Forgotten escrita por S Pisces


Capítulo 39
The last day


Notas iniciais do capítulo

O ultimo! todos choram... sim, eu vou chorar só de imaginar que não vai ter mais Hayden, e confusões e pancadarias e discussões, mas faz parte certo? Tudo tem que chegar ao fim e o fim de Forgotten é uma coisa boa, me dá a sensação de trabalho concluído.
Enjoy queridos!



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Steve permanece em silêncio, sentado num canto mais afastado do quintjet, enquanto voamos de volta para a Torre. Clint e Tony pilotam a nave, não que fosse realmente necessário que alguém a pilotasse, mas todo mundo queria se ocupar com alguma coisa naquele momento.

  Bruce voltou a usar os fones enquanto eu e Natasha trocávamos olhares cheio de dúvidas. Ela decide quebrar o silêncio e caminha até Steve, sentando ao seu lado.

— Você está bem? – que pergunta idiota, penso e Natasha parece ler meus pensamentos, pois me olha com uma expressão indagativa, como se dissesse: “Você tem alguma pergunta melhor?”

— Eu falhei com vocês. – Steve fala. – falhei com vocês da mesma forma que falhei com o Bucky anos atrás, e como falhei com a Peggy e com o meu país. – quem é Peggy? Me pergunto.

— Você não falhou com ninguém. Tudo isso estava muito além do poder de resolução de qualquer um aqui. – Natasha tenta conforta-lo.

— Então porque você intercedeu e ofereceu ajuda? – ele dá uma risada sem humor – nem vocês acreditaram que eu fosse capaz de resolver isso. – ele parece realmente infeliz.

— Você está sendo injusto. Com a gente e consigo mesmo. – intervenho. – nós sempre acreditamos em você, mas sabíamos que isso iria te matar também.

— Antes mesmo de sairmos para essa missão, eu e o Hayden discutimos sobre o quanto essa decisão iria custar a você. O quanto ela levaria embora e o quanto sobraria para seguir em frente. – Natasha pensa um pouco – você já perdeu tanto, que seria injusto pedir a você que abrisse mão do pouco que ainda tem.

— Eu não quero perder você. – ele afirma, olhando nos olhos dela e mais uma vez me sinto um intruso num momento particular. – e nem você.

— E você não vai pai. – afirmo – eu sinto muito por ter feito você passar por isso. Acho que nem eu sabia direito o que queria, o que vim fazer aqui. Ele é seu melhor amigo, faz parte da sua história e nada nem ninguém pode mudar isso.

— Então, vocês não queriam que eu o matasse? – pergunta confuso.

— Nós não queríamos que você se matasse. – minha mãe o corrige. – admito que as vezes sua lealdade cega me irrita, mas ela faz parte de você. Você sempre será leal ao seus amigos, valores, conceitos, e blá blá blá. – ela revira os olhos. – eu sabia que você não iria ser desleal ao Bucky agora.

— A esperança é algo inerente ao seu humano, e por mais que queiramos negar, sempre vai haver, mesmo que em uma parte pequena de nós, esse sentimento. Você nunca desistiu de traze-lo de volta por isso. Porque você acredita que ele ainda está lá. Ainda tem esperanças. Seria um erro permitir que você destruísse a esperança que há em si mesmo. – completo.

— Acho que tenho a família mais compreensiva do mundo. – ele afasta um pouco, abrindo espaço para que eu sente ao seu lado. – obrigada a vocês dois. Por tudo. – ele passa o braço sobre nossos ombros. – eu prometo que vou encontra-lo e....

— E nada. – Natasha o interrompe. – vamos viver um dia de cada vez, Okay? – pede. – e se você quiser procura-lo, será apenas para saber se ele está vivo ou morto. Já alteramos de mais o futuro.

 Tanto eu quanto Steve concordamos com a cabeça e então, eles se beijam.

— Ou, por favor! – resmungo me levantando – vocês podem fazer isso quando eu não estiver por perto. – eles riem e me ignoram.

  Parece que finalmente as coisas haviam se encaixado, eu poderia voltar para a Torre, onde Jarvis havia finalizado a máquina e então voltaria para minha casa, para meus pais (que sabiam quem eu era desde o começo) para minha vida normal de adolescente de 15 anos. Sem missões, buscas, explosões, lesões, fraturas, nada disso.

  Sento-me próximo a uma janela e observo enquanto o céu vai ganhando uma nova coloração alaranjada. Enfim, o último dia nessa minha louca vida.

~~ 8 ~~

  Amarro o cadarço do meu all star e me encaro no espelho. A mesma roupa do dia que apareci aqui, um pouco mais velha e apertada, mas ainda assim, a mesma roupa. Segundo Bruce, eu não tinha mais tempo a perder, era um milagre que eu tivesse aguentado tanto tempo e ele não sabia o que podia acontecer se eu morresse aqui.

  Caminho para fora do quarto de hospedes, em direção a saída, mas antes, verifico uma última vez o celular. Nada. Nenhuma ligação, resposta, ou sms. Desde o momento que cheguei a Torre, comecei a ligar sem parar para a Bels, na esperança que ela tivesse me perdoado pelas mentiras e aceitasse me ver antes de eu partir. Infelizmente, eu iria embora sem saber a resposta.

 Visito todos os cantos da torre, passo por todos os andares até chegar ao laboratório onde todos me esperam. Todos mesmo! Inclusive o Diretor Coulson, Maria Hill, Pepper e Thor, que veio de Asgard só para se despedir.

— Foi um imenso prazer ter você como um dos nossos agentes Hayden O’Cornel. – o diretor aperta minha mão.

— Na verdade, é Hayden Rogers Romanoff. – Steve corrige, o deixando sem graça.

— Me desculpe, eu... –

— Tudo bem diretor. – interrompo seu pedido antes que ele fique ainda mais sem graça – eu também estou me acostumando. – ele sorri agradecido.

 Paro diante da Maria que tem os olhos cheio de lágrimas.

— Desculpe ter negligenciado nossa amizade. – peço – você fez muito por mim e eu serei eternamente grato. – a abraço e ela retribuiu.

— Obrigada Hayden, por todos os salvamentos, as missões bem sucedidas, a disponibilidade de me cobrir quando eu não podia treinar os novatos. – ela ri desdenhosa.

— Agora você vai ter que arrumar outro trouxa pra fazer isso no seu lugar. – aviso e ela me olha ofendida. – você sabe que estou certo.

— Okay tem razão. – ela me dá um beijo na bochecha. – boa... – olha para a máquina que mais parece uma geladeira. – sorte. Muito boa sorte. – reforça.

— Sentirei falta das nossas conversas noturnas. – Thor me abraça, fazendo minhas costelas trincarem.

— Eu também vou...  Eu acho. – falo quando ele me larga. – até o futuro. – completo.

E assim segue. Falo com Pepper, que diz o quanto sou encantador e que ela sentira minha falta (mesmo ela não tendo passado tanto tempo assim comigo). Bruce diz que meu sangue o ajudara em várias pesquisas e que fui muito útil.

— Quando você tiver 18 anos, nós vamos sair pra beber, Okay? – Clint propõe – caso eu não me lembre, é só você me convidar que eu vou aceitar. – completa e Natasha o encara com um olhar nada amigável. – ou talvez a gente possa tomar um suco, e bom coisas naturais. – ele se afasta com um sorriso amarelo.

— Eu não sei se todos nós vamos lembrar do que aconteceu aqui, mas acho muito provável que só você se lembre da viagem e de tudo o que aconteceu, se for realmente isso, você tem que me contar. Contar tudo o que aconteceu, assim eu destruirei a máquina, entendeu? – Tony é enfático. Mesmo sabendo que seu projeto foi um sucesso, foi notável também a quantidade de confusão que isso gerou.

— E se você não acreditar? – pergunto.

— Ai você saberá o que fazer. – completa sério.

  Encaro as duas últimas pessoas que faltam e me aproximo delas. Automaticamente todos fingem estar conversando, lendo ou simplesmente admirando o teto para nos dar privacidade.

— Então... – falo próximo a eles. Não sabia o que dizer, afinal, como você se despede dos seus pais para em seguida encontra-los no futuro?

— Aconteça o que acontecer, não me conte sobre nada disso. Certo? – Natasha pede e a encaro surpreso.

— Por que? – pergunto, a confusão estampada na minha cara.

— Porque eu posso fazer questionamentos que não serviram para nada. – dá uma resposta superficial – não fale nada. Nunca. – seu olhar não deixa espaço para questionamentos.

— Tudo bem. – concordo prontamente. – você também não vai querer saber? – pergunto para Steve que olha Natasha.

— Eu também acho melhor não. – concorda. – vamos viver um dia de cada vez.

— Um dia de cada vez. – repito. Natasha me abraça e Steve faz o mesmo. Um abraço triplo. Familiar.

— Hora de ir rapazinho. – Tony fala e me aproximo da máquina.

 A porta dela é aberta e sai uma espécie de fumaça estranha dela.

— Tem certeza que isso funciona? – pergunto.

— Claro! Você é a prova viva disso! – responde como se fosse obvio. Eu só esperava continuar assim, depois de entrar nela.

— Senhor Stark, temos uma...

— Pode ligar a máquina Jarvis. – Tony manda e a porta começa a se fechar lentamente. Fecho os olhos com força. Eu não quero morrer! Eu não quero morrer!

— Mas senhor Stark temos... – a voz de Jarvis se faz ouvir novamente, mas dessa vez uma segunda voz também chama a atenção.

— Hayden! – abro os olhos e posso ver pelo vidro da porta Bels entrando no laboratório correndo.

 Sem pensar duas vezes saio pela porta ainda meio aberta e corro em sua direção. Ela joga os braços ao redor do meu pescoço e a abraço pela cintura. Ficamos assim alguns minutos, então ela se afasta ainda ofegante.

— Meu deus! Achei que não fosse conseguir... – ela olha todo mundo – eu perdi meu celular e quando o encontrei vi suas mensagens. Então eu estava certa, eles são mesmo seus pais. – não era uma pergunta.

— Pois é. Desde o começo você sempre foi a mais esperta. – ela sorri. – seu cabelo cresceu... – comento pegando uma mecha e a alisando.

— Verdade. O seu também cresceu. – estava claro nosso desconforto. 

— As mocinhas podem discutir isso num salão de beleza, o que acham? – Tony sugere num tom sarcástico e rapidamente Bels pega um objeto que nem tive tempo de identificar e joga nele.

— Há! Você errou! – ele comemora e ela o fuzila com os olhos.

— Obrigada por ter vindo Bels, você é uma das pessoas mais legais e importantes que eu conheci aqui. – ela me abraça mais uma vez.

— Eu vou lembrar de você? – pergunta e nego com a cabeça.

— Mas eu vou lembrar de você. Para sempre. – afirmo.

  Dou um beijo em sua testa e volto para a máquina. Vejo Natasha ir até Bels e segurar sua mão, confortando-a. A porta da máquina se fecha completamente e uma luz se acende, então ela começa a piscar incessantemente e ficar mais e mais intensa. Em seguida tudo se apaga.


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Notas finais do capítulo

Quem ficou com gostinho de quero mais?
Beijos! e até...