Forgotten escrita por S Pisces


Capítulo 15
In Love




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615511/chapter/15

Tive que ir embora.

Desculpe não me despedir, mas você dormia tão tranquilamente que não quis te perturbar.

Espero que você fique bem e me perdoe por isso.

Você é a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo.

Hayden.

Deixo o bilhete em cima da cômoda, próximo ao seu celular, assim as chances dela vê-lo aumentam bastante, beijo sua testa e vou embora. Assim que saio da casa, algumas pessoas, provavelmente vizinhos, cochicham e me lançam olhares reprovadores. Devem estar achando que a Bels passou a noite com mais algum cara, idiotas. A vontade que tenho é mandá-los todos à merda!

Durante o café da manhã, a Isabela me contou muita coisa sobre sua vida, como foi difícil, apenas 6 meses após o divorcio dos pais, mudar-se para os EUA, abandonando tudo e todos na Inglaterra, sim, ela é britânica. Veio para cá com 16 anos para morar com a tia, uma vez que seu relacionamento com a mãe piorava a cada dia. Uma semana após completar 18 anos, sua tia morreu e ela acabou ficando com toda a herança, o que incluía a casa, um carro e algum dinheiro. Desde então ela passou a trabalhar e se virar sozinha, e ainda faz faculdade de arquitetura. Ela é realmente incrível.

Pego o primeiro taxi que aparece, e durante o percurso tento pensar em alguma desculpa para dar, caso alguém pergunte onde eu estive, obviamente não posso falar nada sobre a festa, as bebidas e muito menos, sobre a Bels. Quando o taxi estaciona próximo a base, ainda não tinha conseguido pensar em nada convincente para dizer, então respiro fundo e começo meu percurso rumo a base. Algumas pessoas que trabalham por ali acenam e me cumprimentam, outras passam alheias a minha presença, talvez a noticia de que fui afastado não tenha se espalhado... Ainda.

Praticamente corro para meu quarto e assim que chego a ele, tomo um banho rápido e me jogo na cama, aproveitando que ninguém veio me procurar ainda, tudo o que preciso é de algumas poucas horas de sono.

– Parece que você está errado Hayden – comento sonolento quando escuto batidas na porta.

Relutantemente, caminho até a mesma, abrindo-a.

– Hayden, podemos conversar? – pergunta Clint, com o semblante sério.

– Claro. – afasto-me da porta, abrindo espaço para que ele entre. – Algum assunto específico? – pergunto. Ele me encara por alguns instantes.

– A Hill passou a noite em claro, achando que a culpa por tudo isso que aconteceu é dela. – explica calmo.

– Eu sinto muito – E eu realmente sentia. – Eu vou falar com ela. – digo. Espero que o Clint fale mais alguma coisa, mas ele não diz, e um silêncio incômodo se instala entre nós. – Você quer falar sobre mais alguma coisa? – pergunto, com uma sobrancelha arqueada.

– Você não vai dizer onde passou a noite? – sugere. E chegamos ao ponto que eu não queria chegar.

– Eu passei a noite por ai. – dou de ombros.

– Por ai me parece muito vago. – senta-se na cama. – Por ai, onde? – questiona inquisitivo, e pelo seu tom sei que ele quer endereços, nomes, tudo que eu não quero dar.

– Me desculpe agente Barton, mas acho que o que eu faço fora da base não diz respeito a mais ninguém, além de mim. – respondo naturalmente, mas com seriedade na voz.

– Acontece agente O’Cornel, que o que você faz fora da base, interessa SIM, a todos nós. Você tem noção do que pode acontecer caso você fale demais ou mostre demais para pessoas erradas lá fora? O mundo não é um parque de diversões e a SHIELD não é um carrossel! – fala, irritado – Então, eu vou perguntar mais uma vez, e dessa vez quero uma resposta coerente, onde você passou a noite? – ele fala pausadamente, palavra por palavra.

– Lamento agente Barton, mas isso é informação confidencial. – respondo duro. Eu poderia falar onde estava, mas o autoritarismo do agente Barton me irritou a tal ponto, que não contaria nem mesmo se fosse para salvar meu trabalho aqui na SHIELD.

– Muito bem Hayden. – fala, tentando assumir uma postura mais calma. – Se você não quer falar, tudo bem. Mas depois não diga que eu não avisei. – ele diz, e sai do meu quarto, batendo a porta ao sair. Solto um suspiro e me jogo na cama, dormindo em seguida.

POV Natasha Romanoff

Havia acabado de preparar as ultimas coisas para sair em missão, estava tudo pronto e eu não teria que levar um moleque a tira colo. Caminho com passos rápidos pelos corredores quando esbarro com o Clint, que está furioso.

– Hey! Calminha ai, o que aconteceu? – pergunto. Raramente alguma coisa conseguia tirar a paz de espírito do Clint.

– Hayden! – exclama.

– O que tem ele? – pergunta uma segunda voz masculina, antes mesmo que eu pudesse abrir a boca.

– Ele passou a noite e toda a manhã fora da base, chegou agora a pouco e quando fui falar com ele, ter uma conversa de homem pra homem, ele foi super petulante, arrogante e o tempo todo jogou na defensiva. – Clint praticamente cospe as palavras de tão irritado que está.

– Você acha que ele não quis contar onde estava? – pergunta Steve.

– Parece obvio não? – comento irônica. Steve apenas ignora meu comentário e volta sua atenção para o Clint.

– Ele ficou transtornado porque foi tirado da missão. – sinto olhares reprovadores direcionados a mim, mas ignoro – Mas... Eu não sei. Acho que tem mais coisa ai, talvez ele não esteja mais conseguindo lidar com toda a pressão disso aqui. – Clint supõe.

– Pode ser uma fase. Os adolescentes passam por isso, quer dizer, hoje em dia parecem estar cada dia piores. – comenta Steve e acabo rindo do seu comentário.

– Para de tentar achar desculpas para a falta de responsabilidade desse garoto. – falo, começando a me irritar.

– Não estou procurando desculpas! – exclama.

– Tá sim! Você vive fazendo isso! – acuso.

– Vocês vão mesmo começar a brigar por causa do Hayden? Sério? – pergunta Clint com um olhar descrente – Pelo que eu me lembre os padrinhos dele somos eu e a Maria. – lembra.

– Ouviu Steve? – provoco.

– Você precisa melhorar seu relacionamento com as pessoas. – ele fala e sai, deixando-me com o Clint.

– O que ele quis dizer com isso? – pergunto confusa.

– Que você não é simpática e por isso odeia todo mundo que é? – insinua sarcástico. Lanço um olhar nada amigável na direção dele, que levanta as mãos, em forma de rendição. Idiota!

Sem me despedir, volto a caminhar deixando um Clint para trás que pede desculpas, mas é ignorado. Não acredito que o Clint disse isso! Quer dizer, o Steve disse... Ambos falaram que não sou simpática, o Steve deixou no ar e o Clint colocou em palavras. Eu sou simpática! A minha maneira mais sou. Imbecis, não sabem apreciar uma mulher de verdade.

POV Hayden

Acordo e olho no relógio, 6hrs29min da tarde. Perdi todo um dia de treinamento e não fiz absolutamente nada, a não ser dormir e.... Brigar. Briguei com o Clint, com a Natasha e briguei com minha mãe. As duas últimas no meu sonho, mas ainda assim, foi desgastante.

Primeiro eu estava no carro com minha mãe, como sempre, mas dessa vez discutíamos por causa de alguma coisa, o que já é uma grande mudança, considerando que o sonho não mudava nunca. Então quando eu olhei para ela, o quadro mudou e eu não estava mais com minha mãe, mas sim com Natasha, ela dizia o quanto eu era irresponsável e me achava o dono do mundo. O discurso dela não muda nunca.

Com um salto, levanto e pego minha mochila que já estava preparada e corro até a sala de treino mais próxima. Começo com o aquecimento normal e alguns alongamentos, então meus pensamentos voam para a Isabela, sem nenhum motivo aparente. Eu sentia a falta dela e pelo pouco que entendo de relacionamentos, isso não é bom, pensar demais em alguém não me parece saudável, principalmente quando não tem nem 24horas que você a conheceu. Precisar de alguém, sentir necessidade de ter alguém, também não me soa saudável, pelo contrario, parece doentio. Talvez eu não deva procurá-la mais, entretanto, isso a magoaria e somente a idéia de magoar a Bels não me agrada.

Droga! Será que me apaixonei? Isso não pode ter acontecido... Ela tem 21 anos! 21! E como a Romanoff gosta de enfatizar, eu sou só um moleque de 16 anos. Provavelmente a Isabela me mata se descobrir isso... Sorrio com essa possibilidade. Fecho os olhos e consigo vê-la com a mesma camisa dos Vingadores que estava usando hoje, os cabelos molhados, caídos bagunçados pelos ombros, sua fala rápida e olhar perspicaz. É, acho que estou mesmo apaixonado, mas que mal pode haver nisso? Com esse pensamento, começo a treinar com mais ânimo e disposição.

Treino muito, para compensar minha falta de dedicação nos últimos dias. Quando volto ao quarto já passa das 10horas da noite, então tomo um banho, e vou para o refeitório, procurar alguma coisa pra comer. Vejo a Hill sentada em uma mesa sozinha e vou até lá. Hora do pedido de desculpas.

– Maria? – chamo, enquanto me aproximo com minha bandeja em mãos. – Posso me sentar? – pergunto. Ela apenas concorda com a cabeça. Sinto-me um idiota por tê-la ignorado, mas o que eu poderia ter feito naquele momento?

Sento-me a sua frente e ela olha para todos os cantos da sala, menos para mim. – Maria – chamo novamente, atraindo sua atenção.

– Sim Hayden. – ela fala, com tristeza na voz.

– Me perdoa? – peço.

– Pelo que exatamente? – sorrio com isso.

– Por ter te ignorado, por ter pegado a pasta da agente Romanoff, por ter te constrangido e decepcionado. Sei que meu comportamento nos últimos dias tem sido repreensivo e até irresponsável, mas isso não vai voltar a acontecer. – falo tudo de uma vez. Hill pega na minha mão por cima da mesa.

– Tudo bem Hayden. Eu entendo que as coisas não saíram como havíamos planejado, e que você tem tido mais responsabilidade do que o combinado. Eu só quero que na próxima vez que acontecer algo desse tipo, você me procure.

– Eu farei isso. – falo e aperto sua mão. Ela sorri e eu começo a comer minha comida.

Estou na metade quando um agente se aproxima de nós e diz que o diretor solicita a presença da Hill na sala dele. O agente exala tensão, o que faz com que eu e a Maria troquemos um olhar preocupado. Ela se despedi rapidamente e segue o agente.

Termino meu “jantar” e volto para meu quarto, começo a reler o livro “O retrato de Dorian Gray”, na verdade, parei tantas vezes de lê-lo, que não lembrava mais nada dele, o jeito era voltar tudo de novo. Quando estou no capitulo cinco sou interrompido por batidas na porta, olho o relógio e passa de 1 da manhã.

– Desculpe acordá-lo agente O’Cornel, mas o diretor solicita sua presença urgentemente na sala dele.

– Certo. Vou trocar de roupa e estou indo. – faço menção de fechar a porta, mas o agente a segura.

– O diretor pede que você se prepare para sair em missão.

– Missão? – pergunto confuso, não havia nenhuma missão programada para esses dias. – Que tipo de missão? – pergunto.

– O diretor apenas me pediu para avisá-lo senhor. Por favor, não demore. – avisa e sai com passos rápidos.

Fecho a porta e troco de roupa rapidamente, colocando meu “traje” de missões, que consistia em uma calça e camisa manga longa de tecido resistente, uma espécie de jaqueta, a prova de balas e botas de combate, militar. Coloco também luvas, que vem até metade dos dedos e que em situações de combate corpo a corpo, protegem minhas mãos. Saio do quarto com minha mochila que contém meus equipamentos e rumo em direção ao elevador.

Entro na sala do diretor sem bater, o que não o surpreende.

– Agente O’Cornel espero que esteja pronto. O senhor sairá em missão agora, tem um quintjet te esperando. – ele avisa tenso, me acompanhando para fora da sala.

– Que tipo de missão é essa, diretor? – pergunto, enquanto nos aproximando do quintjet.

– Tudo o que você precisa saber está aqui! – ele fala e me entrega uma pasta – Qualquer duvida, pergunte ao Capitão! – me empurra para dentro do quintjet.

– Capitão? – pergunto confuso.

– Sente-se Hayden! – viro-me e me deparo com o Capitão Rogers.

– O que está acontecendo? Que tipo de missão é essa? – questiono. Essa falta de informação começando a me irritar.

– E uma missão de resgate! – informa, sua voz elevando-se acima do barulho do quintjet.

– E quem vamos resgatar? – afivelo os cintos e olho para o capitão, que me encara, seus olhos azuis num misto de preocupação e determinação.

– Natasha. – responde com a voz grave.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada a todos por tudo :)
Até quarta!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Forgotten" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.