Forgotten escrita por S Pisces


Capítulo 38
The beginning of a new finale Part: 02


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo! como prometido, deixei o capitulo programado... espero que gostem!



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  Tensão não é uma palavra forte o bastante para descrever o clima que se instalou entre nós. Os olhares iam de Bucky caído do chão, tentando se levantar, para Steve, ainda parado no alto da grade. Sua respiração está pesada e é perceptível o seu desconforto com aquela situação.

  Por uma fração de segundos, nossos olhares se encontram e a determinação volta a dominar seu olhar. Ele vai mesmo fazer. Penso com certo pesar.

— Eu não queria fazer isso Bucky. – Steve pula, parando a pouco mais de um metro de distância de Bucky. – mas você não me deixa outra escolha. – Bucky se põe de pé num átimo e rapidamente eles começam um embate violento.

  Levanto-me e assim como os outros, apenas assisto a cena a minha frente, me sentindo impotente. Dou um passo à frente, mas sou impedido por uma mão que me puxa pelo ombro.

— Hayden não! – viro-me e encontro Natasha – essa luta é dele.

— Ele vai mata-lo, não podemos... – tento argumentar, mas as palavras ficam presas na minha garganta.

 Não foi para isso que voltei? Para pôr um fim nele antes que ele fizesse o mesmo com minha mãe? porque agora, justo agora, quando tudo está prestes a acabar, eu não consigo aceitar e simplesmente deixar acontecer?

 Minha mente rapidamente voa anos há frente e me deparo com uma cena estranha. Como se fosse assistida através de uma tv velha de transmissão ruim.

 “– Esse aqui é meu melhor amigo. Bucky Barnes. – o homem fala emocionado e mostra uma foto ao garoto igualmente loiro, que aparenta ter uns 11 ou 12 anos. O garoto pega a foto e a analisa cuidadosamente.

— Não parece você. – ele comenta distraído.

— Eu era apenas um pouco mais alto que você na época e um pouco mais pesado. – seu sorriso é triste. – mesmo quando eu não tinha nada. Eu ainda tinha o Bucky. – completa, olhando a foto com nostalgia.”

 Pisco algumas vezes voltando ao presente, no qual meu pai trava uma luta não só contra o seu melhor amigo, mas contra todo o seu passado e tudo o que ele representa.

— Pai... – chamo baixinho. Dou mais um passo à frente e minha mãe aperta ainda mais o meu braço, contendo-me. – ele nunca vai se perdoar se isso continuar! Temos que fazer alguma coisa. Agora! – exclamo.

  Clint e Tony trocam um olhar cheio de indagações enquanto Natasha encara a luta que se desenrola atrás de mim, com um misto de preocupação e indecisão.

— Mãe... – murmuro.

— Ele não vai fazer nada Hayden. – Natasha afirma, porém ouvimos um urro de dor e toda sua convicção parece cair por terra naquele momento.

POV Steve Rogers

   Torço o braço de Bucky com força enquanto o mesmo urra de dor. A cada novo grito, gemido, golpe dado, sinto meu coração se quebrar mais um pouco, se perder numa imensidão de dor e pesar que chega a ser sufocante. Como deixei as coisas chegarem a esse ponto? Deveria ter sido mais persistente e tentando traze-lo de volta.

  Contudo, olhando para o olhar insano e perdido, uma parte de mim tenta se convencer de que o Bucky Barnes, meu melhor amigo, não vai mais voltar. Talvez, o Sam estivesse certo quando disse que eu deveria seguir em frente e que ele não era mais meu amigo.

 Sinto os olhares de todos sobre nós e sei que estão se perguntando até que ponto levarei minha decisão de acabar de uma vez por todas com a ameaça que o Soldado Invernal representa.

— Eu só a quero de volta! – ele grita e pula sobre mim, desferindo um forte soco com seu braço de metal que eu paro com o escudo.

— Bucky... – murmuro. Droga! Porque ele não pode facilitar as coisas? Um pouco de sanidade não cairia mal agora. – ela não quer voltar para você! Você está doente, precisa de ajuda. – argumento.

 Eu sabia que talvez os outros pudessem estar ouvindo e isso só faria a fé deles, principalmente da Nat e do Hayden em mim, vacilar, mas eu tentaria até o último segundo traze-lo de volta a razão.

— Você e aquele moleque maldito, a culpa é de vocês! – até o momento, suas ofensas estavam dirigidas apenas a mim e eu estava relevando, mas ofender ao meu filho é imperdoável.

— Não fala assim do meu filho! – dou uma cambalhota, acertando o pé esquerdo no alto da sua cabeça, o que deixa tonto.

— Filho? – ele me encara confuso. Talvez a pancada tenha sido mais forte do que eu desejava. Seu olhar vai de mim, até Hayden, parando com Natasha ao seu lado, há alguns metros de distância.

  Vejo Natasha assumir uma posição protetora, dando um passo à frente, ficando alguns centímetros na frente de Hayden. A configuração estranha, uma vez que ela é menor que ele. Volto a olhar para Bucky, que também parece ter visto e entendido o porquê da postura protetora.

— Impossível. – murmura. Seu olhar não se desvia dos dois, e eu me preparo para responder a qualquer movimento que ele faça. – como...? – sua expressão é confusa e cética. – como isso é possível? – pergunta e por incrível que pareça, um vislumbre de sanidade cruza seu olhar.

  Pisando em ovos. É assim que me sinto, quando ele se volta para mim, esperando uma resposta. A tensão entre nós ainda é palpável, porem esse é o primeiro momento de pausa e suas primeiras palavras dirigidas sem hostilidade. Respiro fundo, escolhendo as palavras com cuidado.

— Ele... ele veio de algum momento do futuro. – falo calmamente. Ele enruga o cenho, incrédulo.

— Isso é impossível. – afirma, porém sua convicção vacila ao voltar a olhar para as figuras estáticas que nos observam atentamente.

— Eu sobrevivi 75 anos no gelo assim como você. Acho que tempo não quer dizer muita coisa para nenhum de nós. – minha voz sai rouca.

— Porque? Como? – questiona.

  Um lado meu diz que não devo ficar respondendo às perguntas e sim acabar de uma vez com aquilo, entretanto, desde o momento que ele apareceu, essa é a primeira conversa “civilizada” que nós temos e enquanto ele continuar fazendo perguntas, mais tempo eu ganho para pensar em alguma coisa.

— Ele veio com a ajuda do Tony, usando uma de suas invenções. – explico.

— Porque? – repete a pergunta de forma brusca. Abro a boca, pensando numa resposta, mas o que eu poderia dizer: “Ele veio matar você, porque no futuro você vai matar a mãe dele!” pensa Steve, pensa.

— Ele veio impedir você. – a voz rouca de Natasha se faz ouvir e nós olhamos em sua direção. – você cometeu um atentado contra nós e eu acabei morrendo. Ele veio aqui impedir que isso aconteça. – ela explica calmamente. Mas por trás da sua aparente calma, consigo identificar traços de apreensão.

— Não! – Bucky balança a cabeça em negação – eu nunca tentaria matar você! – afirma.

— Mas você já tentou. Várias vezes. – ela dá ênfase no varias.

— Não, eu queria ... eu só quero você de volta. Nunca te machucaria de verdade. – a cada segundo que passa, a confusão psicológica de Bucky fica mais e mais em evidencia.

— Você está tão perturbado e obcecado que não consegue perceber que tudo o que você faz, só me afasta ainda mais de você. – ela respira fundo. – você é uma ameaça a todos nós e a si mesmo James. – Natasha para a uns 3 metros de distância de nós.  – nós podemos te ajudar. Basta você querer. – ela estende a mão, e não consigo entender o porquê dela estar fazendo aquilo. Será que ela acha que não sou capaz de protege-la?

— Você... – ele olha para ela, para Hayden, para mim. – eu nunca te machucaria! – ele exclama entredentes e corre, em direção a saída do refeitório. Não penso duas vezes e o sigo.

 Escuto passos atrás de mim e sei que Natasha também está na perseguição. Era ele ali, eu tinha certeza. Por alguns segundos ele recobrou a consciência e para evitar que voltasse a machuca-la, ele fugiu. Não posso perder essa oportunidade de traze-lo de volta. Não posso.

POV Hayden O’Cornel

  Faço menção de ir atrás deles, mas Tony é mais rápido e logo, tanto eu quanto Clint estamos saindo pelo buraco no teto em direção ao Quintjet.

— Pra onde ele pode ir? – Clint grita para que possa ser ouvido.

— Talvez ele ainda tenha algum helicóptero reserva, guardado por aqui. – suponho. Ainda estamos no ar quando ouvimos um estrondo e minha suposição se mostra verdadeira.

  Um helicóptero “brota” do meio da mata e o som das hélices corta o silencio noturno. Corujas piam de todo lugar e Tony nos larga próximo ao Quintjet, com ordens expressas para seguirmos o helicóptero.

— Não podemos perde-lo de vista novamente. – concordo com a cabeça e entro correndo no quintjet, onde Bruce estava sentado ouvindo música distraído.

— O que aconteceu? Pegaram ele? – pergunta tirando os fones.

— Longa história. – Clint fala, mas Bruce não parece satisfeito. Sento na cadeira do copiloto e como a apertar uma sequência de botões, enquanto Clint faz o mesmo. Rapidamente estamos levantando voo.

— Um resumo pelo menos? – Bruce pede.

— Ele me encontrou, me bateu, Tony me salvou, meu pai o apanhou, eles começaram a lutar e a minha mãe começou a conversar com ele, ele surtou e fugiu. – explico rapidamente.

— Ali ele! – Clint aponta para o helicóptero que faz uma manobra perigosa.

— Ele está tentando se matar? – Bruce pergunta com os olhos arregalados.

— Acho que ele está tentando se livrar dos passageiros indesejados. – Clint comenta e logo consigo entender o que ele quer dizer.

 Mesmo com pouca visibilidade é possível ver Steve e Bucky trocando alguns socos e pontapés, enquanto Natasha tenta estabilizar o aparelho.

— Ela não vai conseguir! – a voz de Clint soa alarmada. – Tony! – ele chama pelo ponto e então o homem de ferro aparece na nossa frente, quase me matando de susto. Ele acena com a mão e logo está voando ao lado do helicóptero.

  O helicóptero continua desestabilizado, enquanto Tony tenta segura sua cauda para impedir que ele gire sobre seu próprio eixo.

— Isso não vai funcionar, está perdendo altitude! – exclamo. A única visibilidade provem da luz da lua e da pouca luz emitida pelo quintjet.

— O que é aquilo? – Bruce pergunta apontando para alguma coisa brilhante mais à frente. – É um rio? – olho com atenção enquanto o reflexo da lua na agua vai ficando cada vez maior.

— Saiam daí, agora! – Clint grita no ponto. – Nat, tem um rio, lagoa, mar – é impossível saber ao certo – tem muita agua logo a frente! – avisa.

 Tony parece notar o rio também e solta a cauda do helicóptero, o que faz com que o mesmo comece a girar loucamente. Tony entra no mesmo e sai de lá carregando Natasha que parece tonta.

— Abrindo a porta traseira. – aviso e Bruce corre para ajudar Natasha. Em poucos segundos já estamos sobrevoando o rio, que é imenso, enquanto Steve e Bucky continuam dentro da aeronave.

— Pai, sai daí. Sai daí! – peço, mesmo sabendo que ele não pode me ouvir.

— Você precisa se aproxima mais Clint! – Natasha manda, parando entre nós. Começamos a fazer o que foi dito e então estamos o mais próximo possível do helicóptero.

  Tony tenta entrar mais uma vez, mas a aeronave está muito desestabilizada e próxima da agua. Continuamos pareados com ela e em um átimo de segundo, Natasha se joga sobre Clint, tomando o controle das suas mãos, fazendo o quintjet dá um giro de 180 graus, bem a tempo de Steve conseguir se pendurar na porta traseira que permanecia aberta. Ela larga o controle e corre até ele e eu faço o mesmo, deixando para Clint a responsabilidade de nos manter no ar.

— Bucky! – Steve grita. Estamos pairando acima da aeronave meio submersa, na qual Bucky ainda está. – pula! – Steve estende a mão.

 O tempo passa lentamente, enquanto Bucky pega o escudo de Steve e o lança com perfeição para dentro do quintjet. Steve continua se segurando com uma mão, enquanto a outra permanece estendida, esperando pelo amigo que não vem.

— Eu sinto muito. – Bucky murmura. Suas palavras sendo engolidas pela agua assim que o resto da aeronave fica submerso.

— Bucky... – Steve chama uma última vez, mas não obtém resposta.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Podem criticar, não tem problema! huahua
Beijos e até o ultimo!