A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 36
// Um veneno fresco a cada semana //


Notas iniciais do capítulo

hello there folks, sou eu.
eu estava imaginando se depois de todos esses anos vocês gostariam de dar um rolê.
numa péssima citação de Adele, eu lhes apresento o especial de fim de ano!!!
E meus mais sinceros desejos de feliz natal,chanucá, kwanza ou qualquer coisa que você celebre e um feliz e prospero ano novo (caso sigam o calendário cristão) !!!
e gente, to postando pelo 3G! e a minha vizinha da senha do wifi foi embora, então não sei quando poderei postar o próximo capitulo, mas vou dar o máximo de mim para postar sempre aos domingos a noite ou o mais tardar na madrugada de segunda.
bjs bjs



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A caminhada até o hotel foi exaustiva, a estação de trem não era tão longe a ponto de termos que pegar um taxi, Bucky carregava a minha mala enquanto caminhávamos de mãos dadas pelas ruas de Constança, havíamos nos dividido em grupos de dois, Steve e Sam estavam a alguns metros a nossa frente e iriam fazer check-in no mesmo andar que a gente, porém quartos separados.
Eu observava atentamente as construções antigas e as ruas estreitas cobertas pelo cheiro de sal que vinha do mar, completamente azul visível em partes escondido no meio das igrejas helenísticas, era como um pedaço da Grécia antiga na modernidade. Apoiei a minha cabeça no ombro dele, não pude evitar de sorrir ou conter o quanto eu me sentia feliz.
Bucky se virou para mim dando um beijinho rápido no meu nariz e viramos a esquina do hotel, entrando o grande prédio em tons de beje que deixavam o clima aconchegante, fomos até o lobby e nos registramos com nomes falsos.
O nosso quarto era gigante, completamente em tons de branco com dourado, uma grande cama de casal com milhares de travesseiros e o chão coberto de tapetes felpudos, antes mesmo de entrar no lugar eu já tinha tirado os sapatos colocando meus pés exaustos no tapete macio deixando um “isso é do que o paraíso é feito” passando pela pequena sala,com uma enorme televisão de tela plana e me jogando na cama, olhando pela janela que blindex que ia do teto ao chão, revelando um céu perfeitamente azul com poucas nuvens, ergui as minhas costas tirando a pistola do seu lugar e vendo Bucky revistar o apartamento canto por canto, sua testa levemente enrugada tamanha era a sua atenção, fechei os meus olhos, descansando.
O resto da viagem tinha sido exaustivo, a maioria dos passageiros estava num completo estado de desespero, alguns poucos estavam machucados, nada muito serio, mas o suficiente para fazer com que eles se lamentassem como se tivessem sido mortalmente feridos, eu e Steve fomos colocados num vagão entre uma criança que chutava o banco da frente e um homem que não se continha em lagrimas, no telefone num alemão num alemão lamentável falando como sofrera um atentado a sua vida, que estava gravemente machucado e desejava muito a presença da pessoa do outro lado da linha, ele tinha uma luxação no dedinho do pé. Quando informei o que o homem tanto se lamentava o alemão de meia tigela a Steve o capitão não conseguiu conter um acesso de risadas, atrapalhando a ligação do cidadão, que se retirou de perto de nós muito ressentido com o timing do acesso de risadas do capitão. Dando assim, espaço para uma senhora num inglês incompreensível sentar-se ao lado do loiro, contando a ele como o ataque ao trem tinha sido na verdade um atentado a vida dela, disse que no seu país de origem ela era uma mulher muito rica com as suas cabras leiteiras e gostaria que o capitão Rogers fosse seu guarda costas, eu consegui conter um acesso de riso semelhante ao dele engolindo metade da água da minha garrafa.
Senti o peso dele afundar o colchão enquanto ele se deitava ao lado do meu corpo, afastando a pistola e puxando a minha cintura, colando nossos corpos e plantando beijos na minha nuca enquanto afastava os meus cabelos, seus beijos arrepiavam a minha pele um de seus braços traçava as pontas de seus dedos na minha silhueta numa suavidade e ternura que sempre me faziam corar, era como se cada célula do corpo dele sussurrasse o quanto eu era amada e desejada por ele, que ele se importava.
Seus beijos tocavam o meu maxilar subindo pelas bochechas e eu me virei de lado, abrindo os meus olhos me deparando com Bucky me olhando ternamente, os seus olhos naquela luz pareciam cinzentos, como nuvens de chuva, mas não como uma coisa ruim, como uma chuva de verão de gotas quentes que amenizaram um dia calorento.
Os seus cabelos negros, quase atingiam os ombros, numa massa negra e macia cheirando ao shampoo que ele havia usado, o cheiro se misturava ao cheiro de suor, sabonete, um pouco de sangue e algo que eu nunca pude decifrar o que era, algo forte e amadeirado , mas ao mesmo tempo doce, como ele. Apesar daquela máscara imponente, da altura, dos músculos e ser um ex assassino soviético, Bucky era doce. Tinha o sorriso mais bonito que eu já tinha visto na vida, e todos os dias eu me punia por ser uma esquisitona travada que não dizia isso a ele, o quanto eu me sentia sortuda por tê-lo ao meu lado.
Os seus dedos traçaram a linha em volta dos meus lábios antes que os seus lábios macios se Pousassem sobre os meus, lentamente e suavemente, como se eu fosse uma boneca de porcelana e ele pudesse me quebrar. Instintivamente minhas mãos foram até a sua nuca, o puxando para mais perto e afundando minhas mãos em seus cabelos, minhas pernas se entrelaçam nas dele, nos girando na cama e seus braços me prendendo a sua volta, me aquecendo e fazendo com que eu me esquecesse do meu próprio nome. Minhas mãos deslizavam pela extensão das costas por cima da camiseta preta que ele usava, sentindo os músculos longos e rijos em baixo dos meus dedos, corri pelas pequenas cicatrizes que seu corpo era coberto, eu amava cada uma delas. Meu telefone começou a tocar em algum lugar na minha bolsa e eu ignorei, sabia que era Alaric e eu não queria falar com ele e muito menos interromper o momento, Bucky e eu tínhamos tão pouco tempos juntos que era injusto, chegava a ser doloroso quantas vezes tivemos que nos separar.
―Essa coisa infernal não vai parar de tocar? ― perguntou, afastando os seus lábios dos meus. Puxei o seu rosto de volta ignorando o que ele havia dito, e me voltando ao exercício de dar uns amassos antes que qualquer outra intervenção exterior acontecesse, coisa que parecia irritantemente constante. Ele me soltou novamente, olhando através da janela.
―Está tarde, já vai ficar de noite.
―E dai? Hoje estamos de férias. ―me inclinei para voltar a beija-lo, seus lábios se comprimiram nos meus por um segundo antes de se afastar.
―Não, vamos jantar fora, é véspera de natal. Meus olhos se arregalaram e ele se assustou.
―O que você quer dizer com é véspera de natal?
―Quero dizer que é dia 24 de dezembro.
―Eu vou ser assassinada ― informei, saindo de perto dele e correndo até a minha bolsa e procurando desesperadamente o meu telefone ― minha mãe vai comer meu fígado com vinagre balsâmico, meu deus como eu pude esquecer...
―você esteve sob muito estresse, e fugindo ela vai entender você não ter voltado pro natal e até ter esquecido. Eu parei o que estava fazendo, Bucky e eu nunca tínhamos chegado a falarmos sobre religião.
―Me diz que você não comprou nada pra mim.
―Isso é uma surpresa ― respondeu com um sorriso travesso em seus lábios
―Eu não comemoro o natal, minha família é judia e eu sou também por que eu sempre fui mesmo eu sendo meio cética, mas eu comemoro o hannukah, surpresa. ― eu disse num jorro incrementando num sorriso no final, e ele me olhou realmente assustado, seus lábios ligeiramente abertos ―eu sei que eu sou o pior tipo de judia que existe, eu não leio a torá e muito menos vou à sinagoga, dormi metade do bar mitzvah do meu irmão e de todos os primos por que eu achava entediante, mas, hannukah é importante e eu totalmente esqueci e a minha mãe com toda a certeza vai comer o meu cérebro com especiarias e jogar meus ossos pros cachorros e meu deus eu vou perder o sonho com creme russo da minha avó!
―Se acalme, você pode ligar, se explicar.
―é hannukah e eu estou pensando em comida ― eu me afundei no chão,me sentindo completamente desolada com as minhas mãos afundando em meu cabelo ― eu sou o pior tipo de judia que existe.
Bucky se abaixou do meu lado, segurando-me pelos ombros fazendo com que eu o olhasse, repirando lentamente para que eu imitasse o movimento dele e lentamente eu o fiz, sentindo outra onda de choque percorrer o meu corpo, Bucky obviamente havia me comprado um presente e eu não tinha nada para dar para ele, Bucky já havia me dado a minha medalhinha de são kazimierzs, e agora tinha outra coisa pra mim, e eu não fazia ideia do que dar pra ele.
―Eu estou bem.
―Você tem certeza? ―balancei a cabeça positivamente.
―Eu tenho que ligar pra minha mãe, enfrentar a fúria dela ― eu dei um beijinho rápido na bochecha dele ― vá começar a se aprontar, quando você sair eu começo a me aprontar, eu tenho que arranjar um vestido decente, eu só trouxe roupa velha.
―Mesmo vestida num saco de batatas você ficaria linda, boneca. ― eu sorri, enquanto ele se levantava e ia em direção, a minha bolsa pegando a minha carteira e saindo sorrateiramente pela porta.
Liguei para a minha mãe no caminho, e agradeci por não ter ido para a Bulgária, se ela tivesse me pegado por perto teria me matado na hora, eu havia perdido completamente a cerimônia das luzes e todas as outras, mesmo com a minha excelente explicação de que eu realmente estava sendo caçada, ela não queria saber e havia me intimado a comparecer para Rosh Hashaná ou eu estaria em sérios problemas. Após desligar a minha busca começou, eu tinha que encontrar um vestido e presentes para Bucky, Sam e Steve aos 40 minutos do segundo tempo.
Os presentes de Steve e Sam foram fáceis de comprar, o de Bucky que eu demorei um tempo considerável para escolher, assim, com presentes comprados eu parti para a árdua missão de comprar um vestido. Peguei um vestido esvoaçante azul claro no cabide, analisando o modelo.
―Azul claro te deixa com cara de morta, quantas vezes eu tenho que te dizer isso até que aceite os fatos? ― Uma voz familiar disse atrás de mim.
―Eu pensei que fosse verde ― respondi, enquanto o loiro se dobrava na minha direção me dando um abraço apertado.
―Verde também fica horrível em você ― ele desviou o olhar, deixando seus olhos heterocromáticos percorrerem a loja ―Por outro lado, champagne fica divino! Alaric agarrou a minha mão me guiando para o interior da loja, jogando em cima de mim uma saia de tule champanhe, uma blusa branca, sapatos e alguns colares.
―Vai lá bonitinha, se vista pro papai.
―Você é nojento. ― disse, entrando no provador e começando a me despir.
―Mas você me ama! De qualquer jeito, o que estamos fazendo na Romênia?
―Turismo, soube que tem umas igrejas lindas por aqui.
―Achei que nos casaríamos na indonésia em frente ao mar, com golfinhos celebrando a nossa união e aqueles bonitinhos da boyband fazendo strip.
―Você sabe que eu estou em um relacionamento sério, não sabe?
―Vocês humanos são tão ligados a monogamia, isso é tão século 16, evoluam.
Eu sai do provador, dando uma voltinha e Alaric bateu palminhas de excitação.
―Seu soldado vai cair nos seus pés! ― ele se aproximou me dando um abraço e um beijinho na testa.
―Quando essa agitação terminar, vamos tratar de negócios naquela igreja enorme a beira mar, soube que tem umas esculturas antigas maravilhosas. ―E u disse com uma piscada, pegando o meu cartão para pagar a conta.
―Na na nina não! Eu pago, é meu presente por vir até aqui para me ajudar, venha.
Ele pegou os meus cabelos, os torcendo e prendendo com grampos.
―Pronto está maravilhosa! ― ele beijou a minha bochecha― Vá logo. E aproveite a noite.
Eu não pensei duas vezes, peguei as sacolas e corri para fora do shopping pegando um taxi voltando para o hotel. Na entrada havia um bilhete indicando onde eu deveria ir, e assim eu o fiz, entrando no restaurante do hotel ao crepúsculo, Bucky tomava uma taça de vinho tinto quando eu me sentei ao seu lado, cumprimentando os nossos amigos, conversamos por horas, eu tinha ido a poucos jantares de natal, então toda a comida me parecia deliciosa e tudo muito lindo, quando os sinos da meia noite bateram, trocamos abraços e desejos de feliz natal, e logo em seguida começamos a trocar os presentes, havia comprado hallo 5 para Sam e um casaco de couro novo para Steve, ganhando de volta um colar com uma formula espacial da água de Sam e um livro da teoria de tudo de Steve.
Bucky me olhou com seus grandes olhos azuis quando entreguei a caixinha para ele, tirando uma corrente de prata imponente que eu havia comprado para ele e duas medalhinhas, como aquelas do exercito com o nome dele escrito, com uma palavra escrita na parte em que o metal entrava em contado com a parte interna "mizpah", ele sorriu para mim.
―O que isso significa?
―É meio bobo, mas com a minha crise de eu sou uma péssima ovelha eu lembrei dessa palavra que meu avô dizia pra minha avó quando eles tinham que passar um tempo separados e ultimamente tudo que temos feito é dizer até logo sem querer dizer adeus, e mizpah significa " deus vigia entre mim e ti enquanto estivermos afastados" achei conveniente.
Bucky sorriu docemente, beijando a minha bochecha. E me fazendo corar enquanto Sam e Steve faziam coraçãozinho com as mãos do outro lado da mesa.
Bucky me olhou.
―Eu percebi que eu venho agindo errado com você desde que nos conhecemos, e eu sempre quis dar um jeito de consertar antes que fosse tarde demais. E enquanto você estava fora eu tive uma oportunidade de pensar realmente sobre isso, eu sou um homem velho, e eu gosto das coisas do modo em que eu vivia, por que sempre me pareceu certo, eu não tive a oportunidade de lavar você pra dançar, ou ir ao cinema, pedir permissão pros seus pais pra te namorar. ― ele disse, segurando as minhas mãos por cima da mesa ― e eu realmente amo de você effy, mais do que já amei qualquer outra mulher na minha vida e não me vejo amando ninguém mais desse jeito.
Ele soltou uma de suas mãos, indo até o seu paletó e puxando uma caixinha preta de lá.
―Então aqui estou eu, te entregando o meu coração e pedindo, que você, minha boneca, minha Freya Alinka Konstantinovka me dê à honra de ser a minha esposa e se case comigo, me fazendo o homem mais feliz do mundo em colocar o meu sobrenome perto do seu estupidamente grande e cheio de consoantes e praticamente impronunciável e se tornar Freya Barnes?
Soltei as minhas mãos das dele cobrindo o meu rosto, meus dedos tremiam e eu sentia nos meus olhos se formarem em lágrimas, eu não confiava na minha voz para dizer nada, apenas balançava a cabeça positivamente como uma galinha degolada.
―Sim ―assim que eu pude dizer a palavra uma enxurrada de "sim" saiu da minha boca, ele me abraçou distribuindo beijos pelo meu rosto enquanto eu ouvia como um eco distante aplausos e uma gritaria,mas nada daquilo me importava, eu estava genuinamente feliz.


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Notas finais do capítulo

"We were born sick"
You heard them say it
My church offers no absolutes
She tells me, "Worship in the bedroom"
The only heaven I'll be sent to
Is when I'm alone with you
I was born sick, but I love it
Command me to be well
Amen, amen, amen
Take me to Church - Hozier