Overdose de Loucura escrita por Pale Moon


Capítulo 17
♥ Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

SOBRE A DEMORA: Mais uma vez, eu peço perdão. Quem me acompanha pelo o grupo do face, soube que eu estava sem carregador de notebook(e estou dependendo da boa vontade do meu irmão em me emprestar o dele). Confesso também que, por causa da minha imensa demora, alguns leitores aparentemente desistiram de mim, e isso me desanimou 'pra caramba. :/

MAS TAMBÉM QUERO AGRADECER : Zenobia e DontCry, muuuito obrigada pela recomendação! Eu estava bem triste com o abandono de muitos leitores, mas vocês conseguiram me reanimar! Capítulo dedicado ás duas! ♥

Também deixo agradecimentos especiais para a Silent Girl e a Anjo da Lua por serem novatas e aparecerem nos comentários. Obrigada gente!

Capítulo não muito bem revisado(estou morrendo de sono). Qualquer erro grotesco avisem, e boa leitura! s2



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Capítulo 17

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— Não vamos conseguir á tempo. – Falou num tom de desistência que não lhe era comum.

Castiel sabia muito bem: Não ia conseguir salvar a sua apresentação no pub. Os dias estavam contados, faltava muito menos que uma semana para se apresentarem no Floresta, e Nathaniel ainda estava penando para aprender uma única fodida música.

Não ia dar tempo. Não ia dar certo.

Odiava admitir, mas havia perdido aquela chance de ouro.

— Castiel... – Lysandre, do outro lado da linha telefônica, ainda pensou em argumentar. Mas o que falar? O amigo estava coberto de razão. Não poderia subir no palco com Nathaniel, que não sabia manter uma única nota por muito tempo. O loiro era bom, aprendeu muita coisa rapidamente. Todavia... Não era o suficiente para levar adiante e apresentar para um público rigoroso.

— A gente perdeu essa apresentação, Lysandre. – Apesar de irritado, no fundo Castiel parecia verdadeiramente triste. Quando iam conseguir outra chance dessas? Suspirou pesado e deitou na cama do loiro, olhando para o teto branco de sua casa. Era tão tediosa aquela vida. Era tão chata aquela situação. Do que estava falando? Aquela situação era a pior coisa que já havia acontecido. Será que era por isso que Nathaniel era um cara tão chato e sem graça?

E o suspiro do amigo não passou por despercebido para o garoto de cabelos platinados. Lysandre sabia que ele estava na pior com isso, mas realmente não havia muito que ser feito.

— Eu sinto muito, meu amigo. – Murmurou baixo e triste. Como se estivesse compartilhando a tristeza do melhor amigo.

— Vou desligar. – Castiel murmurou sem muito ânimo, desligando em seguida e dando outro suspiro, desses pesados que tiram quase todo o ar dos pulmões.

Havia perdido a apresentação mais valiosa de sua vida.

Havia perdido a paz de seus pensamentos.

Havia perdido sua própria vida.

— Que merda... – murmurou sozinho. Será que Nathaniel havia perdido muitas coisas também com essa loucura toda?

Como será que Nathaniel estaria nesse momento?

E isso importava?

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♥♡

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— Eu... – Nathaniel respirou fundo, mas prosseguiu, mesmo diante do motivo de seu silêncio súbito. – Eu não acho que seja um bom momento para conversarmos agora, Debrah.

De fato, por essa ele não esperava. Quer dizer... Ainda lembrava-se da mensagem da morena no celular de Castiel, mas não esperava ser abordado por ela pessoalmente.

Logo que a viu, Nathaniel ficou surpreso e meio que sem palavras. E ele ainda estava sem palavras! Estava diante da ex-namorada de Castiel, aquela garota que estragou qualquer tipo de relação amigável, educada e tolerável que eles poderiam ter. Hoje eram rivais e inimigos graças ás artimanhas de Debrah.

Bom... Não sabia ao certo se “inimigos” era a palavra certa agora, mas de qualquer forma, Castiel ainda era o tipo de pessoa na qual Nath não fazia questão de manter perto por longos dez minutos. E ela era uma grande culpada nisso, de fato.

E outra: Como deveria agir diante dela? Como o verdadeiro Castiel agiria com ela?

O ideal era dispensá-la mesmo. Dispensá-la o mais rápido possível!

— Eu sei que você não deve estar querendo sequer respirar o mesmo ar que eu. – A garota respirou fundo e se aproximou, mas sem ficar realmente muito próxima. Ela parecia nervosa também. Mas não tão nervosa quanto Nathaniel, claro. – Mas eu precisava falar com você. Você... Não respondeu a minha mensagem. Então... Eu vim te ver. – Debrah parecia ponderar bem cada palavra que falaria. Como se qualquer passo em falso pudesse desmoronar todo o diálogo pacífico entre ambos.

— Bom Debrah, eu... Eu já falei que não posso conversar agora. – tentou manter uma pose de indiferença, falhando miseravelmente.  – Eu estou atrasado e preciso ir.

Nathaniel logo tentou andar, sair dali, sair de perto daquela garota que, no momento, parecia o diabo que havia acabado de brotar do chão para levá-lo ás profundezas do inferno. Talvez não fosse uma comparação tão ruim, afinal.

Entretanto, a mão ágil e suave de Debrah segurou a manga de sua jaqueta, bem na ponta, próximo de sua mão. Ela parecia que não ia desistir enquanto não conseguisse o que queria: Conversar.

E só de pensar nisso, Nathaniel suava frio e temia por dentro.

No fundo já não odiava mais Debrah. Nunca odiou, na verdade; “ódio” é uma palavra forte demais. Porém... O que ela fez consigo, e até mesmo com o idiota do Castiel, foi uma tremenda de uma sujeira sem escrúpulos! Mas aquilo não era de sua autoria, não deveria julgá-la. Ao menos não estando na pele de Castiel. Não podia, não assim... E isso o apavorava de alguma forma!

— Eu só queria me desculpar. – Debrah se aproveitou do silêncio alheio e falou de uma vez á que veio, de um jeito cabisbaixo. Sequer parecia aquela Debrah cheia de vida e vaidosa que era. 

Nathaniel ergueu as sobrancelhas, um pouco surpreso, talvez. De alguma forma, não cria naquilo. Talvez por não esperar uma atitude tão deprimente vindo de Debrah.

Ela apertou ainda mais a manga de sua jaqueta. Parecia aflita, as mãos tremiam de uma maneira nunca vista antes. Como era a relação deles dois quando estavam sozinhos, afinal?

Nunca havia se perguntado isso.

Nunca havia pensado em como era o relacionamento deles dois entre quatro paredes. Longe dos olhares de terceiros. O mundo secreto e particular deles dois.

Dos dois... Apaixonados, talvez.

Sua cabeça rodava, sua mente gritava coisas desconexas e seu corpo só paralisava enquanto a fitava através do olhar acinzentado de Castiel.

A pergunta principal era: O que fazer por Castiel nesse momento? Como agir?!

— Eu sei que... – Ela o encarou ao voltar á falar, rindo baixo e breve; um riso nem um pouco divertido ou alegre. – Eu sei que você deve estar meio puto comigo. Mas... – A garota apertou mais forte ainda o tecido entre suas mãos trêmulas. Parecia gelatina de tão trêmula que ela estava. – Eu precisava fazer isso...

E ao dizer esta última frase, parece que o choro de Debrah que estava entalado em sua garganta veio á tona, deixando escapar algumas lágrimas, enquanto seus ombros tremulavam da mesma forma que suas mãos. Isso era sério mesmo?

— Debrah, eu realmente não... – Nath respirou fundo, mas ao ver a outra de cabeça baixa, tão derrotada, não teve a coragem de se soltar e sair dali como se não ligasse para nada.

E não é como se não ligasse para nada. Apenas... Estava petrificado demais!

— Eu sei que você não quer falar comigo, mas eu precisava dizer isso, Castiel. Eu fui uma... Uma idiota com você! Uma vadia; sei lá, você pode falar o que quiser, eu...! – Debrah soltou, finalmente, a manga da jaqueta alheia, levando as duas mãos para os próprios cabelos, deixando-os ligeiramente desgrenhados enquanto respirava fundo e o olhava nos olhos – Eu errei feio, eu sei! E você não merecia isso! Castiel, eu... – Ela falava tão rápido que Nathaniel mal tinha tempo de processar toda a informação do que ela dizia. Debrah parecia ter ficado extremamente nervosa.

— Debrah, calma. – Nath também não estava nada bem diante daquilo tudo.

Por que ela resolveu pedir perdão assim, do nada? O que estava acontecendo, afinal?

— O que está havendo? – Nathaniel finalmente resolveu perguntar, visto que não conseguiria se livrar da garota e nem entender por si só toda aquela situação bizarra.

Ela olhou para os lados, voltando á arrumar os cabelos, fazendo um coque desses frouxos, o melhor que ela pôde fazer no momento, talvez, por estar com as mãos trêmulas. Ela estava inquieta ao extremo. E foi então que o olhar observador de Nathaniel notou que as roupas dela estavam ligeiramente amassadas. Debrah não parecia, de longe, a garota vaidosa e egocêntrica que sempre se mostrou ser. Ela respirou fundo e voltou á olhar para si. Abriu a boca por algumas vezes, ponderando como deveria contar o que estava por vir. E a cada mínimo segundo que se passava, a cada milésimo que ela pensava em silêncio, era uma tortura particular na sua cabeça, no seu âmago, e até mesmo em seu peito.

Era tudo muito angustiante.

— Eu estava saindo com um cara. – Ela finalmente soltou as palavras, mas ainda parecia pensar em cada uma delas para dizer o que viria á seguir. E Nathaniel apenas esperou em silêncio tudo o que ela tinha para contar.

E novamente o silêncio. Mais e mais silêncio.

Nathaniel esperava pacientemente, ou apenas era o que parecia por fora. Era um ótimo ouvinte, apesar de estar intrigado e nervoso com a próxima noticia que viria á seguir. Mas tudo o que podia fazer era aguardar sem pronunciar nenhuma palavra.

— E ele... – Debrah engoliu em seco. – Ele...

— Ele? – Nath a incentivou á continuar. – Se não me contar, não terei como adivinhar, Debrah. – Não quis soar rude, mas, de alguma forma, imaginava que Castiel falaria assim com ela. Ao menos nessa situação de total desespero e curiosidade.

Debrah começou á rir. Rir de si mesma, uma risada ácida e nem um pouco engraçada. Como se ela fosse digna de pena e merecesse exatamente isso: Risos na sua cara. Por ser tão idiota, pilantra e vadia. Depois deu um sorriso sem graça e tirou o casaco jeans, desses que tem um estilo meio envelhecido e desfiado, revelando a blusa colada no corpo, que era em diversos tons azuis. Entretanto, não foi a blusa que chamou a atenção do ruivo, mas os tons em outro local, em sua pele.

Seus braços estavam cobertos de hematomas arroxeados.

— O... Que são essas marcas nos seus braços, Debrah? – Nath ainda pensou duas vezes antes de perguntar.

— Meu novo namorado... – A morena respirou fundo e abraçou a si mesma, como quem sente frio. Frio ou medo. – Ele bateu em mim, Castiel. – A voz tremeu novamente, mas ela engoliu o seco e ergueu mais a cabeça. Parecia estar tentando voltar a ser a mesma Debrah de sempre, orgulhosa e imodesta. Mesmo com a aparência fragilizada e assustada.

Se antes Nathaniel estava boquiaberto com a presença da garota, agora ele estava completamente em choque. Mas ele não se permitiu ficar muito tempo paralisado e chocado com a recém-descoberta.

— Ele...? O que?!

Ela apenas desviou o olhar e não falou mais nada. Parecia envergonhada e humilhada.

E, de fato, estava.

Já Nathaniel... Ah, Nathaniel não estava acreditando naquilo. Ele tinha que admitir: Tinha certa repulsa por aquela garota tão mesquinha e traiçoeira. Contudo, jamais desejaria algo assim para ela. Apanhar do namorado? Que tipo de cretino e sem escrúpulos faria algo do gênero?! Com quem ela estava se envolvendo?!

Tomado por um impulso, ele simplesmente a abraçou, com cuidado e lentamente. Talvez pela fragilidade da garota, ou pela a incerteza de realmente estar fazendo esse tipo de coisa. Será que Castiel faria isso?

Ela correspondeu ao abraço, enquanto escondia o rosto em seu peito, respirando fundo e se esforçando para não voltar á chorar como uma idiota novamente. Até porque aquele tipinho de cena não condizia com a personalidade de Debrah. Mas ela já não aguentava mais aquilo. Precisava de alguém, um ombro amigo, alguém em quem pudesse confiar. Alguém que sentisse o mínimo de compaixão e preocupação por si. E a primeira pessoa que veio á sua mente ao pensar nisso foi Castiel. Seu ex-namorado...

Ela sabia muito bem do erro que cometeu. Sabia muito bem que ele não merecia aquilo que ela fez. E sabia, também, que ele tinha o melhor abraço do mundo.

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♥♡

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Não poderia deixá-la sozinha. Não naquele momento.

Esse foi o primeiro pensamento á invadir a mente de Nath quando soube daquilo. Não existiam justificativas para aquele tipo de covardia. Um homem jamais poderia bater em uma garota, por mais que a garota não fosse uma flor que se cheire.

Debrah tinha seus defeitos. Muitos, é verdade. Traiçoeira, manipuladora, destruidora de sentimentos... A lista é infinita. Entretanto, não é partindo para a violência que se resolve isso. É cruel, injusto e irracional o fato de um homem levantar a mão para machucar fisicamente uma garota.

E de alguma forma... Bem, de alguma forma, Nath se colocou na situação. Entendia muito bem o que ela estava passando. Bem até demais. Quando viu aqueles hematomas, foi como se uma bomba de memórias e acontecimentos não muito distantes tivesse tomado conta de si. Sentiu-se na obrigação de fazer algo para ajudá-la.

E tudo o que conseguiu pensar foi em trazê-la para casa. No caso... A casa de Castiel.

Mas, no momento, a residência de Castiel era a sua moradia.

Ainda cogitou a ideia de irem á delegacia mais próxima para uma denuncia, porém a garota contestou e implorou para que não fizessem isso, pois ela ficaria ainda mais amedrontada, além da vergonha de revelar algo assim. Então a ideia foi rapidamente descartada, mesmo não sendo o certo (afinal, o ideal era buscar por uma ajuda especialista, não é?).

Logo não teve outro jeito: a levou para casa, tentando acalmá-la durante caminho, mas não conseguindo fazer nada. O percurso de volta foi estranho e silencioso demais.

E agora Nathaniel respirava fundo e olhava para o teto da sala, enquanto permanecia sentado no sofá. Ela estava tomando banho neste exato momento, talvez isso a ajudasse á relaxar e acalmar-se um pouco.

Mas talvez, só talvez, quem precisava mesmo se acalmar era Nath. Estava nervoso demais, sem saber o que fazer. Conseguia sentir na pele, quase que literalmente, o que ela estava sentindo. E não sabia o que fazer. Não sabia como ajudar. O que ele faria se pudesse ver a sua própria situação como um telespectador, como estava havendo agora?!

Não sabia a resposta.

Não sabia a maldita resposta!

— Sua casa não mudou nada. – Debrah falou de uma maneira amigável, surgindo do nada na sala, dando um leve susto no outro. Céus, será que ela tinha algum tipo de hobby para aparecer nos cantos assim, de surpresa?!

— Ah, é... – Não soube bem o que responder. Nem sabia como era a casa de Castiel antes, de fato. Ela deveria conhecer melhor. Afinal, era a ex dele...

— Obrigada, Gatinho. – Respondeu divertida, sorrindo suavemente para ele.

Quanto Nathaniel levantou do sofá, virando-se para fitá-la, se arrependeu: Debrah estava apenas de toalha. A toalha branca enrolava todo seu corpo magro, os cabelos estavam ligeiramente úmidos e grudados pelos ombros, e de algum modo era uma imagem bonita de se ver.

O que diabos ela estava fazendo, afinal?!

Desviou rapidamente o olhar e coçou a nuca. Aquele tipo de situação deveria ser normal?

— Bom, eu vou fazer alguma coisa ‘pra gente comer. – Deu a primeira desculpa que lhe veio á mente, virando-se e indo em direção á cozinha para preparar qualquer coisa.

Mas, mais uma vez, foi surpreendido pela agilidade da morena: ela segurou seu pulso, agora diretamente na pele, e o impediu de sair do cômodo.

— Cas... – Debrah chamou baixinho, tendo a atenção dele para si.

Os olhos dela pareciam ter algum tipo de atração magnética que o impedia de desviar o olhar. Era olho no olho. A distância se tornando cada vez menor, quase inexistente. As respirações se misturando conforme o rosto dela se aproximava do seu. Ela parecia estar na ponta dos pés.

Os lábios pertos um do outro, os olhos dela haviam se fechado, e pouco a pouco os seus também iam pelo mesmo caminho, fechando-se...

Será que o verdadeiro Castiel á beijaria neste momento?

Será que ele ainda era apaixonado por ela?

Será? Essa pergunta o deixava inquieto. Mais inquieto que o fato de estar beijando Debrah neste exato momento.

.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E então, estou perdoada? Espero que sim! :'<

GENTE, PARA QUEM GOSTA DE FANFICS INDIE: Deixo a recomendação da fic "Distopia", é só procurar no meu perfil. Nesse final de semana postarei o último cap dela(é uma two short casnath).

Espero que vocês não tenham desistido de mim. Se ainda tenho leitores, por favor, apareçam! Vocês são a fonte da minha inspiração!

Isso é tudo, pessoal! o/

Pale Moon.



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