Venena anguis escrita por Miss Zahra
Notas iniciais do capítulo
Demorei, mas cheguei!
O capitulo era para ser maior, mas não deu ;u;
Alguem aqui quer fazer uma capa para a fanfic?
Agradecimentos para:
Dark Qeen
Holy Diver
Gnoma de Marte
Hinamori Amu
e CeralKiller pelos comentários
Eu acordei gritando de dor.
O corte profundo em meu abdômen voltou a sangrar, encharcando de sangue as gazes que o enrolavam; senti o gosto de ferrugem subir à minha boca e vomitei uma boa quantidade de sangue, manchando ainda mais os lençóis.
– Meu Merlin! – Uma moça levou as mãos à boca em desespero – Madame Hopkins! Madame Hopkins! – Ela se colocou ao meu lado e conjurou um balde, colocando-o no meu colo – Está tudo bem querida, bote para fora – Disse amavelmente – Madame Hopkins! – Gritou mais alto.
Uma mulher mais velha que a primeira surgiu pela porta acompanhada por um homem corpulento de aparência nada amigável: Ele parecia estar irritado com o sangue nos lençóis. A mulher correu até mim e apontou a varinha para o corte em meu abdômen, a dor automaticamente diminuiu e eu parei de cuspir sangue, respirando com dificuldade.
– Agora nós temos que trocar os curativos – Madame Hopkins sorriu acolhedoramente e fez um leve carinho em meu cabelo – Papoula, pegue as bandagens limpas no armário, por favor.
Papoula correu até o grande armário no canto da sala e voltou com as mãos cheias de bandagens.
– Não precisava de tudo isso – Reprovou – Mas vamos continuar – Ela se virou para mim – Levante sua blusa, querida.
Meus olhos foram automaticamente para o homem nos encarando; Madame Hopkins riu.
– É claro que não deixaríamos uma dama ser exposta assim – Sorriu – Se importa de nos deixar a sós por um momento, diretor Dippet?
Dippet? Armando Dippet? Merda.
– Apenas me chamem quando terminarem – Ele respondeu – Quero ter uma conversinha com a senhorita.
Madame Hopkins assentiu e Dippet deixou a enfermaria; a senhora voltou sua atenção para mim e eu rapidamente retirei minha blusa.
– É um ferimento bem feio – Papoula franziu o nariz ao olhar o corte sem as faixas – Parece magia negra...
Desviei os olhos para a enorme janela que havia na sala, não me sentia bem em encara-las. Respirei fundo, tomando coragem de olhar para o ponto central da minha dor, senti meu estoma go revirar com a visão: O corte não era tão profundo quanto eu me lembrava, mas a carne ao redor estava atingindo uma coloração meio esverdeada, como se estivesse apodrecendo viva.
– Não se preocupe – Madame Hopkins enfaixou o corte depois de usar alguns feitiços e pomadas – Conseguiremos curar isso completamente e tenho certeza que seu futuro marido não vai se incomodar com uma pequena cicatriz.
Quase abri a boca para dizer que não queria me casar, mas naquela época era o mesmo que se declarar bruxa no meio da inquisição.
– Vou chamar o diretor e depois preparar uma dieta para você – A mais velha saiu da ala hospitalar, me deixando sozinha com Papoula.
Nos encaramos por alguns minutos até Madame Hopkins voltar, percebi seu alivio quando eu desviei os olhos para a porta. Meus olhos se arregalaram de novo.
– Esse é Tom Riddle – O diretor Dippet gesticulou para o jovem Lord das Trevas que mantinha um sorriso simpático no rosto perfeito – Foi ele que lhe encontrou, senhorita...
– Gaunt – Rapidamente respondi - Sabrina Gaunt, filha de Morfino.
– Morfino Gaunt? Assassino condenado? – Dippet não pareceu engolir aquela (quase) mentira, mas meus olhos estavam, em Riddle, ele usava uma perfeita máscara de preocupação, mas pude notar o brilho da dúvida em seus olhos escuros – Não me lembro de ele ter uma esposa...
– Minha mão não era bem a esposa dele, senhor – Fingi constrangimento, torcendo o lençol com ambas as mãos – Ele apenas deixou-a me dar o sobrenome dele... – Desviei os olhos, surpresa com a minha própria atuação – Ela era uma... bem...
– Já entendi tudo, Srta. Gaunt – O rosto de Dippet assumiu um tom rosado – Sinto muito por ter tocado em um assunto tão delicado.
– Não precisa se preocupar, diretor – Sorri amavelmente – As vezes temos que tocar em assuntos delicados para cura-los – Riddle continuou me encarando de uma forma nada discreta, me deixando desconfortável – Eu gostaria de saber se há alguma possibilidade de eu estudar aqui, diretor...
– Diretor Dippet – Riddle me cortou – Como podemos ter certeza que essa senhorita é mesmo uma Gaunt? – Ele desviou os olhos de mim para o diretor – Ela poderia muito bem estar mentindo – Voltou a me encarar – Sem querer ofende-la, senhorita.
– Ora, Tom! – O diretor pareceu compartilhar as duvidas de Voldemort – Nunca acuse uma dama de mentir, porém... – Seus olhos pequenos encararam os meus – Não podemos ter certeza que a senhorita seja mesmo uma Gaunt a não ser...
– Que eu fale língua das cobras? – Notei os olhos de Dippet, madame Hopkins e de Papoula se arregalarem – Isso deve esclarecer as duvidas – Assegurei com confiança.
– Isso lhe parece suficiente, Tom? – Dippet esboçou uma enorme satisfação.
Tudo que Riddle fez foi assentir de leve, sem deixar passar nenhuma gota do desgosto que inundava seus olhos.
– Pois bem – Dippet bateu palmas uma vez – Poderia buscar o chapéu Seletor em minha sala, Sr. Riddle?
– Claro que sim, diretor Dippet – Respondeu e deixou-nos sozinhos.
Dippet pareceu sinceramente desconfortável ao ficar sozinho comigo, talvez fosse porque o meu suposto pai é um assassino condenado que “matou” a família Riddle ou talvez porque simplesmente a ofidioglossia o assustava. Ambas parecem estar corretas, honestamente.
– Em que ano está, srta. Gaunt? – Perguntou casualmente, a voz falhou no final.
– Sexto ano, diretor – Limpei o sangue seco da minha boca com a manga da minha camisa – Tenho que fazer algum teste?
– Só para termos uma ideia de como foi sua educação antes – Passou a mão pelos bigodes – São apenas pequenos testes voltados para o lado teórico.
Gemi de frustração, sou do tipo que só aprende na prática.
– Senhor Riddle, você demorou! – Dippet “repreendeu” o garoto no momento em que passou pela porta, ele realmente demorou – Agora vamos sortear a srta. Gaunt – Pegou o chapéu das mãos brancas do aluno – Vejamos o que você é – Colocou-o na minha cabeça.
Ora, ora. O que temos aqui? – O chapéu parecia se divertir – A mestiça Sabrina Gaunt... Ou seria Zahra?
– Só me selecione logo para eu poder voltar a dormir! – Curta e grossa como sempre.
Essa atitude vai lhe causar muitos problemas por aqui – Sua risada na minha cabeça me irritou – Uma dama não fala assim.
– Não sou uma dama – Rosnei em pensamento.
Percebe-se – O chapéu tomou folego – SONSERINA.
Dei um sorriso discreto.
Lar doce lar.
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Sai da livraria de Hogsmead carregando uma enorme quantidade de livros nos braços, com dificuldade de andar e de enxergar para onde eu ia.
– Eu adoraria saber como você saiu de Hogwarts sem que quase ninguém lhe visse, srta.Gaunt – O peso dos livros diminuiu e fui capaz de ver o sorriso “simpático” de Riddle – Seu ferimento pode acabar se abrindo se carregar muito peso – Ele tirou mais alguns livros das minhas mãos – Permita-me ajuda-la...
– Não quer a sua ajuda, Riddle – Passei por ele, “esquecendo” de pegar os meus livros de suas mãos.
A pior parte era que ele estava certo, eu podia sentir o corte arder enquanto eu carregava peso, mas eu não daria aquele gostinho para ele.
– Tem certeza, srta.Gaunt? – E o desgraçado me alcançou – Uma dama não deve se esforçar mais do que consegue.
– Eu sou totalmente capaz de carregar peso, Riddle – Praticamente cuspi o nome dele e senti a raiva em seus olhos me atravessar como se fossem facas – Pode me deixar em paz? – Parei na loja de roupas e ele me imitou – Por Merlin!
Ele não respondeu e segurou a porta da loja para que eu pudesse entrar, mas seus olhos me fuzilaram quando passei por ele. Larguei os livros em cima de uma das poltronas e coloquei uma das minhas mãos em cima do meu ferimento, sentindo-o arder.
– Eu lhe avisei, senhorita – A voz dele perdeu a simpatia, mas manteve-se cordial – Deveria me escutar.
Olhei para ele com raiva, os livros que tomou de mim flutuavam graciosamente ao seu lado; analisei-o brevemente: Os fios negros perfeitamente alinhados de seu cabelo, seu rosto com uma beleza aristocrática indiscutível... Demorei um pouco mais nos olhos intrigantes dele: Eles pareciam ser quase da cor de seu cabelo, mas assumiam, um tom um pouco esverdeado na luz do sol.
– O que tanto encara, senhorita?
A voz dele me tirou do transe.
– Nada demais – fingi indiferença, mas minha voz tremeu no final – Você me lembra alguém...
– Não minta, Gaunt – Cuspiu meu nome e deu um passo a frente – Você me reconheceu quando lhe encontrei no corredor e exijo que me explique de onde.
O olhar de Riddle era sério, ameaçador. Senti uma vontade enorme de correr, passar por ele e fugir porta afora para o mais afastado possível dele, mas soube que Riddle conseguiria me pegar.
Engoli em seco, tentando encontrar uma resposta.
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