Eu odeio o dia dos namorados escrita por Mags


Capítulo 8
O amor está em jogo


Notas iniciais do capítulo

Dedicado inteiramente a Raissa, que recomendou a fic.
Notas finais importantes!



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Ed Sheeran - Thinking Out Loud

 

 

Todos os deuses reunidos – inclusivo os menores e excluídos, como Hades, Irís e hipnos (o que ele está fazendo aqui?) - não pode ser bom sinal.

Quando me colocam sentada em uma cadeira de madeira imensa – estou em minha forma de 5 metros – encaro os deuses olimpianos e meu trono ali, sozinho. Piper está sentada aos pés do meu trono e evitando contato comigo.

— Afrodite, deusa do amor, o que você tem para nós dizer? - A voz de Zeus estava arrogante.

— Eu? Bom, eu nem sei porquê estou aqui – me faço de inocente.

Ares, meu amante infeliz, dá uma risada sarcástica.

— Não sabe? - Ele ri novamente. - Afrodite, você tentou detonar o dia de todos os semideuses aqui presentes e de Zeus e Hera. Você semeou a discórdia.

— Eu? - Pergunto novamente. Minha voz demonstra a arrogância. – Você vai se fazer de inocente por quanto tempo? Você sabe que nada disso teria acontecido se você e Hefesto não tivessem se envolvido.

— Afrodite, você me trai a milênios – Hefesto eleva o tom de voz.

— Você também. O único maldito deus que não trai é Hera – minha voz sai embargada.

— Me deixe fora dessa Afrodite, você já aprontou o suficiente com todos os deuses e malditos semideuses desse mundo. Você merece uma punição!

Todos os deuses concordam com ela, e engulo sem seco novamente. Estou em uma péssima situação.

— Queridos deuses, preciso dizer o que essa deusa aprontou dessa vez? - Zeus pergunta, quando todos acabam dizendo que sim ou assentindo com a cabeça, ele pigarreia. - Bem, ela havia organizado um encontro especial com todos os semideuses aqui presentes e para mim e Hera. Fomos à Broadway, assistir um musical e Afrodite nos enfeitiçou para crermos que a atriz principal fosse, na verdade, a mãe de Jason. Acabamos acreditando e quando eu fui tirar isso a limpo, fui até o camarim da atriz e ela me beijou – ele indica a mim com um dedo longo e fino – por encanto dessa daí.

Os outros deuses começam a comentar a situação.

— Afrodite fez mais do que isso, quem quer ser o próximo a comentar seu caso? - Hera usa sua voz doce. Percy olha para Annabeth, que eleva a mão no ar. - Pode falar, querida…

— Hera, menos – a loira pede. Ela olha para sua mãe e então para Percy. - Eu e Percy estávamos no Caribe, tendo um encontro à beira mar e com uma reserva no hotel. Estava tudo bem, passamos um tempo deitados na areia conversando, e depois fomos para o mar. Um dos animais marinhos chamou Percy para ajudá-lo com algo e eu fui até o restaurante. Quando ele voltou, não quis comer sushi – Poseidon dá um grito de raiva. Sushi e Poseidon? Não combina! - e então fomos até o hotel. Bem, estávamos no quarto quando alguém bate na porta, Percy foi atender e Afrodite estava com uma aparência diferente e tentou jogar um papo dizendo que Percy era namorado dela…

— E você acreditou, mocinha – eu, a deusa do amor, falo.

Hermes dá uma risadinha.

— Bom, não acho que seja preciso dizer o quê ela fez com todos – Leo resmunga. Todos os deuses olham para ele. Leo pega algumas coisas no seu cinto e começa a trabalhar nisso. Calipso está sentada do seu lado, com a mão em seu joelho. - Todos sabem que a deusa do amor pode ser uma vaca – ele olha para Hera -, sem ofensas.

Hera assente.

— Bom. O que vocês acham que Afrodite deve sofrer? - Zeus pergunta.

— Um serviço comunitário no Mundo Inferior – Atena fala. Droga mulher, vai arrumar um namorado e me deixa em paz!

— Dois meses de serviço num restaurante fast-food – Hermes grita. Por que ele perde seu tempo com isso ao invés de fazer mais filho?

— Bom, vocês são fúteis, por que acham que eu farei isso? - Piper olha para mim e sorri.

— Já sei o que ela pode fazer! - todos olham para ela. Piper se levanta (estava sentada em frente ao meu trono) e caminha até ficar de frente para Zeus. - Senhor, minha mãe é impulsiva e sei que estava animada demais com a situação, mas quando Hefesto pregou uma peça em Ares, tudo desencaminhou. Ela ficou ressentida e com raiva do deus, quis apenas que todos tivéssemos uma noite como ela, uma péssima lembrança de dia dos namorados. Eu ofendi Jason após uma briga no restaurante do hotel que estávamos, disse que ele só sabe desmaiar e o deixei lá. Tudo isso por causa de um garoto.

Ela se vira para mim.

— Bom, sempre irá ter situações ruins para todos nós. Quando Hera é traída, faz Zeus sofrer por anos. Quando qualquer um de vocês sofre por algo que não quer de tal modo, se vingam. Por que minha mãe tem que ser diferente? - Ela olha para Jason e estica a mão para ele. Seu namorado entrelaça seus dedos nos dela e se levanta, ficando ao seu lado. - O amor não é feito só de momentos bons, tem os ruins e os que você sente ódio e quando quer destruir tudo. Minha mãe ama demais e sente muito mais quando algo não dá certo.

Deuses! Que orgulho da minha filha! Sorte que ela é filha de um ator de cinema, para saber ser tão inteligente e falar bem.

— Acho que seria justo dar um castigo a ela de acordo com o que ela fez – sua voz sai como se houvesse ensaiado essa frase por horas. Epa! Castigo?

— E o que você sugere? - Zeus pergunta. Todos os deuses estão ansiosos pela resposta.

— Sim, espero que todos os deuses concordem. Ela deve unir um casal, já que tentou destruir alguns, que tente unir outro.

— E quem você sugere para vítima? - Poseidon suspira.

— Reyna e um mortal qualquer – a voz de minha filha sai com perfeição.

Os deuses olimpianos passam pelo menos duas horas decidindo se o que Piper propôs será aceito. Nenhum deles se importa com o fato de que eu estou sentada em um local nada agradável. Os meus queridos semideuses estão com tédio – assim como eu – e se encaminharam para os jardins do Olimpo.

— Bom, estamos decididos – Zeus fala, depois de muito tempo. - A mortal Reyna, filha de Belona, está nesse momento na Baía de São Francisco, e você, minha cara deusa Afrodite, irá até lá e fará o melhor que pode para juntar ela a um mortal. Ou tentar, até porque aquela garota é difícil!

Os últimos detalhes são decididos, eu assumo minha verdadeira forma e me transporto para o local que Zeus disse. Vejo Reyna assim que chego.

Ela está com alguns romanos treinando, em um ambiente mortal.

Ela se distancia dos outros e com uma espada nas mãos, se dirige até um ponto onde dá pra ver a ponte Golden Gate.

Ela se distrai totalmente, deixando o olhar ficar fixo em um ponto no horizonte e com um sorriso no rosto.

Um garoto de cabelo loiro, de aparência bonita e com o olhar travesso, observa Reyna a distância. Jogo em sua mente alguns pensamentos bons, felizes e o convenço de que Reyna é linda, e que qualquer esforço para ter ela valeria a pena.

Bom. Acho importante deixar claro um detalhe sobre meus poderes. Eles funcionam melhor quando apenas aumento o que uma das pessoas já sentem. Criar um sentimento do início é mais complicado e pode acabar em qualquer momento, mas quando já existe admiração ou sentimentos bons, tudo se torna mais forte e duradouro.

Continuo colocando sentimentos bons na mente do rapaz. Ele se aproxima a passos largos e decididos em direção a Reyna. Com as mãos nos bolsos, ele tem um sorriso travesso e um olhar combinando. Ele podia muito bem ser filho de Hermes, mas sei que não existe um pingo de sangue divino nele.

— Você é tão linda, até que a espada combina – ele solta uma risada, mas quando Reyna reage, e se vira, com a espada pronta pra ataque, ele se assusta. A espada de Reyna para a uns centímetros do pescoço do rapaz. - Hey, ninguém precisa morrer…

— Quem é você? - Ela ajeita a sua roupa e segura a espada apontada ao pescoço dele.

— Sou Mike, e você, oh, jovem dama de espada? - Ele ri novamente. Gostei do garoto. Ele tem coragem. Com essa garota, coragem é realmente importante.

— Sou Reyna – ela diz simplesmente.

— Então, Reyna, você sempre vem aqui para assustar as pessoas com sua espada? - Ele pisca para ela, a fazendo rir.

— Não, só de vez em quando. Mas nunca um rapaz como você.

Ela cora, desvia o olhar do dele.

— Como assim? Um rapaz como eu? - Mike a olha preocupado.

— Ah, você sabe. Bonito! - Ela cora novamente. Dessa vez, ele a acompanha. Ambos com as bochechas vermelhas, começam a rir.

— O que você é? - Ela pergunta. Seu rosto queimando.

— Uma pessoa normal e você?

— Nada normal. Mas sério, o que você é? Porque gostei de você e isso é impossível!

Ele se encaminha até um dos bancos que há por ali e se senta. Reyna fico o observando e sorri quando ele a chama.

— Me explica isso de impossível.

Ela suspira.

— Bom, eu nunca me dei bem com garotos. Ou eu os odeio ou eu sou apaixonada e eles arrumam namoradas, ou já as tem. Então, se eu acho um garoto legal logo de cara, ele tem namorada.

— Eu não tenho namorada, mas pretendo ter – ele arregala os olhos. - Eu disse isso alto?

Ela ri. Mike sorri de vergonha.

— Disse, só pra constar, quem seria?

— Você – ele fala, sem nem pensar. - Eu disse isso alto de novo. Tenho que me controlar mais!

Ela ri, coloca sua mão em cima da dele.

— Eu acabei de te conhecer, nunca vi você antes e não sei nada de você, bem, além de seu nome – sua mão faz pressão sobre a dele. - Mas seria loucura dizer que gostaria de sair com você?

Uso meu charme no rapaz e em Reyna. Eles sentem – por si só – algo um pelo outro. A única coisa que eu estou fazendo é aumentar isso a ponto de expressarem.

— Seria loucura eu aceitar? - Ele sorri.

Eles passam mais uns 40 minutos conversando um sobre o outro, rindo e decidindo o que farão na noite de sábado. Acabam decidindo por um jantar seguido de um filme no cinema. Quando eles se despedem, e eu me sinto exausta e precisando de um banho de loja, eles seguem cada um pra uma direção, com um sorriso bobo no rosto.

Me transporto para o Olimpo, onde todos os deuses estão reunidos.

— Pronto. Reyna se apaixonou por um rapaz chamado Mike, porém, não seria assim sem minha ajuda. Cumpri com meu castigo. Estou livre – enfim, olho ao meu redor. Não estão apenas os deuses comuns, mas alguns menores e Hades. - O que Hades está fazendo aqui?

Ele sorri e acena para mim.

— Pronta para seu serviço comunitário? - Ele fala sorrindo.

— Oi? - Grito em resposta. Ele começa a gargalhar.

— Achamos que fazer alguém se apaixonar era fácil demais para você, então, Hades aceitou ter você no Mundo Inferior como castigo… - Zeus começa a falar. Sua voz me deixa tonta.

Eu? Mundo Inferior?

Só pode ser brincadeira!

— Zeus, por favor – implorei – não faça isso comigo. Eu posso redimir todos vocês! Posso fazer um luau ou algo assim. Eu prometo!

Os deuses parecem pensar no assunto. Os semideuses tinham voltado para a sala dos tronos e estavam conversando animados.

— Aceita, Zeus – Leo fala animado. - Um luau seria uma ótima ideia, uma união dos deuses e semideuses… E eu posso aproveitar o momento para me redimir com a Ca!

Todos os outros concordam.

— Zeus, não há motivos para não aceitar. Eu posso preparar tudo e fazer isso amanhã à noite. Como é um sábado, todos estarão livres das obrigações do acampamento e posso fazer isso numa praia bem linda… Nada de Caribe – digo sorrindo para Annabeth, que fecha a cara para mim.

— Ok Afrodite. Você tem um dia para preparar tudo. Se for bem feito, você não vai ter que cumpri tantos dias de castigo.

— Como? - Resmungo.

— Isso que você ouviu. Você ainda estará de castigo, porém, com o luau sendo bem realizado e um sucesso entre todos os deuses e semideuses, você irá ter que cumprir apenas uma semana de castigo… Se não for bem feito…

— Se não for bem feito? - Pergunto, quando percebo que ele está fazendo suspense.

Ele sorri.

— Se não for bem feito, você irá passar um mês inteiro lá!

Adeus bolsas de grife, adeus salão de beleza. Estou perdida.

Tenho que fazer o melhor luau do mundo.

Boa sorte para mim!

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Oi meu amores.
Então, eu tava escrevendo e já tinha decidido que ia ser o final.
Porém, me veio a ideia de que juntar Reyna com alguém era algo fácil pra Afrodite, e que o Mundo Inferior seria uma boa ideia, mas ela ia fazer o possível pra se livrar disso. Então, ai surgiu o luau.
Bjoooos