Venena anguis escrita por Miss Zahra


Capítulo 37
Lies


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANO NOVO PARA VOCÊS *confetes*
Enfim, como devem saber, esse será o único capítulo de Janeiro! Postado exclusivamente para vcs no Ano novo. Tentarei trazer outro capítulo quentinho em Fevereiro. Bjs e boas festas

AGRADECIMENTOS:
Evy Bianchi
Bbl
sandrinha
Lady Micheletto
CatrinaEvans
batatama
e um agradecimento especial a Nellyel pela linda recomendação ♥



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Hogwarts

02/09

 

Tom se sentou em sua mesa habitual na aula de poções e seus olhos se fixaram na cadeira vazia onde Sabrina deveria estar sentada. Aquela ausência definitiva era pior do que ter a garota ignorando-o. Tentava buscar consolo no fato de que ela voltaria em breve, a febre do pelúcio não era tão difícil de curar depois que o paciente sobrevivia à fase terminal da doença. E aquele fato era um dos muitos motivos que faziam Tom desconfiar de toda aquela história. Mais cedo, o diretor havia perguntado se Tom não gostaria de faltar as aulas do dia para colocar os pensamentos em ordem e pareceu bastante chocado quando Tom disse que se sentia bem.

— Bom dia, bom dia – Slughorn entrou na sala sem o seu habitual bom humor – O que só piorou as suspeitas do garoto – Tom, meu rapaz, está se sentindo bem?

Os outros alunos começaram a cochichar.

— Sim senhor – Respondeu sem se importar em esconder a desconfiança em sua voz – Por que eu não estaria?

— Bom, toda a situação com a jovem Gaunt deve ser uma grande preocupação para você – O professor se aproximou de seu aluno favorito.

— Meus pensamentos voltam para ela com frequência – A expressão de Tom suavizou – Mas ela já saiu de estado terminal, não tenho mais a grande preocupação de que ela morra.

Slughorn parecia, pela primeira vez em muito tempo, sem palavras. Aquela situação era muito estranha.

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Masmorras em algum lugar

15/07

 

Grindelwald só reapareceu cinco dias depois. Nesses cinco dias, ela não recebeu comida e a quantidade de água por dia não foi alterada, mas ela já não era acordada com baldes de água gelada e podia dormir o quanto quisesse. Quando o loiro entrou, ele automaticamente abriu os braços, sabendo que a garota devia estar com frio. E estava. Depois de alguns minutos presa nos braços dele, o bruxo decidiu falar.

 – Quantos anos você tem? – Perguntou baixo.

 – 19 – Disse a verdade, sua idade de nada valia a ele.

 – Você é um pouco velha para estar em Hogwarts, não? – A pergunta dele soou mais como uma acusação.

Sabrina percebeu o seu erro e encarou o chão.

 – Sim – Respondeu rapidamente, formulando um plano – Mas não quero falar sobre isso.

Ele se moveu para afastar-se, mas a garota foi rápida e, com um enorme sorriso no rosto, soltou sua outra resposta.

 – Eu não menti – Disse em um tom de voz desafiador.

O bruxo das trevas a encarou por longos segundos, seus olhos claros levemente arregalados pela ousadia da prisioneira. Com a demora dele para reagir, Sabrina começou a se arrepender de ter dito aquela gracinha; no entanto, para sua surpresa, Grindelwald riu. Alto. Como uma criança que recebe seu doce favorito das mãos da avó depois dos pais o terem negado. Era uma risada sincera, bonita.

 – Você é muito esperta, senhorita Zahra – Ele a elogiou (ela achou que foi um elogio) depois de se recuperar do súbito ataque de risos – Tenho que dar esse mérito a você.

Com o nervosismo parcialmente apaziguado, a sonserina se deixou sorrir levemente; não queria parecer mal-educada na presença se um bruxo das trevas que claramente não se importaria em matá-la.

 – Fräulein, venha cá – Ele a puxou para que se levantasse – Vamos dar uma volta, acho que um pouco de sol fará bem a você.

 – Estou nua – Retrucou sem se mover, envergonhada por estar tão exposta.

 – Oh – Os olhos dele se fixaram na nudez dela, a deixando desconfortável – De fato – Ele tirou a própria capa e a deu para a garota – Cubra-se com isto.

A sonserina agradeceu a gentileza dele e se cobriu com a capa desconfiadamente. Grindelwald abriu a porta da cela para que ela passasse; os guardas a encararam com suspeita, mas não ousaram tentar barrá-la quando obviamente estava saindo com a permissão do líder. Os pés da garota estavam congelando no chão frio da masmorra e entrar em um ambiente magicamente aquecido quase a fez suspirar de alívio, mas se conteve na intenção de não dar mais brechas ao seu sequestrador. Ele a guiou até um corredor repleto de enormes janelas sem cortinas que mostravam a bela paisagem coberta de neve do lado de fora. A garota se perguntou onde estava, mas decidiu pensar naquilo mais tarde ao sentir a tenra luz do sol tocar seu rosto. Nunca pensou que fosse sentir tanta falta daquela estúpida bola de fogo, mas, pelo visto, estava enganada. Ao notar o bruxo se aproximando, Sabrina se perguntou o que ele pediria como pagamento por toda aquela “gentileza”.

(----)(----)

Hogwarts

05/09

 

Tom gostaria de dizer que tinha certeza que sua prima estava bem, mas isso seria uma mentira grande demais até para ele. O fato era que ele tentou não pensar na prima durante os quatro primeiros dias, mas estava se tornando absurdamente difícil para ele continuar fazendo aquilo. Sempre que ele buscava notícias da prima com o professor Dumbledore, o velho sorria e dizia que ele deveria escrever para a garota e perguntar. Tom sabia que ela não o responderia se ele tentasse mandar qualquer tipo de mensagem, então nem se importou em ouvir os conselhos do velho. Em vez disso, preferia receber pequenas “atualizações” por intermédio de Lara, que parecia muito disposta a ajudar o casal a se reconciliar. Lara, no entanto, não havia aparecido com novas informações, e sempre que o sonserino ia procurá-la, ela fugia para o salão comunal da Lufa-Lufa. Suspeito.

Ao prestar mais atenção nas ações da garota (de longe, é claro), ele percebeu que a McFusty andava cochichando com Kim e Weasley, seu namorado (Ítalo? Ícaro? Não se importava o bastante para lembrar) nunca estava por perto nessas horas, era como se fosse um segredo apenas dos três. Tom tinha quase certeza que o segredo envolvia Sabrina. Decidiu que confrontaria os grifinórios sobre o assunto, era mais provável que eles possuíssem a história toda. Seus olhos vasculharam a biblioteca consideravelmente cheia aquele dia; procurou algum aluno da Grifinória que conhecia bem o bastante para pedir o favor que tinha em mente. Encontrou Augusta Rockwood, uma terceiranista da Grifinória, estudando com algumas amigas perto de uma das janelas; Augusta, assim como toda a população feminina de Hogwarts, tinha uma paixão desenfreada por Tom.

 – Senhorita Rockwood – O sonserino se aproximou dela com um sorriso gentil no rosto – Posso lhe perguntar algo?

As amigas dela deram risadinhas e a garota enrubesceu um pouco.

 – Claro, Tom – Ela disse após reunir um pouco de coragem – O que você quer saber?

Colocou a melhor máscara de preocupação que possuía; encarou o chão e concentrou-se em toda a frustração que sentia naquele momento.

 – Sabrina, minha namorada, está muito doente – Disse, encarando a garota nos olhos – Jongdae e eu revezamos para enviar cartas e compartilhamos as notícias mais importantes sobre a saúde dela, mas, dessa vez, ele não me disse nada – Sua voz pareceu embargar de choro, estava cada vez mais impressionado com suas habilidades de ator – Sabrina não está respondendo as minhas cartas e temo que algo ruim aconteça.

Augusta pareceu não saber o que fazer, então só perguntou como poderia ajudar.

 – Jongdae está me evitando – Admitiu – Eu gostaria de pedir que me conte a senha do salão comunal da Grifinória para que eu possa entrar lá e confrontá-lo sobre isso.

Ele percebeu que ela estava com um pé atrás; era algo comum, todas as casas se sentiam desconfortáveis (bem, todas menos a Lufa-Lufa) com alunos de outras casas entrando em seus salões. Tom entenderia se ela não quisesse dizer a senha, mas ele provavelmente tentaria entrar na mente dela para descobrir mesmo assim.

 – Espada justiceira – Augusta resmungou para ele, recebendo olhares surpresos das amigas – a senha é Espada justiceira.

Tom quase riu daquela senha ridícula; obviamente escolha de Dumbledore, o diretor da Grifinória. Agradeceu a Augusta e saiu em disparada pelos corredores; sabia que Kim estaria lá, já que seu principal objetivo era fugir de Tom. Parou em frente ao quadro da Mulher Gorda e ela pareceu relutante em deixá-lo entrar, mesmo o sonserino tendo a senha. Ao entrar no salão, todos os alunos ficaram surpresos em vê-lo; especialmente as garotas, que demonstravam uma alegria imensa por trás da surpresa, talvez imaginando que o motivo da visita dele fosse alguma garota que fisgou seu coração partido pelo término com Sabrina. Grifinórias tolas. Localizou Kim e Weasley; os dois também pareciam surpresos em ver o monitor-chefe ali, mas desviaram o olhar rapidamente. Tom caminhou calmamente até eles.

 – Tem algo errado com Sabrina? – Perguntou calma e diretamente, queria ir direto ao ponto – O que estão escondendo de mim?

 – Não diga nada! – Jongdae rosnou para Billy quando o ruivo abriu a boca – Eles não namoram mais, Riddle não precisa saber de nada!

Voldemort quase lançou uma maldição na direção do coreano.

 – Só por que não estamos em um relacionamento, não significa que eu não me importe com ela.

Jongdae não pareceu ter resposta para aquilo e só suspirou.

 – Pode dizer – Resmungou para Billy – Eu me recuso a falar com Riddle.

Tom ignorou o garoto e se focou unicamente em Billy.

 – Nós estamos notando coisas estranhas nas cartas que Sabrina nos envia – O ruivo admitiu com nervosismo – Elas são parecem algo que Sabrina escreveria.

Riddle franziu o cenho, confuso.

 – Professor Dumbledore disse que ela estava melhorando – Decidiu sentar-se na poltrona vazia em frente aos dois garotos – Por que outra pessoa estaria escrevendo as cartas?

— Não sabemos – Billy deu de ombros e estendeu uma das cartas para Tom – Essa chegou ontem; leia.

Tom pegou a carta e abriu-a com cuidado, examinando tudo que podia. Leu as primeiras linhas e percebeu o que causou a desconfiança nos grifinórios; era difícil não suspeitar. O conteúdo da carta soava mais como a moça que Everheart queria que Sabrina fosse; era muito formal, delicada e dizia coisas completamente fora da personalidade da sonserina. Sabrina não escreveu aquela carta. Dumbledore mentiu para eles. Agora Tom só precisava descobrir o motivo da mentira.


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Notas finais do capítulo

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