Venena anguis escrita por Miss Zahra


Capítulo 10
In war and love (02/02)


Notas iniciais do capítulo

consegui hehe
Agradecimentos:
Ash Klein
Ana Riddle Malfoy
Amayu
Carol Chase Lovegood
Marcela Marvolo Riddle



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Sabrina estava furiosa.

Talvez definir suas emoções apenas como “fúria” seja um pouco precipitado, subestimaria a situação.

Mas Sabrina sabia o que Riddle estava fazendo. Obvio que sabia. Ele queria irrita-la, faze-la perder a cabeça bem na frente das admiradoras dele, prejudicar ainda mais a sua situação com a população feminina de Hogwarts. Um bom plano, tinha que admitir. Mas não se deixaria vencer por um truque tão simples, era uma sonserina e não uma grifinória inconsequente. Encarou o sorriso presunçoso nos lábios do moreno, sentindo seu sangue ferver nas veias. Se lhe pedissem para expressar em palavras quanto o odiada, ela não seria capaz de achar palavras fortes o bastante.

— Seria uma pena, sr. Riddle – bebericou a cereja amanteigada, forçando um sorriso amável – se eu não desse a mínima para o que você pensa.

Notou o brilho convencido desaparecer dos olhos do homem a sua frente tão rapidamente quanto surgira.

— Uma pena, de fato – Sua resposta saiu com o mesmo tom gentil com que fizera a observação – Eu só desejo seu bem, Sabrina... Realmente espero que se torne uma boa esposa.

As garotas na mesa mais próxima exclamaram de surpresa e decepção, provavelmente entenderam a indireta nada sutil que o sonserino decidira usar.

— Minhas habilidades como esposa são problemas exclusivamente meus, Riddle – Continuou calma – Mas sua preocupação aquece meu coração – Sorriu amavelmente para ele, entrando no joguinho.

A Gaunt riu-se por dentro, claramente ciente da enorme confusão que causara na mente do jovem bruxo das trevas, podia jurar que ele a mataria ali mesmo.

Mas o filho da puta era um bastardo imprevisível.

— Srta. Gaunt, eu... – Pegou a mão dela delicadamente, fazendo uma pausa dramática em seu discurso – eu realmente gosto de você.

Sua boca se abriu em choque ao mesmo tempo em que uma das garotas soluçava audivelmente.

— O que? – O choque em sua voz era verdadeiro – Você deve estar brincando! – Levantou-se bruscamente, puxando sua mão das dele.

— Eu não brincaria sobre algo tão sério, srta. Gaunt – Riddle também se levantou e ficou de frente para ela – Jamais...

Sabrina tinha que admitir que sentira algo estranho quando ele fez aquela (falsa) confissão, estava com uma sensação estranha no peito, quente e sufocante. Sempre odiou ser mulher nessas horas. Os dois primos se encaram por vários minutos antes que a garota saísse do bar às pressas, batendo a porta quando saiu.

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Tom acabara de adicionar esse dia em sua lista dos dez piores dias da sua vida.

A garota Gaunt simplesmente não sabia onde era seu lugar! Por mais que tentasse ensina-la ou até mesmo força-la a lhe obedecer ela simplesmente o empurrava, aquela garota era frustrante.

Frustrantemente interessante.

As garotas da mesa mais próximas pareciam desoladas pela “confissão” que o monitor fizera para a aluna nova, as quatro estavam praticamente a beira das lágrimas. Garotas tolas. Tom saiu do bar depois de se recuperar do “choque” que foi a saída repentina da sua prima, olhando ao redor para tentar encontra-la entre a multidão de alunos e moradores que passeavam pelas ruas movimentadas.

— Tom! – Uma garota se agarrou ao braço dele – Eu estava lhe procurando...

Era Sosie.

— É mesmo? – Riddle abriu um sorriso que não alcançava seus olhos – E o que fiz para atrair uma presença tão agradável nesse dia tão bonito?

Viu as bochechas brancas de Sosie ganharem um tom rosado, ela estava ruborizando.

Garota tola, assim como todas as outras.

Todas menos uma...

— É que eu ouvi uns rumores estranhos, Tom – Sosie respondeu, puxando-o para caminhar com ela.

— Que tipo de rumores? – Sabia exatamente quais eram, mas Sosie não sabia disso.

— Rumores de que você esta interessado naquela indecente da Gaunt – Os lábios cobertos de batom de Sosie fizeram um bico ridículo – Eu devo dizer que você também acha esses rumores bem idiotas, não é?

“Seriam ainda mais absurdos se fossem sobre eu estar interessado em você” – Pensou em dizer, mas não o fez, apenas sorriu – Ela é uma moça agradável, a ideia não me irritaria, para ser sincero.

O irritante sorriso deixou os lábios exageradamente maquiados de Sosie.

/---/---/---/

— Eu fiquei sabendo que ela fez um escândalo no meio do Três Vassouras – Uma Lufana cochichou quando ela passou – Tom ficou muito constrangido.

— Eu sempre soube que ela não era totalmente sã – Uma corvina se intrometeu na conversa – Ninguem rejeitaria Tom Riddle.

Os borburinhos acompanharam a pobre Sabrina durante os dois dias que conseguiu se manter afastada de Riddle, as fãs dele conseguiam ser muito inconvenientes, mas pelo menos só atacavam quando ele estava longe. Se sentiria humilhada caso ele visse quanta merda causou na ida dela em um prazo tão curto.

— Não ligue para elas – Lara sentou-se ao lado dela na aula da professora Everheart – Apenas estão com ciúmes de toda a atenção que você esta recebendo do Tom.

A lufana voltara a falar com a Gaunt no mesmo dia do passeio à Hogsmead, aparentemente Lara percebera que estava sendo infantil e que devia se sentir feliz pela amiga ter alguém interessado nela; um pensamento gentil.

— Não ligo para elas – Deu de ombros, aquilo era a mais pura verdade – Essas garotas aparentemente não tem assuntos menos fúteis para falar, então fico feliz em lhes dar algo interessante para cochichar.

Lara riu baixinho ao mesmo tempo em que Everhear entrou na sala; ambas ficaram quietas. Lara por medo e Sabrina por falta de paciência para discutir com gente ignorante.

As aulas da manhã seguiram tranquilamente e antes que Sabrina pudesse se dar conta já era a hora do almoço. Estava faminta, mas não gostava da ideia de ter que ir até o Salão Principal para ficar exposta aos inúmeros feitiços que estavam sendo lançados nela desde o ocorrido com Tom durante o passeio; se abrigara na biblioteca durante a maior parte de seu tempo livre, pesquisando algo sobre viagem no tempo.

Tinha que entrar na Sala Precisa sem que Tom descobrisse, mas como?

Suspirou, cansada e decidiu tocar o famoso foda-se e ir almoçar com Chen e Billy na mesa da Grifinória. Levantou-se e jogou seu material na mochila, seguiu até o Grande Salão lentamente, analisando todas as possíveis azarações que seriam lançadas contra ela. Precisava de algo criativo, mas as garotas dos anos 40 aparentemente não conheciam aquele conceito.

— Estupefaça! – Uma voz feminina gritou do fim do corredor.

A Gaunt só teve tempo de se abaixar e agarrar a varinha, virando-se para quem a atacara.

— Sua prostituta! Por que não volta de onde veio e deixa nosso Tom em paz? – Uma das quatro meninas se pronunciou.

Eram quatro garotas no total, duas corvinas, uma lufana e uma sonserina. Um grupo um tanto estranho, mas com um objetivo em comum.

Causar dor a Sabrina Gaunt.

— Eu não pedi por essa atenção, sabem? – Cuspiu para elas – Podem ficar com o Tom de vocês, nunca quis lixo – Sorrio irônica.

— Como ousa? – A lufana engasgou de indignação e puxou a varinha – O único lixo aqui é você!

— Já se olhou no espelho alguma vez na vida, fofinha? – Abriu um sorriso falso.

— Estupefaça! – A lufana gritou, irritadíssima.

Sabrina conjurou um protego e o feitiço rebateu no escudo, acertando uma parede.

— Terão que fazer melhor do que isso – Riu-se – Expelliarmus!

Lançou o feitiço primeiro na lufana, fazendo sua varinha ser lançada para longe.

“Isso é o que acontece quando não treinam duelos, não sabem como sobreviver”— Teve vontade de rir com o próprio pensamento.

Virou-se para as duas corvinas e disparou o feitiço contra elas, uma atrás da outra, as duas pareceram assustadas para reagir, provavelmente nunca tinham visto uma garota que fosse realmente capaz de duelar.

— Já acabaram? – Apontou a varinha para a sonserina, a única que ainda tinha a varinha – Você foi a única inteligente o bastante para não apontar a varinha para mim, parabéns.

O rosto da garota ficou vermelho de raiva, se ela fosse uma grifinória era provável que já tivesse atacado. A mão da garota se moveu infimamente e Sabrina se pôs em guarda, esperando um feitiço que nunca veio.

— Que homem ia querer você? – A sonserina cuspiu, irada – Você é só uma garota absurdamente agressiva que se acha demais por causa das habilidades de duelo.

Sabrina estava parada, os olhos arregalados.

— Tenho certeza que um homem preferiria morrer do que ficar ao seu lado! – A sonserina gritou.

Morrer

Assassinado

“Eu o amava tanto”

A Gaunt estava estática, mas notou alguns burburinhos atrás de si, já estava atrasada para o almoço e aquela “disputa” deve ter ocupado o pequeno espaço de tempo que lhe restava para comer e agora as pessoas estavam saindo do salão e esbarrando na cena.

— Tom – A garota olhou para um ponto atrás da Gaunt – Diga pra ela que você nunca se envolveria com uma mulherzinha tão ridícula como ela!

Foi só quando Riddle tocou levemente em seu braço que ela notou a presença dele ali, olhou para ele, deixando-o notar o quão frágil estava naquele momento, Sabrina queria chorar, se encolher embaixo da sua árvore favorita do jardim e chorar por horas.

— Amelie, nunca pensei que você faria algo tão baixo quanto atacar alguém em desvantagem – A voz de Riddle soou decepcionada.

— Mas você não namoraria essa rameira, não é? – Ela parecia prestes a ter um surto.

O leve toque de Riddle em seu braço aumentou quando ele se pôs de frente para ela, ambas as mãos em seus braços suavemente; os polegares dele acariciavam a pele de seu braço e a mão direita dele subiu até a nuca da garota. Ele a encarou, os olhos brilhando em triunfo. Sabrina não se importou com o olhar nos olhos dele, estava tão só, tão triste.

— É verdade – Riddle respondeu – Eu não namoraria.

Várias garotas deram risinhos debochados.

— Eu me casaria com ela – O sonserino acrescentou.

E foi em meio aos gritinhos chorosos e indignados das outras garotas que o Lord das trevas se inclinou para beija-la.

Os lábios dele eram perfeitos de se olhar, beija-los era algo praticamente sensacional. Não era um beijo agressivo como ela imaginava que seria, Tom foi delicado: seus lábios se moviam suavemente contra os dela e ele nunca a forçara a retribuir, o fizera por vontade própria. Sabrina se apoiou nos braços dele, agarrando-se em suas roupas. Estava totalmente embriagada com o cheiro maravilhoso que vinha do homem a sua frente: Riddle cheirava a café recém-preparado, livros novos e... Terra molhada... Como um bosque depois de uma leve chuva de verão. Riddle tinha um cheiro bom, mesmo sendo muito diferente de...

E a magia subitamente acabou, como se tivessem estourado uma bolha. Reuniu todas as forças que tinha para empurrar o homem para longe de si, se afastando bruscamente, ainda sem ar. Riddle a encarou, surpresa verdadeira expressada em seu rosto. A Gaunt foi até o seu “primo”, lágrimas quase escorrendo.

E lhe deu um audível tapa na frente de todos.

— Nunca... mais – A voz dela falhou – Toque em mim.

Riddle não pôde fazer nada além de encara-la enquanto a garota fugia da multidão.


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Notas finais do capítulo

Tem 68 pessoas acompanhando é muita gente... Mas só umas 6 comentam... Esses 62 que não dão as caras bem que podiam me ajudar a chegar nos 100 comentários ja nesse capitulo... Mas ok
Comentem e obrigada por ler =3