A Sacerdotisa Da Lua escrita por Chibichiin


Capítulo 11
Capítulo 11




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Naquele tarde eles não se separaram. A porta da sala de música fora trancada e mesmo quando bateram nela, simplesmente ignoraram, ficaram imersos um no outro durante toda noite até pela manhã. Não admitiriam interrupções evitáveis no tempo que tinham junto, pois era pouco, mas também era precioso. Ariana foi a primeira a se por disposta a deixar a sala de música naquela madrugada, o dia ainda não tinha começado a surgir quando ela saiu furtivamente, com as mesmas roupas do dia anterior amassadas, mas apropriadamente vestidas antes de retornar a seu quarto.

No dia seguinte o esquema se repetiu e no terceiro dia o qual representava a madrugada do dia em que Atlas finalmente deixaria a cidade. Nada foi dito diferente, estavam sentados conversando como se nada tivesse mudado ou tivesse alguma coisa diferente, tudo ocorreu como o mesmo. A diferença foi quando ainda com Ariana adormecida sobre seu braço Atlas se mexeu pela manhã. Estava muito de madrugada, o dia ainda não tinha chegado, ele simplesmente tinha que pegar seu cavalo para partir, mas não queria.

Ele olhou para os cabelos vermelhos da noiva, com carinho, tamanho cabelos vermelhos, o jeito doce que dormia, o jeito calmo que o peito dela subia e descia, a pele branca. Ele beijou a tatuagem visível uma vez que estava adormecida de lado e de costas para ele. Um beijo doce sobre aquela tatuagem, a que tanto odiava, odiava a marca em suas costas como se ela fosse simplesmente outra condenada. Odiava aquela marcação, mas naquele momento que os separaria para sempre sabia que era a diferença e o fez com doçura, apenas imaginando como realmente amava cada uma das partes de Ariana. Toda sua perfeição e imperfeição. Não tinha contado que na verdade prometera Will que não a veria novamente além de se casar com Cecilia. Seria de fato melhor para os dois se não se vissem mais e evitassem observar os filhos do outro. As crianças que nunca teriam juntas por mais que desejassem.

Atlas se levantou depois de mais meia hora enrolando deitado observando a noiva tomando o cuidado extremo de não acorda-la. Levantou com ainda mais cuidado, vestiu e antes de sair beijou-lhe a testa antes de desaparecer pelos corredores do castelo e ir embora. Para longe e para um destino que o impediria de a ter ao seu lado.

Ariana acordou sozinha, sabia que não poderia estar ao lado de Atlas, mesmo assim não saiu correndo, não perseguiria o amor impossível, assim como não queria ver Galahad tão rapidamente. Se levantou devagar, se vestiu e saiu cansada, quando chegou em seu quarto simplesmente se deitou e adormeceu novamente.

– Ariana, finalmente te encontrei. Estava me evitando eu sei disso. – O sacerdote disse quando finalmente conseguiu falar com ela. – Não posso ficar afastado por muito tempo, tenho que voltar. Apenas quero ter certeza que estamos bem.

– Já pode retornar as suas atividades normais Galahad, Atlas já se foi e não ficaremos juntos. Eu sou sua noiva e serei a melhor noiva que posso eu prometo.

– Não sei porque isso não me reconforta tanto. Eu te amo Ariana, estaremos juntos e juntos teremos a criança dos Deuses, ficará tudo bem, você verá. Por que simplesmente fomos feitos um para o outro.

– Eu sie que fomos feitos um para o outro. Eu tenho confiança Galahad. O rei marcará nosso casamento em breve serei sua esposa e estarei com você exatamente como tudo deveria estar e não pretendo me arrepender de nada. Sei que podemos fazer isso sem problemas.

– Sim, farei os preparativos para o meu retorno para casa. Eu virei vê-la o mais breve possível, creio que devo retornar antes que já venho o próximo festival que parece não estar muito longe, mas ainda me parece uma eternidade pelo tempo que ficaremos separados.

– Diz coisas muito doces Galahad, eu tenho que voltar as atividades do reino e também como sacerdotisa, sei que Lua não está satisfeita comigo, nem um pouco satisfeita.

– Então a agrade conte para ela que estamos noivos, era ficará radiante.

Lua de fato estava radiante com o noivado, mas ela sabia o que tinha ocorrido com Atlas. Mesmo com toda a purificação Ariana ainda estava impura. E sua impureza apenas crescia ao longo dos dias. Até que finalmente durante uma noite de Lua Cheia, a Deusa estava muito brava, mas brava do que jamais se foi visto.

– Quando iria me contar do seu caso com o jovem cavalheiro? Quando planejava fazer sua fuga?

– Eu não fugiria, sabe disso, e porque eu te contaria alguma coisa, sendo que sempre soube de tudo?

– Não tem como eu te entregar impura, desse jeito, um ser que nem deveria ter sido tornado sacerdotisa para se casar e gerar meu querido filho em seu ventre. Não enquanto ainda não podemos ter certeza do que aconteceu. – Ariana falava com a luz da lua, a luz vinha direto do céu, da abertura que fora feita, a luz enchia o olhar assim como a voz feroz, mas ao mesmo tempo doce da Deusa.

– Eu aceitei me casar com Galahad, eu terei seu filho, o que mais quer de mim Deusa? O que quer, que eu faça? Nós dois fomos embora, ele voltou para o lar e eu também fiquei por aqui.

– Acha mesmo que um corpo malucado era o que eu queria? Um corpo como o seu, que já até esteve com outro homem, que vai parir outro filho?

– Parir outro filho? Do que está falando Lua? Está louca. – Nesse momento a luz da lua se tornou aparição, da linda mulher de cabelos grandes de cor prateada como a luz da lua e se aproximou sem sorrir, apertando com força o rosto da garota a ponto de machucar.

– O cavaleiro se foi, mas deixou algo para trás e não posso mata-la, levaria anos para poder nascer e crescer uma outra sacerdotisa para mim. Não daria tempo para o eclipse a ponto para poder gerar a criança dos Deuses, Sol ficaria decepcionado se eu não o fizesse isso.

– EU estou grávida de Atlas? – Ariana ficou surpresa, dando um grande sorriso.

– Chame Helena e Yasmin, vai atrás das duas e volte. Eu vou puni-la por isso, mas não posso prejudicar a criança que não tem nada com isso. Vou poupar o filho, memso que eu devesse ter punido o pai, assim como eu deveria ter feito anos atrás. Vá logo Ariana, é minha sacerdotisa precisamos descobrir e rápido o que fazer com o pequeno parasita.

A sacerdotisa voltou pouco depois com sua mãe e também a princesa, ambas nas roupas de dormir, afinal era o ,culto da noite, então estavam dormindo até Ariana chega desesperada as acordando.

–Finalmente as três, como eu gostaria, não tem como fazermos de outra maneira, precisamos pensar juntas qual seria a melhor punição e qual será o melhor caminho. A filha que cometeu os mesmos erros da mãe, repetiu o mesmo padrão e será sujeita a uma vida miserável e terrível da maneira que Yasmim pode dizer ela mesmo. Acha mesmo que depois de cometer mesmo erro a vida e Ariana será normal? Feliz?

– O cavaleiro. Atlas, você não simplesmente o rejeitou ou disse que fugiria com ele, ele a desonrou não é? O cavaleiro, e um filho, absurdo, como pode cometer o mesmo erro que me fez ser obrigada a viver nesse reino? – Yasmin falou abismada, não acredita no que tinha acabado de ouvir.

– Está grávida, Ariana? De Atlas? Temos que fazê-lo se responsabilizar pelo o que fez, não pode tomar uma mulher desse reino e achar que não haverá consequências. – Helena foi quem disse abraçando a amiga, um filho fora de um casamento, um casamento o qual Ariana poderia ter apenas um filho era apenas uma grande desgraça. Como poderia fazer isso daquela maneira?

– O que vai fazer Deusa? Não pretende punir a criança não nascida, vai? – Yasmin perguntou se colocando na frente a filha.

– Yasmin, sabe que não, se eu fosse ter feito isso, Ariana nem teria existido para início de conversa. Precisamos nos livrar da criança, nos livrar de maneira que ninguém saiba. Ninguém além de nós três deve saber da existência do filho de Atlas.

– E um médico, se permite é claro, uma parteira, não podemos prejudicar a saúde da sacerdotisa e também da criança.

– Claro, Alteza, - falou irônica. –Teremos sua parteira, a pessoa que acompanhará Ariana durante esses nove meses. Colocarei uma doença em Ariana, durante esses nove meses ficará de cama, ninguém a verá ou fará contato. Quero sigilo total, Galahad e os reis não podem saber.

– O que fará com a criança e com Atlas? – Helena perguntou.

– Atlas não poderá se casar, Atlas viverá atormentado por aquela que nunca teve como esposa. Ele todos os dias pensará em Ariana, desejará que estivesse em seus braços, ele não terá descanso ou conforto em outros braços ou ainda em bebida ou qualquer outro tipo de coisa que os tolos humanos se jogam em prazeres perdidos, nada disso funcionará para ele. Ele ficará vagando para sempre pensando sobre o que nunca tinha dado certo.

– O que fará com a Criança? – Ariana falou um pouco receosa, dando alguns passos para trás, abraçando o próprio ventre em sinal de proteção. – Não vão tirar a criança e mim, ela é minha filha, eu tenho o direito de cria-la.

– Claro que não sou tola, você me pertence, como sempre me pertenceu. É minha e a criança em seu ventre também o é. Maldito sangue cigano das veias de sua mãe, eu tinha que conviver com isso durante anos, eu não terei outra cigana dentro dessa casa. Yasmin, quando a criança nascer leve-a embora, para muito longe. Seu clã irá cuidar da criança e quero que leve ela para bem longe, longe dos quatro reinos, onde está história será escondida. Sua punição não será apenas essa Ariana, quando a criança sair do castelo esquecerá de tudo, de Atlas e do que cresce em seu ventre. Viverá com Galahad, terá uma vida feliz e quando for a hora terá a criança dos deuses, criará o filho dos deuses com amor e carinho e será agradecida por tudo. Essa é a punição por desobedecer as ordens dos Deuses minha querida. Eu me arrependo desde o dia que descobri que Yasmin estava grávida de você. A gravidez que nunca deveria ter acontecido.

– Então eu devo criar minha neta, longe da minha filha e também de maneira mais isolada o possível. Está me condenando a nunca ver Ariana. Eu a amo, sempre estivemos juntas, não me faça perder minha filha também. – Yasmin pediu, parecia mais uma súplica, desesperada como se implorasse.

– Você teve sorte de ainda estar viva, eu fui cega quando veio para esse reino, não poderia ter ficado desde o inicio. – Foi o que a voz fantasmagórica e terrível da Deusa soou pelo lugar. Ariana, Helena e Yasmin sabiam que não teriam mais o que fazer além é claro de aceitar o que a Deusa queria.

Naquela noite quando Ariana se deitou, rezou, rezou pela primeira vez em muitos anos, mas não foi para Lua, nem para os outros deuses elementais foi para Fortuna. A única que poderia ainda estar ao seu lado, rezou e agradeceu pela criança em seu ventre, mesmo que fosse ela que destruiria sua vida e que tudo começaria a dar horrivelmente errado, mesmo assim, estava genuinamente feliz de trazer a vida a criança do homem amado. Fortuna ouviu as prezes de Ariana, o agradecimento tinha sido o ponto alto, não amaldiçoar a própria vida lhe parecia a coisa certa a se fazer e de conseguir se tornar alguém ainda mais forte.


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