Venena anguis escrita por Miss Zahra


Capítulo 30
Threat [02/02]


Notas iniciais do capítulo

ME DESCULPEM POR NÃO TER POSTADO SEMANA PASSADA!
Eu simplesmente fui atingida por uma crise criativa e não consegui escrever nada.
O pior é que já estou devendo dois capítulos bônus pra vcs... mas posto isso depois.
Agradecimentos:
Senhoritamary
Kiara
Sandrinha
Daniela Riddle
Jihffer
Ellie R Coulson
Malia do Bairro
Senhorita Sena
Anny Hime
The Queen Sweet Naty
Evy Bianchi

E UM SUPER AGRADECIMENTO PARA BELA_CRISTINA, A LEITORA NOVA QUE COMENTOU EM TODOS OS CAPÍTULOS! MULTIPLICA JESUS.



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Sabrina obedeceu, os olhos verdes atentos fixados no homem que parecia ser o líder.

— Quem são vocês? – Perguntou com cautela, ainda imóvel.

 – Não lhe interessa – Se aproximou dela – Tudo que precisa saber... – Agarrou o rosto dela com suas mãos rudes – É que o comandante quer você.

 – Esse comandante seria Grindelwald? – Jogou seu palpite.

— Você é uma vadia esperta – O alemão sorriu para ela – o comandante está demasiadamente interessado em você... – Ele a olhou de cima a baixo com seus olhos maldosos – Eu até entendo o porquê.

 – Que pena – resmungou com sarcasmo – Eu não tenho o menor interesse nesse cara aí.

 – Abusadinha você hein? – O alemão riu-se e soltou a garota – Só fique quietinha e venha conosco... – Ele fez uma pausa – Talvez ele se sinta generoso e permita que você se divirta comigo.

 – Não me misturo com merda – Sabrina abriu um enorme sorriso.

A garota conseguiu desviar do tapa.

 – Muito abusada – Rosnou – Uma pena que temos ordens muito diretas.

 – Que coincidência – A Gaunt encarou os homens ao seu redor, pensando – Eu tenho ordens para levar um colar para minha amiga – Rapidamente puxou a varinha, lançando estupefaças em todas as direções e correndo para se esconder atrás do poste de luz mais próximo, conseguindo fugir de algumas maldições.

 – Seus idiotas! – O alemão gritou para os outros – Nós precisamos dela viva! Não usem maldições fortes demais!

Sabrina percebeu, espantada, que o local atingido pelos dois feitiços exalava uma estranha fumaça esverdeada, como se o feitiço tivesse queimado a superfície. Com muito cuidado, espiou por trás do poste e observou os homens se aproximarem devagar, tentando não fazer barulho para não a alertarem. Lançou um estupefaça as cegas e suspirou aliviada ao ouvir o barulho de algo pesado atingir o chão.

— Bummler! – O alemão rosnou – Não me obrigue a lhe foder todinha, sua puta britânica.

 A morena sentiu seu estômago embrulhar  e segurou a varinha com mais força, pensando em todos os feitiços perigosos  que conhecia, mas só conseguiu pensar em um que poderia deixa-lá em pé de igualdade com os atacantes.

  – Sectumsempra! – Lançou sem prestar atenção em onde estava mirando, sentiu uma forte dor e o gosto de sangue surgiu em sua boca – O que?  

Colocou a mão em cima do infame corte causado por Belatriz e constatou que eles voltou a se abrir. Com um baque, a resposta surgiu em sua mente: O ferimento foi feito com magia negra e ser exposto a magia negra o fazia se manifestar. Precisava terminar aquele duelo o mais rápido possível se quisesse não morrer por uma hemorragia. Antes que pudesse planejar algo, foi atingida por uma súbita vertigem e se desequilibrou, caindo de quatro na neve e deixando sua varinha cair. Começou a tossir e uma grande quantidade de sangue manchou a neve. Respirou com dificuldade,a tontura ainda a atacando. Percebeu um par de pés parando ao lado de sua cabeça e ergueu o rosto com dificuldade, encarando o rosto maldoso do loiro. 

— Você não parece bem, bummler – Ele abriu um sorriso cruel e ergueu a varinha, apontando para ela com um brilho homicida nos olhos – Crucio.

 Sabrina gritou tanto pela dor da maldição quanto pelo corte em seu peito se abrindo violentamente. 

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Tom deu mais um gole em seu café, completamente absorto em seu livro. Estava sentado dentro de uma confortável cafeteria em Hogsmead, torcendo para que o amor de Sabrina por café a trouxesse direto para ele o que parecia, em sua visão, não estar funcionando. Estava furioso com ela, queria jogá-la em cima da superfície mais próxima e fodê-la até que ela não conseguisse levantar, mas precisava ser cuidadoso com suas ações, a prima precisava usar o anel dos Gaunt constantemente se Tom quisesse transferir sua alma do anel para ela, se ele fizesse alguma besteira, talvez a prima nunca mais o colocasse no dedo.  

— E como foi seu feriado, Abraxas? – Black interrompeu a linha de pensamento do lorde – A França está tão caótica quanto dizem? 

— Pior – O loiro não parecia muito interessado em conversar com o amigo – Você não pode andar por qualquer rua bruxa sem ser barrado por um auror do ministério francês pedindo para checar nossas varinhas e identidades. 

— Mas com Grindelwald causando terror, é mais do que normal toda essa segurança – Black zombou – Mesmo que não sirva de nada contra ele, se levarmos em conta que metade do ministério o apoia.  

— O que vocês acham que o impede de agir na Grã-Bretanha? – Avery se intrometeu na conversa – Meu pai tem esperado que ele começasse a agir, mas faz anos que ele não põe os pés aqui.  

— Dizem que é por causa do Dumbledore – Black respondeu com um pouco de dúvida na voz – Parece que eles eram amigos e Grindelwald teme as habilidades dele... então não acho que ele vai agir por aqui tão cedo. 

Logo depois do puro-sangue terminar de falar, uma mulher entrou no estabelecimento com o rosto vermelho e expressão desesperadas.  

— Soldados de Grindelwald – Gritou para todos – Pegaram uma aluna perto da Joalheria do Hipocrifo Elegante!

 Tom ergueu os olhos, atento. 

— Uma aluna? – Um senhor mais ao fundo perguntou – Quantos anos ela têm?  

— Parecia ter uns 17 – A mulher se sentou, respirando com dificuldade – Uma moça tão bonita... Tenho pena do que podem fazer com ela. 

— Merlin... – O homem suspirou, eles preferem as mais novas mesmo – Bebeu o café em um gole só, parecendo abalado – Está um caos na França, mulheres desaparecendo, algumas são encontradas em esconderijos dos homens de Grindelwald – Ele fez uma careta – Uma moça de 16 anos foi encontrada grávida... Eles são monstros.

 Tom sentiu um estranho ódio pelo bruxo alemão que deixava suas tropas soltas para fazer as maiores atrocidades contra as mulheres da comunidade bruxa. Tom concordava em torturar e exterminar todos os sangue-ruins, mas estuprar suas mulheres era algo que o sonserino abominava mais do que tudo, talvez fosse por causa da história de sua família, mas não gostava de pensar nisso. Pelo canto do olho, notou Lara e seu namorado da Corvinal correndo de volta para o castelo. Sabrina não estava com eles. 

— Senhora – Perguntou para a mulher, sentindo sua magia se descontrolando – Essa garota... Ela tinha cabelos negros? – Encarou a mulher – E usava um cachecol como o meu? 

— Sim – Ela respondeu com pesar – Longos cabelos negros... e o cachecol da Sonserina, reconheceria aquele cachecol a quilômetros de distância, sendo uma sonserina nata – Suspirou – Dói ver tal desgraça atingindo um membro de minha antiga casa.

 Mas Tom não estava prestando atenção, vestiu seu casaco e saiu da cafeteria rapidamente indo na direção contrária da multidão apavorada correndo para buscar asilo na segura Hogwarts. Riddle prosseguiu empurrando quem estava a sua frente, derrubou alguns alunos, mas nenhum deles prestou atenção no ilustre monitor, todos estavam ocupados tentando salvar suas vidas. Percebeu outro aluno seguindo na direção oposta da multidão e ao notar o cachecol vermelho e dourado ao redor de seu pescoço, soube exatamente quem ele era. 

— Kim! – Gritou e o coreano virou a cabeça para encará-lo. 

— Riddle! – Gritou de volta, parecendo estranhamente aliviado em vê-lo – Eu não sei onde Sabrina se meteu! 

— Eles estão com ela! – Disse ao se aproximar do grifinório que havia parado para espera-lo – Temos que chegar lá o mais rápido possível – Empurrou o garoto – Mexa-se! – Rosnou. 

— Merda – O coreano empalideceu e começou a empurrar a multidão com ainda mais vontade, com Tom o seguindo. Conseguiram sair da massa desesperada e Tom empurrou Jongdae na direção certa, puxando a varinha e correndo até a joalheria.  

— Como caralhos Ítalo e Lara  deixaram isso acontecer? – O coreano rosnou entredentes – Ela estava com eles! 

Riddle sentiu a característica fúria que lhe atingia sempre que algo ruim acontecia ao redor de Sabrina, aquelas amizades inconsequentes da garota acabariam por mata-la. Faria questão de mantê-la longe dos idiotas a partir de agora. A medida que se aproximavam do antigo prédio, puderam ouvir os gritos de dor da garota. Jongdae pareceu enjoado e Tom estava no ápice da fúria, apertou a varinha ainda mais, pensando em quais feitiços utilizar nos estúpidos homens de Grildelwald que ousaram mexer no que era seu. Os olhos vermelhos de Riddle avistaram o grupo, eles riam ao redor de uma Sabrina se contorcendo no chão em cima de uma enorme poça de sangue. Além da fúria, Tom sentiu medo. Aquilo era muito sangue... Se demorasse demais para leva-la para a enfermaria, poderia perdê-la.  Apontou a varinha para o homem mais próximo e com o tom cheio de ódio, lançou o primeiro feitiço das trevas que veio em mente. 

— Apicula Maleficum – Rosnou entredentes e um grande enxame de abelhas negras saiu de sua varinha, atacando o homem e atraindo a atenção do grupo para os dois alunos.

 Percebeu Kim se remexendo desconfortavelmente com o uso de magia negra, mas ele nada disse. 

— Isso não é uma brincadeira, Kim – Rosnou para ele – Se não tiver coragem de jogar sujo, vai morrer.

 Um dos homens lançou uma maldição na direção dos dois, mas o coreano rapidamente conjurou um protego forte o bastante para conter o feitiço, mas o mesmo rachou e Tom sabia que não aguentaria repelir mais de duas maldiçoes. O loiro (que devia ser o líder) retirou Sabrina do efeito da maldição Cruciatus e a morena parou de se contorcer, mas tossia sangue descontroladamente e Tom teve medo que ela sufocasse no próprio sangue.  

— Vieram resgatar a vadia de vocês? – O loiro perguntou com seu forte sotaque – É uma pena que nosso comandante esteja tão interessado nela... Acho improvável que vocês consigam leva-la.

 Jongdae não tirou os olhos da garota no chão, parecia abalado com a situação dela. Tom, por outro lado, sentia sua magia agitar-se perigosamente ao seu redor, direcionando-se ao líder daquele grupinho estúpido que achava que podia levar sua tigresa para um alemão que se achava o novo Hitler.

  – Acrimônia Malus! – Um jato de água ácida saiu da varinha de um dos homens, indo em direção ao estático Jongdae.

 Tom conjurou um protego horribilis ao redor dos dois e apontou a varinha para o ruivo que os atacou e lançou  um Auto-sadimus em sua direção. O homem apontou a varinha para si mesmo e começou a lançar vários feitiços dolorosos contra si mesmo enquanto seus companheiros o encararam com surpresa. 

— Henger! – O loiro gritou – O que está fazend... – Os olhos escuros do alemão se fixaram em algo atrás dos dois alunos – Abortar!

 Os colares que eles usavam brilharam e todos desapareceram. 

Chaves de portal.

 Tom correu até Sabrina, virando seu corpo de lado para que cuspisse todo o sangue que obstruía sua garganta.  

— Professor Dumbledore! – Jongdae gritou – Eles pegaram Sabrina... 

— Corra para avisar Madame Hopkins, senhor Kim – O professor o respondeu calmamente – Ela vai precisar de todas as poções de repor sangue que tiver – agitou a varinha e conjurou uma vassoura – Use isso para chegar mais rápido. 

O grifinório subiu na vassoura em voou em direção ao castelo. O professor se aproximou dos dois sonserinos e pôs a mão no ombro do rapaz. 

— Tom – Disse gentilmente – Precisamos leva-la para a enfermaria – Ele se ergueu e estendeu a mão – tenho permissão para aparatar no castelo, pegue-a no colo e vamos, não temos tempo a perder.

 O jovem lorde das trevas gentilmente pegou a prima nos braços, sem se importar com o sangue que sujava seu uniforme. O professor colocou a mão no ombro do rapaz e ambos aparataram para o castelo.

 

 (----)(----)(----)(----)

 

  – Não estamos conseguindo parar o sangramento, diretor – Madame Hopkins informou com pesar – Ela está em coma induzido para não sentir tanta dor e estamos usando poções para repor o sangue que ela está perdendo, mas não sabemos por quanto tempo elas vão funcionar... O ferimento parece ficar pior a cada minuto que passa.

 O diretor Dippet, professor Dumbledore, professor Slughorn e Tom estavam parados ao redor do leito da sonserina, encarando seu corpo adormecido e ouvindo as terríveis notícias.

  – Não sabemos se vamos conseguir cura-la – A velha enfermeira continuou – Talvez eu tenha que requisitar a ajuda de curandeiros no St. Mungus, mas a burocracia poderá demorar um pouco – Ela encarou a garota – Talvez ela não sobreviva até lá. 

Tom sentiu seu estômago embrulhar de uma forma estranha, não de enjoo, mas de ódio. Gostaria de ter matado aqueles homens. Professor Slughorn pôs a mão no ombro do aluno pesarosamente. 

— Sinto muito Tom, meu rapaz – A voz dele estava mansa – Sei o quanto ela significa para você. 

O sonserino teve vontade de gritar para o velho estúpido que ele não sabia de nada, mas se conteve. Ninguém sabia o quanto Sabrina significava para ele... Seu mais precioso troféu, futura guardiã de metade de sua alma... Sabrina era uma das coisas mais importantes que possuía.  

— Requisite os curandeiros imediatamente, madame Hopkins – Dumbledore virou-se para a mulher – Quanto mais rápido pedirmos, mais rápido virão. 

— Irei para o St. Mungus imediatamente, professor – A mulher não parecia esperançosa, mas não discutiu suas ordens – Peço que se retirem, vamos trocar as bandagens da srta. Gaunt e tentar mais alguns feitiços.

 Tom gostaria de poder dizer que já conhecia cada canto do corpo daquela garota insolente, mas se manteve calado para não causar o escândalo que seu lado agressivo queria que ele iniciasse.  Eles se retiraram da enfermaria e Dippet suspirou pesadamente ao chegarem ao corredor.

  – Tom, meu rapaz – O diretor o encarou – Se quiser se ausentar das suas obrigações como monitor por um tempo, não será penalizado por isso. 

O monitor apenas assentiu, perdido em seus pensamentos. Dippet suspirou novamente. 

— Horácio, meu amigo – Se virou para o homem – Poderia vir comigo? Precisamos discutir sobre a jovem Sabrina... Já que ela é da sua casa.

— Claro, claro – Respondeu rapidamente – Pobre moça – Suspirou – Genial! Belíssima...  

Os dois seguiram pelo corredor, deixando Tom e Dumbledore sozinhos. 

— Bom, senhor Riddle – O professor falou – Deixarei o senhor sozinho – Seguiu em direção ao Grande Salão – Todos os habitantes de Hogsmead passarão algumas noites no castelo até os aurores terminarem a investigação e tenho que arrumar algumas salas vazias para acomodá-los.

 Voldemort nem se dignou a responde-lo, apenas se virou e foi em direção a cozinha, onde sabia que encontraria o aluno da Corvinal que tanto queria encontrar. 

 

(----)(----)

 

  – Bellamago! – Todos os alunos presentes na cozinha se viraram para a porta – Explique-se – Tom ordenou com a voz fria e calma.

  – Me explicar? – Ítalo se levantou com irritação – Do que está falando? 

— Não se faça de idiota – Todos ficaram surpresos ao ver Tom apontando a varinha para o corvino – Quando eu encontrei Sabrina, ela segurava um pacote comprado em seu nome, quero explicações!

 O italiano empalideceu.  – Por Merlin! – Ele parecia nervoso – Ela está bem? 

— Está morrendo – Rosnou e todos na cozinha ofegaram.

 – Oh, Merlin – O italiano passou a mão pelos cabelos – Me desculpe, Riddle! Eu pedi para ela buscar o presente de Lara... Eu queria fazer uma surpresa! 

Tom irritou-se ainda mais, mas manteve sua magia sob controle para não destruir a fachada de bondade que o revestia. Para todos os presentes, ele era apenas um namorado repleto de dor que estava agindo por impulso. 

— Mil desculpas, Tom – A lufana soluçou – É tudo culpa minha! Eu não devia tê-la chamado para ir comigo! – Começou a chorar – Ela vai morrer por minha culpa! 

Tom achou melhor se acalmar, não podia se exaltar demais.

  – Não é culpa sua, srta. McFusty – Deu um sorriso fraco, falso, e guardou a varinha – Não foi você que mandou os capangas de Grindelwald atrás dela – Fingiu um suspiro – Agora só nos resta esperar e torcer para que ela fique bem. 

Deu meia volta e saiu da cozinha, indo em direção a biblioteca. Encontraria um jeito de salvar sua tigresa desobediente.

 

 (----)(----)(----) 

 

Jogou o terceiro livro seguido para longe, rosnando de frustração. Já fazia horas que estava na biblioteca (O diretor o deu passe livre por causa do ocorrido) e não conseguiu encontrar absolutamente nada que pudesse lhe ajudar a salvar a vida da prima. Não existia muita coisa sobre o tipo de ferimento que estava sugando a vida da Gaunt. Estava frustrado e furioso, precisava achar um jeito de manter a garota viva, de curá-la e de encontrar os idiotas responsáveis por deixa-la daquele jeito e mata-los.  Com outro rosnado, se levantou abruptamente e esbarrou no professor de Transfiguração.

  – Senhor – Respondeu o mais educadamente que seu estado emocional permitiu – Peço que não se irrite por eu estar aqui mesmo depois do toque de recolher, o diretor Dippet me deu passe livre para que eu... – Fez uma pausa – Tente me distrair por causa do que ocorreu. 

— Tenho total ciência disso, meu jovem – O professor ruivo sorriu amavelmente para ele – Fui eu que sugeri que ele o desse o passe livre.

 O sonserino estranhou a atitude do professor, mas apenas agradeceu. 

— Não precisa agradecer, meu rapaz – Ele estendeu um livro para Tom – Eu achei que criaria a oportunidade perfeita pra lhe emprestar isso. 

Era um livro muito velho e desgastado, o título já não se podia ler faz muito tempo e Tom se perguntou por que o professor lhe daria algo assim.

  – Esse é um livro de arte das trevas muito antigo que possuo – Respondeu a pergunta silenciosa do rapaz – Prometi a mim mesmo que jamais voltaria a ler o conteúdo dessas páginas, mas talvez você encontre algo para salvar a jovem Gaunt nele. 

Tom pegou o livro e o encarou. 

— E Tom – O professor falou ao se virar – Farei vista grossa para os feitiços que usou hoje mais cedo e para os que você talvez use para salvar Sabrina, mas somente isso. 

— Obrigado senhor – Respondeu com uma sinceridade que lhe era estranha.

  – Tudo pelo amor Tom – O professor disse antes de sair – Tudo pelo amor. 

Riddle se sentou novamente e abriu o livro, sua habilidade de ler rapidamente nunca se mostrou tão útil quanto naquele momento e ele leu 10 páginas do grosso livro em alguns minutos, se surpreendendo com o que havia escrito ali e fazia anotações mentais de alguns feitiços que poderiam ser úteis. Depois de mais ou menos uma hora, encontrou uma página interessante. 

Xié'è de zhōngjié – O fim do mal

 

Pegou uma pena e um pergaminho antes de começar a ler.

Antigo ritual chinês, utilizado pelos primeiros curandeiros para amenizar os danos causados pela absorção de magia negra. Geralmente a absorção acontecia por meio de um ferimento a faca e qualquer exposição a magia negra pioraria a condição do enfermo então os primeiro curandeiros desenvolveram o ritual para absorver a magia negra usada para ferir a pessoa e substitui-la pela magia do curandeiro (geralmente branca).

 

Existem casos em que a magia do curandeiro era negra, mas não se sabe o que  ocorreu com o paciente em questão.

 

O ritual foi traduzido para o latim por monges bruxos da idade média.

 

Tom não tinha certeza se aquilo funcionaria, mas valia a pena tentar. Fechou o livro com força e se levantou, saiu da biblioteca com passos apressados em direção a Ala Hospitalar.

 – Senhor Riddle! – Srta. Pomfrey o repreendeu quando ele entrou bruscamente na enfermaria – o senhor não pode...

— Imperio – Apontou a varinha para a mulher e os olhos dela ficaram nublados – Tire as bandagens – Gesticulou para Sabrina.

A mulher levantou a blusa já ensopada de sangue da garota e retirou as bandagens de cima do ferimento, deixando-o exposto e fazendo com que o sangue escorresse até o colchão. Tom se aproximou da cama da prima e se sentou na beirada da cama. Observou o feio machucado um pouco abaixo do seio de Sabrina, já tinha notado a cicatriz antes, mas não lhe deu muita importância considerando que estava ocupado em lamber, apertar e morder os seios da garota. Jurou a si mesmo que quando ela se recuperasse, faria questão de beijar a cicatriz toda vez que fizessem sexo.

Tom mandou a jovem enfermeira se trancar em sua sala e esperou até que ela o fizesse, quando se viu sozinho com a prima, pôs a mão em cima do corte sem se importar com o sangue que sujaria sua mão e sentiu-o latejar.

 – auferte malum — Começou o ritual e sentiu o ferimento queimar a palma de sua mão – et nigrae disperdat — Sentiu sua magia se agitar ao seu redor e Sabrina começou a se contorcer, parecendo sentir muita dor – sanitas — Sua magia se moveu até o ferimento que parecia suga-la avidamente, se alimentando, e Tom pôde sentir a magia negra estranha saindo do corpo da prima, a garota começou a gemer de dor e sangue escorria de seus olhos fechados – pacem — O ritual terminou e  Sabrina parou de se mover.

 

Tom limpou a mão no colchão, deixando uma grande marca vermelha e conjurou algumas toalhas, limpou delicadamente o sangue do corpo da prima, observando, cheio de triúnfo, a cicatriz quase invisível que agora tomava o lugar do horrendo corte. Delicadamente limpou o sangue do rosto da moça, admirando a serenidade de seu rosto, a dor completamente  desaparecida. Com um aceno de sua varinha, as toalhas sujas de sangue sumiram e Tom se esticou para tirar a seringa que injetava as poções de repor sangue no corpo da prima, ela não precisaria mais daquilo. Se levantou, pronto para sair da enfermaria, mas um leve toque em sua mão o impediu.

 – Tom – Sabrina sussurrou, exausta – É você?

O herdeiro de Slytherin se sentou novamente, segurando a mão da sonserina.

 – Sim, sou eu – Respondeu amavelmente, sentindo um alivio enorme ao ouvi-la falar.

 – Onde estou? – Murmurou, ainda de olhos fechados.

 – Na ala hospitalar – Respondeu – Está tudo bem agora.

Ela abriu os olhos e Tom notou, surpreso, que seus olhos estavam vermelhos, quase brilhando no escuro. Ela ergueu a mão livre e acariciou o rosto do primo. Tom se inclinou e roçou seus lábios nos dela brevemente, não querendo forçar demais os pulmões ainda fracos da prima.

 – Eu te amo – Ouviu-a sussurrar fracamente, já de olhos fechados.

Voldemort abriu um enorme sorriso, o anel dos Gaunt, já um simples anel, seguro em sua mão.

 – Eu também te amo – Respondeu para a sua mais nova horcrux.


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Notas finais do capítulo

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