banheiro do dormitório para se vestir. Quando saiu, Mikaela e Lyssa olharam de forma desaprovativa.

– O que foi? – Olhou para si mesma, estava quase tão apresentável quanto as duas.

– Seu cabelo, é claro! – Lyssa respondeu – A Sra. Everheart lhe mataria se visse esse cabelo indomável! Tente ao menos alisa-lo um pouco...

A garota quase pode sentir o gosto de sua indignação, adorava o cabelo ondulado que herdara de sua mãe e não o alisaria por nada.

– Pois ela terá que lidar com ele! – Curta e grossa – Ela deve se dar por satisfeita de eu ao menos estar usando essa fitinha idiota.

As duas garotas suspiraram, mas nada disseram, apenas acompanharam para o Grande Salão e, depois, para a sala da tal Everheart. Uma enorme fila de garotas de todas as casas estava aglomerada na entrada da sala e Sabrina teve certeza que todos os garotos do seu ano estavam tendo uma aula vaga; a porta se abriu e uma mulher alta de olhar severo surgiu por ela, tinha olhos verdes penetrantes e os cabelos muito negros presos em um coque perfeito.

– Entrem de maneira educada e composta, senhoritas – Disse em sua voz severa e calma.

Todas as garotas entraram na sala uma por uma, todas de maneira educada e elegante.

Todas menos uma.

Srta. Gaunt! – A voz da professora estava alguns tons mais alta – Que tipo de entrada obscena foi essa? - Ela olhou a aluna de cima abaixo - E que cabelo deploravelmente ridiculo é esse?

Leiam as notas finais


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Curiosidade: Zahra significa Luminosa e Brilhante em árabe, bem contraditório com Riddle, não acham?

Link paara o Tumblr: https://www.tumblr.com/blog/nyahzeetao-hime

Vou cobrar 7 comentários!