Forgotten escrita por S Pisces


Capítulo 1
Unknown


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo protelando, finalmente decidi (com o apoio da B Carter) postar a historia.
Não tenho muito a declarar, espero que gostem :)
Enjoy!



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Assim que abro os olhos me deparo com um par de olhos azuis a me observar atentamente.

– Você está bem garoto? – Ela pergunta preocupada.

– Eu... Eu acho que sim. – Olho ao redor tentando me situar. Não faço a menor ideia de onde eu possa estar e isso me assusta um pouco. Olho novamente para a mulher a minha frente, que está agachada e me olha curiosa.

– Quem é você? – Pergunto.

– Hill. Maria Hill, e você seria...? – Faço um movimento um tanto brusco na tentativa de me sentar e a tal Maria fica em pé em um átimo. Estranho um pouco seu comportamento e então a observo novamente. Ela é alta, esbelta e bonita, parece ser bem inteligente e ágil também... Ela me encara com os olhos semicerrados e eu me sento cruzando as pernas.

­– Quem é você? – Ela pergunta novamente, dessa vez de forma mais ríspida. Penso um pouco a respeito e percebo que não sei o que dizer. Quem sou eu? Eu não tenho a mínima ideia, minha cabeça está girando e me sinto confuso e perdido.

– Hayden. Hayden O'Cornel. ­– Falo o primeiro nome que me vem à cabeça. Maria me olha desconfiada, mas ainda assim me estende a mão para que eu levante. A seguro e assim que fico em pé minha cabeça dói, me deixando extremamente tonto.

­– O que você tem? – Pergunta fazendo eu me apoiar em seu ombro.

– Minha cabeça dói. – Respondo dando um pequeno sorriso. Ela olha ao redor e então solta um suspiro.

– Vem comigo. – Diz simplesmente, já me puxando e me levando para fora do que parecia ser um parque.

Caminhamos rapidamente em silêncio até uma lanchonete. Paramos em frente à mesma e a Maria indica com a cabeça o interior do estabelecimento.

– Está com fome? – Respiro fundo sentindo o cheiro de hambúrguer que domina o ar.

– Sim, com muita fome. – Falo e ela sorri. Ela entra na lanchonete e quando me viro para segui-la, vejo meu reflexo no vidro que cobre toda a entrada do local. Meu cabelo loiro está desgrenhado e tenho olheiras embaixo dos meus olhos verdes. Minha roupa está amassada e ao que parece não a troco há algum tempo. Meu all star está bastante sujo também. Volto a encarar meu reflexo na expectativa de que aquele desconhecido a minha frente me diga quem eu sou e o porquê de eu estar aqui. Coloco a mão sobre o vidro e solto um suspiro cansado. Onde diabos eu estou?

Sou tirado dos meus pensamentos quando sinto alguém me cutucando. Olho relutante para o lado e encontro Maria com uma expressão indecifrável no rosto.

– Você vem ou não? – Olho uma última vez para meu reflexo e então me viro e entro na lanchonete, sendo seguido por uma Maria confusa.

Durante todo o tempo que passamos na lanchonete não trocamos mais que algumas palavras. Hill não parou de me observar um único segundo enquanto eu ficava mais desconfortável com aquilo tudo.

– Já estou satisfeito. Obrigado. – Digo assim que termino meu 5° hambúrguer. Só percebi o quanto estava faminto quando comecei a comer.

– Hum, há quanto tempo você não come?

– Eu não sei.

– De onde você é Hayden? Quem são seus pais? – Ela questiona, me deixando nervoso.

– Eu... – Solto um suspiro cansado – Eu não sei. – Digo por fim – Eu não sei de onde sou, quem são meus pais ou mesmo se eu tenho pais. Eu não tenho a mínima ideia de como eu vim parar aqui. – Admito que isso me assusta um pouco. É como se minha memória tivesse sido apagada. Não me recordo de nada.

– Então seu nome não é Hayden O'cornel. – Não é uma pergunta.

– Será até eu descobrir quem eu realmente sou. – Afirmo com uma convicção que me deixa surpreso. E ao que parece surpreende a Hill também. Ela recosta na cadeira e dá um sorriso de lado.

– E como você pretende descobrir isso Hayden? – Agora ela me pegou.

– Ahm, eu não sei. – Respondo derrotado. – Você não pode me ajudar? – Pergunto esperançoso.

–Eu? Porque você acha que eu te ajudaria? – Ela pergunta séria.

– Bom, você me encontrou dormindo no chão do parque e me deu comida. Se você não se importasse não teria nem mesmo me acordado. – Respondo esperando que meus argumentos sirvam para alguma coisa.

– Primeiro: Eu não te encontrei dormindo. Eu te encontrei desmaiado. Segundo: Se eu não te desse comida você provavelmente desmaiaria de novo. – Ela esclarece.

– Seus argumentos são ainda melhores, mostra que você se preocupou comigo. Por favor, me ajuda. – Peço. Sinto um desespero crescendo dentro de mim e sei que se ela não me ajudar não poderei confiar em mais ninguém.

Ficamos nos encarando por algum tempo, até que ela chama um atendente e paga a conta. Continuo a encarando, fazendo a melhor cara de coitado que consigo.

– Okay. Eu vou ver o que posso fazer, enquanto isso fica aqui. – Ela sai sem esperar por resposta e me sinto mais calmo. Caminha para fora da lanchonete e pega o celular, disca e logo está entretida na conversa com alguém. Lança um olhar rápido para mim e eu aponto para o banheiro, ela assente.

Quando chego ao banheiro encaro-me mais uma vez, dessa vez no espelho. Abro a torneira e lavo as mãos, depois o rosto. Estou tentando arrumar meu cabelo quando escuto um barulho de algo quebrando, depois alguns disparos e então corro para fora sem pensar duas vezes.

Assim que me aproximo do balcão consigo ver um cara alto aplicando uma chave de braço na Hill, outro homem que estava caído levanta e se prepara para socar a Hill no estomago quando eu corro para ajudá-la. Na verdade, eu nem sei bem o que fazer, só espero distrair o segundo homem por tempo o bastante para que a Hill consiga se soltar.

Quando o segundo homem nota minha presença vira-se e tenta me acertar um soco no rosto, mas eu consigo desviar com facilidade. Ele tenta me aplicar um chute com a perna esquerda, mas levanto minha perna direita e usando o meu joelho bloqueio o ataque. Logo em seguida dou um soco seguido de um chute no rosto do homem, que cai desacordado. Hill me encara com os olhos arregalados e então grita:

– Atrás de você!

Viro-me e recebo um chute no peito que me joga no chão. Levo a mão ao peito em um movimento involuntário enquanto procuro ar, olho para cima e vejo o mesmo homem vindo na minha direção. Ele saca uma arma e dispara, mas consigo ser mais rápido e corro para trás do balcão, me escondendo. Escuto seus passos e usando uma colher de metal vejo em seu reflexo que ele está se aproximando. Conto até três e salto por sobre o balcão, acertando seu braço e rosto com as pernas. Ele solta a arma e se afasta cambaleando. Aproveito sua confusão para acertar um chute em seu estomago, seguindo de uma joelhada no rosto e um último chute também na cabeça. Ele cai também desacordado e olho em volta procurando pela Maria, mas não a encontro.

Corro porta afora a sua procura e vejo um carro preto estacionado há alguns metros à frente, sujo de sangue. Me aproximo com cautela, temendo encontrar a Hill morta.

Quando estou quase com as mãos na maçaneta do carro, sinto uma mão puxar meu ombro. Viro-me pronto para acabar com essa pessoa quando vejo a Hill, com a boca e o nariz sangrando.

– Meu Deus! – Exclamo – Você precisa ir a um hospital!

– Quem é você?! – Ela grita comigo – Onde você aprendeu a lutar daquele jeito? Fala garoto! – Ela está completamente irritada e me empurra contra o carro.

– Eu não sei! Eu juro, eu não sei! – Tento convencê-la da verdade – Eu nem sabia que podia fazer isso, foi praticamente... Reflexo.

– Reflexo? – Ela me olha com descrença – Existem pessoas que há anos são agentes e que não tem um reflexo tão bom quanto o seu. – Agentes?

– Eu realmente não sei como eu fiz aquilo. – Ela me encara por mais alguns minutos e escutamos o som de sirenes se aproximando.

– Vamos descobrir quem é você Hayden. – Diz pôr fim a Hill, dando a volta no carro e entrando no mesmo. – Você vem ou não? – Pergunta ela pela segunda vez naquela manhã. Entro no carro sem hesitar, sentindo meu coração acelerado no peito.

Não sei o porquê de termos enfrentado aqueles homens e nem mesmo quem eles eram, ou o que queriam. Eu não sei como consegui fazer aquilo e o que me aguarda. Mas eu sinto que tenho algo grande e importante para fazer, só me resta descobrir o que é.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :)
Até o próximo!
Beijo



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