A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 7
// Coisas Quebradas //


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEEEEEEEY THERE FOLKS,
Nossa, achei que eu não ia conseguir postar hoje, Kori, Kori assim você me mata.
Enton, sem mais delongas, aqui está o capitulo novinho pra vocês, espero que gostem, e mais uma vez. Obrigada pelos comentários, eles me fazem muito feliz e inspirada pra escrever.
xoxo



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Eu tenho eu coração fraco, assim como Tyrion Lannister eu tenho esse lado que querer concertar coisas quebradas, principalmente quando eu me sinto culpada por tê-las quebrado ainda mais, então apesar do medo que eu sentia, do pânico recorrente e da tentativa de assassinato. Eu estava comprando passagens pra dois, Eu havia roubado roupas no apartamento de Steve e um dos bonés na esperança que ninguém o reconhecesse.

Isso era como se eu tivesse seis anos de novo e descobri que eu havia quebrado a boneca de Ivanna. Eu havia tentando consertar colocando chiclete na cabeça quebrada da boneca de porcelana mesmo vendo a perna trincada e os inúmeros arranhões no rosto delicado da boneca, acabei guardando o meu dinheiro do lanche por um mês e dei uma nova boneca para Ivanna, uma linda e delicada boneca de porcelana, com lindas feições brancas e olhos verdes e seu cabelo ruivos, assim como a minha amiga. Uma semana depois ela quebrou a boneca.

O soldado estava distraído, contantemente se perdendo em pensamentos e memorias o que acarretava crises de raiva e quando ele ficava bravo ele amassava coisas com seu braço de metal.

Eu o tinha levado no museu em que o capitão me levou uns dias antes, eu mostrei o seu rosto pra ele mesmo, ele parecia pra lá de um ponto de ser totalmente destruído, ele caiu no chão ficando sentado bom um bom tempo diante da sua foto, da sua data de morte, da sua vida e de quem ele era. Aquele era o seu ponto de ruptura, de dor, de um choro silencioso com suas palmas voltadas para cima pra um rosto que um dia o pertenceu, o grito no escuro por uma vida perdida e pra sempre alterada. Aquilo era o seu fim dando inicio a um novo começo.

Naquele momento, enquanto ele estava em seus joelhos no museu vazio diante de uma pessoa que estava adormecida ou perdida pra sempre dentro dele eu decidi que eu o levaria comigo, me lembrei das palavras do anão "Eu tenho um fraco no meu coração por aleijados, bastardos e coisas quebradas".

Agora estávamos no aeroporto rumo a um pais diferente, eu controlava a minha mente e minha língua para não me referir a ele como soldado, ou qualquer outra coisa que lembrasse o assassino dentro dele, o chamei de James durante toda a viagem de taxi até o aeroporto e quando compramos nossas passagens com uns documentos falsos que eu havia solicitado a Fury, ele a principio se mostrou receoso, mas conseguiu os documentos e uma maneira de me entregá-los.

Olhei mais uma vez, ele estava tão tenso que eu podia sentir o ar ficar mais pesado como se estivesse infestado de chumbo, mais difícil de respirar, agradeci por ele ter colocado o braço de verdade perto de mim eu o toquei, dando um susto nele.

―Se acalme, você esta me deixando tensa, e do jeito que você está olhando as pessoas aqui, está assustando elas! ― Reclamei baixinho, James apertou um pouco mais o braço metálico da cadeira ―Vamos acertar nossas histórias, vamos ter que passar pela policia e o detector de metal que vai brilhar que nem a time square no ano novo.

James me olhou assustado.

―O que vamos fazer? ― ele perguntou, sua voz profunda e sombria.

―Pra sua sorte, eu sou uma excelente atriz,então por favor me ajude nisso, se ajude.― ele assentiu ― Você é um soldado, não esse tipo de soldado que você costumava ser, você acabou de voltar do Afeganistão e perdeu o seu braço em combate, então decidiu que precisava se recuperar do choque e viajar.

―E o braço? ― ele estava desconfiado.

―Você é um garoto muito sortudo que conseguiu uma prótese diferente, ela não tem nada de especial, só se parece com um braço porque alguém gosta muito de você.

Ele me olhou desconfiado, ainda processando a minha história que eu particularmente achava bastante convincente.

―E você? ― eu sorri desconfortável.

―Eu sou a sua adorável namorada que pra te ajudar, resolveu viajar com você ― ele sorriu de canto, um sorriso triste.

―Eu não sei se eu consigo fazer isso.

―Então fiquei quieto, com essa sua cara de cachorro raivoso que caiu da mudança, quando eu contar a história sorria e acene e eu digo que você não gosta de falar sobre isso, quando passarmos pelo detector de metal, por favor mantenha a calma e me deixe resolver tudo, existem muita pouca coisa no mundo que eu não consiga com esses meus lindos olhos inocentes.

Nosso voo foi anunciado, e mesmo com as pernas bambas eu segurei o seu braço de verdade e tentei parecer que estava tudo bem, sorrindo bastante enquanto eu sentia todos os pelos da minha nuca arrepiados e uma parte do meu cérebro gritando pra que eu corresse dele. Despachamos as malas e eu dei um ultimo beijo no meu gato, e fomos pra fila, antes da nossa vez de passar no detector de metal eu falei com o guarda e expliquei sobre o braço, que meu adorado namorado ainda não tinha se recuperado do choque e que seria embaraçoso pra ele passar pelo detector, e que ele havia se sacrificado por seu país, até que os guardas concordaram que um herói de guerra não deveria passar por tal constrangimento e que ele poderia ir sem passar pelo detector, até pensei em ouvir James dizer obrigado enquanto eu segurava seu braço e íamos até o avião.

Fomos de classe econômica, apesar de ter muito dinheiro na minha conta eu não queria esbanjar, seria um longo ano ou mais e havia outras contas pra pagar. Ninguém sentou ao nosso lado, eramos apenas eu e um estranho que por acaso havia tentado me estrangular e oito horas pra penar na proporção - que por falta de palavra melhor pra descrever - da merda que eu havia me metido pelo meu complexo de Tyrion.

Eu toquei o meu pescoço imaginando a possibilidade de ele tentar e enforcar mais uma vez, eu podia ver seu esforço, estava estampado na cara dele, sua expressão estava firme, algumas veias saltadas em sua testa apesar do boné cobrir a maioria delas, as mãos tão firmes no braço da cadeira que provavelmente se alguém tentasse o arrancar do lugar a cadeira iria junto.

E havia o fato que ele me apavorava, apesar de todas essas coisas que eu estava fazendo para sair do pais com ele, eu fazia por medo. A primeira vez em que ele me seguiu eu paralisei de medo, dessa vez o medo me fez agir. Eu sabia a razão de eu fazer isso, eu já havia feito antes e continuaria fazendo, o fato é que eu tenho um coração mole demais, eu sou uma covarde extremamente corajosa, eu faço coisas que eu me arrependo porque eu não suporto a ideia de outra pessoa sofrendo, a ideia de outra pessoa sentindo dor me fazia sentir dor também, meu senso de empatia era forte demais.

Eu nunca havia machucado James, não intencionalmente, mas eu me sentia culpada por trabalhar naquele lugar que lhe causou tanta dor, aquele lugar que apagou qualquer vestígio de James e o transformou numa maquina de matar. A Hydra apagou as suas memorias e distorceu seu cérebro, que o modificou fisicamente para sempre.Sabia entretanto que eu nunca seria capaz de transformá-lo no que costumava ser, mas eu podia ajudá-lo a se transformar em algo melhor que aquilo,se reconstruir e quem sabe me sentir um pouco menos culpada.

O olhei mais uma vez, ele estava sério de braços cruzados olhando o lado de fora.

―James ― eu o chamei ― seu cabelo me assusta e se vamos fazer isso você não pode me assustar, assim que pousarmos dê adeus a ele.

Recebi um resmungo como resposta, recostei no branco e cruzei os braços e fechei os olhos.

―Boa noite James.


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