A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 28
//Sorria, o pior ainda está por vir //


Notas iniciais do capítulo

HEEEEEEEEEEEEY there folks,
aqui capitulo novinho.



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―Você continua aqui? ― ouvi uma voz perguntar, levantei a minha cabeça me distraindo dos papeis no meu colo, Bucky estava a dois dias na ala hospitalar e haviam dois dias que eu estava na área hospitalar, mesmo mostrando nenhum sinal de que eu iria fugir ou fazer algo para ir embora, eles me algemaram na cadeira, dessa vez com uma corrente longa para que eu me movimentasse pelo quarto, eu sabia que estava sendo vigiada o tempo todo, mas naquele momento eu me sentia tão vulnerável quando ele, eu me sentia em pedaços.

Como se alguém tivesse tirado o meu cérebro colocado num liquidificador e reimplantando os restos de volta na minha cabeça, tudo era confuso, minha cabeça cheia flashes que eu não podia diferenciar de realidade ou não.

―Sim ― Respondi para o capitão na minha frente, sentando na cadeira perto da minha e me olhando com curiosidade, assim como eu ele deveria achar curioso a minha atitude, nem eu entendia como eu podia odiar uma pessoa e do dia pra noite sentir como se eu não pudesse mais ficar sem ela, meu cérebro tinha explodido e das peças quebradas eu me resgatava, lembrava de poucas coisas, tudo obscuro Bucky era a única luz sobre isso.

―Por quê? ― me virei, encarando o cabelo loiro e o rosto angelicalmente esculpido do capitão ele me encarava cético, uma ruga de preocupação entre as suas sobrancelhas.

―Eu gostaria de te dar uma resposta, mas eu ainda estou tentando descobrir isso ― o seu olhar se intensificou, eu soltei as minhas pernas, que estavam cruzadas e eu tinha me sentado em cima e agora o meu pé direito estava dormente, como se um bilhão de formigas estivessem passeando sobre ele. ― Você acha que eu estou mentindo, mas eu não estou eu não entendo porque exatamente, mas eu me importo com ele.

―Por que ele te deu material de pesquisa?

―Por que ele tomou um tiro e isso me fez perceber coisas que eu não tinha percebido, como por que eu me senti como se estivesse sido jogada em água gelada quando eu o vi na Sibéria, por que dentro de mim eu estava tão ansiosa para vê-lo, eu achei que era medo, eu estava morrendo de medo dele, mas, agora eu acho que eu estava feliz.

―Tão feliz que atirou nele duas vezes ―eu fiz uma careta.

―Eu estava confusa, eu ainda estou ― Antes que o capitão pudesse argumentar mais alguma coisa, a porta se abriu mais uma vez revelando um homem alto e negro de cavanhaque, usando moletom cinza segurando um balão azul com um urso onde ele claramente tinha desenhado por cima do braço do boneco com uma caneta cinza imitando o braço de Bucky, ele deu olá para o capitão e soltou um “e ai, garota” pra mim, logo em seguida foi até os pés da cama amarrando o balão na alça da maca.

―Então, ouvi falar que você ainda ruim da cabeça ― ele disse, se apoiando sobre a maca e sorrindo para mim, ele era estranhamente familiar ― pela a sua demora, to vendo que é verdade.

―Sinto muito ― respondi, me sentindo realmente mal por não conseguir me lembrar dele, os meus neurônios fazendo um esforço real em me lembrar.

―Não se sinta, somos amigos eu e você ― me informou ― Eu sempre ganho de você no Mario kart.

Estreitei os meus olhos, deixando que ele falasse, sempre mantendo um olho em Bucky, caso ele tivesse alguma complicação. Ele tinha uma anatomia diferente das outras pessoas, diversas partes do peito, incluindo o pulmão, baço e uma pequena parte do fígado, eu não esperava que algum dos médicos deles soubesse agir com ele ferido naquele estado. Eu por outro lado conhecia agora eu podia lembrar onde ficava cada veia, até onde era metal, onde era perigoso mexer e onde não era.

Eu me levantei, notando que Bucky estava um pouco pálido demais mesmo que ele tivesse perdido muito sangue, ele não estava tão pálido quanto agora cheguei perto da sua cama tocando a testa dele, a pele estava quente, a respiração tão fraca que eu mal podia ouvir, desviei o olhar, pegando a bolsa transparente de soro e lendo a composição química, eles haviam trocado a bolsa vendo que havia lidocaína na formula eu soltei um palavrão puxando com delicadeza sem querer machucá-lo ainda mais a agulha do seu braço.

―O que você está fazendo? ― o capitão perguntou, avançando na minha direção.

―Ele é alérgico a esse anestésico, se ele tomar isso vai entrar em choque anafilático ― expliquei ―E você não vai querer ver isso, capitão.

―Como você pode ter tanta certeza disso, doutora? ― Não pude evitar um sorriso amargurado.

―Quem você acha que o remendou nos últimos quatro anos? ― perguntei ― Quem você acha que quando ele voltava de uma missão tinha que implorar para poder cuidar dele? Suturar suas feridas, fazer pequenas cirurgias, colocar os ossos dele de volta no lugar? Você não gosta de mim, eu já entendi isso eu nunca te dei motivos pra confiar em mim, tudo que você sabe é que eu sou hydra, você acha que eu menti pra você, mas eu não menti.

―Você não me disse que estava com a hydra!

―Dizer que é uma fugitiva ajudando agencia inimigo não é exatamente algo pra se dizer quando você acaba de conhecer uma pessoa! ― eu me voltei para Bucky, sentindo as minhas mãos tremerem, eu estava nervosa com aquele confronto estava com medo que ele acordasse e sentisse dor, eu não queria que ele sentisse dor ― ele pode tomar xilocaína.

Afastei-me de volta, sentando na minha poltrona, lembrando que Sam havia estado presente durante essa pseudo discussão, eu o encarei.

―Eu totalmente chutei a sua bunda no Mario Kart ― disse, deixando que ele sorrisse para mim e soltasse um “essa é a minha garota”.

O capitão ainda irritado comigo, saiu da sala batendo a porta e Sam disse que era melhor ver como ele estava e eu deixei, ele tinha feito a minha cabeça doer ainda mais, eu não sabia que isso era possível, peguei os papeis que eu estava lendo antes de ser interrompida e voltei a ler, minha mente divagando entre o que eu deveria fazer, eu tinha a minha missão concluída, seria uma questão de tempo até que Felix viesse me pegar, dentro daquela cela eu havia perdido completamente a noção de tempo, eu sabia a localização do epafí, que em grego significava contato, ele ajudaria Alaric com o que ele queria e pela a minha ajuda eu ganharia a minha recompensa por todos esses anos.

Mas, naquele momento eu estava pensando se isso realmente valia a pena, eu não queria sair daquele lugar, levantei as vistas um segundo para checar se ele estava bem, e notei que James estava acordado, me encarando por meio da sua cara de sono, os olhos azuis sonolentos em mim. Eu estava dividida entre o que eu queria fazer e o que eu queria fazer.

―Oi ― eu disse, arrancando um suspiro exasperado dele.

―Não, volte a fingir que está lendo, eu gosto quando você faz isso ― ele respondeu e eu reprimi um sorriso.

―Mas eu não posso fazer isso, eu tenho que prestar atenção nas coisas, se não eu faço errado.

―Isso explica a sua cozinha ― estreitei os olhos soltando um muxoxo ―Não estou brincando boneca.

Eu coloquei pela milésima vez os papeis de lado e me levantei, ficando do lado da cama dele.

―Como você está se sentindo?

―Já estive melhor, e você?― disse, tentando se levantar eu empurrei o seu tronco de volta para a cama, o forçando a deitar.

―Estaria melhor se eu não estivesse… ―as palavras me faltaram ― eu quero dizer. Eu não sei o que eu quero dizer na verdade.

―Eu entendo ― a parte mais triste era que ele realmente entendia por cima dos lençóis eu puxei a mão dele apertando levemente. ―Eles te deram um anestésico que você tem alergia.

Comentei o fazendo rir.

―Aposto que jogou isso na cara de todos esses idiotas ― respondeu, puxando o meu braço, eu me curvei um pouco deixando que ele passasse a mão no meu rosto ― Me desculpe.

―Pelo que?

―O que eles fizeram, eu deveria ter te achado antes ― com a minha mão livre eu toquei o rosto.

―Não se culpem, eles só fizeram um reboot, eles não me machucaram de verdade.

―Eles te fizeram esquecer, você não se lembrou do seu gato ― acusou, desviando a mão do meu rosto e puxando o meu cordão, passando a mão sobre a inscrição em russo ― eles te tiraram do seu castelo nas nuvens, minha boneca, eu juro que eu nunca mais vou deixar eles te levarem.

―Você tem que deixar, eu tenho que terminar uma coisa ― ele me olhou assustado ― não se mata uma hidra cortando uma cabeça por vez, vai nascer outra no lugar, nós matamos uma hidra por dentro cortando todas as suas cabeças de uma vez. Eu tenho que fazer isso.

―Você não pode fazer isso sozinha.

―Eu sei, quando você ficar bom você vai me ajudar, é por isso que eu vou contar o meu plano, e você vai fazer isso, mas você tem que me prometer uma coisa.

―O que?

―Os cientistas, a maioria deles não tem culpa de nada, alguns deles tem as suas famílias sequestradas e só fazer isso, os soros, as armas por que são obrigados quero que a S.H.I.E.L.D os poupe, que recuperam as suas famílias e sê pra eles um trabalho, uma chance de recomeçar.

Bucky ainda me olhava com os olhos tristes e eu me sentia mal por isso, não só por ir embora novamente, mas porque que não estava contando toda a verdade para ele, eu não poderia contar pra ele sobre Alaric, não poderia falar sobre o epafí, não podia falar sobre os Kree. Inclinei-me e dei um beijo e sua bochecha.

―Por favor ― insisti.

―Eu vou tentar o deles eu não posso garantir, a sua eu sei que eu vou, quando você voltar de lá. ― prometeu, pegando a minha mão e a beijando, os seus olhos não respondendo ao sorriso leve em seus lábios, eu sabia que isso estava o fazendo triste, mas aonde eu cheguei não havia como voltar atrás.

―Sorria o pior ainda está por vir. ― eu disse.

―Eu quero que o pior para de vir, eu estou cansado disso.

―Sinto muito, eu estou também. ― eu sorri ― quando eu voltar, eu prometo que tudo vai ficar bem.

―Por que está me olhando assim? ― perguntou um pouco desconfiado percebi que eu estava com um olhar bobo no rosto, eu já sentia a dor de ter que deixá-lo de novo, eu sabia o que eu tinha que fazer e o quanto ia doer fazer isso, pendei na possibilidade dele me odiar por isso, mordi a parte interna do meu lábio, prendendo o choro.

―Essa é a primeira vez que eu posso cuidar de você sem ninguém me impedir, ou com várias armas em volta, ninguém me apressando e você sabendo o que eu estou fazendo― respondi ―Você não está naquele lugar, eu não estou morrendo de medo. Você não está fora de si mesmo, sangrando emocionalmente, ninguém está te tratando como um objeto, eles respeitam você, duas pessoas do seu time vieram aqui e perguntaram por você, eles ficaram felizes por você estar bem, e isso era o que eu queria desde a primeira vez que eu te vi. Eu não queria que você sentisse dor, eu queria que você ficasse bem.

―Hey ― ele se levantou, mesmo eu tentando fazer com que ele voltasse a se deitar puxou o meu ombro pra perto dele e me abraçou, os braços dele em volta do meu corpo, o calor exalando mesmo que ele estivesse pálido, eu o abracei de volta, demorando a soltar, eu não queria soltar.




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Notas finais do capítulo

So, smile, the worst is yet to come
We'll be lucky if we ever see the sun
Got nowhere to go, we can be here for a while
But the future is forgiving so smile!
Smile - Mikky Ekko