Forgotten escrita por S Pisces


Capítulo 9
Memory


Notas iniciais do capítulo

Hi Guys!
Gostaria de agradecer a quem está lendo, acompanhando, comentando... Fico feliz em saber que estão gostando :) Não tenham medo de aparecer...
Enjoy!



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Não consegui mais dormir depois da primeira lembrança que tive sobre o meu passado, passei o resto da madrugada tentando entender o que desencadeara tal recordação e porque ela veio em forma de sonho. Varias vezes tentei voltar a dormir na expectativa que conseguisse retornar ao sonho, mas minha ansiedade e angustia só aumentavam.

Caminho pelos corredores da SHIELD e entro na primeira sala de treinamento que encontro vazia. Jogo minha mochila em um canto e começo a socar um saco de pancadas que alguém esqueceu pendurado no centro da sala. A cada soco que desfiro no saco, a dor de saber que não tenho mais minha mãe me atinge. Não consegui ver seu rosto, ou até mesmo ouvir sua voz, mas tenho certeza que era ela. Quem mais abriria mão da própria vida para salvar a minha?

Aos poucos minha visão vai ficando embaçada e só tenho noção que estou chorando quando as lagrimas praticamente queimam minhas bochechas. Aumento a força e a quantidade de socos, dou alguns chutes e pontapés também, mas no momento em que o som da explosão reverbera nos meus ouvidos, dou um soco tão forte que o saco se desprende e voa a há uns 4 metros de distancia.

– Achava que só eu fosse capaz de fazer isso. – escuto uma voz bem conhecida atrás de mim. Viro-me lentamente e encontro o olhar do capitão. – Hayden, o que acont... – não espero ele terminar. Corro até ele e o abraço, a principio ele parece surpreso, mas não hesita em retribuir.

Sei que é estranho e dentro de mim um turbilhão de emoções explodem, mas o Capitão é o mais próximo de um amigo que eu tenho aqui e confio nele de olhos fechados. Sei que ele não contará para ninguém e que irá me compreender. Continuo chorando até sentir que a dor está se encolhendo no seu lugar. Desfaço o abraço e caminho até um banco que há ali.

– Hayden...? – o capitão chama – você quer me contar o que aconteceu? – vejo preocupação nos seus olhos e sei que ele é a pessoa certa para me ouvir.

– Eu sonhei com minha mãe. – digo e ele abre um sorriso. – ou, melhor, eu sonhei com o acidente que tirou ela de mim. – no mesmo instante seu sorriso de desfaz. Ele passa as mãos sobre os meus ombros em forma de apoio.

– Você tem certeza? Pode ter sido efeito colateral do atentado com o quintjet. – essa possibilidade já havia passado pela minha cabeça, mas a descartei, pois a certeza que sinto quando me lembro do sonho é inconfundível.

– Tenho certeza sim. Estávamos em um carro, de repente ela freou bruscamente e me empurrou para fora, eu rolei no chão e pude ouvir o barulho da explosão. – conto o sonho.

– E você tem certeza que era sua mãe? Como ela era? – pergunta cauteloso.

– Eu não sei. Não vi o rosto dela. – respondo cabisbaixo.

– Então como você pode ter tanta certeza que era ela? – sei que ele está tentando me convencer a ter esperanças.

– Porque eu sei. Eu sinto. Quem mais sacrificaria a própria vida para salvar a minha? – pergunto incisivo.

– Eu. Eu sacrificaria minha vida por você. – fala naturalmente.

– Mas você é o Capitão America. O Líder dos Vingadores, você faria isso por qualquer um. – falo o obvio. Ele faz uma careta.

– Okay, isso é verdade. – admite – mas isso não torna o ato menos importante ou nobre. – continua – Hayden, todas as pessoas nascem com um propósito. Algumas para o bem, outras para o mal, e ainda há aquela parcela que fica margeando os dois lados, sem saber para onde ir ou sem se importar o bastante para escolher um lado. Se sua mãe fez isso por você, é por que ela te ama, e sabia que você valeria à pena, que você teria um futuro bom e grandioso a sua frente. – fico um tempo calado, absorvendo suas palavras.

– Eu sei que ela me amava. Mas é difícil saber que a primeira recordação que tenho é justamente do momento que a perco. Voltei á estaca zero Steve. – sinto uma raiva se apoderando de mim.

– Calma. Você ainda pode lembrar-se do seu pai! – supõe animado – e talvez procurando arquivos de acidentes de carro possamos encontrar informações sobre sua mãe, sua família... – sugere.

– Eu não quero que ninguém saiba que eu sonhei com minha mãe. – falo decidido – não até eu conseguir lembrar coisas mais concretas. Eles podem achar que estou com algum tipo de seqüela ou trauma. – concluo.

– Tudo bem, eu não vou contar pra ninguém. Pode confiar em mim.

– Eu sei que posso. – sorri pra mim e me sinto mais calmo. – Acho que já chega de lamentações por hoje não? – falo pondo-me de pé.

– Não se cobre tanto Hayden, você é humano, e como todo mundo é propicio a todos os tipos de sentimentos. Eu também perdi meus pais e mesmo depois de tanto tempo, e é realmente muito tempo, eu ainda sinto falta deles. – é notável que ele não gosta de falar sobre os pais.

– Obrigado Steve. Você tem sido um ótimo amigo. – agradeço e ele apenas pisca pra mim, dando um sorriso contido.

– Que tal treinarmos um pouco? Quero ver se seus socos são realmente fortes ou foi apenas causa da raiva. – ele se põe de pé, me chamando para um combate. Estalo o pescoço e bato uma mão na outra.

– Vamos lá. –concordo já me direcionando para o centro do ringue.

POV Clint:

Tinha acabado de sair da sala de Coulson com Natasha, ela não era mais uma agente da SHIELD, mas sempre que Coulson pedia, ela participava de algumas missões. Tínhamos entregado os relatórios da ultima missão e íamos embora, voltar para a Torre dos Vingadores.

– Clint, será que o Steve ainda está aqui? – pergunta Natasha. Depois que eles derrubaram a SHIELD, ficaram muito próximos, o que eu acho bom, assim a Nat fica um pouco menos sozinha e excluída.

– Não sei. Provavelmente sim já que ele passou a noite na base. Por quê? – questiono.

– Nada demais. Talvez ele queira nos acompanhar até a torre. – dá de ombros.

– Você não me engana. Diz logo o que aconteceu. – peço num tom autoritário. Ela suspira.

– Ontem depois que você e a Hill saíram e nos deixaram com o moleque, eu comentei sobre a recuperação dele, mas o Steve não gostou, achou que fui grosseira com o garoto e meio que discutimos. – esclarece.

– E você foi? – pergunto com uma sobrancelha arqueada.

– Um pouco. – responde com um sorriso de canto. Continuamos andando em silêncio quando escutamos socos já muito conhecidos por nós. – parece que o Cap ainda está aqui... – comenta Nat, entrando na sala de treinamento. – e acompanhado – completa com certo desgosto.

Assim que adentramos na sala, vemos o Capitão e o causador das constantes irritações da Nat lutando. E quando eu digo lutando, é realmente lutando. De igual para igual. Eles trocam socos, chutes e pontapés, desviam, bloqueiam e contra atacam sem parar.

– O garoto tá lutando com o Capitão de igual para igual – comento com a Nat, meio embabascado. Ela apenas revira os olhos e continua assistindo a luta.

Assistimos chocados, o capitão cair ao ser atingido por um soco na face. No mesmo momento Hayden corre até ele pedindo desculpas, mas o capitão o puxa pelo braço o imobilizando, enquanto ele tenta de todas as formas se libertar.

– Nunca perca o foco durante uma luta. – ouvimos a voz do Cap.

– Viu só Nat, você não é a única que foi nocauteada pelo Hayden – falo zombeteiro. Natasha cruza os braços sobre os seios e me lança um olhar mortal.

– Eu não sei qual é a do Steve com esse garoto... – comenta meio distraída.

– Sério que não? – ela olha para mim.

– O Steve é tão bonzinho que às vezes irrita sabe? Ele quer ajudar tudo e todos, e parece que transformou o Hayden em uma espécie de protegido dele. É a segunda vez que ele briga comigo tomando o partido do garoto. – fala tudo de uma vez.

Antes que eu pudesse responder alguma coisa, Steve e Hayden caminham na nossa direção.

– Vocês estão ai há muito tempo? – pergunta Steve.

– Não, chegamos há pouco tempo. Estamos voltando para a torre, você vem? – Nat pergunta num tom indiferente.

– Sim. Eu vou tomar um banho, vocês me esperam? – pergunta Steve com um sorriso.

– Tudo bem Cap. Estaremos lá fora. – Natasha responde, já saindo da sala e nos deixando sozinhos.

– Eu vou esperar lá fora também. Bom trabalho Hayden, mais um pouco de treino e você consegue acabar com o Cap. – parabenizo.

– Estou aprendendo com os melhores. – noto o sorriso orgulhoso de Steve e quando ambos olham para mim, percebo que os dois são do mesmo tom de loiro.

– Bem pessoal, eu vou indo. Tchau Hayden. Até mais Cap. – saio da sala e encontro com Natasha praticamente fora da base.

– A conversa estava interessante? – pergunta sarcástica. Ignorando sua provocação, a questiono sobre outra coisa.

– Você notou que o Hayden e o Steve são loiros? Digo, tem o mesmo tom de loiro. – esclareço. Natasha me olha de testa franzida.

– Estamos na America do norte, pessoas com o mesmo tom de loiro e com o mesmo estereótipo é o que não falta aqui. – fala como se fosse óbvio.

– Eu sei disso, mas é estranho. – concluo

– Estranho seria se ele fosse ruivo. – fala convencida. Ela adora ser ruiva, ser diferente da maioria.

Apenas reviro os olhos e voltamos a ficar em silêncio, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Fico um tempo ainda pensando sobre a semelhança entre o Steve e o Hayden, mas acabo tendo que concordar com Natasha. Pessoas loiras são o que não falta aqui, o próprio Thor que nem é desse planeta é loiro, a Pepper é loira. Meu Deus! Estamos rodeados de loiros!

Alguns instantes depois o Steve aparece e a Nat vai buscar o carro dela. Steve havia deixado sua moto na Torre, então voltaríamos todos juntos.

POV Hayden:

O dia passou rapidamente depois do meu treino com o Steve. À noite, durante o jantar fui chamado pela agente Hill para conversar com o diretor Coulson. Nos três conversamos sobre o atentado que eu e a Maria sofremos e foi decidido dar continuidade a missão. Entretanto eu agora teria uma nova parceira. Ao ouvir aquilo, eu já tinha quase certeza de quem seria a escolhida. Ainda assim decidi perguntar.

– Quem será minha nova parceira? – por favor, ela não. Rezo pra que eu esteja errado, mas meu temor se confirma.

– A agente Romanoff. – confirma Coulson – vocês já se conhecem? – pergunta curioso.

– Já sim. – infelizmente, completo mentalmente.

– Tenho certeza que essa missão servirá para estreitar os laços entre vocês. A agente Romanoff é um pouco difícil no começo, mas você logo se acostuma. – Coulson parece feliz com essa escolha de parceria.

– O único laço que vai ser estreitado é o que ela quer colocar no meu pescoço. – murmuro.

– O que? – Coulson não ouviu o que eu disse, mas parece que Hill sim. Ela me olha de modo repreensivo, mas dá pra ver que tenta segurar o riso.

– Mais alguma informação a ser passada Diretor? – Hill assume uma postura mais firme.

– Não. Vocês estão liberados. Em até dois dias você e a Viúva Negra começam essa missão. Esteja preparo Agente O’Cornel. – me estende a mão e eu a aperto. Logo em seguida eu e a Hill saímos da sala.

– A Natasha é extremamente profissional Hayden. Ela não vai fazer nada que prejudique a missão. Fique tranqüilo. – fala tranqüilizadora. Mas consigo captar a mensagem por trás das suas palavras: “Não faça nada que comprometa a missão e talvez a Natasha te odeie um pouco menos”.

– Pode deixar Hill. Vou fazer tudo certo. – ela concorda com a cabeça e eu saio do elevador, deixando a Maria para trás, rumando para meu dormitório.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro...
Até quarta, beijoo



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