A Sacerdotisa Da Lua escrita por Chibichiin


Capítulo 8
Capitulo 8




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– Como está se sentindo hoje, Ariana? – Helena perguntou entrando no quarto da amiga bem cedo de manhã.

– Estou me sentindo melhor, eu quero poder voltar a andar não quero mais ficar deitada sem fazer nada. – Respondeu dando um longo suspiro.

– Faz menos de duas semanas que está de cama, não se apresse logo tudo vai ficar bem.

– Eu sei disso, mas eu estou ficando ansiosa. Galahad tenta passar o máximo possível ao meu lado, mesmo mandando mensagens e controlando o comercio que mantem de longe. Atlas, eu preciso saber sobre ele.

– Ainda é cedo, deve estar resolvendo algumas questões, depois retornará.

– Sim, eu vou confiar nele. – Ariana deu um suspiro e olhou para o anel em seu dedo e o beijou.

– Desculpe, meu pai não ter permitido.

– Eu sabia que ele nunca aprovaria. Ninguém nunca aprovaria nosso relacionamento, não é como se estivesse em busca de aceitação completa de todos. Eu sei que no fundo nem você, nem minha mãe querem que eu me case com ele.

– Não vou mentir para você. – Helena enrolou um pouco os dedos em seus cabelos e sentou mais perto da amiga. – Mas seria realmente melhor se simplesmente aceitasse o casamento com Galahad. Ele é um bom homem e é o ideal, por isso se Atlas não retornar ou não conseguirem aceite, para o seu próprio bem.

– Nesses momentos eu penso que eu realmente não queria essa maldita marca nas minhas costas, não queria estar presa aqui para inicio de conversa. – Ariana se assaltou e num impulso tentou se levantar levando a uma dor aguda em suas costas a fazendo rapidamente gritar e se deitar novamente.

– Vá com calma. Ariana eu sinto muito, se eu tivesse sido a sacerdotisa nada disso aconteceria. Estaria tudo bem, mas você tem essa responsabilidade, assim como eu tenho a minha de assumir o trono. Eu vou me casar com alguém que escolheram para mim, não ache que é única que está com problemas. E a deusa não está de bom humor, parece que tudo está diferente, escuro e menos fértil ou ativo do que normalmente.

Galahad entrou no quarto rapidamente depois de ouvir o grito de dor de Ariana. Parecia um cão de guarda, sempre ao lado de Ariana, atento a todos seus movimentos e ações. Estaria ao lado dela quando Atlas dissesse que não poderiam se casar, o sacerdote contava com esse momento. O momento que o casal desistiria e cederia a pressão do que realmente deveria ser feito.

Atlas não estava nada satisfeito, na verdade seu estado era de infelicidade e de indignação. Tinha uma semana que tinha retornado para o seu reino apenas ouviu o que não desejava.

– Eu te avisei que não poderia simplesmente ir lá e a pedir em casamento. - O príncipe disse, com um olhar entre decepcionado. - Ninguém nunca iria aprovar seu relacionamento, muito menos aprovar seu casamento.

– Eu tenho de fazer alguma coisa. Eu prometi a ela que eu voltaria.

– Atlas, assuma a responsabilidade agora. Terá que contar a verdade, escreva a verdade para ela, diga que não terá como se casar com ela, para ela se acalmar e se casar com Galahad.

– Não posso aceitar que ela vai casar com ele, eu a pedi em casamento primeiro, eu sempre a amei. Ela é a minha noiva, não de Galahad, ela também me ama.

– Eu sei disso Atlas, mas o que pretende fazer? Fugir com ela? Pra onde iriam? Acha mesmo que poderiam morar nesse reino?

– Então até mesmo do meu próprio reino está me expulsando? Will, você é o meu melhor amigo. Não pode me apoiar pelo menos um pouco?

– Sabe que eu te apoio, justamente por isso que eu estou te avisando para mandar a carta para ela desistindo e se desculpando. Posso ser o príncipe, mas não vou conseguir segurar a ira do Deuses, muito menos da minha irmã se vier fugindo para cá. Esqueça isso Atlas. Case com minha irmã se torne, meu braço direito, será feliz por aqui, se torne o maior cavaleiro do reino. Sabe que consegue fazer isso.

– Eu não quero ser o melhor, eu quero me casar com Ariana. Ella está com o anel de casamento de minha mãe, eu vou voltar para busca-la.

– Não pode fazer isso Atlas, volte a sua sanidade. Ela está lá, vai se casar e ninguém vai aprovar seu casamento. Se eu não aprovo como pode imaginar por um instante que alguém fosse concordar com a loucura. Não existe nenhuma possiblidade de seu pai aprovar?

– Não mesmo. Atlas ainda falta muito tempo para o próximo evento que vão conseguir se ver. Se começarem a achar que vai realmente fugir com ela, vão te mandar para longe.

– Vou escrever para Ariana, avisando que vou demorar um pouco mais do que o previsto. Galahad também não pode ficar com ela, muito mais tempo, afinal de contas ele tem voltar para rota do comércio.

– Peça para Tomas mandar sua carta, se ela for interceptada a situação vai piorar muito para os dois lados e vão apressar o casamento entre Ariana e Galahad.

– Obrigada, Will, eu vou dar um jeito. Vai ver tudo vai dar certo.

Atlas estava de fato bem mais otimista do que deveria, ele mesmo sabia que seu otimismo não era saldável, mesmo assim não conseguia evitar de pensar como se tudo desse certo conseguiria ser feliz. Ariana estava melhorando, quando a carta chegou, falando que teriam mais problemas a situação ficou mais desanimada. Sabia que os problemas apenas aumentariam dali para frente.

Atlas foi mandando para uma missão longe dos quatro reinos principais, em uma missão de paz com os reinos menores. O reino de Joana a esposa de Henry, pelo menos foi um deles, pois eles eram muitos, cada um menor do que outro. Todos eles manifestando mudanças no campo do exército. Eles estavam se posicionando para avançar. Eles já começaram, os dois reinos mais externos, os quais ficavam bem na divisa com o mar, já tinham se tornado um só em uma fusão feita sem detalhes, discretamente, tão discretamente que os reinos principais ainda não tinham descoberto.

– Majestade, os senhores não podem simplesmente pedir para trazer emissários e nos dar uma noticia dessas. – Atlas disse calmamente, da maneira mais polida que conseguiu. Ao seu lado no grande salão cerca de mais 10 emissários todos de reinos diferentes. Ele como de um dos reinos principais decidiu falar.

– Sabemos que vocês dos reinos principais não estão acostumados a fusões. Seus herdeiros não estão casados, apenas um dos sacerdotes está, sendo que um deles é casado com uma de nossas nobres. Não é atoa que não estão acostumados e estranham nossas ações, é justamente por isso que não avisamos previamente que uniríamos um ao outro através do casamento dos monarcas. – O rei disse devagar, em tom áspero simplesmente como se menosprezasse os reinos principais. Era um homem mais velho de cabelo branco, barba também branca, possuía uma pele mais clara do que os dos reinos principais. Apenas a diferença da cor da pele, fazia Atlas pensar no quão longe de casa ele estava.

– Não precisamos ficar nos sujeitando a vontade de seus quatro deuses principais, sabemos que eles ainda são importantes para o balanço do mundo como um todo. Mas não podemos ficar na dependência deles ou de esperar acontecimentos milagrosos. – O rei continuou enquanto alguns murmúrios eram ouvidos entre os presentes.

– Mesmo que vá haver um eclipse? O casamento entre Ariana e Galahad está decidido e até onde as profecias vão haverá uma criança dos deuses. Acha mesmo que desafiar quando estamos tão perto dele chegar? – O enviado do reino de Sky falou como que desafiasse a autoridade local.

– Uma criança dos deuses, isso daria um bom motivo para mudarmos de pratica de fato. Quando e se de fato ela nascer a tragam até aqui para podermos ouvir as sabias palavras dela. Mesmo assim, não será tão rápido, sabemos que não será. Ariana ainda está de cama, apesar do motivo não tenha sido revelado. Mesmo que Galahad tenha marcado o casamento, não temos como termos noção de quando o eclipse vai acontecer. Por enquanto é importante mantermos as melhores relações possíveis, pois sabem que do momento que as alianças forem saindo. Os reinos menores vão sim ficar maiores, mesmo que não cheguem no ponto dos quatro grandes.

Um eclipse, era a segunda vez que Atlas ouvia sobre tal boato. Todos sabiam o que isso significava, significava que em uma noite especifica a lua e o sol se tornariam corpóreos para poderem produzir a criança. No caso o corpóreo é justamente o corpo dos sacerdotes. Se fosse apenas um mero alarme que poderia haver um, não teria sido discutido abertamente em uma reunião como aquela. Na verdade todos sabiam que era um pedido em silencio de guerra, uma guerra que poderia acontecer em pouco tempo ou muito tempo depois, não saberiam. Mas sabiam que era por causa dos deuses. Eles estavam se mexendo e não se tratava apenas da Lua, Sol, Terra e Mar. O mundo estava ficando perigoso.

Atlas saiu daquela reunião sabendo mais uma vez que não se casaria com Ariana. A cama minuto parecia que seu sonho ficava mais impossível, um amor que não poderia ser concretizado. Desejou estar ao lado dela, naquela noite enquanto voltava para o reino. Demoraria dias até finalmente chegar a cidade, muitos dias, estava distante, distante de seu lar, de sua casa e de sua amada. A amada que nunca teria, tinha que admitir que não poderia se casar com ela, ainda mais depois da reunião.

Era um fato conhecido que Ariana estava de cama, peo menos demoraria para se recuperar até o próximo festival da colheita. Não teria jeito, quando se vissem novamente contaria que era um sonho impossível. Ele tentou se lembrar disso no caminho de volta para casa, como que era impossível estar ao lado de Ariana. Até olhou para as diversas mulheres, mulheres de pele clara da região, talvez fosse um tipo de pele, de cor ou de corpo que o fizesse tão atraído por ela, mas sabia que era mentira.

Sabia que todo momento era uma mentira, não amava ou desejava outra mulher como a desejava. Era ela, a quem queria, poderia até mesmo se deitar ao lado das diversas mulheres que passaram por sua frente ao longo do caminho, mesmo assim sentia que não seria satisfeito com aquilo. Precisava de Ariana ao seu lado, de seu beijo, desejava com todo seu coração poder leva-la para longe. Rapta-la. Por que não? Ama-la longe de todos, serem felizes juntos, poderia até mesmo se juntar aos ciganos que rodavam com tanta frequência por todo os países.

Quando chegou novamente a seu reino e encontrou com o príncipe. O percebeu com um olhar confiante, mas um pouco preocupado. Ainda faltava algum tempo antes do próximo festival, mas o tempo passaria rapidamente, ainda mais com os problemas para se estabilizarem. Mesmo assim sempre que Will e Atlas estavam reunidos, sozinhos, sem os olhares de curiosos ou serem ouvidos falavam sobre Ariana.

– Ainda não entregou sua carta de desistência Atlas? – Ele perguntou certo dia, quando estavam na sala de reunião aguardando pelo rei, afim das discussões sobre os sacerdotes e o que fariam se mais algum reino menor se unissem sem o aviso prévio dos outros monarcas.

– Não. Eu estou adiando o inevitável, mas Will, eu preciso dela, não tenho como continuar sabendo que ela nunca será minha. Como poderei continuar seguindo as tradições ou até mesmo me casar, ou continuar ajudando nos festivais quando ela tiver nos braços o filho de outro homem? Eu não tenho como continuar assim.

– Isso vai acontecer Atlas, por isso é melhor seguir em frente antes de cair completamente no buraco. Se fizer alguma loucura será o seu fim e pode levar muita gente pelo caminho. Inclusive ela.

– A Deusa não a mataria, não quando tem um eclipse chegando.

– Mas você, Atlas, ela te mataria em dois tempos. Não importa o quanto a deusa Fortuna goste de você, não dura mais de uma semana se pisar na bola novamente com a sacerdotisa.

– Ou posso fazer uma loucura e morrer sem arrependimentos.

– Não vou te perdoar se fizer isso Atlas, não vou mesmo, nem por um momento, eu te perdoaria se o fizesse.

– Eu preciso ir vê-la, Will, me ajude. Preciso vê-la sem Galahad estar próximo.

– Vou ver com meu pai se consigo libera-lo para retornar para vê-la, mas não levante muito suas esperanças.

– Obrigado, Will, muito obrigado.

– Pode viajar Atlas, tem um mês para fazer a viajem e voltar a partir de hoje, mas já deixo avisado, quando voltar eu não quero ouvir a palavra Ariana da sua boca. Eu não quero ouvir lamentos, e não quero que fale com ela, nem pense nela com muita força que é capaz que eu consiga ouvir. Quando tiver festivais da colheita, você está fora, não vai poder vê-la. Esta certo?

–Espera, eu posso ir vê-la pela ultima vez, se for realmente a ultima vez?

– É sua escolha, Atlas. Por Que fugir com ela, você não vai. Pode acabar com isso, esquecer, deixar para trás, pode continuar vivendo se lamentando e vendo ela criar o filho de outro homem. Como pode também ignorar isso e ser feliz com o fato que você terá filhos com outra mulher.

– Eu vou vê-la. Se eu não voltar em um mês, não me procure.

– Você não vai fugir com ela, já disse. Não tem como. Volte, quando retornar vamos falar sobre seu casamento com Cecilia.

– Will, por mais que eu adoraria fazer parte da sua família, os reinos vão entrar em guerra, a preserve para um homem mais poderoso do que eu .

– Vá, antes que eu mude de ideia Atlas.


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