A Arte da Guerra escrita por clariza


Capítulo 26
// Porque a sua liberdade estava aqui nesta gaiola o tempo todo //


Notas iniciais do capítulo

Hey there folks!
Gente eu tinha esquecido que hoje é domingo!!!!! quase não ia postar, pq na minha cabeça hoje era sábado, to rindo bastante agora.
então boa semana pra vocês, da tia cabeça de vento ♥



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―Vocês estão a mantendo lá como um rato de laboratório, ela não é perigosa, ela só está confusa ― Bucky gritou para o diretor da S.H.I.E.L.D. ― Esse confinamento, vai matá-la.

―Ela é dura na queda, vai sobreviver ― o homem respondeu irritado, era a sétima vez em menos de uma semana que ele ouvia o discurso de Bucky de “porque não devemos deixar a Freya presa” ―Você por outro lado parece que vai morrer, qual foi a ultima vez que dormiu?

―Isso não vem ao caso, o problema é que vocês sabem que qualquer coisa que eles a tenham obrigado a fazer está aqui dentro, me deixe tirá-la aqui.

―Ela não vai sair daqui até nós sabermos o que a hydra está tramando, estou sendo bastante claro soldado?

―Vocês poderiam me deixar ao menos falar com ela. ― observou o soldado, abatido. Nick Fury suspirou, passando a mão sobre a cabeça.

―Nós estamos apenas tentando fazer o que é certo, estamos tentando ajudar. Não seria bom nem pra você nem pra ela se verem agora, ela está confusa e você no que eu julgo o ponto mais próximo do desespero ou você acha que eu não sei que você invadiu a cela dela e deixou um monte de papeis?

―Eu não me arrependo disso. ― Afirmou.

―Claro que não se arrepende você está cego! ― afirmou o caolho ― a única coisa que você vê agora é a sua doutorazinha, mas eu tenho uma guerra nas mãos, eu tenho uma possível nova hydra se formando, tenho dois vingadores brigando entre si, uma ameaça alienígena, tenho uma doutora desmemoriada que quer alguma coisa a partir desse caos, eu não tenho tempo pra lidar com isso.

―Sim, mas se nó conseguíssemos...

―É um grande “se”― Fury interrompeu.

―Os papeis vão funcionar, só precisa de tempo! São as anotações dela, tudo manual se você me deixasse trazer o computador dela…

―E arriscar ela colocar todo o triskelion a baixo? S.H.I.E.L.D já tentou recrutá-la milhares de vezes quando ela era criança, ela tem uma das melhores mentes do século, eu não vou dar a oportunidade dela conseguir o que quer pro time errado.

―Então me deixa trazer o gato dela…

Nicky Fury torceu os lábios em indignação, um gato? Como diabos ele queria enfiar um gato na cela dela sem arriscar todo o sistema de segurança, e como o gato iria fazê-la acordar desse transe maluco?

―Discutimos isso depois, você tem uma missão agora, estou mandando uma equipe para o golfo do México, eu preciso que você lidere uma equipe lá e corte a cabeça. ― Bucky colocou as mãos na cintura, prendendo o fôlego e soltando em seguida, eles nunca aprendiam, se você cortasse uma cabeça outras duas surgiam no lugar, nada mudaria se eles não arranjassem uma maneira de cauterizar o corte. Eles nunca haviam lido a lenda da Hidra de Lerna ou os doze trabalhos?

―Ao seu comando senhor ― respondeu, ignorando a raiva que sentia e saindo da sala, deixando o diretor sozinho.

A cela de Freya havia sido revistada cinco vezes minuciosamente desde que o soldado havia dado a ela suas supostas anotações e no final ele estava certo, ela estava se roendo de curiosidade com toda aquela papelada, tantas coisas escritas com a sua caligrafia, ela reconhecia a sua letra, quando ela tinha um objeto de pesquisa ela adorava escrever manualmente sobre isso sentia que de alguma forma aquilo era mais verdadeiro.

Havia uma alteração absurda a medida que o tempo se passava, ficavam mais pessoas, mais profundas e menos analíticas, na verdade as duas ultimas folhas eram como um diário e não um anotações médicas.

A principio haviam anotações de como o soldado invernal era bruto, cabeça dura, calado e me assustava ou assustava quem escrevia aquilo, era confuso, ver todas aquelas coisas e descobrir que eram minhas, como eu poderia ter escrito tudo aquilo e não ter nenhuma memória? Como supostamente eu estava em dois lugares diferentes? Peguei uma página lendo o conteúdo “Ele chegou sorrindo para mim, ele não tem me mantido afastada ultimamente quando sai para correr, estamos bem (na verdade mais que bem) desde a festa de Camila, eu estava na cozinha numa tentativa falha de fazer algo decente para o jantar, ele me abraçou por trás aumentando o volume do rádio que numa conspiração do universo tocava uma música muito bonita something, dos beatles na versão do Jim Sturges e falou baixinho no meu ouvido ‘Boneca, eu só consigo pensar em você’ eu sorri enquanto ele beijou o meu pescoço e respondi ‘você é um bobo, tudo que eu tenho são um monte de histórias tristes’ ele me abraçou mais forte, ‘Então somos dois, mas acho que a partir disso podemos fazer algo feliz, ter o nosso castelo nas nuvens, essa é a nossa casa, o único lugar onde podemos respirar, onde vamos ser felizes’ e eu me sinto como estivesse me apaixonando pelo homem perfeito”.

Coloquei a pagina sobre o colchão, ainda a encarando, os meus olhos se enchendo de uma estranha umidade, a minha mente explodindo em supernovas, como aquilo poderia ser mentira se me doía tanto pensar naquilo como passado? Se o meu corpo reagia a aquelas palavras? Porem, como poderia ser verdade se eu nunca tinha estado naquele lugar, se eu não conhecia aquelas pessoas? Se ele já tentou me matar, como eu poderia me sentir daquele jeito se eram as mãos dele ao redor do meu pescoço?

Peguei outra página e comecei a ler “Alguém precisa dizer a ele o que fazer, era como se ele não sentisse nada e agora está voltando tudo de uma vez, me lembro de ter lido em um relatório dentro da hydra que ele fica agitado no dia quatro de julho, hoje é dia três e eu estou começando a ficar preocupada, talvez eu precise usar a palavra de segurança que pode não adiantar de nada. Eu NÃO quero que ele perca o pouco que conquistou, a rede que eu estou fazendo está ajudando, mas ele ainda se culpa por as coisas que ele foi obrigado a fazer, as coisas que ele ainda esconde por medo ou por que não quer lembrar-se daquelas atrocidades, não importa quantas vezes eu diga que aquilo não é culpa dele, porem isso o consome por inteiro, faz com que os sonhos dele sejam turbulentos. Ele me perguntou outro dia se eu sinto medo dele, eu disse que não, foi uma mentira, eu disse que alemães não sentem medo, ele não sabe que eu sou búlgara”.

Algumas horas depois, eu ouvi os saltos da minha mãe na escada ajeitei o meu uniforme azul e espeque que ela descesse até mim, com a pagina que me intrigava separada, ela ficou de frente a minha cela e eu peguei a página, lendo em voz alta.

―O que eu estou construindo é uma rede, como uma rede de pescadores, com furos e torço para funcionar, eu jogo a rede e agarro as suas memórias, os peixes são como as memórias boas, as coisas que eu quero que ele se prenda e que deixe toda a água ir embora de volta para o oceano, é uma analogia simples, a água são as coisas ruins que devem ir embora, fluírem e não voltarem, o oceano é a mente dele. ― Mamãe ficou em silencio por um tempo quando eu parei de ler.

―Um método pouco ortodoxo ― ela disse, juntando as mãos na frente do corpo.

―Funciona? ― perguntei.

―É difícil saber, pode variar de paciente para paciente com que tipo de droga você vai usar junto como processo, a dosagem…

―Sem nenhum medicamento ― eu disse, andando de um lado para outro, ainda a encarando, ela ergueu as sobrancelhas em surpresa.

―Isso ficaria ainda mais difícil.

―Mas é possível?― ela suspirou.

―Eu estou te dizendo, é complicado... ―eu a interrompi mais uma vez.

―É possível, sim ou não?― perguntei, a minha voz bem mais alta do que o de costume.

―Sim, pouco provável, mas é possível que isso dê certo.

Eu me afastei, percebendo naquele instante que estava praticamente grudada no capo de força e me sentei na cama, encarando o chão, era possível eu não sabia que pensar, o que sentir.

―Estou aqui pra te avisar, que alguns guardas vão te escoltar até a sala de exames, precisam fazer mais uns testes ― eu concordei com a cabeça, sem confiar na minha habilidade de responder verbalmente, uma mulher alta e loira entrou e colocou algemas ao redor dos meus pulsos e me levou pelos corredores da base, deixei que ela me guiasse sem procurar nenhuma saída ou olhar para os lados, a minha cabeça doía me deixaram sentada numa sala completamente de vidro, deixei que tirassem o meu sangue e me fizessem perguntas idiotas que eles já tinham as respostas , eu me recusei a responder o mesmo questionário de novo. Alguns minutos depois eles trouxeram outro prisioneiro e deixaram na cadeira perto de mim e por algum motivo idiota a doutora nos deixou a sós na sala de vidro, eles deveriam achar que eu era muito burra mesmo.

O prisioneiro era moreno e alto, uma camada de pelos faciais cobria o seu rosto, o cabelo preto apontando em várias direções diferentes ele parecia cansado e me olhava com curiosidade, quando eu o olhei de volta ele deu um sorriso.

―Você é muito bonita para estar aqui presa ― ele disse ― o que você fez pra entrar na lista negra do caolho?

―Isso é um pensamento muito superficial o seu de achar que só por que uma pessoa é bonita ela não é capaz de cometer crimes, como se beleza fosse algum indicador de caráter ou como se falta de beleza fosse alguma falha de caráter. ― o homem passou a mão na sua barba, sorrindo pra mim.

―Você me deixou seriamente interessado.

―Eu matei Sirus Black, é por isso que eu estou aqui. ― eu me virei para frente sem o olhar.

―Eu sou Grant Ward ― ele disse, insistindo numa conversa ― Você é Freya certo?

Ouvi falar de você.

―Claro que ouviu, eu estava em todas as TV’s não era? ― eu balancei a cabeça em desgosto.

―Não, eu fui preso antes disso, eu ouvi falar de você antes, costumávamos brincar na mesma caixa de areia enquanto as crianças legais daqui usavam os balanços, acham que tem o direito de nos manter aqui por pensar diferente deles. ― eu me virei para ele.

―Você deve achar que eu sou muito estúpida, deve estar achando que por “estarmos do mesmo lado” eu vou contar tudo que eu sei e o que eu não sei isso é tão idiota que é quase um insulto. Achei que a S.H.I.E.L.D fosse melhor e mais esperta, é quase hilário ver vocês tentando me quebrar, uma garotinha europeia de um e setenta de pele pálida e ossos frágeis.

―Que pode destruir todo o triskelion com qualquer coisa que dermos ela e quer alguma coisa aqui dentro que nós não sabemos o que é e que não podemos fazer nada que a machuque de qualquer forma sob ameaça de ser morto de uma maneira horrível por um soldado implacável. Não está sendo fácil, eu tenho que admitir.

―Você deveria ter mais medo de eu destruir o Triskelion do que a outra opção.

―O que você diz, mas a outra parte também é real, lembra o Thompsom? Aposto que o seu nariz lembra, ele quase foi jogado pra fora de um avião em movimento “acidentalmente”.

―Eu não me importo ―respondi ― Eu ou ficar mofando aqui o resto do dia?

Uma doutora voltou, acompanhada de diversos soldados, escoltando eu e Ward para celas diferentes, passei pelos mesmo corredores e entrei na minha cela, e me joguei na cama sentindo uma coisa dura embaixo do meu quadril, ergui a minha cintura passando a minha mão puxando o pequeno retângulo laminado e o levantando em frente aos meus olhos, uma foto. Bucky sorria ao meu lado usando terno e gravata, completamente de preto o braço esquerdo na minha cintura a ponta dos dedos metálicos como se me acariciasse sob o tecido lilás do vestido, eu sorria também. O meu braço ao redor do pescoço dele estávamos em um barco, atrás de nós uma ponte completamente iluminada eu olhei o verso havia uma data e coordenadas. Coloquei a fotografia de lado, eu não deveria me desviar do meu foco da minha missão, mas era difícil manter o foco quando eu desconfiava das minhas verdades.




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Notas finais do capítulo

Espero que gostem