O aniversario de Ariana foi bem no inicio do outono ela estava arrumada e passou o mês quase inteiro fazendo apresentações de dança, todos ficaram ansiosos e varias festas foram feitas por parte dos nobres. Um em especial sempre estava presente sempre que ela dançava. Esse mesmo Lorde chamado de Caspian realizou a ultima festa antes do aniversario da sacerdotisa.

Ela estava arrumada como sempre, os cabelos estavam soltos e a marca a amostra naquele dia, dançava com precisão e sempre voltada para o Lorde até o momento que reconheceu um par de olhos entre os que assistiam. Atlas, ela sorriu diretamente para ele e foi se aproximando devagar enquanto dançava. Estava feliz de vê-lo, tão feliz que quase não tinha palavras, simplesmente pelo fato que ele tinha feito como prometerá fora vê-la em seu aniversario. Ariana terminou a apresentação e fez menção de sair da sala como sempre fazia pouco antes da ceia.

– Não vá Ariana, fique aqui conosco. – O Lorde a chamou fazendo-a sentar ao seu lado durante o resto todo da festa assim a impedindo de se aproximar de Atlas o qual apenas ficou a acompanhando de longe.

– Sempre acho adorável quando dança, enche o coração de alegria, as vezes penso em deixa-la presa a mim, mesmo sabendo que é impossível. – O nobre disse com um pouco de pesar e beijou a palma das mãos dela.

– Não faça isso, está me deixando envergonhada. – Reagiu rapidamente se afastando um pouco.

– Por favor, pelo menos mais um pouco enquanto ainda podemos manter sua companhia.

– Lorde Caspian...

Ela ficou sem palavras durante alguns instantes e foi atrás do olhar de Atlas, estava sendo mantida na mesa durante muito tempo, só conseguiu sair daquela situação quando finalmente o senhor cedeu ao sono e a bebida. Foi quando finalmente pode se encontrar com Atlas.

– Não esperava que fosse te encontrar em uma festa.

– O lorde Caspian é um diplomata renomado é bem comum que participe de suas festas sempre que estou por aqui. O que não esperava era que ele a monopolizasse desse jeito. – Atlas disse dando um pequeno sorriso enquanto andavam lado a lado pelo castelo retornando aos seus aposentos.

– Ele tem feito isso desde que retornei do ultimo festival, na verdade é divertido, nunca dancei tanto.

– Fico feliz que esteja se divertindo, afinal em breve não estará mais em Sky.

– O que quer dizer com isso Atlas?

– É natural que depois que se case mude-se não é mesmo? Afinal já tem quase dezesseis.

– De fato. Atlas, estou feliz por ter te visto. Está tarde, encontre-se comigo amanhã no jardim de inverno pouco após o horário de almoço. Estarei te esperando.

– Aguardarei ansioso. – Um grande sorriso foi aberto, ele conseguiu dormir poucas horas, estava nervoso. Antes de sair do reino William tentou convence-lo varias vezes para não sair.

Poucos dias antes

– Está louco? Atlas, não vá. Vai acabar se matando se de fato for pedir a mão dela. – O príncipe falou com ele enquanto o cavaleiro arrumava as malas. – Fique aqui, case-se com Cecilia, se torne meu ministro quando me tornar rei.

– Guarde a mão de sua irmã para quando entraremos em tempo de guerra o que não vai demorar no passo que Britannia avança sobre os territórios.

– Vai haver guerra se a estabilidade dos quatro sacerdotes for quebrada. A sacerdotisa da Lua se casará com o sacerdote do Sol.

– Existe alguma lei me dizendo que ela não pode gostar de outra pessoa ou que ela não pode se casar com ninguém mais além do Sol?

– Não... Mas use o bom senso Atlas. Não vá. Se não for, mesmo que se ela gostar de você vai te esquecer e tudo voltará ao normal.

– Ela pode estar ou não me esperando, nesse caso eu prefiro ir e comprovar com meus olhos.

– Será que você pode me ouvir?

– Não, eu vou atrás dela com toda certeza, eu preciso disso é o que meu coração diz. Eu sinto que Fortuna está do meu lado.

– Fortuna! Atlas, não pode lutar contra a Lua usando Fortuna, sabe disso.

– Não adianta o que me diga eu vou. Pelo menos para que ela escute o que eu tenho a dizer.

– Está louco é a única explicação. Pelo visto você realmente não vai me ouvir. Nesse caso parta essa noite.

– Essa noite?

– É claro, se Fortuna realmente estiver ao seu lado chegará antes de Galahad que provavelmente planeja chegar exatamente no dia do aniversario dela do jeito que ele é autoconfiante.

– Muito obrigado Will.

– Mas me faça uma promessa.

– Qual?

– Se for rejeitado case-se com Cecilia.

– Tem certeza que entregaria sua irmã para alguém que não há ama?

– Se for você sim, pelo menos sei que se ela te rejeitar os deuses vão preferir que fique em algum lugar fácil de te observar.

– Está bem. Eu prometo. – Ele de um sorriso meio triste e pegou a mala já arrumada e foi para a área dos cavalos. Veio sozinho desse vez, a primeira vez que viaja para tão longe sozinho.

Atlas foi direto para o jardim de inverno depois de comer alguma coisa, esperava conseguir chegar primeiro e não fazer a garota esperar, estava muito instável e em seu bolso um anel com um pequeno brilhante, a herança da família, pediu para sua mãe antes de partir e ela com muita satisfação o entregou. Estava bastante satisfeito, agora era apenas não enrolar se o fizesse Galahad poderia aparecer e estregaria o plano tão bem feito.

Para sua decepção quando chegou no local combinado Ariana já estava lá e estava dormindo debaixo da grande arvore. Ele sorriu com a cena e se aproximou devagar, sentou-se ao seu lado e a acordou devagar.

– Boa tarde, Ariana.

– Atlas, já está aqui? Pensei que fosse demorar mais um pouco.

– Não, estava ansioso demais.

– Eu também estava, mas fiquei um pouco cansada, ando tendo um tipo de pesadelo, mas creio que não seja nada. Então conte-me como estão as coisas por Teleos?

– Está tudo bem. Cecilia continua a mesma e William estava um pouco preocupado.

– Entendo. Ainda vai demorar um pouco para que eu posso revê-los... – Ela disse com um certo pesar e Atlas tocou-lhe o rosto com cuidado.

– Talvez não demore tanto tempo... Pode voltar comigo. E estar sempre ao meu lado, até mesmo visitar os outros reinos.

– Ir com voltar? – Ariana parecia um pouco surpresa e desviou um pouco o olhar, mas o cavaleiro rapidamente a fez voltar a encara-lo e beijou-lhe rapidamente.

– Estou falando sério.

– Não pode estar falando tão sério assim, Atlas...

– Claro que estou. Afinal é sempre melhor sermos diretos e assim não perder oportunidades. Ainda estamos jovens, mas já temos idade para nos casar. O que me diz Ariana? Deixar esse reino e ir comigo? – Atlas retirou do bolso o anel se segurou a mão da garota a olhando fixamente.

– Atlas... O que está dizendo?...

– Quer se casar comigo, Ariana?

Ariana ficou alguns momentos sem fala, sem realmente saber o que dizer, estava com medo de aceitar, mas seu medo de não aceitar era muito maior. De fato o amava, sabia disso, o jeito que seu sangue fervia e seu coração disparava e o quanto pensou nele durante o tempo que estavam separados e estava ansiosa esperando. Mas no momento que ele pediu ficou completamente sem fala, assim como a marca começou a arder. A marca, era justamente ela que estava causando tanto problema, sem ela, jamais duvidaria de Atlas e aceitaria sem nem ao menos pensar.

– Ariana... Por favor, me dê uma resposta, não fique sem fala, já estou nervoso demais só de fazer isso, então apenas diga sim ou não. – Ele pediu, a olhou nos olhos aquele olhar desolado, precisava de uma resposta para poder seguir em frente fosse ela positiva ou negativa.

– Atlas, sim, eu quero me casar com você.

– Ariana, eu te amo, eu te amo tanto, estava com tanto medo de me dizer não. – Ele sorriu, colocou o anel sobre o dedo dela e depois se beijaram, um beijo longo e terno coberto de romance e amor.

Os dois continuaram sentados sobre a arvore durante o resto da tarde até escurecer, ela apoiada sobre seu peitoral em posição de conforto e proteção. Nada importava para os dois além um do outro.

– Atlas, me conte uma história sobre seu reino. Alguma história que eu não tenha ouvido.

– Eu conheço uma muito boa, essa é contada por todas as gerações dos devotos a Deusa Fortuna. Quando os Deuses dividiram os reinos de acordo com sua vontade e os quatro grandes formaram os quatro reinos principais, Fortuna foi excluída da divisão isso porque ela não tinha fieis concentrados em um local, mas sim espalhados, mesmo assim isso não a impediu de enviar sua escolhida, seu nome era Athena, uma mulher bela, forte, inteligente, mas de temperamento muito genioso. Seu marca era um trevo que ficava graciosamente escondido em sua nuca. Devido a isso ela demorou muito tempo para descobrir ser a escolhida da Deusa, principalmente pelo fato de Fortuna raramente interferir em sua vida.

“Athena dotada de uma ótima sorte e também do poder de ver o futuro, era muito amada, apesar de todos a olharem desconfiados. Afinal se ninguém soubesse que o poder vinha da Deusa como poderiam saber se poderia usufruir daquele poder ou não? Então ela sofria muito com isso, mas não se importava, pois era uma garota de sorte. O rumo da vida de Athena mudou completamente quando ela teve a visão do Eclipse, o sol se tornaria negro e assim os deuses enviaram sua criança.

Ninguém acreditou nela a principio, mesmo que todas suas previsões estivessem corretas até aquele momento. Todos duvidavam do motivo pelo qual o Deus Sol e Lua mandariam uma criança deles para a terra. Não fazia sentido, afinal estavam juntos no céu e ambos seus sacerdotes reinavam com grande sabedoria sobre suas terras.

Os boatos sobre a criança dos deuses que ainda não tinham chegado ao ouvido dos reis de Sky até aquele momento chegou como uma mentira que alguma vidente estava tendo e afirmando que era verdade. Dessa maneira os cavaleiros foram buscar Athena e a levaram até o castelo onde os reis estavam para se justificar. Afinal o rei e a rainha já tinham desistido de terem filhos.

Foi então que Athena contou sobre as visões que costuma ter e contou sobre a criança dos deuses que durante naquele fatídico dia de eclipse os dois conseguiriam terem um filho, a rainha parecia feliz, mas o rei estava desconfiado. Não tinham recebido mensagem alguma dos deuses, porque confiaria em uma desconhecida?

Dessa maneira mandaram observar Athena a qual de fato não fazia nada para receber a mensagem e na verdade brigava com todos todas as vezes que pedia para justificar e falava que não fazia sentido tudo aquilo, se não quisesse acreditar que não acreditasse. Ela na verdade queria muito voltar para casa, mas não poderia o fazê-lo sem ser liberada. Na verdade ela estava amaldiçoando aquela situação simplesmente porque não confessou o que sentia para seu amado e ele se casará com outra enquanto estava presa no castelo de Sky.

O cavaleiro que a observava o tempo todo começou a conversar com ela e tentar entender aquela situação e a medida que foram convivendo e tentando convencer ao rei que mantê-la presa era uma bobagem se apaixonou por ela. Mas é claro que o monarca não quis aceitar o noivado, mesmo que Athena também tivesse passado a gostar dele. O rei simplesmente não queria acreditar na profecia ou talvez não aceitasse como os deuses faziam seu trabalho e assim separou os dois da maneira que lhe foi possível.

Quando finalmente a mensagem do eclipse chegou dos deuses para os monarcas o rei foi tomado por uma raiva que não poderia ser contida, ele simplesmente não aceitava como as coisas iriam acontecer dali por diante e muito menos que até mesmo o direito de ter um filho dele e não para os Deuses não pode ser respeitada mandou cortar os cabelos de Athena bem curtos e só aí que a marca em sua nuca foi vista. O rei muito arrependido pediu desculpas diversas vezes e realizou o casamento de Athena com seu cavalheiro e prometeu a mão de seu filho que estava para nascer a primogênita do casal.

Athena rapidamente recusou a oferta serem controlados pelos deuses foi o que causou aquela situação então não daria crianças ainda por nascer para se casar com outra criança ainda para nascer. E eles então se tornaram amigos e seus filhos cresceram felizes, mesmo que os Deuses ainda controlassem o mundo.”
– Eu não consegui entender o ponto dessa história.

– É apenas sobre a primeira sacerdotisa de Fortuna, na verdade primeiro e única nascida com a marca do trevo. Fortuna abençoa muitas pessoas com o dom de prever o futuro, mas não abençoou ninguém como sua sacerdotisa.

– Você gosta de Fortuna, Atlas?

– Sim, minha mãe sempre diz que um golpe de sorte sempre é bom. E também foi para um golpe de sorte que permitiu meus pais se conhecerem então eu sou realmente grato a Deusa.

– Entendo, sorte é algo que vamos precisar para que tudo de certo. – Ela falou meio receosa e logo depois beijou o anel. – Como faremos daqui para frente?

– Primeiro vamos falar com sua mãe, depois com o rei e poderei te levar comigo para Teleos.

– E quanto a Deusa o que faremos?

– Pediremos sua benção, apenas isso. Não temos muito mais o que fazer, mas ela é boa tudo vai dar certo. – Ele sorriu e a beijou novamente, continuaram durante alguns minutos, o sol começou a se por e foi naquele momento que decidiram que estava na hora de se separarem.

– Eu tenho de ir para o culto.

– Converse com a Deusa durante seu culto, estarei te esperando logo no horário de almoço.

– Está bem. – Ela sorriu um pouco sem jeito e saiu para o culto.