The Walk Of The Demigods escrita por Lia Moura


Capítulo 3
Começamos nossa caminhada.




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As ruas estavam silenciosas, só tinha lixo e carros abandonados. Mas isso não era o pior.

Tinha pessoas, mas elas estavam como no meu sonho, todas pareciam zumbis.

–Igual ao meu sonho.- Thalia cochichou para mim.

–Eu também sonhei com algo parecido, mas... Mas achei que fosse um sonho normal, não fez sentido.- eu disse.

Dois dos zumbis começou a vim em nossa direção, eles estavam com a boca aberta pronto para nos devorar.

–Ele não está me obedecendo.- Nico disse.

De repente uma flecha cravou-se bem na testa de cada uma das criaturas. Todos olharam para Thalia.

–O que?- ela perguntou.

–Nada não. – Eu disse.- Vamos sair daqui antes que chamemos a atenção de todos.

Corremos para um beco para planejarmos o que iriamos fazer.

–Como isso aconteceu?- perguntei para quem quisesse responder.

–Bem que as coisas pareciam muito estranhas no mundo inferior.- Nico disse.- As almas estavam agitadas, meu pai estava indo frequentemente para o Olimpo, ele dizia que tinha “negócios” para tratar com os olimpianos.

–Antes de eu ir parar no Lotus, Lady Artêmis estava indo quase todos os dias para o Olimpo e me deixava com as caçadoras.- Thalia disse.

–Bem estranho mesmo- concordou Annabeth – Nessas ultimas semanas eu fui proibida de entrar no Olimpo, mesmo eu insistindo que se eu ficasse no mundo mortal as obras do Olimpo não iriam andar.- ela disse franzindo as sobrancelhas.- Mas... Não tem motivos para os deuses terem feito isso.- ela se referiu aos zumbis.

–Olha o que eu achei.- Nico disse tirando um jornal de uma lata de lixo.- “O vírus se espalhou com uma rapidez assustadora. As autoridades aconselham as pessoas a irem para a cidade grande mais próxima e sobreviverem.”. E esse jornal é da semana em que saímos na missão.

–Então...Um vírus transformou os mortais em zumbis?- Thalia perguntou.

Meu coração gelou.

Paul estava doente quando sai de casa. E se ele se transformou em zumbi? E minha mãe? A ideia de ela estar morta fez minhas pernas tremerem.

–O que vamos fazer agora?- perguntei de repente ofegante.

–Percy, você está bem? Você está pálido, e suando.- Annabeth disse com um olhar preocupado.

Ouvi uns grunhidos e três zumbis apareceram nos encurralando no beco.

Nico ergueu a mão, mas se era para acontecer algo, não deu certo.

–Não consigo usar meu poderes.- ele disse frustrado.

Depois pegou sua espada e decapitou os zumbis com um só golpe.

Thalia estava fazendo uma careta, eu ia perguntar se ela estava se sentindo bem quando ela soltou um grunhido de frustação.

–Também não consigo usar meus poderes.- ela disse.

–Ótimo, estamos em um lugar infestado de zumbis e não podemos usar nossos poderes. – eu disse.

–Precisamos falar com o acampamento.- Annabeth disse.

Com uma garrafa de água fizemos um arco íris, jogamos um dracma mas nada aconteceu.

Annabeth tentou fazer uma ligação, mas o seu celular permanecia mudo.

O beco onde estávamos tinha uma única porta que dava acesso ao Lotus, quando de repente a porta se abriu mostrando um, ele trabalhava no Lotus. O homem sorriu presunçoso.

–Pobres crianças, a confusão de vocês é um colírio para os olhos. Mas se quiserem saber o que aconteceu... E só pedirem Por Favor.

–Como assim “quiserem saber o que aconteceu”? Você estava dentro do cassino junto com nós, nem deve saber quanto tempo está ai dentro.- Thalia disse com seu jeito... Thalia.

–Não seja tola garota, todos que trabalham no Lotus têm total consciência do tempo aqui fora. Antes do mundo virar um caos total, os deuses cortaram contato com os semideuses , todas as criaturas magicas desapareceram, e vocês semideuses...Bem, estão na mesma situação que os mortais: Sem poderes em um mundo dominado por monstros, lutando pela sobrevivência.

–Mortais lutando pela sobrevivência? Então eles também enxergam os zumbis?- perguntei.

–Mas é claro.- ele afirmou ainda sorrindo.- Afinal, são os mortais que se transformam nessas coisas. Começou com o vírus ...Dores, febres irreversíveis e então...A morte. E depois disso os mortais voltam como zumbis e devoram qualquer coisa viva que cruzar seu caminho. Se vocês forem inteligentes, voltariam para o hotel, ficariam por alguns dias e esperariam tudo isso acabar.

–É, mas não somos inteligentes.- eu disse.

–Percy...Cala a boca.- Thalia disse.- Olha aqui, “obrigado” pela oferta, mas temos que salvar o mundo... de novo.

–Eu fiz minha parte.- o homem disse fechando a porta.

–Juntando os fatos... Estamos sem poderes, não temos contato com nenhum deus ou criatura magica, as pessoas viraram zumbis e...e...? é só isso mesmo.- eu disse.

–Esse garoto é um pateta.- Thalia disse.

–Esse garoto é meu namorado.- Annabeth disse.

Thalia colocou a mão no ombro de Annabeth e disse com cara de pena.

–E eu sinto muito por você.

Annabeth riu e deu um leve tapa em Thalia.

Nico pigarreou.

–Vamos voltar ao assunto... Os zumbis.

–Certo, certo.- Annabeth ficou seria.- Temos que falar com os deuses, deixe me ver... Estamos a 2.521 milhas de Nova York, isso daria mais ou menos 37 horas de carro ou 835 horas andando, tirando o fato do país enfestado de zumbis e os inevitáveis imprevistos.

Às vezes eu gostaria que Annabeth guardasse as informações para ela mesma.

Do meu bolso eu pesquei a Contracorrente, puxei a tampa da caneta e ela se transformou em uma espada.

–Pelo menos os deuses “tiveram piedade” e nos deixaram ficar com nossas armas.- eu disse.

–Por onde começamos?- Thalia perguntou.

–Bem, obviamente não tem mais ônibus, teremos que ir de pé, então talvez a direção correta seja seguindo em frente, se meu senso de direção estiver correto...

–Vamos logo.- interrompeu Thalia.

Começamos a andar, já lutei contra inúmeros monstros na minha vida, mas só de saber que a poucas semanas atrás aquelas criaturas era pessoas, eu hesitava antes de decapitá-las. Não posso deixar que elas continuem assim, tenho que fazer alguma coisa.


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Notas finais do capítulo

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