Venena anguis escrita por Miss Zahra


Capítulo 28
Run


Notas iniciais do capítulo

O capítulo saiu rápido né? É que os bônus não contam como capítulos, eu ia postá-lo depois desse aqui, mas ele não estava pronto e não quis deixar vocês esperando muito.
Agradecimentos:
Sandrinha
Senhorita Sena
Ellie R Coulson
senhoritamary
Skm
The Queen Sweet Natty (♥)
e Anne Luiz

Aproveitem a leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615567/chapter/28

 – Eu gosto da sua tatuagem – Tom murmurou contra a pele do ombro dela – Mesmo sem saber o que significa.

Sabrina tentou esconder seu desconforto com uma risadinha.

 – Eu não gosto muito agora, mesmo  depois de já ter passado alguns anos desde que a fiz – Passou os dedos pela marca negra em seu antebraço, pensando sobre seu malfadado sexto ano – Mas o que passou, passou e eu tenho que lidar com isso.

Tom ficou em silêncio e se levantou, fazendo com que a garota se sentasse na enorme cama para observar os movimentos do rapaz. Ambos já estavam na casa dos Gaunt e tinham passado boa parte da tarde entretidos na cama, por insistência feroz de Tom.

 – Tenho algo para lhe dar – Ele vestiu as calças e procurou algo em cima da cômoda – É algo bastante precioso para mim – Se virou para ela – Estique a mão direita.

Sem entender onde ele queria chegar, Sabrina esticou a mão e Riddle colocou um belo anel dourado em seu dedo anelar.

— É o anel do nosso avô – Disse ao se sentar do lado dela – Imaginei que seria um bom presente.

Sabrina encarou o anel em seu dedo com uma admiração visível, ela sempre tivera acesso as relíquias da família Zahra, mas nunca tinha ouvido falar de nada que viesse do lado de sua mãe e sempre desejou portar alguma coisa dos Gaunt. Um de seus fúteis desejos de infância acabou de ser realizado.

— E-eu não sei bem o que dizer Tom – Disse sem tirar os olhos da bela pedra negra que adornava o anel – Isso é algo valioso demais...

 – Ele pertence a nós dois – Tom beijou o rosto dela – E eu dei minha metade para você, é seu agora.

 – Eu nem sei como agradecer Tom – Sorriu para ele – Obrigada.

(----)(----)

Riddle achou que estava se saindo bem em manter o humor da prima amável, pelo menos agora tinha a vantagem de estarem em um relacionamento. Assistiu-a preparando o malão e murmurando alguma coisa para si mesma. Tom jamais imaginaria que alguém como Sabrina falava sozinha, uma novidade interessante, embora inútil.

— Já está pronta? – Perguntou sem tirar os olhos do livro que pegou para folhear – O trem parte em 15 minutos.

— Calma! – Ela olhou ao redor, murmurando – Acho que não esqueci nada.

Tom se levantou, pegou seu próprio malão e estendeu o braço para Sabrina que o aceitou sem dizer nada e ambos aparataram para King’s Cross. A sala de aparatação da estação estava lotada por causa da hora e os dois sonserinos tiveram que se espremer para conseguir sair, os dois subiram no trem e procuraram um vagão vazio sem perceberem os cochichos e olhares indiscretos para as mãos entrelaçadas dos dois.

O motivo dos alunos estarem voltando mais cedo para Hogwarts (eles normalmente só voltavam depois do ano novo) é a incansável guerra que os trouxas travavam entre si. O conselho da escola achou melhor diminuir o tempo que os alunos podem passar fora do castelo, mas não reduziram o tempo das férias, os alunos festejariam o ano novo na própria escola.

Os dois herdeiros de Slytherin se acomodaram em um compartimento vazio, sentando-se lado-a-lado.

 – Você tem um vestido para a festa do Slughorn? – Tom a puxou para mais perto pela cintura e ela se aninhou contra ele – Se não tiver, posso lhe ajudar a escolher.

 – Ele vai dar uma festa? – A garota fez uma careta – E mesmo que eu tenha um vestido, nada garante que eu vá para essa festa.

 – Claro que você vai – Os dedos dele acariciaram de leve o braço dela – Vai comigo.

Sabrina bufou em sinal de divertimento descrente.

— Namorar você não me obriga a ir para todas as festas que você quiser – Sorriu maldosa – Tenho vontade própria.

Riddle nada disse e encostou os lábios no rosto dela, sem dizer nada.

 – O que você está tramando? – Resmungou – Nunca o vi aceitar a derrota com tanta facilidade.

 – Derrota? – O olhar que ele lhe lançou a deixou um pouco receosa – Quem disse que eu perdi?

Tom apenas a abraçou com mais força, fazendo com que os corpos dos dois ficassem muito próximos.

 – Por Merlim! – Uma voz animada bastante familiar exclamou – Eu sabia que vocês ficariam juntos eventualmente!

Sabrina empurrou Riddle bruscamente e se virou para a porta do compartimento. Era Lara e seu namorado estranho, Ítalo.

 – Estou tão feliz! – Lara correu e abraçou a amiga, apertando-a com demasiada força – Eu estava torcendo para você ter um final feliz como o meu... Já lhe contei que os pais de Ítalo me adoram? A Sra. Bellamago é tão gentil... Ah Sabrina! Estou tão animada!

A sonserina não soube como reagir e só sorriu para a amiga, sem notar o estranho brilho nos olhos do italiano.

 – Vocês têm que vir conosco para a festa de ano novo de Slughorn! – Ítalo sugeriu com um sorriso amigável – Ele ficará encantado ao saber do romance de vocês.

A ficha caiu. A Gaunt se virou para encarar o primo, fúria preenchendo os olhos verdes.

 – Nós iremos, Srta. McFusty – Tom lançou um sorriso charmoso – Tenho certeza que será divertido.

 – Pode me chamar de Lara, Tom – O sorriso dela aumentou – Somos todos amigos agora – E, depois de outro longo abraço com Sabrina, Lara saiu do compartimento.

O silêncio reinou por alguns minutos enquanto a morena digeria o que tinha acabado de ocorrer.

 – Seu filho da puta manipulador! – Deu um tapa no braço dele – Eu lhe disse que não queria ir!

Riddle apenas sorriu.

 – E eu disse que você iria comigo – Ela não tentou puxa-la quando ela se levantou – Para onde vai?

 – Procurar meus amigos – Bufou de raiva – Pelo menos eles não ficam manipulando as pessoas ao meu redor.

 – Volte antes de chegarmos em Hogwarts – Ele ordenou como se fosse a coisa mais comum do mundo.

 – Vai se fuder, Ridde – Ela gritou antes de bater a porta do compartimento com força desnecessária.

O futuro lorde das trevas riu, divertindo-se com a situação.

(----)(----)(----)(----)

Sosie não podia acreditar no que estava ouvindo.

 – Eles chegaram de mãos dadas e se sentaram em um compartimento vazio – Druella acrescentou – Parece que Tom está mesmo namorando aquela novata ridícula.

 – Como ela conseguiu? – Susan grunhiu de raiva – Nós o conhecemos há anos e ele se apaixona pela garota que mal conhece!

Sosie se levantou bruscamente e assustou as amigas.

 – O que foi? – Druella perguntou ao ver a sonserina abrir a porta do compartimento.

 – Eu vou falar com Tom – Rosnou – Ele tem que abrir os olhos! Não pode me trocar por aquelazinha.

 – Sosie! – As duas gritaram ao mesmo tempo e correram atrás da amiga.

A sonserina empurrou todos que estavam em seu caminho, ignorando as reclamações agressivas que recebeu durante o trajeto. Sosie não sabia onde Tom estava, mas avistou Abraxas e Avery mais na frente no corredor e apostou suas chances neles. Apressou-se e parou bem em frente dos dois,  interrompendo a conversa.

 –Onde Tom está? – Disse rispidamente, ignorando o olhar assustado de Abraxas.

 – Em um dos compartimentos do próximo vagão – Avery apontou – Por que toda essa loucura, sua menininha histérica?

A garota não respondeu e o empurrou para longe de seu caminho, indo em direção ao compartimento de seu amado. Parou em frente a porta de vidro para admirar a visão quer era Tom Riddle. Ele estava lendo, como sempre, os cabelos negros perfeitamente arrumados e os lindos olhos concentrados nas páginas... Sabrina Gaunt não merecia um homem como aquele.

 – Tom! – Abriu a porta abruptamente, chamando a atenção do moreno – Você está com aquela ofidioglota esquisita?

 – Sabrina? – Ele pareceu confuso por um tempo – Ela não é estranha, sua companhia é agradável – Os olhos dele brilharam de um modo acolhedor – Ela é uma moça muito bonita e gentil, não me apaixonar foi praticamente impossível.

Sosie sentiu um aperto no coração, não podia perder seu Tom...

 – Apaixonar? – Baixou o tom de voz – Mas e eu, Tom? – Choramingou – Você não era apaixonado por mim?

 – Sosie – O sonserino a chamou calmamente – Você é uma garota maravilhosa – Ele se levantou para encara-la nos olhos – Mas não é a garota certa para mim, me desculpe.

Aquilo foi um golpe doloroso no coração da morena, foi como se alguém enfiasse várias facas em seu peito repetidas vezes.

 – Não sou a certa? – Temeu que sua voz tivesse falhado – ELA não é a certa! – Gritou – Uma bastarda! Sem status e sem dinheiro! Que você nem sabe se é sangue-puro! Ela pode ser estéril! Pelo menos você tem a garantia de que posso lhe dar filhos!

 – Não me importo com filhos, Sosie – Ele disse ainda com calma – Posso viver minha vida inteira ao lado dela, a falta de filhos não afetaria isso.

A sangue-puro sentiu seu mundo desabar, estava ficando sem argumentos e Tom parecia bastante decidido em ficar com a mestiça puta. Segurou as lágrimas que ameaçavam se acumular em seus brilhantes olhos azuis e respirou fundo.

 – Então você está me trocando por ela? – Murmurou alto o bastante para que ele ouvisse.

 – Não estávamos mais juntos quando me apaixonei por Sabrina, Sosie – Ele respondeu – Não lhe troquei.

Aquilo foi a última gota d’agua. Sem dizer mais nenhuma palavra, Sosie saiu do compartimento batendo a porta. Tinha que esclarecer quem realmente mandava naquela escola para a novata rameira.

(----)(----)

 – Perto da casa de férias dos meus pais aconteceu uma tempestade de neve terrível – Chen continuou contando a história com entusiasmo – Uma das piores já vistas na Coreia em 10 anos... Segundo meus avós... E eles não tem mais a mesma memória.

Billy e Sabrina riram, descendo do trem e sendo recebidos pela brisa gelada do inverno, Chen vinha logo atrás deles com uma empolgação contagiosa, descrevendo com detalhes suas aventuras no país de origem.

 – Vocês viram Lara? – O ruivo perguntou, mudando o rumo da conversa – Ela passou as férias com os pais do namorado, não é? – Ele não pareceu gostar muito da ideia – Queria saber se deu tudo certo...

 – Eu a vi – Sabrina comentou – Parecia bastante feliz, acho que tudo foi bem – Omitiu vários detalhes possivelmente importantes, mas achou melhor não mencionar.

 – Então está tudo bem – O coreano sorriu – Agora vamos até as carruagens, quero comer! Espero que tenha frango...

 – SUA VADIA!  - Um grito furioso soou atrás deles – COMO OUSA?

Sabrina se virou para ver do que se tratava e foi recebida com um tapa no rosto antes que desse conta do que estava acontecendo.

 – Calma aí! – Billy gritou e segurou a agressora.

Era Sosie.

 – ELE É MEU – Choramingou – DEPOIS DE TUDO QUE ENTREGUEI A ELE... Você não pode... – Ela soluçou, já desistindo de gritar e de se debater contra o aperto do ruivo.

 – Do que ela está falando, Sabrina? – Chen a encarou, surpreso com tudo aquilo.

A Gaunt saiu do estado de choque um pouco antes de Sosie decidir jogar a merda no ventilador.

 – Então ela não contou? – A sonserina riu – ELA ESTÁ ABRINDO ESSAS PERNAS DE RAMEIRA PARA O TOM!

A Gaunt instantaneamente se virou para Chen a tempo de vê-lo sair correndo.

(---)(---)

Run - BTS

Você é meu sol, minha primeira e única no mundo

Eu floresço por você, mas continuo sedento

É tarde demais, tarde demais. Eu não consigo viver sem você

Sentia-se um idiota por ter corrido como uma criança chorona. Devia ter ficado e fingido que aquela informação não o afetou. Jongdae correu até os limites do vilarejo de Hogsmead, saindo da trilha que o levaria até o castelo. Tinha prometido a si mesmo que não reagiria daquele jeito caso Sabrina eventualmente se apaixonasse por alguém que não fosse ele, mas jamais pensou que esse alguém seria Riddle.

Não estava preparado para perder para Riddle.

Sentou-se em um banco levemente coberto de neve e fechou os olhos, tentando acalmar todas as emoções que lhe atingiram de uma só vez. Estava mais irritado do que triste, mas sua irritação era voltada a si mesmo: Não devia ter criado tantas esperanças, devia ter sido mais realista ao invés de ficar sonhando com a possibilidade de ser amado pela linda sonserina. Não devia ter fugido da realidade.

Levantou-se, decidido a não deixar aquela informação destruir a amizade deles, e se dirigiu até onde estavam as carruagens que o levariam de volta para o castelo.

Não poderia dar amor para ela do jeito que queria, mas faria seu melhor para vê-la feliz.

Mesmo que o machucasse.

(Corra)

Não me diga adeus

(Corra)

Você me faz chorar

(Corra)

O amor é uma mentira

Não me diga, não me diga 

Não me diga adeus

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço comentários? E recomendações?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Venena anguis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.