A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 8
// Estação do Acaso //


Notas iniciais do capítulo

Hey There folks!!!!!!!!!!!!!!!
Estou animadíssima com esse capitulo.
Deixe-me contar sobre ele, ele no meu planejamento é o primeiro capitulo da segunda temporada!!! Eu pretendia inicialmente dividir em estórias diferentes seriam três partes separadas (A arte da Guerra, Estação do acaso e Castelo no ar) , mas achei melhor não dividir.
Então, essa segunda fase eu chamei de "Estação do Acaso" , mas, o que isso realmente muda pra vocês, minhas lindinhas, Nada. Apenas agora teremos a presença constante do Bucks



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Eu sempre quis ir em Brasilia. Eu nunca havia estado realmente lá, apesar de ter estudado sobre a cidade por ser uma cidade planejada ela me fascinava, eu era uma mariposa e a cidade era uma grande chama que me atraia, ela brilhava intensamente e eu não tinha a menor chance. Quando descemos do avião e fomos pra área de desembarque eu liguei o meu telefone vendo algumas mensagens acumuladas, uma delas com um endereço da cidade e assinado como “NJF” eu sorri e guardei o telefone no bolso.

James parecia nervoso, olhava em volta em parar tentei bloquear as ondas de tensão vindas dele, fomos até a parte em que pegávamos as malas e o fiz levar as duas malas grandes enquanto eu levava a casinha do Yuri, nós pegamos um taxi e eu mostrei o endereço pro taxista barrigudo e animado, que falou por horas até perceber que não entendiamos uma palavra e começou a falar um inglês pior que o meu, eu o respondi por educação já que eu estava morta de cansaço.

A cidade não fazia o menor sentido logico na minha cabeça a principio, a cidade não era dividida em bairros e sim regiões administrativas interligadas, como bairros que não eram bairros. E haviam os números das quadras que ainda sim não faziam sentido na minha mente, ele parou em frente a um prédio bonito de mármore negro e me ajudou com as malas,James e eu eu agradecemos e fomos até o lobby onde eu peguei a chave do apartamento que o meu “pai” deixou pra mim, o porteiro falava inglês e nos ajudou a chegar até o elevador e posteriormente no apartamento, sorri bastante e agradeci com um português horrível.

O apartamento era imenso, completamente mobiliado, harmonioso e claro dois andares com uma longa escada que ligava a sala com o quarto em cima e a suite, um sofá gigante cor de creme cobria quase toda a sala junto com uma TV de tela plana e uma cozinha interligada, uma grande bancada de granito negro em contraste com a claridade da sala algumas cadeiras junto a bancada e armários e geladeira prata.

―Você é rica? ― James perguntou, olhando em volta e largando as malas no chão, eu me abaixei deixando o Yuri sair zonzo da sua gaiola e ir direto até o tapete felpudo da sala.

―Não, bem conectada, aparantemente.

Fui até o andar de cima, era apenas um quarto enorme com duas camas de casal perfeitamente decoradas numa colcha branca e milhares de travesseiros e as cabeceiras de mogno negro exatamente iguais separadas por um criado mudo com uma abajur em cima, ouvindo James nas escadas ele deixou as malas perto da minha cama.

―Só pra deixar bem claro eu não escolhi isso ― disse, abrindo a mala e começando a arrumar as minhas roupas novas nos cabides nos enormes armários espelhados de primeira linha.

Horas mais tarde, eu tinha descoberto um mercado e baixando um mapa online da região e colado na geladeira vazia e marcando lugares como hospitais, postos de saúde, mercado, farmácias e um shopping já que uma garota tem suas necessidades. Eu fui no mercado sozinha, comprando o que eu achava necessário, Tive que esperar um tempo no lobby, entrei no elevador quando ouvi uma mulher gritar descontroladamente, apontando pro elevador, então eu o segurei e ela veio correndo em direção e entrou no elevador e eu só conseguia entender as palavras “obrigada”, “atrasada” e várias outras coisas que eram incomprensiveis.

―Me desculpe eu não falo português muito bem ― a interrompi, ela deu um sorriso mais animado ainda.

―De onde você é? ― ela perguntou num inglês de sotaque puxado, como o meu.

―Eu sou Búlgara, acabei de me mudar.

―Nossa, uma europeia, assim vamos levantar a classe desse prédio, eu morei dois anos na Austrália!

―Sério? Muito legal ― ela abriu a porta para que eu passasse com as compras, e foi me seguindo pelo corredor ― Eu nunca estive na Austrália mas me parece um lugar muito legal.

―Austrália é maravilhosa, todo aquele sol e australianos bonitos, não deixe meu marido ouvir essa parte, você é casada? ― ela perguntou enquanto eu destrancava a porta.

―Não exatamente... ― eu abri a porta no exato momento em que James se afastava de Yuri numa forma de bola de pelos enorme e violenta de um jeito que eu nunca tinha visto antes, que praticamente rugia pra ele do outro lado da sala.

―Seu gato me odeia! ― ele gritou pra mim, em notar a presença da nossa vizinha, eu sorri constrangida pra ela.

―Eu tenho isso ― Respirei fundo ― Eu realmente não sei explicar isso.

―Olá, eu sou a Camila! ― Ela não se desestimulou, Bucky me olhou como se perguntasse quem diabos era ela.

―Ele é o James, ele não é muito de conversar e eu sou Freya e aquele lindo tigre é o Yuri ― nos apresentei, ela sorriu mais uma vez, jesus como essa mulher sorria, minha maxilar já começava a ficar dolorida de manter o meu sorriso.

―Eu moro do outro lado, eu já vou indo, vou deixar vocês se estabilizarem ― ela se jogou sobre mim me dando um abraço e beijando as minhas bochechas e deu um tchauzinho para James, que ainda a olhava com um olhar vago e saiu rebolando até a sua porta e eu fechei a minha, colocando as compras no chão e minhas mãos na cintura.

―O que diabos está acontecendo aqui?

Quando escureceu, eu esquentei duas lasanhas de caixinha e mencionei que eu era uma péssima cozinheira e a minha alimentação consistia em comida congelada, cereal e frutas.Ele comeu em silencio ignorando as minhas tentativas frustradas de quebrar aquele silencio incomodo entre nós. O gato de fato odiava Bucky, nunca ficava no mesmo comodo que ele e quando ficava parecia pronto pra atacar a qualquer segundo.Depois do jantar, nós permanecemos sentados.

―Me diga o que você se lembra ― Bucky colocou as suas mãos sobre a mesa as fitando em silencio.

―Não muito, eu me lembro da neve, da ponte, tinha tanto sangue e era meu sangue ― ele fez uma pausa ― Eu me lembro do capitão, alguns flashes confusos, havia uma guerra.

ele cerrou os punhos, seu olhar cada vez mais distante e perdido, eu segurei as suas mãos, ele abaixou a cabeça.

―Por que eu não te digo o que eu sei?― ele concordou ―Eu sei que você é James Buchanan Barnes, que seu apelido é Bucky, você nasceu em 1917 e morou no Brooklin a vida inteira com seu melhor amigo, Steve Rogers ― o soldado prestava atenção nas minhas palavras ― Você é sargento! Da 107, foi capturado em batalha, e ficou seis meses recluso, Zola fez testes em você. Até que o capitão salvou o seu melhor amigo e outros seiscentos homens. Então vocês iam juntos nas missões, até o dia em que você caiu do trem e foi resgatado pela hydra, Karpov tinha acesso aos arquivos de zola e fez as modificações.

O soldado se afastou olhando as próprias mãos, seu rosto numa expressão de dor e terror.

―Mas você era instável, eles tinham medo de que se conseguisse fugir, você seria uma arma voltada contra eles, foi nisso que eles te transformaram, uma arma que eles não podiam controlar, então te congelaram. Eu não sei o que eles fizeram pra apagar as suas memórias, eu não sei o que eles fizeram com você ou se pode ser desfeito. Sinto muito.

Isso era a pior coisa que eu poderia dizer, mas era a verdade. Eu sentia muito por tudo que eu havia acontecido com ele, me sentia horrível o sentimento de culpa era maior do que o medo que eu sentia dele. O soldado saiu da cozinha me deixando sozinha com meus pensamentos e a louça suja, eu não reclamei. Era muito o que absorver.

Quando subi pra dormir ele já estava deitado, eu troquei de roupa no banheiro e coloquei uma faca de manteiga debaixo do meu travesseiro, abracei o meu gato o enchendo de beijos e fechei os olhos.

Eu estava exausta daquele dia excessivamente longo, mesmo assim meu cérebro permanecia atento,o que foi fundamental já que as três da manhã o soldado teve um pesadelo, eu levantei as pressas meus olhos teimando para se adaptar a pouca luz, Bucky estava de pé, parecia completamente desorientado, andando em círculos pelo quarto, a tensão no quarto era palpavél, eu apertei Yuri e empurrei o lençol pra longe de mim. Ele estava do outro lado. Imovél. O chão estava frio e eu tinha duas opções, fugir ou ficar. E eu já tinha feito fugido por tanto tempo e por causa dele eu tinha fugido e eu não poderia fazer isso novamente. Eu ficaria e lutaria, não importa o que viesse pela frente.

Eu fui até ele, fazendo barulho para que ele não se assustasse estendi as mãos tocando suas costas e homem se virou assutado, me encarando seus olhos dolorosamente azuis aterrorizados.

―James, está tudo bem, volta pra cama ― ele olhou em volta, procurando uma ameaça invisível eu segurei os seus ombros, um estava quente e coberto de um suor frio e o outro gelado como a morte ― Ninguém vai te machucar, eu estou aqui pra te ajudar, lembra?

Isso pareceu acordá-lo o suficiente, ele me olhou e se afastou de mim voltando pra cama e me deixando parada sozinha.

―De nada ― Murmurrei, voltando pra minha cama e me sentindo estupida.


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