Venena anguis escrita por Miss Zahra


Capítulo 22
Flowers / End


Notas iniciais do capítulo

CHEGUEI MEU POVO!
Enfim, semana passada (dia 9) foi o meu aniversário então decidi tirar uma folguinha naquele final de semana... Não me matem kkkkk

Vocês não fazem ideia de o quão perto de ter sua cena de sexo vcs estão, sério. Me motivem e talvez saia mais um capítulo na segunda...

Talvez

Aproveitem a leitura!



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Sabrina entregou o dinheiro para a mulher da barraquinha e segurou seu croissant de queijo com firmeza, se despedindo com um sorriso gentil. Virou-se para retornar até onde seu “primo” estava sentado, ele parecia pensativo e satisfeito. A garota se sentou na cadeira antiga de aparência frágil e ela rangeu um pouco, mas não caiu. O barulho atraiu o olhar de Tom e os dois se encararam longamente.

— Você quer um pouco? – Ofereceu – Não comeu nada desde que saímos do orfanato.

— Eu adoraria – Abriu um sorriso de canto – Mas não seria justo, não paguei nada.

 – Não seja ridículo, – Bufou – essa sua desculpa não é tão boa quanto pensa – Partiu o croissant ao meio – Pode funcionar com gente mesquinha, mas não comigo – estendeu a metade para ele – Vamos logo.

O moreno apenas riu e esticou-se para pegar o croissant, os dedos de ambos roçaram levemente por cima das luvas e Sabrina sentiu uma estranha corrente elétrica passar pelo seu corpo, arrepiando-a. Tom não pareceu afetado e começou a comer, fingindo não notar a surpresa da garota a sua frente. A Gaunt se recompôs depois de algum tempo, voltando a comer.

 – Você parecia estar gostando muito do passeio – Riddle puxou conversa – Gosta de flores?

 – Pode parecer estranho, mas tenho experiência com jardinagem – Respondeu como se fosse nada – Minha avó me ensinou como lidar com flores.

 – Sua avó materna, eu presumo – Comentou – Nossa avó já estava morta antes de nascermos.

 – Sim – Respondeu baixinho – O nome dela era Samira – Sorriu um pouco – Sinto falta dela.

O moreno notou a delicadeza daquele assunto e rapidamente mudou o rumo da conversa.

 – Eu já vim aqui antes sabia? – Olhou ao redor – Mas não tive interesse de prestar atenção em um bando de trouxas falando sobre plantas.

— E você é absurdamente talentoso em herbologia – Sabrina riu-se.

Tom deu uma mordida no croissant.

 – É um dom – Respondeu com a boca cheia.

A Gaunt olhou para Tom com os olhos arregalados, completamente surpresa por ele ter abandonado a pose de cavalheiro e falado enquanto mastigava, mas notou um leve movimento nos lábios do moreno. Ele tentava não rir.

A morena não pode evitar rir com ele.

 – Crianças! – A Sra. Cole chamou – A hora do lanche acabou, temos que continuar a excursão.

Os dois rapidamente se levantaram e seguiram o grupo de órfãos que se moviam pelos corredores fazendo muito barulho, o guia parecia não se importar enquanto cuspia informações sem entusiasmo nenhum; Sabrina e Riddle andavam lado a lado, mas não havia contato físico entre os dois, estavam relativamente distantes. A excursão prosseguiu com ambos em silêncio, evitando se encarar. Os olhos claros da garota se fixaram nas mãos do sonserino, ele esfregava os dedos uns nos outros constantemente, com frio. Sabrina subitamente sentiu-se mal por estar usando as luvas dele.

 – Está com frio – Sua afirmação chamou a atenção dele – Quer as luvas de volta?

Os olhos escuros de Riddle se fixaram nos claros da garota, um sorriso gentil tomando-lhe os lábios.

 – Eu jamais a deixaria com frio por minha causa – Ele entrelaçou a mão na dela, acariciando a pele coberta pela luva com o polegar – Agora já estou melhor – Tocou o nariz gelado da garota com o indicador da mão livre – Não se preocupe.

A garota não respondeu, mas também não o obrigou a soltar sua mão.

O passeio continuou normalmente, Sabrina e Tom às vezes conversavam sobre trivialidades, mas voltavam a se calar. Aquele silêncio era estranho, mas acolhedor: era como se ambos tivessem esquecido as grandiosas discussões de antes e se tornado amigos, companheiros silenciosos.

Sabrina afastou aqueles pensamentos de sua mente, não podia se deixar levar pela falsa gentileza de Voldemort, pelos seus falsos elogios ou toques quentes e lábios macios... Rosnou baixinho para si mesma ao lembrar-se do beijo que partilharam em seu quarto, um beijo quente e eufórico. Encheu-se de vergonha ao lembrar-se que provavelmente os dois teriam ultrapassado a linha do que era decente caso a visão de Cedrico não tivesse invadido sua mente. Admitiu para si mesma, com muita má vontade, que adorara cada beijo que Riddle lhe dera, até mesmo o primeiro. Se ele não fosse Voldemort, talvez lhe desse uma chance.

Sabrina estava tão distraída que não notou o fim da excursão, quando prestou atenção nos arredores já estavam na fila para embarcar no ônibus.

 – Pra quem gosta de flores – A voz divertida de Riddle lhe chamou a atenção – você parecia bastante distraída.

 – Estou preocupada com a reforma da casa, só isso – Inventou rapidamente uma desculpa – Não precisa se preocupar comigo.

Ele ficou em silêncio por algum tempo.

 – Posso lhe ajudar com isso se quiser – Ele se ofereceu casualmente – Tenho bastante tempo livre.

A garota o encarou com desconfiança.

— Obrigada – Agradeceu com um sorrisinho –Vou lhe retribuir o favor depois.

Os olhos escuros dele brilharam.

 – Pode me retribuir agora... – Sua voz soou maliciosa.

Ela arregalou os olhos quando ele gentilmente tomou seu rosto entre as mãos, tocando os lábios da garota com seus dedos frios e se inclinou, beijando-a. Aquele beijo fora diferente do que compartilharam no quarto mais cedo, era calmo, gentil. Os dedos pálidos do sonserino entrelaçaram-se nos fios negros da garota e ela se apoiou nos ombros fortes dele, ficando na ponta dos pés para se aproximar mais de Tom. O cheiro dele lhe embriagava. Como o futuro cara de cobra podia ter um cheiro tão bom?

Riddle desviou-se de seus lábios e Sabrina choramingou em protesto, mas se calou ao sentir a leve mordida em seu maxilar.

— Você me ama? – o lorde das trevas sussurrou roucamente contra a pele de seu maxilar – Sim ou não?

 – Não – Queria fazer sexo com ele, mas não o amava.

O moreno resmungou, insatisfeito e se afastou bruscamente da garota. Sabrina segurou seu braço, impaciente.

 – Você vai simplesmente ir embora? – Encarou o brilho convencido nos olhos do moreno.

 – Nós vamos continuar quando você me amar – Ele deu um sorriso maldoso – E temos que entrar no ônibus, lembra?

Ele se soltou do aperto dela e foi em direção ao veículo. A Gaunt encarou o garoto se distanciando, seu rosto estava quente e seus lábios vermelhos. Bufou de raiva e colocou as mãos no bolso do casaco, sentindo uma pontada em um dos dedos, olhou para o bolso e fica surpresa ao notar uma belíssima rosa azul ali. Sabrina a pegou com cuidado, acariciando as pétalas com cuidado.

Riddle a colocara ali? Provavelmente.

Encostou as pétalas delicadas em seus lábios, sorrindo.

(---)(---)

Moscou – Russia

Algumas semanas antes

 Gellert Grindelwald encarava as muitas manchetes de jornais ao redor do mundo que relatavam seus grandes feitos: Grindelwald conquista a França, do Profeta Diário. El régimen de terror, do jornal español El Brujo. La chute de Paris, do jornal francês La Coupe de Sorcière. E seu favorito: Das Aussterberben der Schalamm Blut, do jornal alemão Die Reine.

 Tinha que dar crédito a aquele trouxa do bigode estranho por ter iniciado um sentimento nacionalista forte entre os cidadãos alemães, fora fácil culpar a crise na Alemanha bruxa em cima dos nascidos-trouxas com todo aquele sentimento racista se espalhando como fogo em um palheiro, só precisou manipular algumas mentes mais críticas e tinha o país inteiro nas mãos.

 Se aninhou mais confortavelmente na incrível poltrona que seu velho amigo Nikolai lhe oferecera quando surgira em sua casa algumas semanas antes, precisava de um bom descanso depois de sua gloriosa conquista na França e nada melhor do que ver o rosto de seu antigo mentor e grande amigo durante vários anos. 

 Fechou os olhos, apreciando o calmo som da lareira crepitando.  

— Gellert – A voz de Nikolai o chamou e o loiro ouviu o clique da porta se abrindo – Acho que precisa vez isso.

Mesmo depois de anos Grindelwald ainda tinha dificuldade de entender o inglês do mentor, seu forte sotaque russo não desaparecera ou amenizara, mas sempre conseguiam se entender.

 – O que foi Nikolai? – Suspirou um pouco irritado, sem abrir os olhos – Estou cansado.

 – É  sobre o armário – A voz dele mostrava urgência.

Os olhos de Grndelwald se abriram automaticamente.

 – O que tem o armário? – Encarou o velho amigo.

 – Funciona – O rosto de Nikolai brilhava de orgulho.

Gellert se levantou de supetão, a adrenalina invadindo suas veias.

 – Funciona? – Perguntou incrédulo.

O russo apenas confirmou com a cabeça e isso foi o que bastou para o loiro sair em disparada pelos corredores, se dirigindo até a sala de pesquisa do amigo. Ouviu os passos de Nikolai atrás de si e subitamente se viu repleto de perguntas.

 – Como sabe que funciona?

 – As runas foram ativadas – Ele parecia um pouco cansado – Só devem se ativar se alguém conseguir viajar no tempo.

 – Alguém saiu do armário?

 – Não – Ele desanimou – A pessoa surge no mesmo lugar em que entrou no armário, talvez ele não estivesse aqui quando essa pessoa passou por ele.

 – Não temos como saber quem é?

 – Provavelmente não, eu notei as runas ativas hoje, mas podem ter sido ativadas faz algum tempo – Ele respondeu, bastante desapontado – Eu já tinha praticamente desistido dele e ia manda-lo para Alvo – Riu-se – Ele adora bugigangas inúteis.

Algo apitou na mente de Grindelwald e ele parou de andar, fazendo com que o distraído Nikolai esbarrasse nele.

 – Aquela carta que ele lhe enviou... – Recordou-se aos poucos – Perguntando sobre o armário...

O russo pareceu entender.

 – Você acha...?

 – Faz todo sentido – Gellert estava em êxtase – Você disse que daria o armário para Dumbledore se ele não tivesse funcionado – Sua mente trabalhava a mil – Talvez o nosso viajante venha de um futuro em que você presenteou nosso amigo com sua maravilhosa invenção – Voltou a andar – Mas Dumbledore não nos dirá quem é esse viajante misterioso.

 – Misteriosa – Nikolai intervém.

 – Uma mulher? – O atual lorde das trevas parecia surpreso – Como sabe?

 – A runa que coloquei para as mulheres estava brilhando em vermelho – O inventor respondeu – É definitivamente uma mulher.

 – Uma jovem, eu presumo?

 – Teria que ser se quisesse aguentar a viagem – Nikolai estava desapontado – É um trajeto muito pesado para alguém mais velho suportar sem entrar em coma ou falecer, não consegui fazer funcionar para pessoas mais velhas que 30.

Uma moça, provavelmente aluna em Hogwarts. Uma bela jovem de pele macia e mente repleta de segredos sobre o futuro.

Precisava conhece-la.

 


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Notas finais do capítulo

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