Venena anguis escrita por Miss Zahra


Capítulo 39
At Death's door


Notas iniciais do capítulo

O último capítulo antes da minha volta as aulas... Não sei quando poderei postar de novo... Mas hey! Dois capítulos no mesmo mês depois de 6 meses sem capítulo? É uma evolução, não acham? kkkkk

AGRADECIMENTOS
Evy Bianchi
sandrinha
Gabs
Duda
Nehemia
Jihffer
CatrinaEvans
Nellyel
Su Black
The Queen Sweet Natty

Aproveitem



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615567/chapter/39

Sabrina respirava com dificuldade; sua garganta estava seca de tanto gritar e se encontrava nua no chão gélido novamente. Grindelwald não havia gostado de sua rebeldia e decidiu retirar todo o pouco conforto que a garota conseguiu conquistar no tempo em que esteve presa, mas ela não se importava com aquilo. Jamais revelaria o que o bruxo queria saber.  

 

Encolheu-se ao ouvir a porta da cela se abrir e arregalou os olhos ao reconhecer o homem que a havia sequestrado. Não se recordava do nome dele, mas seus comentários lascivos e toques forçados ficaram gravados a ferro quente na mente da garota. Tinha medo do que ele faria com ela ali, naquela cela vazia enquanto a pobre moça estava nua e cansada.  

 

— Levante-se – Ele rosnou para ela, puxando-a pelo braço com força para que ficasse em pé – Já disseram que seu corpo é muito bonito, puta? 

 

Sabrina sentiu seu rosto esquentar e se esforçou para tentar esconder se corpo com o braço livre, encolhendo-se novamente. O homem ergue uma das mãos para tentar toca-la, mas a garota o afastou e ele não insistiu (provavelmente por causa das ameaças de Grindelwald). Ele se virou para puxa-la para fora da cela e os olhos atentos da sonserina se fixaram na varinha do homem, um pouco visível no bolso da calça.  

 

Uma ideia asquerosa passou pela cabeça da garota. Era terrível, mas poderia ser a única chance que Sabrina teria para fugir. Valia a pena, mesmo que a garota fosse se sentir terrível fazendo aquilo. Respirou fundo, reunindo a coragem que precisava para aquilo. 

 

Não se moveu quando o homem a puxou, fazendo com que o mesmo se virasse em sua direção novamente (para bater nela e força-la a ir, talvez). Quando os olhos claros do homem se focaram nela, a moça estufou o peito, expondo melhor os seios (que automaticamente chamaram a atenção do homem) e se aproximando do corpo dele. O peito nu de Sabrina se encostou no vestido do homem  e a sonserina fez de tudo para engolir a vergonha e o nojo enquanto se esfregava no alemão a sua frente. 

 

— Eu sabia que você não seria diferente, garotinha... – Ele murmurou com o característico tom sacana de sua voz, agarrando com força as nádegas desnudas da garota e empurrando-a contra a parede – Vocês britânicas estão sempre sedentas por homens de verdade, não é? 

 

Não o respondeu; sentia que se tentasse falar, vomitaria o pouco de alimento que ainda restava em seu corpo. Deixou que o homem continuasse a apalpa-la e murmurar profanidades em alemão. Sabrina levou suas mãos até a calça dele, usando uma delas para apalpar o volume crescente do homem e distrai-lo da sua outra mão que tentava freneticamente tomar posse da varinha.  

 

O homem pareceu perceber que havia algo errado e grunhiu alguma coisa que ela não entendeu, mas já era tarde. Sabrina segurou a varinha com firmeza e a apontou para o peito do homem, jogando-o longe com um estupefaça. A sonserina encarou o corpo desacordado no chão e sentiu o bolo subindo pela garganta.  

 

Correu para o canto da cela e pôs para fora o pouco que tinha no estômago, sentindo sua garganta arder pelo ácido e o gosto azedo inundar sua boca. Caminhou com as pernas bambas até o homem caído, fez um esforço tremendo para conseguir retirar o sobretudo do corpo robusto, vestindo-o e fechando todos os botões para cobrir sua nudez.  

 

Empurrou a porta da cela, fazendo o mínimo de barulho o possível, e caminhou até a saída da masmorra. Abriu u pouco a porta, espiando do outro lado; não viu ninguém. Essa era sua chance. Estava fugindo e ninguém iria detê-la. 

 

 

////////////// 

 

 

Tom atraiu o último testrálio para perto dos outros que eram segurados pelos dois grifinórios. Lara e Ítalo ainda não tinham chegado, então seriam deixados para trás. O sonserino não tinha tempo para atrasos sem sentido e deixaria os dois retardatários para trás. 

 

— Vamos esperar um pouco mais! – Jongdae sugeriu, já prevendo o que Tom ia dizer – Quanto mais gente, melhor. 

 

— Quanto mais tempo esperarmos, menor é a nossa chance de achar Sabrina viva – Retrucou de forma ríspida, sabendo que seu argumento não podia ser rebatido – Não vou permitir que tirem ela de mim. 

 

— Mas nós temos mais chances se eles vierem conosco! – O coreano bateu o pé, não deixaria os dois amigos para trás. 

 

— Parem de discutir como duas velhas! – Billy rosnou na direção deles, apontando para dois alunos que se aproximavam – Eles já chegaram.  

 

Os dois olharam para onde o ruivo apontava e viram o casal se aproximando, acalmando-se (embora Tom estivesse irritadíssimo por causa da demora). Lara e Ítalo se aproximaram com desconfiança do grupo de garotos que esperava por eles, já que os dois não podiam ver os testrálios.  

 

— Onde estão esses testrálios de que Lara me falou? – O corvino perguntou com a expressão confusa – E o que é um testrálio, por Merlin? 

 

Lara abriu a boca para explicar, mas Tom a interrompeu. 

 

— Não temos tempo – Aponta para onde os testrálios estavam – Vamos logo. Eu ajudarei vocês a montarem neles.  

 

Tom ajudou Jongdae primeiro, instruindo-o sobre onde estava a parte da frente e sobre como monta-lo da forma correta. Logo depois foi a vez de Billy, que parecia inseguro demais e demorou um pouco para se acomodar no animal. Ítalo compreendeu o que devia ser feito rapidamente e ajudou Lara a montar na criatura, montando no mesmo testrálio que ela.  

 

Riddle montou em seu testrálio (que parecia meio desconfortável em ajudar alguem com tanto sangue nas mãos quando ele) e  murmurou para a criatura que ele a guiaria para onde queria ir; aqueles animais eram inteligentes e o entenderiam, com certeza. 

 

 

Eles bateram suas enormes asas negras e subiram aos céus. Lara guinchou de susto, agarrando-se em Ítalo com desespero. Billy e Jongdae pareciam relativamente calmos diante de toda aquela situação; provavelmente tomados pela bravura grifinória.  

 

Tom sabia que a viagem seria longa; Sabrina estava muito distante do Reino Unido. Não havia dito aquilo para seus acompanhantes, mas não se importava. A Gaunt era tudo que importava naquele momento, nada mais. O desconforto dos companheiros não significava nada para ele. 

 

 

/////// 

 

Sabrina escondeu-se atrás da estante de livros, prendendo a respiração quando dois bruxos passaram por ela conversando em alemão. Estava completamente perdida no labirinto que era aquele esconderijo; todos os corredores pareciam iguais e algumas portas não levavam a lugar nenhum. 

 

Talvez fosse algum tipo de feitiço usado para atrapalhar atacantes de fugitivos, um mecanismo que os deixassem presos para sempre naquele labirinto. Encostou-se na parede e escorregou até se sentar no chão, colocando as mãos no rosto e grunhindo de frustração. Aquilo estava mais complicado do que achava que seria. 

 

Precisava pensar. Precisava formular algum plano para contornar aquela situação. Não era impossível, disto tinha certeza. A única coisa sem solução no mundo era a morte. Brincou com a varinha entre seus dedos, tentando gira-la de várias formas. Não demoraria muito mais para encontrarem o corpo dele estuporado nas masmorras e começarem a procurar por ela. Precisava fazer uso de sua vantagem o mais rápido o possível.  

 

Respirou fundo e contou até dez, buscando não entrar em pânico. Levantou-se e olhou para os dois lados do corredor novamente, disparou o mais silenciosamente o possível, procurando o próximo lugar onde poderia se esconder. Quase caiu ao parar de forma brusca, arregalando os olhos ao ouvir alguém se aproximando. 

 

Tentou pensar em alguma coisa, sua mente trabalhando em diversas ideias diferentes. A única que surgiu em sua mente, no entretanto, foi uma ideia ruim. Péssima, na verdade.  

 

— Levicorpos – Murmurou ao apontar a varinha para si mesma, sentindo como se um par de mãos a puxassem pelos tornozelos, erguendo-a até que seus pés tocassem o teto do corredor – Espero que não me vejam. 

Aguardou, prendendo a respiração, que o dono dos passos passasse por ela sem percebê-la ali. Depois de dois segundos, viu uma figura familiar atravessar o corredor, suas roupas pretas e longos cabelos loiros o tornava fácil de reconhecer. Grindelwald. 

Prendeu um grito de pânico que ameaçou escapar de sua boca. O bruxo das trevas passou por baixo dela, seguindo na direção contrária da que ela ia. Provavelmente estava impaciente com a demora e decidiu ir atrás de Sabrina por si mesmo. Estava indo para as masmorras. Encontraria o corpo em alguns minutos. A Gaunt precisava se apressar.  

Esperou até que Grindelwald se afastasse o bastante para que a garota não conseguisse mais ouvir seus passos. Prestou bastante atenção se mais alguém se aproximava e apontou a varinha para si mesma novamente.  

— Liberacorpus – Murmurou, se preparando para a queda. 

Caiu com um baque que ecoou pelo corredor. Grunhiu de dor, rolando para se deitar de costas no chão e respirando lentamente. Talvez a queda tivesse quebrado alguma coisa, mas não tinha tempo para pensar naquilo. Levantou-se com dificuldade, disparando pelo corredor o mais rápido que conseguiu. 

 

//////// 

 

Tom sentia que eles estavam perto.  

Os testrálios voavam rapidamente mesmo pela chuva, desviando das piores partes da tempestade com precisão. Os animais começaram a diminuir a velocidade e a altitude, estavam pousando. Tom olhou em volta, mas não viu nenhuma construção que parecesse com algum tipo de prisão.  

Os testrálios tocaram o chão molhado e Jongdae foi o primeiro a disparar para fora do lombo do animal, girando como um louco a procura de alguma construção suspeita. Ao perceber que não havia nada, virou-se para Tom com um olhar irritado. 

— Não tem nada aqui, Riddle! – Rosnou o mais alto que pôde, mas a chuva ainda conseguiu abafar grande parte do som – Você estava errado! 

O sonserino vasculhou a área ao redor, recusava-se a se dar por vencido. Seus olhos avistaram algo estranho, a chuva atrapalhava sua visão. Esforçou-se um pouco, estreitando os olhos, e percebeu que era uma cabana.  

— Tem alguma coisa ali – Apontou, começando a andar naquela direção. 

Jongdae reclamou alguma coisa, mas as palavras foram abafadas pela chuva. Todos seguiram Tom sem pestanejar, provavelmente no intuito de sair da chuva. Chegaram no terraço da casa e bateram na porta. Ninguém abriu. Ítalo levou a mão até a maçaneta e girou, a porta não estava trancada.  

— Quem em sã consciência deixaria a porta aberta? – Lara murmurou com certo temor, escondida atrás de Billy – Acha que é uma boa ideia entrar? 

— Na chuva eu não fico – O coreano resmungou, empurrando Ítalo para poder entrar na cabana – Está vazia, mas não parece abandonada.  

E realmente não parecia. Ao entrar, Tom reparou no quão arrumado o pequeno cômodo estava. Tinha uma lareira que jazia acesa, uma aparentemente confortável cama de casal, uma cozinha tipicamente trouxa, um armário e uma mesinha com um belo globo de neve em cima.  

Os cinco rondaram um pouco a cabana, como se para ter certeza que estava vazia mesmo que houvesse apenas um cômodo na mesma e eles estivessem nele. Jongdae parecia se irritar mais a cada segundo que passava, toda a sua frustração parecia se voltar par Tom, como sempre.  

— Não tem nada que valha a pena aqui! – O grifinório rosnou, virando-se para Tom – Sabrina não está aqui e nós atravessamos a Europa inteira para nada! 

Os dois se encararam, a tensão subindo. Lara e Ítalo encaravam aquilo com certo temor, meio afastados dos dois. Billy preferiu deixar a discussão entre o amigo e o sonserino se resolver sozinha; aproximou-se da mesinha solitária no meio do quarto e pegou o globo de neve, balançando-o. 

 

/////////// 

 

A casa inteira tremeu. 

A Gaunt se desequilibrou com o tremor e caiu com força no chão, cobrindo a cabeça com os braços enquanto o contéudo dos armários do corredor caia com barulhos altos. A casa sacudiu de novo e a garota gritou, sem saber o que fazer. Estava com medo.  

Levantou a cabeça para deparar-se com o corredor completamente bagunçado. Os armários estavam jogados no chão, cacos de vidro completamente espalhados pelo chão e alguns lustres haviam caído do teto. Estava um caos.  

Ergueu-se com certa dificuldade, suas pernas estavam trêmulas. Caminhou com cuidado, sentindo os cacos de vidro cortarem a sola de seus pés a cada passo que dava pelo corredor arruinado. Aquilo a atrasaria muito, mas correr a incapacitaria em alguns minutos; seus pés não aguentariam. 

Conseguiu caminhar até o fim do corredor onde não havia nenhum caco de vidro para feri-la e sentou-se no chão, agachando-se para ver o estrago em seus pés. Choramingou. Seus pés estavam dilacerados; cacos de vidro fincados na carne em diversos lugares, tornando até mesmo olhar uma tarefa dolorosa. 

Apontou a varinha para a sola do pé arruinada e murmurou um accio, fazendo com que todos os cacos saíssem da carne e se pregassem na ponta da varinha. Fez o mesmo com o outro pé, praguejando baixinho, e conjurou faixas para amarrar os pés feridos.  

Observou seu trabalho relativamente bem feito e suspirou, encostando a cabeça na parede e suspirando. Estava exausta, perdida e ferida. Não sabia para onde ir ou o que fazer. Tinha a sensação de que sua vida acabaria ali. Era algo trágico; morrer sozinha em um corredor destruído misteriosamente. Passou a mão pelos cabelos, empapando-os com o sangue de um corte feio em sua cabeça. 

Outro solavanco. A casa inteira balançou. O movimento jogou Sabrina contra uma pilha de madeira que antes poderia ter sido uma cadeira ou um armário. O impacto foi forte, desorientando a mente já cansada da Gaunt. 

Primeiro veio a respiração fraca, depois a dor. O gosto de sangue lhe veio a boca e Sabrina abriu os olhos, encarando o teto. Tentou se mexer, mas uma forte dor no abdômen a fez gritar e levar a mão até o local.  

Seu corpo havia sido atravessado por uma enorme estaca de madeira. Olhou para o objeto que provavelmente a mataria, tocando-o com desespero e sujando ainda mais suas mãos de sangue. Seu sangue. Muito sangue. 

É, talvez fosse morrer ali. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Se me matarem, não tem capítulo novo