Venena anguis escrita por Miss Zahra


Capítulo 34
Punishment and reward


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem por magoar seus sentimentos...

Agradecimentos:
CatrinaEvans
Sandrinha
EvyBianchi
The Queen Sweet Naty
Vênus Veronyk Argon Romanov
Winter
Jurinha



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Tom estava furioso. Sua magia se rebelava ao seu redor, tentando quebrar seu autocontrole e atingir violentamente os dois culpados. Apertou o corpo de Sabrina com mais força, completamente afetado pelo estado de espírito abalado da garota, e respirou fundo. Não podia puni-los ali, precisava leva-los para a Sala Precisa, onde ninguém indesejado interromperia a tortura. Gesticulou para os seus cavaleiros e Abraxas agarrou Lestrange pelo braço enquanto Rosier e Cygnus tentavam segurar um relutante Avery, o grupo vagou pelos corredores vazios até a Sala Precisa e os dois culpados foram jogados para dentro de forma bruta. No meio da sala havia um trono e Tom guiou a prima gentilmente e a fez sentar nele, beijou o rosto dela e se virou para os cavaleiros.

— Não existem palavras para descrever a minha decepção nesse momento – Tom disse calmamente – Eu não esperava essa traição.

Avery e Lestrange se remexeram nervosamente, mas apenas Lestrange parecia estar sendo atingido pelo peso na consciência. Os outros três cavaleiros mantiveram distância, Abraxas estava parado perto do trono, seus olhos cinzas alternando entre Sabrina e os dois “réus”, visivelmente preocupado.

 – Avisei que deviam respeitar e obedecer sua lady – Apontou para a garota sentada no trono – e em vez disso vocês a atacaram e tentaram violenta-la... Me digam, qual dos dois idiotas teve essa ideia?

O silêncio reinou por vários minutos, Tom andou de um lado para o outro da sala, aguardando até perder a pouca paciência que tinha sobrado. Sua magia raivosa se espalhou pela sala, mas apenas atingiu os dois que estavam sendo julgados. Eles se encolheram ao serem atingidos e isso fez com que um sorriso perverso tomasse conta dos lábios dele. A raiva de Voldemort estava afetando Sabrina, o pedaço da alma dele dentro dela estava transmitindo toda a raiva e a Gaunt se viu compartilhando a fúria do namorado. Queria tortura-los tanto quanto ele.

 – O que importa? – Sabrina falou e todos se viraram para encara-la – Os dois estão envolvidos, não interessa quem teve a ideia – Os olhos vermelho dela brilharam perigosamente – Torture os dois.

Abraxas arregalou os olhos de surpresa, sem acreditar no que estava acontecendo. Tom, por outro lado, sentiu-se radiante quando ela disse aquilo. Ela estava emocionalmente vulnerável e a Horcrux estava se manifestando, Voldemort sentiu uma enorme satisfação ao ver aquilo.

 – Parece que vocês aborreceram sua lady – Voldemort se virou para os dois cavaleiros – Que azar, não é mesmo? – Ele apontou a varinha – Crucio.

Os gritos de dor ecoaram pelas paredes da Sala Precisa pelo resto da noite.

(----)(----)

No dia seguinte, Sabrina disse para suas companheiras de quarto que ela não estava se sentindo bem e preferia ficar no dormitório. Elas não perguntaram mais nada. A verdade era que a culpa pelo seu comportamento no dia seguinte a estava corroendo profundamente. Não era de seu feitio agir daquela maneira, ordenar a tortura contínua de duas pessoas (mesmo que eles não fossem indivíduos honestos) era errado e exageradamente cruel. Sabrina pegou o anel dos Gaunt e brincou com ele, pensando se tudo aquilo não era má influência de Tom... Por Merlin... Tom. Depois de voltarem para o salão comunal, Sabrina sentiu medo dele. Quando sua raiva se esvaiu e ela pôde refletir no que tinha acontecido, ela ficou apavora. Tudo que conseguia lembrar era o rosto de cobra que a aguardava caso voltasse ao futuro.

Estava com medo de olhar para ele. Uma vozinha no fundo de sua mente dizia que ele tinha feito aquilo pelo bem dela, mas sua consciência gritava mais alto e mandava ela se afastar dele. Sabrina ouviu a porta do quarto abrir e se virou para ver quem era. Ao ver Tom, enfiou o rosto no travesseiro para não ter que encara-lo.

 – Mikaela disse que você não está se sentindo bem – Sentiu-o se sentar na cama – O que aconteceu?

A mão dele tocou de leve as costas dela, mas a moça se retesou quando ele a tocou. Sabrina sentiu Tom travar e a magia dele reagir furiosamente, mas ele não disse nada. Riddle apenas se levantou e saiu do quarto calmamente. A sonserina continuou deitada por um tempo indeterminado pela sua mente distraída e confusa e ela só decidiu levantar quando seu estômago começou a protestar de fome. O salão comunal estava vazio quando ela saiu do dormitório, mas quando estava prestes a sair do salão, a porta de abre e Tom entra com uma bandeja cheia de comida.

 – Achei que estaria com fome – Ele disse com o rosto sem expressão, claramente ainda afetado pelo comportamento dela mais cedo – Pelo visto eu estava certo.

Ela não respondeu, apenas o acompanhou até uma mesa no canto do salão comunal e se sentou de frente para ele. Tom depositou a bandeja na mesa e Sabrina começou a comer em silêncio. Riddle a encarou com seus olhos sérios, observando cada movimento que ela fazia. Mesmo incomodada com aquilo, não disse nada. A memória de Lorde Voldemort com cara de cobra ainda estava em sua mente.

 – Ainda vamos juntos para a festa de Slughorn hoje a noite? – Ele perguntou subitamente, tirando a moça de seus pensamentos.

 – O que? – Perguntou antes de dar um gole no café.

 – Você ainda quer ir comigo ao baile do Slughorn, não é? – Ele repetiu, mas sua voz saiu em um tom perigoso, como se a garota não tivesse muita opção.

 – Claro que sim – Respondeu calmamente – Por que eu não iria?

A postura dele mudou drasticamente depois da resposta, seus olhos se suavizaram e ele sorriu para ela, levando seus dedos frios até o rosto da prima, acariciando-o suavemente.

 – Ainda bem – Ele murmurou – Tenho certeza que o velho Slug ficaria decepcionado se não fossemos juntos.

 – Hm – Foi a resposta que ele recebeu.

 – Você está irritada comigo – Não foi uma pergunta.

Sabrina engasgou.

 – Não! – Respondeu rapidamente – Eu só estou um pouco mal.

 – Sabe que fiz aquilo pelo seu bem – Ele ignorou a desculpa dela e suspirou – O que eles fizeram foi abominável e eu jamais deixaria que eles saíssem impune – Ele fez uma pausa – Sua aprovação me deixou mais entusiasmado, mas eu teria torturado eles de qualquer maneira.

Aquilo a atingiu em cheio, a imagem do Voldemort do futuro invadiu sua mente outra vez. Tom se levantou e gentilmente puxou a prima para si, as mãos dele puxaram-na para um breve beijo, um simples encostar de lábios.

 – Não se sinta mal por isso – Sussurrou – Eles a torturariam se tivessem a chance.

Sabrina não respondeu, sua mente trabalhava a mil tentando suprimir o remorso.

 – Nos vemos depois – Beijou a testa dela – Tenho assuntos para resolver.

A sonserina continuou a comer.

(----)(----)

A fúria de Tom estava atingindo níveis perigosos, respirava fundo tentando conter a raiva que ameaçava afetar sua magia superasse seu autocontrole e bom-senso. O medo de Sabrina o irritou profundamente e tudo por causa de dois idiotas que inventaram de querer por as mãos em algo que não os pertencia. O lorde chegou na Sala Precisa e os três cavaleiros a serem recompensados já estavam lá, Tom simplesmente andou até o trono e se sentou, encarando os companheiros.

 – Vocês estão aqui para receber a gratidão de Lorde Voldemort – Informou-os calmamente e notou o nervosismo abandonar os rostos de cada um – Abraxas, aproxime-se e me diga o que deseja.

 – Não desejo recompensa, milorde – O loiro disse ao se aproximar – O fato de milady estar a salvo já é o suficiente para mim.

Tom sorriu discretamente.

 – Cygnus – Ele gesticulou para o outro cavaleiro que se aproximou temerosamente – Sua recompensa foi não ter se juntado a eles na tortura – Disse de forma sombria – Fui informado que você sabia do plano deles, mas não me avisou de imediato.

O Black apenas assentiu e se afastou.

 – Rosier – Gesticulou para o último cavaleiro.

 – Milorde – Disse quando se aproximou – Eu gostaria de autorização para castigar um aluno da Corvinal.

Riddle levantou uma sobrancelha.

 – Castiga-lo?

 – Sim milorde – Abaixou a cabeça – Serei cauteloso e não deixarei que rastreiem o ocorrido até nós.

O lorde apenas bufou e assentiu com a cabeça, dispensando os cavaleiros. Ele ficou na sala por mais algum tempo antes de decidir ir se trancar na biblioteca para refletir sobre o que fazer com o medo que tinha tomado posse de sua prima. Aparentemente a sua ama dentro dela a estava mantendo mais calma, mas ela ainda estava assustada e Tom não gostava de não poder toca-la quando bem quisesse. Ela era dele! Não devia ter medo. Rosnou baixinho e teve que conter sua magia outra vez, a biblioteca não estava completamente vazia para que ele pudesse ter um surto sem ser visto.

 – Tom... – Ele se virou e encontrou Sosie, ela parecia muito deprimida – Você vai para a festa de Slughorn? – Ela perguntou com um toque de esperança na voz – Fiquei sabendo que Sabrina não está se sentindo bem e pensei...

 –Ela já está melhor – Interrompeu a garota – Iremos juntos.

Uma careta se formou no rosto dela.

 – Entendo – Falou irritada e saiu da biblioteca batendo os pés.

Tom sentou-se em uma das poltronas, mais irritado ainda e pegou um livro aleatório que algum aluno irresponsável havia deixado jogado por aí. Decidiu afogar-se na leitura até dar a hora de se arrumar para a festa.

As horas passaram rápido e Tom decidiu voltar para o salão comunal e ficar pronto para a festa, foi para seu dormitório e vestiu seu terno, fazendo questão de estar com a aparência impecável antes de descer para o salão comunal e esperar a prima. Ela surgiu não muito depois, usava um longo vestido vermelho e os cabelos negros presos em um firme coque. Tom ficou surpreso em vê-la tão empenhada em atingir o padrão de elegância que Everheart exigia das alunas, mas achou melhor não falar nada para não irritar a prima.

 – Sabrina – Sorriu para ela e estendeu a mão – Devo dizer que você está magnífica.

Ela abriu um pequeno sorriso.

 – Devemos ir logo – Ela falou para ele, pegando a mão estendida – Se nos atrasarmos, Slughorn pode pensar besteira.

Tom riu e beijou a namorada antes de saírem.

(----)(----)

A festa era idêntica as que aconteceriam no futuro. Uma música agradável tocando ao fundo, drinques coloridos nas bandejas dos garçons, alguns ex-alunos influentes que puderam comparecer e os intermináveis discursos do professor de poções.

 – E esta dama adorável ao lado do jovem senhor Riddle é Sabrina Gaunt – O professor disse alegremente, apresentando o casal para outro de seus amigos – Tão genial quanto ele, se me permite fazer este comentário.

A boca da sonserina já estava dolorida de tanto manter o sorriso educado na frente de todas aquelas pessoas, mas ela se manteve e cumprimentou mais alguns ex-alunos antes de esbarrar em algo que não esperava.

 – Emmet! – Slughorn exclamou alegremente e cumprimentou o homem – Hadassa não me avisou que você viria.

 – Demorou um pouco para convencer Minerva, mas ela veio – Ele empurrou gentilmente uma garotinha para frente – Diga olá Minnie.

 – Olá... – A garota disse baixo, parecia desconfortável naquele ambiente.

 – Ah, eu ainda não os apresentei – Slughorn riu alto – Esse é Emmet Everheart, marido da sua professora srta. Gaunt e essa garota é a filha dos dois, Minerva.

 – Minerva Mcgonagall – A garota exclamou com um enorme sorriso – É mais bonito que Everheart.

Sabrina mal pôde conter sua surpresa ao encontrar sua futura professora de transfiguração. Filha da nojenta da Everheart! A sonserina sorriu para a garota, mas antes que pudesse falar alguma coisa, um grito de pavor ecoou pela festa.

 – Johnny! – Uma garota gritou, ajoelhada ao lado de um garoto – Johnny, o que está acontecendo?

O aluno estava caído no chão, tendo convulsões e as veias de seu pescoço estavam dilatadas, como se tivesse ingerido veneno ou uma poção das trevas muito poderosa. Sabrina deu um passo para frente na intenção de ajudar, mas Tom a segurou.

 – Vamos embora – Sussurrou no ouvido dela – É só um sangue-ruim, não devemos nos envolver... – Seus olhos se fixaram no garoto – Se ele morrer, é menos um membro da escória no mundo.

Aquela frase acendeu algo dentro dela. Memórias de um futuro que ainda a assombrava, memórias de um monstro que no momento estava ao seu lado, absurdamente bonito. Um monstro que havia conquistado seu afeto e tocado em seu corpo. Lord Voldemort. Humano, mas ainda sim monstruosamente cruel.

Sentiu nojo. Dele. De si mesma. De seu coração fraco. Soltou-se dele com brutalidade e estapeou o rosto bonito do demônio com toda a força que conseguiu reunir em seu corpo trêmulo. Todos já tinham se amontoado ao redor da comoção e o casal estava sozinho. Tom a encarou com surpresa, seus olhos brilharam perigosamente, mas a garota não fraquejou.

 – Você é um monstro, Voldemort! — Rosnou para ele em ofidioglossia – Sangue-ruim? Ele é uma pessoa!

 

 – Escória – Repetiu com firmeza – Você deve estar passando tempo demais com aqueles grifinórios e...

 – Não! — Interrompeu, furiosa – Estou passando tempo demais com você! — Arrancou o anel dos Gaunt de seu dedo e jogou-o no chão – Já chega.

Tom Riddle observou, estupefato, a garota dar as costas para ele e ir ajudar o aluno caído no chão. Pegou o anel e o encarou por alguns segundos.

Sabrina o havia abandonado.


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Notas finais do capítulo

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