Forgotten escrita por S Pisces


Capítulo 22
Pain


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, não postei ontem por motivos de saúde.
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615511/chapter/22

Acordo com a cama molhada de suor. Sento-me na mesma e pisco varias vezes até que em meio a escuridão começo a ver o contorno das coisas. Mais um pesadelo. O quinto em apenas 3 dias, não importa o horário em que eu durma, ou quanto tempo eu durma, o Soldado Invernal sempre está lá para matar alguém na minha frente. Seja o Steve, a Natasha, Hill, Clint, minha mãe desconhecida ou até mesmo a Bels. Ele sempre mata alguém importante para mim.

Deito-me novamente e tento voltar a dormir, mas não passa de uma tentativa falha. Ainda consigo ouvir os gritos da Bels ecoando na minha cabeça. Pego o celular para ligar para ela, talvez conversar e ouvir a voz dela me acalme, mas desisto quando vejo o horário: 03h45min da manhã. Com um suspiro derrotado levanto-me e calço meu tênis, troco a camisa e saio do quarto. Como esperado os corredores da SHIELD estão praticamente vazios, exceto por alguns poucos agentes que trabalham por ali. Paro em frente a uma sala, onde dois agentes trabalham em frente a alguns monitores.

– Ele acordou. – escuto um agente falando para outro. – E dessa vez parece que ficara acordado mais que alguns minutos. Ele parece bem... Lúcido. – completa.

Meu coração dispara.

– E quem será o escolhido para interrogá-lo? – questiona o segundo agente, num tom monótono.

– Não sei. Acho que nem interrogado ele será... – ele baixa a voz para quase um sussurro. – dizem que ele quer ver a agente Romanoff. – meu sangue gela.

Não espero mais nenhuma palavra e praticamente corro em direção as salas onde são colocados os presos de alta periculosidade. Adentro a sala de segurança sem hesitar e sou barrado por um dos seguranças que pedem minha identificação. Merda!

– Eu sou um agente nível 7. Hayden O’Cornel. – me identifico para o segurança que me olha com indiferença.

– E cadê sua identificação? – pergunta ignorando o que eu disse.

– Eu deixei no quarto. Por favor, eu preciso ver um preso que está aqui. – peço com urgência na voz.

– E eu preciso de um aumento. – fala indiferente – sem identificação ninguém entra. – fala decidido, se pondo em frente à porta que dá acesso as salas.

Ponho as mãos na cintura e solto um suspiro exasperado, ele me encara e balança a cabeça, fazendo-me desistir de qualquer idéia que pudesse ter.

Dou meia volta e saio da sala de segurança, minha irritação só não é maior, porque na verdade nem sei bem o que eu diria ou faria com o soldado. Interrogá-lo por conta própria sem autorização do Diretor está fora de cogitação. Comprar uma briga com ele então, é o mesmo que decidir passar uns dias no hospital. O jeito é esperar e ver no que vai dar.

Pouco mais de 48 horas depois...

Soco, chute, soco.

Soco, chute, soco.

O suor escorre pela minha testa e desce pela ponta do meu nariz. Meus músculos se contraem a cada soco e minhas pernas tremem não de dor ou cansaço, mas de raiva. No último pesadelo o soldado me fez escolher quem deveria morrer e como eu me recusei, ele matou um a um que eu amo, e me obrigou a ver a cena, enquanto sorria sadicamente a cada corpo que caia sem vida graças a sua arma.

– Desgraçado! – murmuro com os dentes trincados de raiva e frustração.

– Quanto ódio nesse coraçãozinho... – me sobressalto ao ouvir isso, o que faz com que eu perca o ritmo e erre o saco. – te atrapalhei? – pergunta irônica.

– Não. Eu já estava terminando de qualquer forma. – falo sério, sem nenhum resquício de humor na voz.

– Aconteceu alguma coisa? – Natasha pergunta com preocupação na voz. – você e a Bels...? – enruga o cenho.

– Não, não. – nego – estamos ótimos. – ela suspira aliviada.

Depois do nosso jantar “em família”, eu a Natasha ficamos muito mais próximos, principalmente por causa da Bels, que vivia insistindo para que marcássemos outros eventos desse tipo. Obviamente eu sempre me oponho a essas idéias, mas para o bem do nosso relacionamento, eu acabei precisando que a Natasha falasse com a Bels duas ou três vezes por telefone, para ela ver que não estava acontecendo nada demais e que meu “tios” aprovavam nosso relacionamento.

– E você e o – baixo o tom de voz – Steve? – pergunto curioso.

– Estamos bem. – ela dá de ombros. – acho que apesar de tudo estamos conseguindo lidar bem com as diferenças um do outro. – completa.

Ficamos em silêncio depois disso. Natasha enfaixando as mãos e eu desenfaixando as minhas.

– Então... – começa – em quem você estava pensando enquanto treinava? – me olha curiosa e eu fecho a cara – não adianta dizer que não estava pensando em ninguém por que não vai colar.

Solto um suspiro exasperado.

– No Bucky. – falo direto. Ela se sobressalta com minha revelação.

– No Bucky? – repete incrédula – porque no Bucky? – questiona.

– Porque ele vem matando a todos que eu amo nos meus sonhos. Ou melhor, pesadelos. – explico. Ela ergue uma sobrancelha.

– Por essa eu não esperava – admite – quem ele matou?

– O Steve, Maria, Clint, Bels. – falo com a garganta seca – você. – ela arregala os olhos surpresa e então eu percebo que tinha dito demais. Um sorriso brota em seus lábios e posso sentir seu sarcasmo chegando.

– Então você me ama Hayden? – reviro os olhos. – você levou a sério aquela historia de tia boazinha? – pergunta irônica e começa a rir.

– Acho que você pode ser várias coisas, menos uma tia boazinha. – devolvo irritado.

– Qual é? – fala me seguindo enquanto eu caminho para fora da sala – desculpe Hayden, não quis te chatear. Eu sei que você estava falando sério sobre os seus pesadelos, só fiquei surpresa por eu aparecer neles, principalmente como alguém que você... “ama”. – fala fazendo aspas com os dedos. Paro e a encaro.

– Você ficaria ainda mais surpresa se soubesse com que freqüência aparece nos meus sonhos. – ela segura meu olhar.

– Porque nunca me contou sobre isso? – pergunta.

– Nós não éramos tão próximos. Na verdade toda vez que éramos obrigados a ficar no mesmo ambiente sempre discutíamos, discordávamos. Estávamos em pé de guerra. – suspiro – eu não tinha abertura para isso.

– Eu sinto muito Hayden. De verdade. – fico surpreso, afinal havia apenas algumas semanas que passamos a conviver em paz. Ainda discordávamos às vezes, mas com uma freqüência bem menor. – não pelo nosso passado, sei que fui dura com você e não me arrependo, mas por seus pesadelos. Eu também tenho e sei como você se sente. A diferença é que eu mereço e você não. – ela vira-se, pronta para voltar para o saco de pancadas, mas a impeço.

– Natasha. – chamo seu nome. Ela vira o rosto e me olha nos olhos, abro a boca para dizer que ela pode contar comigo quando sinto uma dor dilacerante na cabeça.

Caio de joelhos antes mesmo que consiga pedir ajuda. Tento manter a lucidez enquanto a dor aumenta, sinto como se houvesse brasas acessas dentro da minha cabeça e solto um grito baixo de dor. A dor chega ao máximo e depois triplica, e quando eu não acredito ser possível que ela aumente, ela continua a aumentar. Sinto mãos tentando erguer minha cabeça que já se encontra encostada no chão e quando elas conseguem, vejo medo e preocupação estampados no rosto de Natasha.

– Socorro! Alguém me ajuda! – Natasha grita a plenos pulmões.

Meus olhos ficam embaçados e tudo começa a escurecer.

– Hayden! Hayden! – Natasha me chama desesperada – fica aqui! Olha pra mim! – ela apóia minha cabeça no seu colo e eu tento focar em seu rosto. – alguém me ajuda! – ela grita mais uma vez.

– Mãe – murmuro e mergulho na inconsciência.

~~ 8 ~~

Acordo com uma luz extremamente clara no meu rosto, e abro os olhos, ficando cego por alguns segundos. Fecho novamente os olhos e então a luz é apagada.

– Hayden? – escuto uma voz conhecida e bufo incrédulo.

– Por favor, diz que eu não tô novamente na ala hospitalar da SHIELD. – peço ainda com os olhos fechados.

– Você não está na ala hospitalar da SHIELD. – abro os olhos surpreso – você está na ala hospitalar improvisada da Torre dos Vingadores. – anuncia Stark.

Reviro os olhos e sento-me na maca.

– Porque estou na Torre? – questiono. Afinal, isso não faz sentido algum.

– Porque foi preciso fazer alguns exames mais específicos e somente o Bruce poderia fazê-los. – esclarece Natasha, adentrando o quarto.

– Eu não poderia tê-los feito na SHIELD? – essa historia tá muito estranha.

– Poderia, se a SHIELD dispusesse dos equipamentos que dispomos aqui na torre. – continua Natasha.

– Equipamentos esses criados por mim! – se vangloria Tony. Natasha revira os olhos.

– Como você está se sentindo Hayden? – pergunta Bruce pondo a mão na minha testa.

– Estou ótimo. Na verdade, nem lembro bem o que aconteceu. – Tony e Natasha trocam um olhar significativo.

– Você desmaiou nos meus braços Hayden. – Natasha fala, se aproximando – você caiu no chão e ficou se contorcendo de dor. Eu achei que você estivesse tendo um AVC ou sofrendo alguma espécie de trauma. – explica e posso ver que ela ainda esta preocupada, embora eu não tenha certeza com o quê exatamente.

– Eu me sinto realmente bem. – olho para cada um deles – mas acho que somente os exames poderão dizer o que aconteceu.

– Esse é o problema. – Bruce começa e caminha até uma mesa próxima. – os exames não indicaram nada. Não obtiveram resultados conclusivos. – explica com o cenho franzido. E eu o imito.

– Como assim não obtiveram resultados conclusivos? Vocês não me trouxeram pra cá pra obter resultados? Respostas? – questiono.

– Sim, mas não conseguimos. Na verdade você tá se tornando um quebra cabeças pra gente Hayden. Principalmente pra mim – explica Bruce. – seu poder de regeneração parece estar decaindo lentamente. Por isso você demorou mais para se curar da última missão. – só de ouvir sobre a antiga missão um calafrio percorre minha espinha.

– Tá sentindo alguma coisa? – pergunta Nat cheia de expectativa.

– Não, não. – suspiro – Eu posso ficar um pouco sozinho? Quero digerir esse excesso de falta de informação. – Tony dá um sorrisinho debochado e Bruce concorda com a cabeça. Os dois saem da sala, mas Natasha permanece.

– Você se importa? – aponto para a porta.

– Você lembra o que pode ter causado a dor? – pergunta ignorando completamente meu pedido. Suspiro derrotado.

– Ahn, não sei. Quer dizer, estávamos falando sobre os pesadelos e de repente, a dor começou. – dou de ombros. Natasha fica em silêncio, com o olhar perdido em pensamentos.

Fica algum tempo assim, então balança a cabeça como que concordando com alguma coisa e se levanta, saindo do quarto e me deixando sozinho e confuso. Eles estão escondendo alguma coisa de mim, isso é obvio. Mas a questão é: O quê?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Até mais....



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Forgotten" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.