Segunda chance escrita por MylleC


Capítulo 2
Senti sua falta


Notas iniciais do capítulo

Eaee gente, novo capitulo. Eu estava morrendo pra postar antes do dia, mas minha internet não colaborou e caiu duas vezes enquanto eu tentava postar, só estou conseguindo hoje (torcendo pra ela não cair quando eu tiver quase postando) MUITO obrigada a todos que comentaram e favoritaram, adorei todos. Enfim, boa leitura!



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Chegamos ao hospital e dei meu nome a recepcionista que me deu o pequeno crachá de sempre. Seguimos pelo corredor, em caminho ao quarto de Felicity.

–Sinto uma coisa estranha, como se meu coração estivesse batendo nos meus ouvidos, e um ar muito estranho também. –Comentou.

–Talvez seja um bom sinal.

Percebi minha mão gelar por um instante e notei que Felicity tentou segurá-la. Parei no corredor, em frente a sua porta e a olhei.

–Desculpe, eu só...

–Tudo bem. –Sorri. Coloquei a mão na maçaneta.

–Espera. –Me virei para ela que tinha uma expressão um pouco assustada.

–O que?

–E se não der certo? Quero dizer... E se eu chegar perto e desaparecer, mas também não acordar, e se depois eu ver a luz e apesar de eu ter dito a você que não irei pra luz caso ela apareça e se eu não tiver escolha e a luz me puxar e eu... morrer?

–Felicity... –Tentei tocar seu ombro, me esquecendo que ele iria atravessar. Bufei frustrado. sorri novamente, tentando tranqüilizá-la. –Vai dar tudo certo.

Felicity me olhou nos olhos e enfim sorriu fracamente. Abri a porta e la estava ela, deitada na cama. Não mais existiam gesso ou cortes. Ela estava completamente normal. Como se nunca tivesse sofrido um acidente terrível. Felicity se aproximou do próprio corpo e se olhou.

–Não pareço tão mal.

Me lembrei do dia em que a vi pela primeira vez depois do acidente. Em como ela estava machucada. Balancei a cabeça, tentando me livrar desses pensamentos.

–É, não está mal agora.

Ela esticou a mão e tocou o próprio rosto, mas como acontecia comigo sua mão atravessou. Suspirou frustrada e tentou se deitar por cima, balando os braços, mas nada aconteceu. Voltou a se levantar e me olhou desapontada.

–Não funcionou.

Senti meu próprio desapontamento. Não havia funcionado, Felicity continuaria em coma até Deus sabe quando.

Me aproximei, olhando seu corpo desacordado.

–Porque você não tenta?

A olhei confuso.

–Me tocar. –Explicou. Depois fechou os olhos e me olhou exasperada. –Quero dizer, tocar minha mão ou sei la, não tocar... Tocar, e... Droga, juro que soou bem melhor na minha cabeça.

Ri abertamente com sua enrrolação. Sentia tanta falta disso. Me aproximei mais um pouco e peguei em sua mão pequena e quente. Arrumando de um jeito que nossos dedos se entrelaçassem.

–Eu sinto isso... –Sussurrou. –É, eu sinto isso, Oliver! –Disse animada.

–Isso é ótimo, talvez queira dizer que você não está tão desconectada assim com ele.

–É. –Concordou.

Ficamos ali, nos olhando. Mergulhei inconscientemente no mar de seus olhos azuis, que pensei que não veria mais me olhando tão intensamente. Parecendo tão viva e real.

–Senti sua falta Felicity. –Confessei. –A todo instante. Me desculpe, pela briga de antes. Não sei o que deu em mim, não tinha o porquê daquilo. E acabou resultando em você sair daquele jeito e...

–Não, você não está se culpando. Oliver! Eu não acredito que esteja se culpando. –Disse chocada e revoltada. Ela ficava linda irritada. Estranho eu só perceber agora, na verdade, estranho eu só confessar isso pra mim mesmo agora, pois já a achava linda irritada antes. –Não foi sua culpa, foi um acidente! E sobre a briga... Tudo bem, já passou... Há três meses... –Sussurrou a ultima parte, parecendo falar com ela mesma.

A porta se abriu e Donna entrou, trazendo um copo de café na mão. Me olhou e sorriu.

–Bom dia Oliver, sempre pontual.

–Pontual? –Felicity perguntou. Um tom divertido na voz. Sorri, me lembrando em como sou horrível com horários. Mas nunca, nenhum dia sequer, me atrasei com o horário de visitas de Felicity. Estava sempre aqui na hora.

–Sempre. –Concordei.

POV Felicity

Oliver pontual era algo novo. Na verdade tudo está novo no momento. Nunca pensei que eu sofreria um acidente horrível e viraria um... Fantasma? E porque diabos somente Oliver pode me ver?

Observei minha mãe, parecendo mais magra e cansada também, imaginei quanto tempo por dia ela ficava ali comigo. Minha mãe sempre foi meio exagerada com roupas e no comportamento também, sempre querendo que eu me soltasse mais. Mas sempre foi uma ótima mãe, e imagino o quão preocupada ela está comigo e como está sendo difícil todos esses meses em que estou em coma.

–Você já comeu algo Oliver?

Oliver negou, ele realmente não havia tomado café da manhã antes de sair. Estávamos os dois eufóricos demais para descobrir se eu acordaria ao chegar perto do meu corpo de verdade.

–Você tem que se alimentar Oliver, não vá voltar a ficar como no começo, sem querer comer nada ou dormir.

Olhei de forma questionadora para Oliver que desviou o olhar do meu e forçou um sorriso para minha mãe.

–Não se preocupe, não vou. Foi só hoje. Como alguma coisa mais tarde.

–Tudo bem então. –Minha mãe caminhou até a cadeira ao lado da minha cama e se sentou ali.

–Eu já vou, tenho que dar uma passada na empresa.

Puts, a empresa, quem será que Oliver tinha posto no meu lugar como sua secretaria?

–Tudo bem, você volta mais tarde?

–Volto.

Ele foi até minha mãe e lhe beijou rapidamente na bochecha. Aquilo foi estranho, o quão próximo Oliver estava da minha mãe.

Oliver foi até a porta e antes de sair me olhou.

–Vou com você. –Respondi sua pergunta muda. Ele sorriu e abriu a porta.

Assim que me vi sozinha com ele no corredor disparei a falar.

–Agora me explica tudo. O que aconteceu? Quanto tempo minha mãe fica aqui? E que papo era aquele de você não comer ou sei la. E como está a empresa? Por quem você me substituiu la? E o Team?

–Felicity! –Oliver me chamou um pouco alto, atraído a atenção de um médico que passava li. O olhou estranho, mas continuo seu caminho. Segurei o riso, imaginando quantas pessoas o achariam louco hoje. –Calma. Eu não substitui você, coloquei uma qualquer pra manter as aparências do disfarce, assim que você melhorar ela se manda. O team... Está bem difícil, ás vezes Caitlin e Cisco aparecem para te visitar e dão uma ajuda, mas não podem ficar muito tempo por causa do trabalho na Star Labs e o Barry com seu... Poder. Enfm, eles tem que proteger Central, mas eles vem te visitar uma vez por semana. As vezes ficam uns dois dias no Maximo.

Saímos pela porta do hospital e entramos no carro de Oliver.

–E Digg? Onde ele está?

–A essa hora ele fica com Lyla e Sarah, mas ele está bem. Vem junto comigo te visitar depois do almoço e ficamos ai por horas, assim como sua mãe. Que só volta pra casa de noite, ela está ficando no seu apartamento.

–Deve ter muitos meses atrasados... –Sussurrei comigo mesma, mas Oliver ouviu.

–Cuidei disso.

–O que? Está pagando meu apartamento?

–Felicity, você trabalha pra mim na QC e sofreu um acidente, para todos os efeitos a empresa está cobrindo os “danos” até você melhorar.

–E você pode ter certeza que quando eu voltar vai descontar cada centavo do meu salário Oliver, não vou deixar que fique pagando algo que não deve.

–Hey, eu sou bilionário esqueceu? Está tudo bem, só estou ajudando.

–Mesmo assim, eu vou te devolver o dinheiro.

Oliver bufou, parecendo perceber que não adiantaria discutir.

–Já estava me esquecendo de como você é teimosa.

Sorri. Estranhamente eu estava com saudades. Ao mesmo tempo em que parecia que o acidente tinha acontecido ontem, parecia que eu não via ninguém há meses.

–Estava falando sério? –Oliver tirou os olhos do transito por um instante e me olhou confuso, voltando a olhar pra frente. –Sobre sentir minha falta. –Perguntei. Era estranho imaginar Oliver sentindo minha falta. Não que eu não achasse que ele não se importava comigo, éramos amigos e parceiros. Mas um canto teimoso da minha mente gritava que Oliver sentia falta de alguém guiando o arqueiro, de alguém sendo sua meia secretaria. E não de literalmente Felicity Smoak, em um todo. Quer dizer, eu só tagarelava o tempo todo e muitas vezes não concordava com coisas que ele fazia e então nós discutíamos, e modéstia aparte eu sempre tinha razão. Então, Oliver tinha sentido minha falta mesmo?

–É claro que falei sério, porque acha que não?

Saímos do carro por ter chegado na QC.

–Quero dizer, é claro. Você precisa de alguém pra guiar o arqueiro de noite e pesquisar as coisa e etc. –Disse, me lembrando das constantes discuções que tínhamos antes por eu visitar Barry em Central e ele dizer que precisava de mim na cidade.

Oliver me olhou com as sobrancelhas franzidas, parecendo inconformado com o que eu tinha acabando de dizer. Mas ele não poderia responder nada agora, pois entramos no elevador onde haviam mais três pessoas e ficaria estranho Oliver conversar sozinho.

Chegamos em sua sala e Oliver empurrou a porta de vidro, a segurando aberta mais que o necessário para que eu passasse.

Havia uma mulher de cabelos incrivelmente pretos na mesa que antes eu ocupava, ela escrevia alguma coisa num papel, mas ao ver Oliver entrar, parou o que fazia, se levantou e sorriu mais que o necessário. Parecia ter se levantado apenas para Oliver ver sua roupa, ou a falta dela. Mas Oliver não pareceu dar bola pra isso.

–Bom dia Sr.Queen. –Cumprimentou com a voz exageradamente simpática e forçada.

Uma estranha irritação cresceu dentro de mim.

–Bom dia, Srta.Martin. –Oliver respondeu sério e profissional. Quase seco.

Ele estava irritado, eu podia sentir isso. Era o tom que ele usava quando ficava irritado e tentava disfarçar.

–Tenho algo para hoje?

–Não muitas coisas, Sr.Queen. –Respondeu ainda no mesmo tom.

–Tem certeza? Da ultima vez eu tinha uma reunião e você se esqueceu de marcá-la.

O que? Como Oliver podia admitir uma funcionaria tão descuidada assim. Bufei sem perceber o que fazia. Caminhei até chegar ao lado da mulher e observei o que era que ela tanto aparentemente escrevia quando estávamos chegando. Estava cheio de desenhos sem sentido.

–O que? Oliver, essa garota não está fazendo nada, ela está desenhando! –Disse indignada. Observei o computador e estava a tela de descanso. Mordi o lábio, segurando um palavrão.

–Tenho certeza que não me esqueci de nada dessa vez, Sr.Queen. –Ela respondeu, parecendo um pouco decepcionada, mas não perdendo a pose.

–Sei. Espero que não mesmo. –Oliver Respondeu e caminhou até a sua parte da sala. Bufei novamente e o segui. Parando em frente a porta de vidro fechada e olhando Oliver que já tinha se sentado em sua mesa, me olhou parecendo se lembrar que eu não podia abrir a porta.

–Atravesse. –Sussurrou, como se fosse algo óbvio que eu devesse fazer.

–O que? De jeito nenhum, vou parecer um fantasma.

Oliver erguei uma sobrancelha, como se dissesse. “Você é” Será que fantasmas quando ficam com raiva podem ficar vermelhos? Porque se puder eu devo estar um pimentão. Atravessei a porta o fuzilando com os olhos. A Sensação mais estranha que eu poderia ter com certeza era atravessar uma porta.

–Nunca mais feche a porta antes de eu passar. Isso é horrível!

–Eu me esqueci. Você parece real demais andando comigo assim, alem do mais não vai te fazer mal atravessar as coisas de vez em quando, não vai se machucar com isso.

–Não vou sair atravessando as coisas por ai, Oliver!

Disse irritada, me sentando na cadeira na frente dele.

–Você vai demitir a garota?

–O que? –Perguntou confuso. –Por quê?

Soltei um riso sem humor, sério que ele estava me perguntando aquilo?

–Porque pelo jeito ela não faz o trabalho dela direito, e olha só aquelas roupas, parece as secretarias que você tinha antes, na época de playboy.

–Bom, para o mundo eu ainda sou meio que playboy Felicity, é um disfarce lembra? E alem do mais, eu entrevistei varias delas, e são todas iguais. Como se aceitassem que eu as levasse para a cama na primeira vez que eu chamasse. Como se eu fosse chamar.

–E não chamou?

Oliver me olhou ofendido.

–É claro que não. Não sou mais um playboy idiota Felicity, pensei que soubesse disso.

Respirei fundo. Porque estava tão irritada afinal? É claro que sei que Oliver não é mais um playboy inconseqüente.

–Eu sei, me desculpe. Eu só... Me desculpe. Sei que você mudou e que não faz mais idiotices como antes.

Olhei para a garota pelo vidro e ela parecia ter voltado para o seu desenho estranho. A raiva querendo voltar a borbulhar dentro de mim. Porque as pessoas simplesmente não viam o quanto Oliver tinha mudado? O quanto ele cresceu e o quão bom ele era? Quero dizer, bom de coração, caráter e etc, não bom de outras coisas. Coisa que eu nem sei se ele é bom, mas deve ser por que... Meu Deus o que estou pensando? Eu nem fico pensando se Oliver é bom ou não. Dessa vez estou falando da outra coisa. Quer dizer... Arg, enfim. Porque continuar o tratando como ele era antes? Era tão difícil de perceber o grande homem que ele havia se tornado?

–Porque as pessoas simplesmente não vêem? –Deixei escapar parte dos meus pensamentos.

–Não vêem o que? –Perguntou.

Merda, eu e minha boca. Respirei fundo e o olhei. Ele ainda parecia um pouco irritado.

–O quanto você mudou. –Respondi.

Sua expressão se suavizou e ele olhou rapidamente para ela e depois novamente para mim.

–Não me preocupo mais. O que me importa é as pessoas próximas de mim e que eu me importo verem isso. O resto... É o resto.

–É só que... O Oliver Queen de agora é muito mais interessante que o Oliver Queen de antes, e se elas percebessem isso iriam parar de agir assim.

Oliver riu e seus olhos brilharam me encarando.

–Me acha interessante, Smoak?

Tinha certeza que se pudesse meu rosto ficaria vermelho novamente.

–O que? Não! Sim! Quero dizer... Eu quis dizer que elas e você e... Ah, você me entendeu Oliver!

Oliver abriu a boca para respondeu, mas graças a Deus a porta se abriu e Diggle passou pela porta. Oliver fez uma expressão séria novamente, tentando disfarças sua expressão anterior. Mas Diggle pareceu notar.

O olhei e ele tinha uma expressão triste assim como a de Oliver quando o vi quando apareci e como a da minha mãe também.

–O que aconteceu? Você estava rindo sozinho? –Diggle perguntou, estranhando, mas com um tom de humor na voz.

–Eu... Ãn, é que... –Oliver me olhou. E entendi o que ele faria.

–Oliver, não! Ele não vai acreditar, está maluco?

–Talvez acredite! –Oliver respondeu. E Diggle o olhou ainda mais estranhamente.

–Você está bem Oliver?

–Diggle... –Começou.

–Não! Oliver! –Ele parecia decidido a me ignorar naquele momento. –Não faz isso!

– E se eu dissesse que Felicity está bem aqui, agora?

–Não...! -Tarde demais.

Cobri meu rosto com as mãos, ele tinha contado. Ai mais que idiota!


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Notas finais do capítulo

Eaee, gostaram? Como Diggle vai reagir? Vai acreditar ou achar que ele é louco? Façam suas apostas kkk
Acabei decidindo que os capítulos vão sair na terça feira e vou deixar quarta para postar só "I can't lose you", fica mais leve pra mim, mais rápido, enfim. Então terça que vem tem mais. (Estou tentando não postar antes do dia pra não acabar meu estoque de capítulos mais rápido do que eu posso escrever kkkk) Acho que não tenho mais nada pra falar, enfm. Comentem e até o próximo, bjsss.