Perfeito Aos Meus Olhos escrita por Joice Santos, Joice Reed Kardashian


Capítulo 4
Capítulo 4 – Um Primo Idiota e Um Emmett Fotógrafo


Notas iniciais do capítulo

Olá amorzinhos, desculpem a demora. Faculdade me deixou enrolada demais.
Aqui está mais um capítulo, espero que gostem.



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Acordei cedo no domingo.

Pareceu-me uma eternidade para que a hora do almoço chegasse.

Jasper ligou para Alice pela manhã – depois que eu insisti até irritá-lo – e confirmou sobre minha ida até a casa dos Cullen. Sorri quando escutei pelo viva-voz Alice dizer que Emm também estava ansioso por nossa tarde juntos. Tão ansioso quanto eu, se é que isto é possível!

Mamãe me fez lavar toda louça do almoço para relaxar. Poxa, estava tão na cara assim que eu queria chegar logo à casa de Emm? Pedi ajuda ao meu irmão e o resultado foi eu e Jazz numa guerra de sabão que resultou em um copo quebrado. Dona Carmen quase teve um treco. Mas sua preocupação mesmo foi em relação a nos machucarmos e não com a louça perdida.

Depois de ser expulsa da cozinha com meu irmão, fomos fazer o que sabíamos de melhor juntos: jogar vídeo game. Jasper perdeu na terceira partida.

Então cada um foi para seu quarto se arrumar.

Ainda lembro quando meu irmão usava jeans desbotado e rasgados, camiseta de bandas de rock e o mesmo par de all star brancos com os cadarços desfiados. Alice realmente provocou uma mudança no estilo de Jazz. Agradeço por isso!

Saí do chuveiro enrolada na toalha macia e vermelha. Parada em frente ao guarda-roupa, me sentia indecisa sobre o que vestir. Algo confortável, é claro. Mas que também me deixasse bonita.

Optei por calça jeans de lavage m clara. Era uma das minhas favoritas. Lembrei-me do moletom cinza do Mickey que vovó Meredith trouxe da Disney no ano anterior. Que tipo de avó não leva os netos à Disney e sim o “amigo do clube de jardinagem”? Vovó Mary, lógico.

Vesti uma regata qualquer, joguei o moletom e a calça sobre a cama enquanto procurava por um par de sapatos.

– Rose, você viu...

– Jasper! – gritei quando meu irmão abriu a porta, me fazendo encolher atrás da porta do guarda-roupa. Eu estava de calcinha e camiseta, cadê a privacidade dessa casa? – Sai daqui! Não aprendeu a bater na porta, garoto? – atirei a coisa que estava mais perto de mim no momento, um chinelo de borracha azul.

A sorte foi ele fechar a porta no momento exato ou teria a marca do meu chinelo na testa desse loiro folgado.

– Desculpa, eu achei que já estivesse vestida. - se justificou do outro lado.

– O que você quer? – pedi, sem paciência.

– Viu meu celular? Não consigo encontrá-lo em canto nenhum desta casa. – falou, me fazendo revirar os olhos.

Corri os olhos pelo quarto, encontrando o aparelho cinza sobre a mesa do computador, ao lado da minha câmera. Vesti a calça e só então o peguei e fui até a porta.

– Está aqui, agora some. – entreguei, já querendo bater a porta na cara dele.

– Valeu maninha e me desculpe. – Jasper laçou aquele sorriso que fazia o coração da vovó, mamãe e Alice derreterem. Comigo não funcionava.

Okay. Talvez funcionasse um pouquinho.

Dei de ombros e sorri de canto.

– Tudo bem, Jazz. Mas da próxima vez eu juro que bato a porta no seu nariz. – brinquei e ele riu.

Antes de voltar para o corredor, Jasper me deu um beijo na testa. Pronto, já estava perdoado.

– Ei maninha, está precisando fazer dieta, sabia? – falou e andou depressa na direção de seu quarto.

– Cala boca! – fechei a porta, mas não resisti e acabei rindo.

Meu irmão era tão idiota! Mas eu o amava, e muito.

Terminei de me vestir, calcei um par de botas marrom e finalizei com meu cachecol vermelho favorito. Penteei os cabelos e deixei solto. Emm gostava de mexer nele, eu já havia percebido isso. Apenas coloquei minha tiara, havia um enorme laço vermelho nela e eu adorava isso.

Então fui atrás do meu bebê: minha câmera fotográfica. Chequei se estava tudo certo para levá-la e quando confirmei que sim, me lembrei de passar perfume e batom.

Okay Rosalie, você está ficando vaidosa demais pra quem vai passar apenas uma tarde na casa de um amigo. – minha mente alertou. Entretanto meu coração insistia em dizer que não era só um amigo, era Emmett.

Jasper estava digitando no celular quando desci as escadas. Mamãe e papai estavam na sala assistindo algum jogo de baseball.

– Se divirtam, meus amores. E Jasper fique de olho na sua irmã. – mamãe alertou, fazendo sinal que estava de olho em nós dois. Antes de sair ela me obrigou a vestir um casaco por cima do moletom.

– É mais fácil eu ficar de olho nele, mãe. E ele nem vai estar lá. – dei de ombros, segurando a câmera com as duas mãos.

Meus pais sopraram beijos para nós e então saímos. Seguimos no carro velho de Jazz até a casa dos Cullen, vendo as ruas e árvores cobertas pela fina camada de neve da noite anterior. A paisagem estava tão linda.

Por volta das 15h da tarde estávamos tocando a campainha da casa de Alice.

Minha câmera pendurada no pescoço, prontinha para fotografar o jardim da senhora Cullen, as flores que estavam cobertas por pontinhos brancos de neves, como havia prometido a Emmett.

Foi Carlisle quem abriu, recebendo a mim e meu irmão com um lindo sorriso, característica típica dos Cullen.

–Boa tarde, Rosalie.

–Olá Carlisle. Com licença. -pedi, entrando assim que ele me cedeu passagem.

O pai de Lice cumprimentou Jasper e logo a filha baixinha e sorridente apareceu. Ganhei um beijo na bochecha e a vi saí com meu irmão para o tal passeio romântico.

–Emm, filho, olha quem chegou. – anunciou Carlisle, enquanto eu o seguia até a sala de estar.

Emmett estava sentado no sofá maior brincando com um globo de neve nas mãos. Ele virava para cima e depois para baixo, vendo os milhares de floquinhos sintéticos se moverem. Sorri, admirando sua concentração no objeto.

Ele também sorriu quando ergueu a cabeça e me viu, ficando de pé e caminhando em minha direção.

O silêncio no ambiente de repente se tornou perturbador e eu esperava que apenas eu estivesse ouvindo o forte martelar do meu coração. Carlisle não estava mais conosco.

Segurando o globo de neve em apenas uma das mãos, Emm se aproximou, parando em minha frente. Meu sorriso se alargou, radiante e ansiosa por seu típico e único cumprimento. Ansiosa pelo contato de sua mão quente e macia.

–Quer me dar oi, Emm? - perguntei, soando mais como um pedido.

Ele assentiu com a cabeça, desajeitadamente, e esticou o braço, tocando meu ombro com a ponta dos dedos. Sua mão esquerda percorreu sobre a manga de meu casaco cor de caramelo, subindo e descendo, até parar em meu pulso.

Seus dedos, o indicador e polegar, brincaram com o local, me causando um arrepio tão conhecido por mim na presença dele. O simples toque de Emmett fazia os pelos do meu braço eriçar. Eu já estava me acostumando com isso, mas não queria dizer que a sensação do primeiro momento estivesse diminuindo.

Então ele finalmente fez a parte do cumprimento que eu mais esperava: uniu nossas mãos.

Emm puxou meu dedo indicador, como que pedindo para eu erguer a mão. Então uniu nossas palmas e dessa vez foi engraçado, pois ele não parou de mexer os dedos, dificultando que ficassem alinhados com os meus.

Acho que ele estava feliz, por isso não conseguia sossegar. Isso confirmava a ansiedade que Alice descrevera mais cedo.

– Rose, já chegou querida. – a voz da mãe de Emmett preencheu o ambiente, fazendo que ele retirasse sua mão da minha e voltasse a segurar o globo de neve com as duas mãos.

Tia Esme se aproximou e o filho foi para trás de sofá, voltando a revirar o globo de neve, agora em movimentos giratórios.

Ela me puxou para o sofá, se sentando comigo e dizendo o quanto estava feliz por eu ter vindo. Emm andava de um lado para o outro, concentrado.

Esme disse também que o marido estava na oficina improvisada nos fundos da casa, esperando um primo de Emmett chegar.

– Emm está agitado hoje, acho que é porque você está aqui. - falou baixo, sorrindo discretamente.

O que sua mãe quis dizer agitado eu preferi associar com feliz, animado ou até mesmo ansioso.

Olhei para Emmett e sorri de leve, vendo meu garoto de covinhas tão concentrado no brinquedo. Seus olhos grandes encarando o pequeno objeto reluzente era algo que me prendia. Até o jeito com que seus dedos seguravam o globo, com firmeza e ao mesmo tempo delicadeza, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

– Eu gosto muito de vir aqui tia Esme, fico feliz que o Emm também goste.

Esme segurou minha mão e deu aquele sorriso doce e maternal que só ela e minha mãe sabiam. Que fazia meu coração se abrir e dizer: eu faço qualquer coisa pra ver esse sorriso de novo.

Mães, porque tão incríveis e, até sem querer, tão persuasivas?

De repente nossa tarde calma foi interrompida por um romper e bater de porta.

Vi Emmett parar de andar e Esme ficar de pé, o que me fez levantar também. Um garoto de cabelos lisos e pretos, cara de debochado e mascando chiclete entrou pela cozinha, com as mãos nos bolsos do casaco. Ele usava botas estilo motoqueiro, calças largas e camiseta de alguma banda de rock. Uma jaqueta de couro preta completava o estilo badboy.

– Olá Alec, como você está, querido? - Esme falou educadamente, entretanto dava para notar um tom de nervosismo em sua voz. - Essa é a Rose, amiga do Emm. – me apresentou.

O garoto me analisou de cima a baixo, o que fez um calafrio percorrer por minha coluna, mas não do tipo bom. Nem de longe era o mesmo arrepio de quando Emmett me dava seu oi tão especial.

–E ai?! - disse, sem mudar a expressão de superior.

–Oi. – respondi, um tanto sem jeito. - Você também é amigo do Emm? - perguntei, querendo ser simpática, mas apenas por educação.

–Amigo disso ai? - ele apontou com o polegar para Emmett. – Nem fodendo. – deu de ombros, debochando.

O tal Alec soprou uma bolha de chiclete e estourou. Mas que falta de educação! Não gostei nem um pouco do jeito que esse garoto se referiu ao Emm.

–Primo. - Emm resolveu se manifestar na conversa, me fazendo encará-lo por escutar sua voz pela primeira vez desde que cheguei.

–Emm, diga oi ao Alec, meu bem. - Esme pediu, tentando quebrar o clima tenso que se instalara no ambiente. Bom, pelo menos eu estava tensa com o olhar daquele garoto.

–Tia não começa tá. Só vim aqui porque meus pais me obrigaram a ajudar o tio Carlisle na oficina. Não vim perder tempo com esse retardado. - Alec falou olhando em seguida para Emm e bufando.

– O Emm não é retardado. Olha, eu nem te conheço, mas você não pode chamá-lo assim. – exigi, não admitindo o comportamento superior e ridículo de Alec.

Podia não ter aquele direito, mas também não iria deixar ninguém ofender o garoto mais incrível do mundo. Fiz essa promessa a mim mesma quando voltei do parque no outro dia com Jasper, Emm e Alice. Ninguém jamais ofenderia Emm na minha frente e eu ficaria calada.

–E quem é você pra dizer o que eu posso ou não falar, loirinha marrenta? - ele cruzou os braços, desafiador.

–Alec... - Esme o advertiu.

Se ela estava preocupada em parar uma discussão, bom, estava certa. Em minha mente eu já estava pensando na melhor forma de socar a cara de Alec.

–Rose tem cabelo cacheado. - Emm falou de repente me fazendo sorrir e esquecer qualquer pensamento violento a respeito de seu primo idiota.

– Viu? Que otário! - Alec revirou os olhos. - Eu não sou cego, seu retardado.

Ele andou até Emmett e puxou o globo de neve das mãos dele.

–Alec, meu...! – Vi Emmett ficar nervoso com o gesto do primo. Seu olhar apesar de vazio era raivoso.

–Você quer isso? Olha só o que faço. - Alec deixou o globo de neve propositalmente cair no chão, fazendo-o trincar e um líquido transparente escorrer.

Esme olhou da pequena bagunça formada para mim e passou a mão nos cabelos, tentando conter o desconforto.

–Vou pegar um pano para limpar isso. - Ela saiu completamente envergonhada.

–Porque fez isso? - perguntei revoltada, dando um passo na direção dele. Minha vontade de socá-lo havia voltado.

–Porque eu quis. Ele é um idiota crianção, vai arrumar outro brinquedo rapidinho.

Enquanto eu escutava o discurso ridículo de Alec, me segurando para continuar sendo a mocinha educada que meus pais criaram, Esme voltou e se ajoelhou para limpar a pequena bagunça.

O globo de neve não teria mais graça para Emmett ou qualquer outra pessoa. Os floquinhos não tinham mais como “flutuarem" pelo vidro.

Assim que Emm constatou que seu brinquedo havia se perdido, gritou, me assustando. Ele abraçou o próprio corpo e começou a se balançar, num ritmo cada vez mais rápido, enquanto andava para lá e para cá outra vez.

– Quebrou, quebrou, q-quebrou... - ele repetia, soluçando e começando a chorar.

–Tá tudo bem filho, a mamãe compra outro depois. - Esme falou, visivelmente nervosa com o filho que estava entrando em crise.

Tudo por culpa do idiota desse primo Alec. Como Esme permitia que ele falasse assim com Emmett na frente dela e não fazia nada? Eu, no lugar dela como tia do garoto, o pegava pela orelha e expulsava da minha casa.

–To saindo, galera. Tchau retardado. - Alec se aproximou de Emmett só para irritá-lo mais.

–Não! - Emm gritou outra vez, andando até a parede e se encolhendo, ficando de joelhos no chão.

Emm colocou as mãos na cabeça, cobrindo as orelhas com força, como se o gesto o impedisse-o de se lembrar das palavras imbecis de Alec e esquecer que seu globo de neve havia se partido.

Eu observava paralisada, chocada demais com tudo aquilo.

Queria ir atrás de Alec e socá-lo, queria ajudar Esme e pedir que parasse de tremer com o pano nas mãos. Queria, principalmente, ajudar a Emm dizendo que nada daquilo era verdade.

E foi o que tentei fazer.

–Emm, tá tudo bem, ele já foi. - falei, me ajoelhando ao seu lado e tocando suas costas. Ele se retraiu, fugindo do meu toque.

–Retardado, re-retardado. - ele repetia balançando o corpo, fechando os olhos com força.

– Não, você não é retardado. - falei, tocando seu pulso, querendo fazê-lo parar de apertar a própria cabeça. Entretanto Emm afastou o braço bruscamente, se afastando outra vez. Mas eu não desistiria tão fácil. -Você vai se machucar assim, Emm. Deixa eu te ajudar. Você não quer tirar fotos comigo? Eu trouxe a câmera. - lembrei, querendo fazer qualquer coisa que apenas o tirasse daquele estado.

– Retardado. S-sou retardado. - gaguejou baixinho, chorando. Ele apertou mais as mãos sobre as orelhas e negou com a cabeça.

–Não, você não é retardado, Emm. Você é um garoto incrível. Eu gosto de você, você não gosta de mim? - perguntei e ele assentiu, balançando a cabeça com uma força mais que a necessária. - Então, pare de se machucar e repetir essa bobagem. -toquei seu pulso de novo e, seja lá por qual milagre, dessa vez ele não se afastou.

Ele me deixou segurar seus braços e ajudá-lo a ficar de pé. Aos poucos foi se acalmando. Emm soltou a cabeça e abriu os olhos. Seu corpo parou de balançar e o surto recente parecia ter acabado. Eu não podia estar mais aliviada no momento.

Encarei seus grandes olhos castanhos e suspirei. Suas bochechas estavam molhadas pelas lágrimas cristalinas e isso quebrou meu coração.

–Toda vez que alguém te chamar de retardado ou falar qualquer que te ofenda, me promete que não vai ficar nervoso e nem fazer isso? Promete que vai dizer que aquilo é bobagem? - pedi. – Você sabe que não é nada disso.

Emm me olhou, mas não disse nada.

–Emm... - o adverti, insistindo. Ele secou os olhos com as costas das mãos.

– P-prometo, Rose. - falou e respirou fundo. Então ele passou os braços em volta de mim, rápida e desajeitadamente, me soltando logo em seguida. Fiquei sei reação até compreender que ele era seu abraço, seu modo de agradecer o que eu tinha feito por ele. – Gosto de você, Rose. – consegui escutar seu sussurro tímido.

O sorriso que ele me lançou brilhou em meios às lágrimas que molhavam suas bochechas fofas. Foi pequeno e rápido, não deixando as covinhas expostas por mais que meros segundos. As covinhas que eu tanto amava ver salpicar as bochechas do meu garoto. Mesmo assim foi doer o coração de tão lindo.

Esme se aproximou de nós, me permitindo notar quando ela secou as lágrimas e forçou um sorrindo. Eu podia imaginar os pensamentos que passavam por sua cabeça agora. Tristeza, vergonha, desespero. Alec realmente era um sobrinho horrível.

Ela sussurrou um obrigada em meu ouvido e eu lhe sorri, não achando necessário qualquer agradecimento. Beijou a bochecha do filho, passando a mão para lhe secar as bochechas. Emm a afastou logo em seguida, mas Esme não pareceu se importar.

– Vão lá pra fora, vou terminar de arrumar isso aqui. – ela tocou meu ombro e o de Emmett, então entendi minha mãe para ele que prontamente aceitou, me deixando guiá-lo até os fundos se sua casa.

O jardim dos Cullen era realmente lindo. Apesar de do tom marrom das folhas e das poucas flores devido ao inverno, ainda se podia notar a beleza, realçada pelos flocos de neves que caiu na noite anterior. Tudo estava coberto por pontinhos brancos que começavam a derreter pelo calor e claridade dos fracos raios de sol.

Ergui a câmera, pendurada em meu pescoço, focalizando um passarinho sobre a cerca da casa. Tirei a foto e analisei, gostando do resultado. Emm cutucava a grama coberta de branco com um graveto. Outra vez focalizei a lente, agora em sua direção, obtendo mais uma foto linda daquele garoto perfeito.

Os raios fracos de sol contra sua pele branca, sua expressão concentrada no chão. Até mesmo o modo com suas sobrancelhas se moviam. Tudo nele me fascinava e me dava vontade de registrar. Teria que me controlar ou o presente dos irmãos Cullen seria noventa por cento fotos de Emmett.

– Ei Emm, quer tentar? – sugeri, caminhando até ele lhe oferecendo a câmera. Ele me encarou surpreso, a boca levemente aberta.

– Eu não sei, Rose. – negou com a cabeça.

– Não tem problema, eu te ensino. – tirei a alça que sustentava a câmera fotográfica em meu pescoço e a coloquei no de Emmett. Ele a segurou com as duas desajeitadamente, parecia com medo de quebrar. – Tudo bem, Emm, não vai quebrar.

Emmett assentiu, olhando do objeto em suas mãos para o jardim a sua frente. Uma borboleta passou e ele ergueu a câmera rapidamente, apertando o botão de disparo. Fez careta quando viu que a foto havia saído borrada e a borboleta não aparecia na imagem.

– Você tem que ir com calma. Primeiro, tem olhar por aqui. – apontei o quadradinho por onde ele devia olhar. – Então você espera ela pousar e tira a foto sem se mexer, okay?! – expliquei com toda paciência e ele assentiu.

A borboleta havia pousado sobre uma margarida amarela que tinha algumas pétalas salpicadas de neve. Emm deu passos lentos até se aproximar o suficiente. Olhava por onde eu havia indicado, mantendo um dedo sobre o botão de captura. Então ele o apertou, rindo logo em seguida. Sua gargalhada me fez sorrir e a borboletinha voar.

– Vamos ver se ficou boa. – segurei a câmera ainda presa a ele e coloquei na tela a foto recém-tirada.

A imagem da pequena borboleta, de asas amarela e detalhes preto, estava ótima, não havia tremido como a anterior. A luz da tarde, as folhas verdes, os pontinhos brancos de neve. Tudo emoldurava o pequeno inseto e deixava a foto lindamente natural. Ele havia conseguido e eu estava contente por ele.

Emmett me olhava apreensivo, como que querendo saber minha opinião. Abri meu melhor sorriso para acalmá-lo.

– Está linda, Emm. Parabéns. – falei, olhando para ele. Emm também sorriu, tomando a câmera de minhas mãos e caminhando pelo jardim, a fim de achar outra coisa interessante para fotografar.

Passamos o resto da tarde assim, rindo e tirando fotos. Acertei algumas bolas de neve na cerca de Esme e Emm riu. Ele me jogou uma bola de neve na cabeça e eu me surpreendi, não estava esperando por isso. No inicio fiquei sem reação e sua expressão mudou de travessa para de preocupado e arrependido. Só quando gargalhei, Emm pareceu relaxar e me pediu desculpas. Não me importei, apenas pedi que tirasse uma foto minha cheia de neve no cabelo.

Quando a brisa fria se tornou mais gélida, começando a deixar méis dedos das mãos esbranquiçados, Esme apareceu e disse para entrarmos. Preparou chocolate quente para nós, se sentando no sofá da sala com o marido para bebermos. O senhor e a senhora Cullen ficaram orgulhosos e sorridentes vendo as fotos que o filho havia tirado em minha câmera. Emmett mais ainda por ter experimentado uma nova distração.

Meus pais vieram me buscar antes de escurecer, o que em minha opinião era cedo demais. Estávamos nos divertindo conversando sobre Jasper e Alice, que ainda não haviam chegado, enquanto Emmett olhava as fotos que ele mesmo havia tirado, totalmente concentrado e admirado.

Foi realmente uma tarde deliciosa e eu ansiava por mais momentos assim. Lamentaria muito quando as férias chegassem ao fim. Estavam sendo, sem dúvida alguma, as melhores da minha vida.


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Notas finais do capítulo

Esse Alec é um idiota, né?! Af, af. O pior é que há muitos como ele por aí.
Pessoinhas, provavelmente o próximo capítulo é o último.
Comentem por favor, agradeço muito.
Beijo, beijo.