A Sacerdotisa Da Lua escrita por Chibichiin


Capítulo 10
Capítulo 10




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/614676/chapter/10

Na noite seguinte os cavaleiros principais do castelo estavam sentados no salão de jogos do castelo, um canto mais separado que raramente era usado para grandes eventos, normalmente apenas os nobres que vivem no castelo usavam, mas normalmente sem a presença da família real. No caso era o Lorde Caspian que usava aquele espaço, e lá estava um total de quinze homens e mais sete mulheres, sentadas perto de seus acompanhantes. Não era uma festa para damas de verdade. Era apenas para demonstração, mulheres muito belas, sem título que apenas estavam ali para provarem como as conquistaram.

Atlas odiava esse tipo de ambiente, era homens sujos que tentavam conquistar as mulheres como podiam e depois as exibiam como prêmio. O sentimento de conquista realmente era alto, sabia disso, pensava que também era orgulho só de pensar qual seria a cara de Galahad quando descobrisse que sua noiva tinha fugido com seu rival. Seus pensamentos foram afastados quando a música começou e Ariana entrou.

Na ocasião estava toda de azul com todas joias prateadas, tudo de prata, eram joias que não poderiam ser adquiridas por ela obviamente. Normalmente usavam outros tipos de coisa para poderem se enfeitar, mas naquela ocasião, estava de brinco, colar, pulseira e também de tornozeleiras. De onde tinha visto tamanha prataria?

Ela dançou com a proeza de sempre, Lorde Caspian estava sentado no meio, não desviando o olhar dela por um momento. Era esse tipo de olhar que incomodava Atlas quando Ariana estava dançando, mas ele também não podia contestar muito, pois o seu não diferenciava tanto. Ariana estava linda, ainda mais com as pratarias que se movimentavam e balançavam com seus movimentos, movimentos abertos, sedutores e delicados. Momentos de impulso que ela soltou pelo ar e voltou de pé para o chão, se aproximando do dono da festa.

Por poucos minutos da dança ela se concentrou em dançar, como se fosse apenas para ele, depois se afastou e olhou para Atlas dando um pequeno sorriso, mas não se aproximou. Ela terminou a dança bem em frente, a poucos centímetros do Lorde, o qual sem nenhuma cerimônia a puxou pela cintura a fazendo sentar-se ao lado dele.

– Lorde, se me permite eu tenho que ir ao culto ainda.

– Vamos Ariana, fique comigo um pouco, eu estou pagando a festa, a dança e toda a prata que esta lindamente vestida.

– Senhor, sabe que apenas a usei por sua insistência. Amanhã pela manhã a trarei de volta. Não precisa gastar uma fortuna em joias para uma pessoa como eu.

– Eu tenho dinheiro para lhe encher de joias. Sua beleza deve ser ressaltada por elas. Prata fica impressionantemente bonito na senhorita. Sua pele clara realmente é diferente, tão exótica.

– Senhor, não faça tantos elogios, o que vão achar de mim? Ganhando joias de um lorde apenas por dançar para diverti-lo.

– Ariana, não seja tão rígida, sei que Galahad não pode lhe comprar joias como essa, não poderá andar tão bela quanto está aqui no momento. Assim como não poderá dançar quando se casar. Eu quero poder cuidar da minha dançarina favorita. Quero poder gravar em meus olhos sua beleza antes que seja de outro.

– Lorde Caspian, deveria parar com isso. Não tenho desejo por essa prataria, assim como não deveria jogar essas palavras para uma noiva como se fosse nada demais.

– Vamos Ariana, não seja tão cínica. Eu não tiraria a honra da sacerdotisa, ou de qualquer senhorita. Mas devo dizer que me sinto reconfortado durante o tempo que fica próximo e dança como se fosse apenas para a minha pessoa. – Ele disse e passou rapidamente os braços em torno da cintura de Ariana a puxando para mais perto.

– Deveria parar com isso de uma vez Caspian. – Um dos nobres pertos falou, ele era um daqueles acompanhados de uma dama e a segurava mais rente a si, impedindo quase todos os movimentos da mulher. – Lembra de como o rei te repreendeu quando falou que queria Ariana?

– Ele realmente ficou bravo. Mas eu estava falando sério, se tivesse uma opção aonde Ariana não fosse se casar com Galahad eu iria ter Ariana para mim. – Ele disse como se concordasse a apertando mais em seus braços. A sacerdotisa virou o olhar para Atlas em um pedido de ajuda meio desesperado.

– Pare com isso Lorde, deixe-me ir.

– Ariana é sério. Eu te faria uma das mulheres mais ricas de Sky. Seria um grande acordo, mas o rei ficou tão bravo quando falei nisso. Começou a brigar, dizendo que jamais daria Ariana para um homem que não a merecesse ou que não fosse ser bom para ela. Eu seria bom para você. Eu iria cuidar, te encher de joias e a faria feliz.

– Acho que chega Lorde Caspian. – Atlas interrompeu dessa vez, pegando a mão de Ariana com cuidado a levantando. – Para uma noiva falarem como se ela não estivesse aqui, não vai demonstrar como era realmente um bom partido para ela.

– Tem razão, Atlas, de fato você tem razão. Eu não deveria cortejar a noiva de outro. É muito triste tentar ficar ao lado de uma mulher que nunca será sua.

– Lorde Caspian, se me da licença vou me retirar. – Ela disse sem jeito, dando um pequeno sorriso. – Virei amanhã lhe devolver a predaria.

– Não devolva Ariana, eu já lhe disse, são suas, eu não pretendo te-las de volta. Use-as sabiamente e de maneira elegante, como apenas você conseguirá.

– Obrigada, Lorde, mas eu não posso aceitar.

– Aceite, não quebre mais meu coração.

– Você sempre foi tão dramático. – Outro nobre riu um pouco. Ariana finalmente se afastou logo sendo seguida por Atlas.

– Vamos voltar para a sala de música, Ariana. – Atlas disse a puxando com cuidado, com bastante carinho até.

– Não Atlas, eu tenho que voltar para o meu quarto. Se eu passar por Helena ou pelo rei com as predarias vou ter problemas. Tenho que guarda-las antes que me vejam mais tempo com elas.

– Vai realmente ficar com elas?

– Não posso me desfazer por enquanto. Mas quem sabe posso vende-las depois?

– Como seu noivo, preferiria que não ficasse com elas. – Ele disse bem baixo sobre o ouvido dela, como se compartilhasse um segredo. – Eu já estou me mordendo de ciúmes só de pensar como ele estava te segurando, agora que a vejo tão bela com essas jóias apenas me condeno de ter que leva-la para longe onde não terá nenhum luxo.

– Eu sou uma andarilha, Atlas, luxo não me interessa. – Ela deu um pequeno sorriso e saiu de perto de Atlas, voltando para seus aposentos.

Ela se sentou sobre a penteadeira, seu quarto possuía uma cama, não muito grande, a penteadeira, uma janela de tamanho médio, não era muito grande. E no quarto ao lado, separado por uma porta, dando acesso entre os quartos era o de sua mãe o qual era idêntico ao seu, mas seus espaços eram bem separados. Ariana agradecia muito ao rei por ter permitido as duas ficarem no melhor quarto dos servos do castelo. Ela sabia perfeitamente que aqueles aposentos não foram separados para a sacerdotisa da lua, afinal não era costume morar no castelo. Na verdade costumavam ser mulheres simples de alguma posição, mas servas do castelo era uma raridade geral.

Tirou toda a predaria que usava, os brincos, o colar, peça por peça guardando em sua caixa de joias. Não possuía muitas, a maior parte que usava mesmo quando apresentava pertencia a sua mãe, com as poucas que ela tinha conseguido trazer do clã e algumas que Yasmin ganhou no castelo. As que realmente pertenciam a Ariana eram todas presentes dos nobres que dançava, mas foi a primeira vez que recebeu tantas joias de uma só vez da mesma pessoa. Ficou até preocupada com isso, sabia que se descobrissem ia ser ruim, principalmente se Galahad soubesse.

Galahad, isso é preocupante, pensou que se pudesse fugir com Atlas venderia as joias que tinha ganhado e poderiam tranquilamente fugir, com dinheiro seria bem mais fácil. Ainda não tinha tomado coragem de contar para Atlas que não iria como ele, como contar quando a ultima coisa que queria era continuar ali, continuar com sua vida. Só de pensar em se deitar ao lado de Galahad lhe dava vontade de chorar. Sabia perfeitamente que seriam felizes, tinha certeza, a marca cuidaria disso, como todos sempre lhe diriam. Mesmo assim sempre que um festival da colheita chegasse ela veria Atlas, seu sangue ferveria e não conseguiria continuar.

O sangue que ferve quando não tem o que deseja, quando quer profundamente estar com alguém mesmo que não possa, o sangue fervente de seu povo, o povo que não aceita ser amarrado ou ter seu destino escolhido. Sabia que toda vez que seu sangue chamasse iria querer correr e abandonar tudo que tinha construído, como acontecia com tanta frequência. Sabia que seu caso com Atlas era uma dessas coisas. Ela se lembrava com clareza quando o achou bonito pela primeira vez, de como ele sempre sorria e a elogiava desde pequenos. O toque do cavaleiro era tao diferente do de Galahad. Quanto mais pensava nisso, mas percebia que não conhecia o sacerdote bem o suficiente, o que sabiam um do outro? Eles mal se viam, mal se falavam, parecia bem claro que ele apenas gostava dela pela marca e isso realmente a atormentava.

Ela suspirou profundamente, sabia que a Deusa ia aparecer em sonho novamente, afinal não estava indo aos cultos. Sabia também que a suma sacerdotisa ia aparecer para incomoda-la. Na verdade estava demorando até muito para aparecer e se perguntou o por que. No dia seguinte suas duvidas de porque não estava sendo obrigada a aparecer para o culto lhe foi respondida.

Helena se encontrou com Ariana no jardim de inverno. Fazia alguns dias que mal se falavam e finalmente sentaram para conversar. Sob a grande arvore, Helena deitou a cabeça sobre o colo de Ariana, em uma busca de um aconchego que a muito não o tinha.

– Ariana, por que meu pai anunciou o casamento sendo que nem escolheu meu pretendente ainda. Como ele pode fazer isso, me tornar uma noiva sem me avisar. Ariana o que eu faço?

– Terá de simplesmente confiar em seu pai. E poder deixar claro o tipo de homem com quem quer passar a vida e governar Sky ao seu lado. Apenas não permita que um homem de fora tome o poder do reino, você é nossa princesa e nossa futura rainha.

– Eu sei disso Ariana, mas me sinto péssima. E ele ainda anunciou seu casamento com Galahad. Todos sabiam que isso iria acontecer, mas é meio ridículo a maneira com que isso foi feito. Seria melhor ter esperado Galahad pessoalmente ter aparecido, mas não Atlas veio como ele prometeu e Galahad fica sentado esperando tudo cair do céu para ele.

– Helena calma, eu que vou ter que me casar com Galahad. Você apenas tem que pensar como conseguir se resolver com seu pai e deixar as prioridades de como será seu casamento claras para o rei.

– Vou fazer isso, mesmo que não seja eu que vou me casar com Galahad. Ele me irrita quando faz isso. Acho absurdo ter que liberar minha melhor amiga para um homem como ele.

– Eu realmente não queria me casar.

– Ariana. – Helena se sentou e tocou em seu rosto devagar. – Eu sinto muito não poder te ajudar quanto a isso. Por que não foge com Atlas? Ele veio te buscar, não veio? Eu posso te dar mais algumas joias junto com as que já tem para poderem fugir. Pelo menos até alcançarem seu clã.

– Helena, eu não posso fugir com Atlas. – Ela disse devagar, já sentindo as primeiras lagrimas caindo sobre seu rosto, e Helena a abraçou, a trazendo para seus braços a afagando.

– O que houve? Me explique direito.

– Lua disse que vai destruir o reino, e lhe fará de sacrifício. Eu não posso fugir, Helena, eu condenaria a todos. – Ela disse ando chorando e Helena apenas a abraçou com mais força e voltando a fazer carinho em seus cabelos.

– Tudo bem, Ariana, tudo bem. Tudo vai ficar bem, você vai ver amor. Você contou para Atlas?

– Não. EU ainda não tive coragem. Eu não quero desistir disso, porque Helena?

– Tudo bem, conte para Atlas que vocês vão superar. Vão ser felizes mesmo que não estejam juntos.

– Obrigada, Helena, Obrigada. Eu sei que tudo vai dar certo, tem que dar.

Helena e Ariana continuaram abraçadas no jardim de inverno, de hora em hora uma ama passava para se verificar se as duas estavam bem. Elas adormeceram juntas de baixo da arvore, mas quem as acordou não foram as amas ou Atlas, o qual foi puxado pelos outros cavaleiros para fazer parte de jogos.

– Ariana, alteza, desculpem, por favor, perdoem interromper o descanso das senhoritas, mas eu realmente preciso falar com Ariana.

As duas acordaram com um pouco de dificuldade e ao verem Galahad se assustaram acordando em súbito. Ficaram de pé em instantes já arrumando e tirando algumas poucas folhas de suas roupas.

– Galahad o que está fazendo aqui? Não deveria estar em seu reino?

– Desculpe, Ariana querida, preciso falar com você em particular. Eu simplesmente não podia deixar de vir quando o Sol me mandou uma mensagem urgente para que eu viesse.

– Está bem, Galahad. Helena, eu vou leva-lo para a sala de música. – Ela falou e logo se afastou levando o seu suposto noivo para um dos poucos lugares do castelo que não seriam incomodados. Fechou a porta atrás dele, mas estava esperando Atlas aparecer, sabia que ele apareceria. – Agora estamos sozinhos Galahad.

– Pode me explicar porque o Deus me mandou vir correndo? Me dizendo ainda que iria achar os motivos que eu deveria estar aqui. Pensei que o rei tivesse anunciado nosso noivado, o que está acontecendo aqui?

– É, obrigada por ter mandado a carta diretamente para o rei, uma vez que eu deixei bem claro que eu não me casaria com você.

– É claro que eu fiz isso. O que esperava que eu fizesse? Eu tinha que te encurralar antes que fizesse alguma coisa que fosse longe demais.

– Não se preocupe Galahad, não precisava ter me encurralado, pois a deusa se prontificou a isso. Eu estou presa nesse reino até o fim de meus dias e eu vou ter que me casar com você e gerar seu filho se é isso que vai te fazer tão feliz.

– Acha mesmo que vê-la ceder dessa maneira me deixa feliz? Você aparentemente não entende nada, mesmo Ariana. Não é isso, sem dúvida não é isso. Eu quero que sejamos felizes juntos, não simplesmente porque fomos obrigados. Acha mesmo que te ver infeliz é o que eu quero?

– O que deseja então? O que quer que eu faça? Simplesmente caia de amores por você de um momento para o outro? Esqueça que tudo isso aconteceu? O que espera de mim Galahad?

– Eu espero que você faça o que é certo, mas não porque é certo, mas porque é o que quer fazer. Eu quero que você aceite se casar comigo porque me ama, não precisa ser o quanto eu te amo.

– Galahad, eu vou fazer a coisa certa. Eu vou me casar com você. – Ela disse enquanto já começava a chorar e o sacerdote a abraçou com carinho.

– Eu te amo, Ariana, por que não podemos ser felizes com isso? Eu não quero te ver chorando porque vai se casar comigo, faz ideia de como isso me deixa miserável? Eu quero viver juntos, felizes, teremos um filho. Apenas quando se tem um eclipse a sacerdotisa da lua e o sacerdote são abençoados por uma criança. A nossa situação não é a ideal, sabemos que ela não é. Eu te amo, realmente te amo, mas eu não gostaria de ficar preso no reino tanto quanto você. Eu sou um mercador, minha família é de mercadores a anos e assim como você não posso me afastar do reino.

– Então temos de ficar juntos e pronto? Sem opção?

– Querida, pense seremos felizes, teremos um filho. Seremos felizes, Ariana, você vai ver. Tem que contar a verdade para Atlas. Diga a ele que é impossível. Não podemos condenar a todos.

– Sim, não posso condenar. Galahad. – Ela ainda chorava em seus braços, e ele fazia carinhos nos cabelos ruivos. – Galahad, você promete que me fará feliz? Me prometa, que seremos um bom casal e não amaldiçoarei a vida ao seu lado.

– Claro que eu prometo, meu amor, ficaremos juntos. Vai tudo dar certo. – Ele sorriu, levantando levemente o queixo dela o permitindo assim beija-la levemente. Beijar Galahad nunca foi algo ruim aos olhos de Ariana, ela até apreciava, mas era tão diferente de estar com Atlas. E principalmente naquele momento lhe pareceu errado estar nos braços de Galahad.

– Volte para seu reino Galahad. Quando chegar a colheita, estaremos no reino de Henry e nunca mais vamos falar disso.

– Está bem... Ariana, por favor, eu vou ficar aqui mais um pouco pelo menos por enquanto. Eu sei que tudo que fazemos os deuses nós ajudam. - Galahad tocou no rosto dela novamente e a porta da sala de música foi aberta.

– Ariana, desculpe, eu fiquei preso com os Lordes. – Atlas falou já se desculpando quando entrou na sala de música devagar. - Galahad, o que está fazendo aqui?

– Estava apenas me certificando que minha noiva, conseguiu todas as informações que realmente precisava. – Galahad deu um pequeno sorriso ao encarar o rival antes de passar por ele.

– Ariana, você contou a novidade para ele? Que estamos noivos e vamos nos casar. – Foi o cavaleiro que falou se aproximando de Ariana.

– Eu já sei, mas não creio que será possível. Eu vou indo Ariana, sabe quais foram as constatações. – O sacerdote completou, saindo da sala de música e fechando a porta atrás dele.

– O que ele quer dizer com isso?

– Eu não posso ser sua noiva, Atlas. A Deusa me ameaçou, ameaçou a todos nós. Mesmo que fugirmos, não sobreviveremos. Ninguém vai sobreviver até que isso se resolva. Os deuses confirmaram o eclipse.

– Ariana.... Está realmente falando isso? Está desistindo, pensei que íamos fugir no final da missão ou iria comigo de volta para casa, mas diz coisas do gênero. Ariana, você é a minha noiva. Não vai aceitar ser minha noiva? Se recusa a aceitar?

– Eu quero mais do que tudo me tornar sua esposa, mas condenar Helena, o reino, Galahad e a todos não é o que eu estou buscando em um amor.

– O que está buscando? O seu sangue-fervente e mestiço te dizer exatamente o que fazer, ou espera que tudo se resolva quando se casar? Eu não quero isso, acha mesmo que seremos os mesmos, depois que te entregar a aquele homem? Vai ser feliz quando nos encontramos durante os festivais e tivermos com nossos filhos? Filhos de outros?

– Não! Eu não quero que você esteja com outra mulher, como eu poderia ser feliz se você tivesse o filho de outra mulher?

– Está apenas sendo egoísta Ariana, espera que eu aceite de bom grado você se casando com Galahad, quase como um favor para toda a humanidade e espera que eu desista de tudo, pois não suporta pensar nisso sozinha. Tem que pensar no que vai fazer, não pode me obrigar a isso. – Atlas falou serio e tocou com a ponta dos dedos o rosto de Ariana. – Eu te amo, tanto quanto você me ama, então coloque-se no meu lugar. Não quero que se case com Galahad, assim como não quer que eu me case com nenhuma outra. Eu tenho pouco tempo aqui, por que não me diz o que decidiu? Podemos encarar as consequências juntos.

– Não podemos Atlas, eu te amo, te amo tanto, que eu te daria todo o meu ser, mas não posso condenar os quatro reinos e tudo que os cerca apenas para podermos viver esse amor. Eu não posso condenar Helena, eu amo Helena, não posso condena-la. Não ligo muito para os outros, mas cresci junto a princesa, acha mesmo que eu simplesmente poderia abandona-la? O que fará quando for confrontado por Cecilia com as mudanças e a raiva dos Deuses?

– Iremos para longe, para o reino que idolatram o Deus invisível. Podemos fazer isso, pensar que não tem nada acontecendo, apenas continuar o caminho em frente. Não diga que não podemos ser felizes que eu sei que seremos mais até do que qualquer outro casal em todos os quatro reinos.

– Não podemos dizer isso. Como acha que um relacionamento fugitivo seria visto? Eu não quero pensar no sangue fervente, ou ainda coisas mais complicadas, mas é um fato que tem uma marca vil nas minhas costas e toda a noite a Deusa vem me avisar do que vai acontecer se eu fugir. – Ariana falou e começou a chorar e foi quando sentiu os braços fortes de Atlas a abraçando.

– Eu tenho mais dois dias ainda antes de ter que retornar. Eu prometi ao príncipe que ele escolheria minha noiva, que eu me casaria com Cecilia se me rejeitasse. Foi exatamente o que ele me disse. Eu fiz uma promessa como essa e agora estaremos os dois condenados, me deixe viver dois dias mais, é a única coisa que eu peço. Mesmo que eu a considere como minha noiva pelo resto de nossos dias.

– Está bem Atlas, dois dias, sem dizer uma única palavra sobre nossos destinos ou sobre lamurias de infelicidade. Seremos felizes, como um só durante os dias que temos restantes. E quando o tempo terminar irá para casa, mas eu serei sua noiva eterna.

– Eu te amo Ariana, amo tanto que eu não sei o que fazer com todo o amor que sinto por você ou direcionar tamanha paixão, devo dizer que será difícil partir de volta para casa mesmo que isso tenha de ser feito.

– Não falemos mais disso meu amor. – Ariana sorriu e com um movimento, passou os braços em torno de Atlas o beijando em um beijo caloroso o impedindo de agir ou de falar mais um pouco que fosse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Sacerdotisa Da Lua" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.