A Sacerdotisa Da Lua escrita por Chibichiin


Capítulo 9
Capítulo 9




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Ariana já estava de pé, voltando ao treinamento para voltar a dançar. A ferida tinha cicatrizado bem rápido para o tipo de ferimento e se movia livremente sem os sangramentos voltarem. O anel que tinha sido pedida em casamento anda estava em seu dedo, apesar que tinha sempre vontade de arranca-lo depois dos cultos. Se sentia culpada, mas sempre pensava em Galahad e depois em Atlas, e depois mais em Atlas e ficava lembrando da promessa que foi feita entre eles.

O esperava voltar, mesmo assim a falta das cartas a deixava aflita. Naquela tarde ela estava treinando na sala de música, como sempre fazia. Dançava devagar, com os movimentos menores do que normalmente, as roupas largas e coloridas dando voltas e giros. Sentia falta da música, mas precisava de um dos músicos do castelo disponíveis e nem sempre acontecia essa possibilidade. Como no momento, completamente sozinha, pensando porque a Deusa pouco falava e pouco a repreendia. Sabia que a Deusa estava pensando como mandar no seu destino e não lhe deixar decidir.

A sacerdotisa parou de dançar, sentou-se ao chão e tirou o anel de noivado do dedo. Ficou o olhando por algum tempo, pensando e desejando que Atlas voltasse e que Galahad não aparecesse novamente ou que ele pelo menos parasse de enviar cartas, cartas de amor, falando de como seria a única e como seria a mãe de seu filho. Ela respirou fundo, e pensou qual foi a ultima vez que Atlas tinha escrito. Fazia tanto tempo, talvez devesse desistir quando chegasse o próximo festival da colheita e devolver o anel.

Foi quando a porta da sala de música foi aberta devagar e lá estava ele, sorrindo, com aquela felicidade genuína, que apenas conseguia ser vista quando ele olhava para Ariana.

– Atlas, o que está fazendo aqui? – Ela disse sorrindo se levantando e o abraçando com força.

– Eu vim te ver, Ariana, meu amor, como você está? Estava bastante preocupado.

– Eu estou bem, nossa estou bem melhor agora que está aqui. Estava ficando preocupada, achando que não voltaria para me ver.

– Desculpe por isso Ariana, mas a situação não foi tão boa quanto eu gostaria que fosse. Acabei sendo mandado para longe, mas consegui autorização para vir vê-la.

– Estou tão feliz. – Ela sorriu desapertando um pouco o abraço o beijando com cuidado e doçura. Ele retribuiu o beijo e a puxou para mais perto, aumentando a intensidade. Como gostava da sensação de te-la em seus braços, de ter seu beijo novamente.

– Eu também estou. Galahad retornou ao lar dele, correto?

– Sim, não deve voltar tão cedo. Terá que me explicar direito tudo que aconteceu. Vai me levar com você? Para Teleos?

– Meu amor... – O rosto de Atlas se entristeceu enquanto tocava o rosto dela com carinho.

– Você não veio para me levar com você, não é? – Ela falou rapidamente se afastando dos braços de Atlas. –Então estou presa aqui ainda? Pensei que fosse me levar, você me prometeu que se casaria comigo. Apenas veio brincar com os sentimentos da cigana? Acha engraçado retornar? Por que fez isso?

– Eu quero me casar com você. Mais do que tudo nesse mundo eu quero me casar com você. Te levar para longe e tê-la comigo.

– Mas não vai fazer isso. Se for para me dar más noticiais deveria ter esperado o festival da colheita. – Ariana se afastou, Atlas tentou puxa-la de volta, mas ela o repeliu saindo pela porta que fechou por tras dela com um grande baque.

– Ariana não é isso. Eu preciso ficar com você. – Atlas foi atrás dela, mas logo ela já tinha sumido pelas paredes do castelo.

Ariana fugiu de Atlas durante os dois primeiros dias que ele estava no castelo. Foi durante seu culto que pensou porque corria dele. Sabia que queria ir com Atlas, não queria ouvir que não poderiam ficar juntos. Não queria ouvir a maior parte d que lhe foi dito por ele. Precisava de Atlas para estar ao seu lado e não desistindo dela.

No dia seguinte a mesa de jantar do castelo estava cheia. A raridade foi que o Rei chamou a sacerdotisa, sua mãe e Atlas também para o jantar naquele dia. A família real por si só era difícil ver unida, o rei e a rainha raramente eram vistos juntos. Yasmin estava sentada ao lado da filha, Atlas tentou se aproximar, mas rapidamente Helena tomou o lugar ao lado da sacerdotisa. Deixando o cavaleiro assim mais afastado, queria poder falar com ela.

– Hoje estamos todos junto, reunidos a mesa, uma notícia muito feliz chegou a meu conhecimento e preciso falar na frente de todos. Na presença de toda a minha família e de meus principais súditos. Como o rei de Sky, tenho a responsabilidade sobre a linda sacerdotisa da Lua, Ariana. – O rei falou dando um largo sorriso virando o olhar para a ruiva e depois logo após para sua mãe. Antes de tomar ar e voltar a falar. – Acabei de receber a carta do reino do sacerdote sol foi revelado a ele , que de fato nessa geração ocorrerá um eclipse. E não apenas isso, Galahad mandou ainda mais boas notícias. Como pessoa de referência para com Ariana, eu aprovei o casamento dela com o sacerdote Sol. Agora os dois estão noivos. Teremos grandes festividades nos próximos anos.

Ariana quase deu um pulo quando ouviu as palavras do monarca, apenas não se afastou rapidamente, pois Helena segurou seu punho e sinalizou para que ficasse calma. Noiva, estava noiva de Galahad. Não poderia ser anunciado dessa maneira, não tinha como, não queria aquilo, não queria mesmo. Precisava fugir dali, seus olhos verdes buscaram rapidamente pelos olhos escuros de Atlas, que apenas parecia triste e ao mesmo tempo chocado. Se os boatos eram de fatos reais não havia esperança, não tinha como terem esperança e ele sabia perfeitamente disso.

– Foi para anunciar essas boas novas que chamei todos aqui. Devo dizer que estou bastante satisfeito com isso, o reino entrará em festa. A única tristeza que teremos é ver Ariana deixando esse castelo, vamos perde-la para o outro reino, mas logo teremos o filho dos deuses para abençoar a todos. Logo Galahad virá afim de terminar os preparativos. – O rei sorria, estava parecendo realmente satisfeito. – Tenho mais uma notícia, o casamento da minha querida Filha Helena, também está eminente. Não vou revelar tão cedo seu pretendente, não antes de termos certeza. Mas gostaria que todos parabenizassem as noivas, mesmo que eu me sinta sozinho de pensar que perderemos as duas do castelo.

– Pai... – Helena falou baixo virando o olhar para ele, como se o repreendesse.

As duas amigas ficaram caladas durante todo o jantar. Todos estavam meio perplexos com o rei anunciando daquela maneira o noivado, mas apenas o rei e alguns poucos sabiam a o motivo daquilo tudo. O anel de noivado na mão de Ariana, não era o de Galahad, mas o de Atlas e o rei sabia disso. Ele sabia mais do que achavam, e ele sabia menos do que achava que sabia. Quando o jantar acabou, Ariana não foi para o culto como deveria. Ela fugiu do culto aquele dia e foi até a sala de música.

– O que ele acha que está fazendo? Como ele pode aprovar meu casamento se Galahad nem chegou a realmente me pedir em casamento? Quem eles acham que eu sou? – Ela estava bufando de raiva, enquanto as lagrimas já começavam a cair de seus grandes olhos verdes, não teria escolha, estava brava com a desistência de Atlas mais cedo, mas agora estava genuinamente triste. Pensava que a desistência de seu noivo, não fosse por um motivo como esse. Tanto que o anel de noivado ainda estava em seu dedo. Achava que ele fosse voltar a atrás, mas não teria como, não se os quatro reinos já soubessem que o noivado com Galahad já tinha sido aprovado pelo rei, o qual era seu representante masculino, não poderia desobedece-lo.

Ainda estava bufando, amaldiçoando seu destino e chorando quando ouviu a batia na porta, antes que fosse aberta devagar e lá estava um dos motivos de toda sua raiva e de seu sofrimento. Atlas estava lá, ele entrou e fechou a porta atrás dele com cuidado e correu para abraça-la.

– Ariana... – Ele sussurrou enquanto a abraçava com força.

– Atlas, o que eu devo fazer? – Ela perguntou enquanto chorava, o abraçando com força, não queria solta-lo. – Eu não quero me casar com Galahad por causa da marca. Eu não quero tê-la mais. Eu não quero ser a sacerdotisa da Lua. – Quando terminou de dizer a frase deu um grito de dor, a dor da marca avisando para não ser renegada. Mas ela não ligada, sabia que doeria tentar fugir de seu destino, mas não importava era exatamente o que queria. Queria tira-la novamente, não importava se morreria se o fizesse, mas não importava o que importava era não ser controlada pelas mãos da deusa.

– Se acalme Ariana, fuja comigo, Ariana. – Atlas falou, não queria ter de chegar tão longe, tinha prometido a seu príncipe que não chegaria tão longe, mas não tinha como, não queria continuar com essas mentiras. Fugiriam. Iriam para os reinos que acreditavam no grande deus invisível, não poderiam continuar confiando nos deuses elementais que os controlavam. – Seja minha esposa, crie meus filhos, eu não ligo de ter que enfrentar todos os Deuses desde que eu consiga ficar com você.

– Eu pensei que tivesse desistido de mim. Disse aquelas coisas, para agora que eu choro em seus braços você me quer novamente?

– Ariana eu te amo, se eu não te amasse ou quisesse como minha esposa, não teria dado o anel que está na minha família a gerações. – Ele disse puxando a mão e beijando o anel, ainda em seu dedo. – Se vamos fugir temos que fazê-lo antes do fim do mês. Em uma noite de lua nova, falta duas semanas para a noite de lua nova, podemos escapar. Não tenha um filho daquele homem, eu não aguentaria nos vermos todo ano e ver sua criança crescendo, sem que ela me chame de pai.

– Vamos fugir, Atlas, me leve com você. Eu vou com você não importa par aone seja eu vou junto. Vamos nos encontrar com meu clã. Eles vão poder nos proteger lá, e não se recusaram em fazer nosso casamento.

– Sim, vamos encontrar os andarilhos. Vamos poder ficar juntos o resto de nossos dias, eu te amo Ariana, eu te amo. – Atlas falou varias e varias vezes, em sussurros cada vez menores no intervalo de tempo entre antes e depois de se beijarem, se beijaram profundamente, ansiosos pelo calor um do outro, simplesmente queria ficar juntos, precisavam desse relacionamento. Sabiam que teriam de fugir na calada da noite para poderem ficar juntos, contra todos.

– Eu vou voltar para o meu quarto. Duas semanas para a primeira noite de lua nova, precisamos ir exatamente na manhã da segunda noite de lua nova, é o horário que a deusa está cega.

– Ariana...- Ele disse a puxando para perto e a beijando mais uma vez. – Eu vou fazer os preparativos.

– Seja discreto, em duas semanas, sairemos do castelo para não voltar. – Ela sorriu e roubou-lhe um leve selinho antes de sair da sala de música.

Naquela noite, se a lua não estivesse cheia teriam partido naquela noite, mas era loucura fugirem durante a lua cheia. Assim como era loucura achar que a deusa não sabia o que estava acontecendo quando ela faltou ao culto. Como uma sacerdotisa que deveria cumprir com suas responsabilidades ela foi punida. Punida da maneira que ela iria entender e desistiria de seu amor impossível. Pelo menos era o que Lua planejava. Desafiar ao máximo o sangue cigano em sua sacerdotisa.

Foi durante seu sono que a Deusa Atacou a Sacerdotisa. Em seu sonho ela estava com suas roupas de dança na sala do culto, quando uma luz branca desceu ao chão e se materializou em uma mulher exatamente com a mesma aparência de Ariana, só que era feita de luz. Completamente feita de luz da lua, chegava a ser difícil para a sacerdotisa olhar para ela.

– Você não apareceu hoje, minha criança. Onde estava? Se deliciando com a notícia que trará meu filho ao mundo? – A voz aveludada saiu de seus lábios, uma voz diferente de qualquer outra que a sacerdotisa já tinha ouvido. Mesmo durante os cultos quando de fato ouvia a voz da Deusa não chegava a ser uma experiência tão profunda e tão real, quase palpável.

– Minha Deusa, desculpe. Eu me distraí.

– Não estava, por um acaso com um cavalheiro? Quem sabe, aquele que lhe veio cortejar a mais tempo? Eu sei onde estava, minha criança, não pode me desobedecer sabe disso. Como ousa se esconder do meu olhar? Tramar contra mim.

– Deusa, porque fez de mim sua sacerdotisa? Acharia mesmo que eu me sujeitaria a tal como um casamento que nem ao menos me foi proposto?

– Você é minha Ariana. Não pode fugir disso. A marca em suas costas vai doer mais, não vai pode fugir do meu poder. Sabe o que vai acontecer se você fugir?

– O que? Vai me matar? Se quer me matar porque não me mata agora? Eu não vou estar com Galahad no dia do eclipse, então acho que ficará sem sua criança.

– Sua tola. – Ela disse aumentando a voz e o tom aveludado se tornou algo assustador. Ariana se viu jogada contra a parede, e depois a entidade se aproximou puxando seus cabelos ruivos com força a fazendo gritar de dor. – Você é minha. Não tem o direito de me desafiar. Se fugir e não fazer o que estou mandando não trará a morte só para si mesma, mas para seu amado, para Galahad e principalmente para Helena. Acha mesmo que a princesa desse reino será poupada quanto a calamidade abater o reino. Quando os deuses se revoltarem contra Sky, as colheitas pararem de crescer, quando a praga começar, acha que quem vai ser a culpada além de você e seu tolo amor?

– Helena, não pode afetar os quatro reinos por minha culpa.

– Não estou me refirando apenas aos quatro reinos, estou me referindo a todos. Quem acha que o Deus Mar tem sua lealdade? Tal como o Sol, o qual esperamos séculos para que em uma noite de eclipse possamos ficar juntos? Quando a calimidade abater Terra não terá outra opção, ela sozinha não vai sustentar todos vocês. Sabe qual será a minha primeira exigência? Depois que você estiver morta e a nova sacerdotisa escolhida? EU VOU ORDENAR QUE SACRIFIQUEM HELENA. A princesa do reino que amaldiçoou a todos.

– Não faria isso, Deusa, Deusa, você não condenaria Helena por meus crimes condenaria?

– Condenaria é claro. Ela é sua amiga e parte da culpa também é dela, assim como dos reis e de seus pais. Se os filhos estão sendo punidos pelos crimes dos pais porque não a puniria? Ela seria condenada, a família real rejeitada e os andarilhos condenados e perseguidos.

– Não, Deusa, não faça isso. Deixe-os fora. Deixe Helena fora, ela não tem culpa. Ela é minha melhor amiga, não faça isso. – Ela disse já suplicando e chorando aos pés da Deusa.

– Então não fuja. Eu já sou muito liberal com você, minha querida escolhida, minha criança e minha Ariana. Você pode dançar até seu casamento, pode escolher seu vestido de casamento, poderá ser feliz ao lado de Galahad se der uma chance a ele. Mas nunca jamais poderá ser feliz ao lado de Atlas.

Foi a ultima coisa que ela disse antes que Ariana acordasse em súbito gritando, a dor em seus cabelos continuava quase como se realmente tivesse ocorrido. A deusa não admitiria uma fuga. Helena, não poderia abandonar Helena, não condenaria seu reino, seu clã e sua melhor amiga por algo como um amor impossível. Mesmo assim, depois de ir para a sala de música e mais tarde Atlas apareceu, perdeu a coragem de contar a ele a verdade.

– Me diga, minha amada, algo lhe preocupa? Está com um semelhante tão triste. – Atlas perguntou preocupado, estavam sentados ao chão da sala, abraçados de lado, e o cavaleiro acariciava seus cabelos vermelhos com cuidado.

– Não é nada, Atlas, nada demais. Temos essas duas semanas burlando as pessoas do castelo. Amanhã eu tenho uma apresentação de dança no Lorde Caspian. Então não me procure por aqui Atlas.

– Uma dança para ele? Será que será no jantar? Fui chamado para a reunião dele, sobre questões do leste.

– Então vai me ver dançar? – Ela sorriu e o beijou levemente, estava feliz e seu sangue fervia para dançar. Ariana se levantou em um súbito e fez alguns poucos passos de dança antes de voltar e sentar-se ao lado do namorado.


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