Overdose de Loucura escrita por Pale Moon


Capítulo 19
♥ Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

HELLO HELLO HELLOOOU! E aí manos e manas, tudo bem? Como prometido, estou voltando ao meu ritmo, espero conseguir continuar assim, haha! Hoje não tenho nenhuma noticia para dar aqui nas notas, quero apenas agradecer o apoio de todas acerca do capítulo anterior. Obrigada!

Capítulo não betado, então já sabem... Boa leitura! s2



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♥ Capítulo 19

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— Você é um puto de um traidor. – Falou com asco, não sabendo lidar com toda aquela mistura de sentimentos negativos em seu âmago.

Castiel sequer conseguiu esperar uma resposta dele. Perguntar para Nathaniel se ele aproveitou a situação era apenas uma retórica, pois a resposta já lhe era óbvia. Logo, chegou sozinho á conclusão.

— Castiel, me deixa falar, me deixa explicar direito o que aconteceu! – Nathaniel tentou rebater, mas Castiel estava tão inerte em sua fúria que sequer ligava para as suas tentativas de explicação.

 - Explicar? – o loiro riu, cheio de escárnio, contendo a vontade de dar um soco naquele rosto. Nunca imaginou que teria tanta vontade de socar sua própria face. Mas ele tinha agora. – Explicar o quê?! Que você me fez de idiota de novo, seu Representante de merda?! Eu sabia... Eu bem que sabia que você sempre esteve de olho na Debrah, desde quando a gente namorava! E agora tem a chance perfeita de dar em cima dela, não é?!

— O que?! – Agora era Nathaniel que estava visivelmente chateado com a situação, olhando-o com indignação. Não... Não estava acreditando que Castiel estava alegando aquilo. – Você está louco, seu delinquente! Por que não cala um pouco a boca e me deixa falar o que aconteceu?!

—Por que eu não quero ouvir as suas explicações ridículas! Eu... Eu não sei como cheguei á acreditar em você! Você é um traidor de merda, Nathaniel! É isso que você é, um maldito traidor do caralho! – Castiel não fez questão de conter a sua vontade de gritar, elevando a voz e respondendo-o da maneira mais ácida que conseguia naquele momento.

Lysandre, que ainda estava por perto escutando tudo (não que tivesse a real intenção, visto que aquilo não era nada vitoriano!), não esperou por mais outro grito, chegando bem próximo de ambos e os separando. Castiel e Nathaniel já estavam quase se pegando em meio aos gritos. E não, não era o “se pegando” de bom, muito pelo contrário. Se demorasse mais cinco segundos, com certeza ambos iam começar uma briga feia ali, sem se importarem de estar socando a cara um do outro.

— Parem! – O albino gritou; coisa que não lhe era muito comum, mas que no momento foi deveras eficiente.

Ambos apenas se encararam, calando-se por breves instantes.

— Eu não a beijei porque eu quis, Castiel. – Nathaniel tentou mais uma vez.

Mas tudo que Castiel fez foi revirar os olhos dourados, franzindo ainda mais o cenho e fazendo o possível para não voltar á gritar novamente.

— Foda-se. Eu não acredito em você, seu mentiroso de merda. Você não vai me fazer de idiota outra vez. – Disse cheio de desdém, como se estivesse sentindo nojo pelo o simples fato de dirigir á palavra a ele.

Nathaniel ainda abriu a boca e pensou em argumentar mais uma vez. Entretanto, notou através do olhar colérico do outro que seria em vão. Castiel estava cego.

Cego de amores por Debrah. E cego de ciúmes.

O ruivo apenas negou com a cabeça e resolveu sair, em total silêncio. Ou melhor, em quase total silêncio.

— Então não confie mais em mim. – Foi tudo o que disse antes de sair do terraço.

Castiel saiu de perto de Lysandre e deu um soco arrebatador na grade da escola, mesmo sabendo perfeitamente que aquilo era inútil. Que de nada adiantaria socar as paredes e grades.

— Castiel...

— Me deixa em paz, Lysandre.

O rapaz vitoriano apenas se retirou, sabendo que esta era a única coisa que podia fazer no momento: Deixar seu amigo sozinho.

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O lado bom de estar no corpo de Nathaniel é que poderia matar aulas á vontade. Era só dar a desculpa que estava no grêmio estudantil, revisando papeis importantes, que os professores sempre o liberavam. Mas era só isso que tinha de bom mesmo.

Castiel poderia simplesmente sair e matar aula sem avisar á nenhum professor. Afinal, não precisava mais se passar por Nathaniel e agir como ele; poderia muito bem ignorar o acordo idiota que fizeram. Mas, de alguma forma, estava agindo de acordo com o loiro irritante.

Entretanto, isto era o que menos importava agora. Neste exato momento, Cas estava com a cabeça sobre a mesa do grêmio, enquanto permanecia sentado na cadeira, olhando fixamente para a janela daquela salinha pequena, mas bem arejada. O olhar parecia bem longe dali, e ele claramente não era o Nathaniel. Se alguém entrasse ali, era provável que notaria o óbvio.

Ele só queria ficar distante de qualquer ser vivo que pudesse encher-lhe a paciência. Só queria... Colocar a cabeça no lugar. Nunca pensou que fazer esse tipo de coisa fosse tão difícil.

Que maldição; não conseguia parar de pensar na droga de notícia que Nathaniel disse hoje cedo.

E... No meio da conversa, ela me beijou.”

Não conseguia parar de repetir essa frase mentalmente na sua cabeça. Não conseguia! Era como uma fita de vídeo que voltava o tempo todo àquele instante.

E como se não bastassem, suas memórias o levavam para aquele dia. O dia em que flagrou Debrah e Nathaniel aos beijos. Já não sabia mais em quem acreditar. Sua mente estava confusa, sua cabeça doía e seus olhos ardiam como se tivesse espremido pimenta neles. Mas não ousou derramar nenhuma lágrima. Não seria tão ridículo á tal ponto.

— Castiel... – Lysandre tentou, mais uma vez, chegar perto do amigo. Não conseguia se concentrar na aula sabendo que ele estava aqui, se lamentando mentalmente. Então pediu ao professor uma permissão para ir ao banheiro, mas ao invés disso, Lys veio conferir como estava o melhor amigo. Não tinha como não ficar preocupado.

— Me deixa sozinho, Lysandre. – Cas resmungou de um jeito engraçado, visto que ele estava com a bochecha encostada na mesa, mas sequer moveu o rosto para olhar o amigo ou falar. Só queria ficar sozinho.

— Eu queria ver se está melhor...

Castiel não respondeu nada. Continuou com o rosto virado, olhando silenciosamente o vidro da janela do grêmio estudantil.

Tendo o silêncio como resposta, Lysandre resolveu continuar:

— Eu liguei para o pub. Bom... Já desmarquei a nossa apresentação. Eles vão nos substituir. – Avisou.

Silêncio. Apenas mais silêncio como resposta...

Lysandre suspirou pesado. Desencostou-se da porta e andou até o amigo, tocando seu ombro. Castiel parecia na lama.

— Eu sei como é devastadora uma traição, meu amigo. Mas... Você precisa levantar a cabeça. Ainda deve procurar a solução deste problema ao lado de Nathaniel.

— Eu não vou procurar nada com aquele traidor maldito. – Enfim saiu de seu silêncio, com uma reclamação bem ácida. Ergueu-se, continuando sentado, mas tirando a cara da mesa e olhando feio para o melhor amigo. A irritação não iria embora tão fácil.

— Você sabe, em seu interior, que precisa resolver isso com ele. Você sabe Castiel.

— Qual a parte do “me deixa em paz” você não entendeu, Lysandre? – O loiro cortou-lhe a fala, revirando os olhos. 

— Tudo bem. – Lys afirmou com a cabeça e andou até a porta, pousando a mão suavemente sobre a maçaneta da mesma. Todavia, antes de abrir a porta, voltou seu olhar enigmático para o amigo que o esperava sair. – Eu só não entendo uma coisa.

Castiel permaneceu calado, apenas esperando ele sair.

— Será que seu ciúme é mesmo em relação á Debrah? – O olhar sibilino permanecia sob a franja platinada.

Após deixar a pergunta no ar, Lysandre saiu da sala sem dizer mais nada.

E a pergunta deixada por ele não ficou apenas no ar. Ficou, principalmente, nos pensamentos de Castiel.

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O dia estava péssimo. Era um desses dias em que você pensa “Eu não devia ter levantado da cama hoje”. E, de fato, Castiel não deveria.

Após aquela noticia traiçoeira de Nathaniel, o maldito sentimento confuso que assolava sua mente deturpada, a dúvida cruel e hedionda que Lysandre havia implantado nos seus pensamentos, e a confirmação de ter cancelado oficialmente o show de seus sonhos... Estava um caco. Sim, Castiel estava pior que um caco de vidro, desses que se despedaçam em mil pedaços.

Logicamente, o loiro não teve cabeça para absolutamente nada durante o dia inteiro. Só olhou para aquele monte de papel chato, dentro daquela sala chata, e ficou “apreciando” seu dia chato. Arg!

Levantou-se, sentindo a bunda doer por ficar tanto tempo sentado naquela maldita cadeira e esticou os braços. O que ainda estava fazendo dentro desta sala imbecil?!

— Nathaniel? – Melody o chamou timidamente ao entrar no grêmio estudantil.

— Hã? – Virou-se para a moça que havia acabado de entrar no cômodo. Sua expressão não era das melhores, era uma mistura de sono, tédio, raiva e tristeza. Existe algum sentimento que define a junção desses quatro?

— Eu estava preocupada. – Ela fechou a porta atrás de si, suspirando baixinho. – Você não foi assistir à aula. Passou o dia inteiro aqui. É raro você não aparecer nas aulas, principalmente nestas após as provas, onde os professores fazem as correções e citam coisas importantes... – Comentou no seu baixo e suave tom de voz.

Quanto tempo Castiel havia ficado ali dentro?!

— Ah. Eu não estava com vontade de assistir aula hoje. – Deu de ombros. Definitivamente Melody agora não era a melhor das situações.

— Eu estou preocupada com você. – A garota tentou uma aproximação, mas Castiel rapidamente a cortou, passando pela garota e indo até a porta.

— Foi mal, mas eu não estou com cabeça para conversar hoje, Melody. – Dito isto, saiu da sala, notando que o tempo realmente havia passado. As aulas de hoje já haviam se encerrado.

Castiel não se importou com a forma como agiu com Melody. Ou se Ambre ainda estava na escola lhe esperando. Pouco importava agora.

Só o fato de andar fazia sua cabeça doer. Castiel era puro estresse agora.

Sentia-se traído. Traído de uma maneira que lhe dava repulsa á si mesmo.

Caramba, estava confiando em Nathaniel! Por que ele tinha que fazer isso?

Suspirou pesado ao entrar na casa que não lhe pertencia. Detestava aquela situação. Detestava aquela casa. Detestava aquelas pessoas que residiam ali. Talvez, detestasse até á si mesmo por ser tão idiota.

Não sabia o que fazer no restante do seu dia (ou melhor, de sua noite. Já estava ficando escuro, afinal). Porém, Ambre com certeza não fazia parte de seus planos inexistentes. Não queria escutar os berros da loira mimada. Mas era justamente isto que ela estava fazendo agora: Berrando.

— Onde você estava?! Eu te esperei para irmos embora! Não sabia que ia ficar plantado no grêmio! – A loira desembuchou ao vê-lo chegar. Estava sentada no sofá e viu quando o gêmeo chegou, então logo desviou a atenção de seu celular para dar uma bronca naquele insensível.

Castiel revirou os olhos. Não estava com paciência hoje. Hoje ele não pretendia bancar o representante. Com certeza não.

— Eu não preciso ficar contando os meus passos para você! – Reclamou de um modo atípico (ao menos, não era típico de Nathaniel).

— O que?! – Ambre não acreditou na resposta e o fitou com desdém e um pouco de raiva. Com quem ele pensava que estava falando?! – Você deveria ter me avisado!

Foda-se, Ambre! Eu não devo satisfações á você! Aliás, eu não devo merda nenhuma á você ou á qualquer outra pessoa! Você ficou me esperando porque quis! – Respondeu da mesma forma, irado, enquanto andava em direção á cozinha.

— Olha aqui, eu não vou deixar você falar comigo desse jeito, Nathaniel! Não me interessa se a droga do seu dia foi uma porcaria com aquele monte de papel empoeirado, mas não venha descontar sua raiva em mim! – A loira enfatizou, erguendo-se do sofá e deixando claro que não ia se calar diante dos desaforos. – Hurp! Eu vou dormir na casa da Li hoje, não preciso ficar aqui ouvindo essa sua crise de identidade nervosa! – E ao realçar sua bronca, saiu da sala, indo ao quarto e demorando pouco mais que dez minutos para pegar sua bolsa e sair. Era acostumada á dormir na casa das amigas, então não precisava ficar em sua casa depreciando sua beleza.

Castiel pouco ligou para aquela cena patética. Nada mais importava agora. Foda-se a imagem de Nathaniel ou a vida dele. Não era mais da sua conta.

Deu de ombros e adentrou a cozinha da grande casa do loiro, indo em direção á geladeira e pegando qualquer porcaria que pudesse comer em seu quarto. O pior de tudo é que quando se referia á “qualquer porcaria”, eram sempre aquelas coisas saudáveis, tipo frutas. Nem comer direito Castiel andava comendo. Estava farto daquela vidinha de merda! Enquanto vivenciava a vida chata de Nathaniel, ele estava lá na sua casa, com a sua ex-namorada, fazendo-o de idiota!

— O que pensa que está fazendo?! – Francis entrou no mesmo cômodo em que o loiro estava, perguntando aquilo num tom rancoroso.

O mais novo fechou a geladeira e revirou os olhos. Não devia mais nada àquele povo. Aliás, talvez fosse melhor nem ficar mais naquela casa patética.

Hurp! – Deu de ombros e saiu com uma maçã em mãos, passando por ele pela cozinha, como se não tivesse ninguém ali. Agir com descaso e arrogância era sua especialidade.

Entretanto, Francis não esperava uma resposta daquele naipe. Nathaniel lhe era obediente, e aquele tipo de atitude não era permitido na sua casa, em sua autoridade. Segurou o ombro do mais novo quando o mesmo ia passar por si, não o deixando sair e perguntando mais uma vez:

— O que pensa que está fazendo?! – Apesar da pergunta soar pausadamente, o tom de ameaça era notável na voz do mais velho.

Castiel ergueu a sobrancelha ao fitar a mão alheia em seu ombro, e em seguida subiu o rosto, olhando-o nos olhos. Coisa que Nathaniel nunca fazia perante o pai.

— E isso importa? – Puxou o ombro, disposto á passar o resto da noite dormindo, pois era a única coisa boa que tinha para fazer naquela maldita casa, principalmente em um dia de merda como o que teve hoje.

Entretanto, Castiel não esperava por aquilo. Com certeza, Castiel não esperava o que vinha á seguir: Um soco fortemente certeiro em seu olho direito.

Além de ter sido pego de surpresa, aquela agressão súbita o fez cambalear e cair dolorosamente no chão da cozinha.

O que diabos esse homem pensa que está fazendo?!

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Eu achei o capítulo de hoje meio(muito) cansativo, mas foi necessário fazer essa irritação toda do Castiel. O próximo vai ser mais movimentado, juro! O que acharam? x.x

Isso é tudo, pessoal! o/



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